06/11 -
PND: divulgada data de reaplicação para nove escolas do país; veja data e lista das instituições
Candidatos reclamam de desorganização na aplicação do 'Enem dos Professores'
A Prova Nacional Docente (PND) será reaplicada em 30 de novembro em nove escolas do país. As provas aplicadas em 26 de outubro nestas instituições serão desconsideradas e os candidatos precisarão refazer o exame (entenda mais abaixo.) A informação foi divulgada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na quarta-feira (5).
A nova aplicação acontece após candidatos registrarem em vídeos de diversos problemas nos locais de prova. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou as irregularidades denunciadas e explicou que, entre os motivos para a reaplicação, estão: superlotação de salas, ausência de condições adequadas de aplicação e realização da prova em locais inadequados sem as condições especificadas pelo Inep.
👉🏾 A PND foi anunciada em janeiro deste ano como uma maneira de avaliar a qualidade da formação oferecida em Licenciaturas e como alternativa na seleção de professores de educação básica para a rede pública. O exame foi aplicado nacionalmente em 26 de outubro, considerando a adesão por estados e municípios.
Será invalidada a aplicação de 26 de outubro das seguintes instituições:
IEMA Pleno Rio Anil - São Luís (MA)
Escola Estadual Professor Guilherme Hallais França - Vespasiano (MG)
EE Brigadeiro Gavião Peixoto - São Paulo (SP)
EE Dr Celso Gama - Santo André (SP)
Unaerp Guarujá - Guarujá (SP)
EE Pastor João Nunes - Guarulhos (SP)
EMEF Antonia E Artur Begbie - São Paulo (SP)
EE Deputado Geraldino Dos Santos - São Paulo (SP)
Eci E.F.M Maria De Lourdes Araújo - Santa Rita (PB)
Participantes reclamam de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Redes sociais
Os participantes que realizaram o exame nestes locais estão automaticamente incluídos na reaplicação e devem verificar a página do participante da PND (pnd.inep.gov.br/pnd/) para conferir as novas informações.
Com a anulação do valor das provas aplicadas nestes locais, as recomendações são:
quem participou da aplicação com objetivo de utilizar o resultado em processos seletivos para docentes deve refazer o exame para ter uma nota válida.
Já os estudantes concluintes dos cursos de licenciaturas e participantes do Enade das Licenciaturas que realizaram a PND como avaliação teórica terão direito de participação na reaplicação, mas ficam dispensados desta participação para fins de regularidade perante o Enade.
A data da reaplicação também é a mesma para os participantes que enfrentaram problemas logísticos no dia do exame. Para ter direito à nova data, o candidato precisa solicitar a reaplicação na página do participante até 23h59 de 8 de novembro.
Todos que participarão da reaplicação terão acesso a um novo cartão de confirmação de inscrição com número de inscrição, a data, a hora e o local da prova, a indicação de atendimento especializado e tratamento pelo nome social, e orientações para a prova. Ainda não há data para a divulgação do novo documento.
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06/11 -
Alimentação e sono antes do Enem: saiba o que ajuda e o que atrapalha
Veja os horários do Enem 2025
Faltando poucos dias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), surge todo tipo de preocupação: devo revisar matérias nos dias anteriores ou descansar? Vale dobrar a dose de café para ter mais energia na hora da prova? E o que levar de lanche para consumir durante o exame?
A primeira parte da prova acontece neste domingo (9). Buscar estratégias de última hora para turbinar a concentração e o rendimento é um reflexo do nervosismo, que é natural na véspera do exame.
Mas não há fórmulas milagrosas: especialistas destacam que o mais importante é manter a alimentação equilibrada e ter boas noites de sono, para que o cérebro possa consolidar o que foi estudado ao longo do ano.
🍴 O que comer antes do Enem?
A nutricionista Tatiana Palotta Minari, pesquisadora na área de crononutrição e sono, explica que, nos dias que antecedem o exame, o ideal é fazer refeições regulares e variadas. “Fontes de carboidrato como arroz, batata-doce, aveia e feijão fornecem energia de forma gradual e sustentada”, diz.
As proteínas magras, como ovos, frango e peixe, ajudam na síntese de neurotransmissores ligados ao foco e à memória.
Já alimentos ricos em ômega-3, como linhaça, chia e peixes como salmão e sardinha, têm efeito anti-inflamatório e favorecem a saúde cerebral.
Frutas e vegetais também são indispensáveis por serem fontes de antioxidantes e vitaminas do complexo B, que contribuem para o bom funcionamento do sistema nervoso.
“É recomendável evitar mudanças bruscas na dieta, porque o corpo e o cérebro funcionam melhor com previsibilidade”, orienta Tatiana.
Alimentação equilibrada: nas vésperas do Enem, prefira refeições leves e de fácil digestão, como arroz, verduras e legumes cozidos e uma carne magra.
Freepik
A nutricionista Helena Queiroz acrescenta que alimentos que contêm nutrientes como triptofano, magnésio e selênio ajudam a manter o equilíbrio de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que influenciam diretamente o humor e o controle da ansiedade.
Nas vésperas do Enem, o estômago pode estar mais sensível por conta da ansiedade. Nesses dias, é melhor fazer refeições leves e de fácil digestão, como arroz, verduras e legumes cozidos e uma carne magra. Também são recomendadas frutas, grãos integrais, ovos, soja e oleaginosas.
⚠️ Tatiana alerta para alimentos ultraprocessados e muito gordurosos, como frituras e fast food, que podem causar sonolência, desconforto gastrointestinal ou até mal-estar.
Fuja, também, de doces em excesso. Eles provocam picos de glicemia seguidos de queda, afetando o humor e a concentração, explica a nutricionista.
Helena reforça: “Evite consumir alimentos ou preparações que você não esteja acostumado a comer. Isso ajuda a prevenir reações indesejadas do organismo”.
Para quem é vegano, ela sugere opções simples como arroz integral com lentilhas e legumes, salada com abacate e sementes ou um prato de grão-de-bico com vegetais cozidos.
➡️ Uma sugestão de cardápio para os dias de prova, de acordo com as nutricionistas, é:
Café da manhã reforçado: pão integral ou tapioca com ovo ou queijo branco; uma fruta como banana ou maçã; iogurte natural ou leite, e café ou chá suave, se já for hábito;
Almoço simples (se houver tempo antes da prova): arroz, feijão, carne magra e legumes são opções seguras.
Castanhas são boas opções de lanche durante o Enem. Elas fornecem energia e ajudam na saciedade.
Pexels / Marina Leonova
🥪 O que levar para comer durante a prova?
O lanche escolhido para levar para a sala de prova também merece atenção. São boas opções:
Frutas frescas de fácil consumo, como banana, maçã, goiaba e uva;
Frutas secas;
Mix de castanhas;
Sanduíches naturais (de frango ou atum);
Chocolate meio amargo.
"Evite alimentos com cheiro forte ou que possam derreter", alerta Tatiana. Para não atrapalhar a própria concentração e a de outros candidatos, fuja também de alimentos com embalagens barulhentas.
A nutricionista confirma que o chocolate meio amargo (até 70%), uma recomendação clássica para vestibulandos, é uma boa opção. Ele contém substâncias estimulantes, mas deve ser consumido com moderação.
"O chocolate pode causar picos e quedas rápidas de açúcar no sangue, o que nem sempre é benéfico para o desempenho prolongado", acrescenta Helena.
💧 Hidratação é essencial: não esqueça de levar uma garrafinha de água, que ajuda a manter o corpo ativo e a mente alerta.
Estudante carrega garrafa de água para fazer a segunda prova do Enem 2024 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
☕ Cuidado com o café: a cafeína é um estimulante que atua no sistema nervoso central. Em excesso, pode aumentar a ansiedade, a urgência para ir ao banheiro e prejudicar o sono. Sendo assim, deve ser consumida com cautela, especialmente na véspera e no dia da prova.
“Mantenha o padrão habitual e afaste as últimas doses do horário de dormir”, orienta o psiquiatra Arthur Danila, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
💤 Durma bem antes da prova
Falando em sono, Danila explica que o desempenho cognitivo do dia da prova é, em grande parte, construído na semana anterior.
O sono consolida a memória dos conteúdos estudados na fase NREM (responsável pelo descanso físico e reparo do corpo) e integra aspectos emocionais no REM (momento em que ocorrem os sonhos vívidos).
"Mesmo duas noites curtas já prejudicam a atenção sustentada, a velocidade de processamento e a autorregulação", destaca.
O ideal, segundo ele, é garantir de 7 a 9 horas de sono por noite, com horários estáveis. Além disso, evitar “virar a noite” na véspera e, se necessário recorrer a sonecas, que sejam breves.
"Em síntese, a memória se fortalece à noite, e a prova apenas cobra o que o estilo de vida permitiu consolidar", conclui o psiquiatra.
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05/11 -
Como IA pode ajudar estudantes a se preparar para o Enem
Provas objetivas e de redação serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro
Getty Images via BBC
Ferramentas de inteligência artificial entraram de vez na rotina de estudantes em cursinhos e professores que os preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, e outras avaliações.
Se em um primeiro momento houve mais desconfiança sobre o uso, cursos ouvidos pela reportagem agora dizem que a IA foi incorporada de diversas formas na rotina de suas instituições, seja no apoio ao planejamento de aulas e de estudos, material didático e até elaboração de exercícios.
"No início a gente teve muita repulsa. Mas o avanço da tecnologia não tem mais volta. No futuro, redações poderão ser corrigidas por IA. É importante que os alunos entendam a tecnologia", diz Juliana Tavares, supervisora pedagógica do Descomplica, startup que oferece cursinho para o Enem e cursos à distância de graduação e pós.
Ela lembra que o próprio Ministério da Educação já aderiu à tecnologia: o ministério disponibiliza um aplicativo de estudos para o Enem com correção automatizada de redação e assistente virtual com IA.
Professores relatam que tiveram de trazer o assunto para a sala de aula para evitar que alunos usassem as ferramentas de forma incorreta, que pudesse prejudicar os estudos.
"Não adianta dizer para os alunos não usarem e ficarem só com o que falamos em sala", diz o diretor pedagógico do Colégio Oficina do Estudante Campinas, Célio Tasinafo.
"Antes da IA os alunos já recorriam ao Google para encontrar resoluções diferentes daquelas que a gente oferecia."
➡️ A principal dica é que estudantes usem essas ferramentas como um apoio para as tarefas que já faziam antes, não como um substituto do material didático ou das conversas com professores.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será realizado nos dias 9 e 16 de novembro. Instituído em 1998, o exame é o principal método de ingresso ao ensino superior do Brasil.
As notas do Enem podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada, o Sisu, o Programa Universidade Para Todos, o Prouni, e também para obter financiamento estudantil com o Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies.
O que todos os temas de redação do Enem têm em comum?
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Desenvolver planos de estudo
Embora a preferência dos cursinhos seja a de desenvolver sistemas próprios (de acesso exclusivo a seus alunos) para uso da IA, de forma que a tecnologia seja alimentada por conteúdo desenvolvido dentro da própria empresa, professores ouvidos pela BBC News Brasil apontaram que também é possível usar ferramentas externas, como o ChatGPT, da OpenAI, ou o Gemini e o NotebookLM, do Google, para algumas funções.
O professor de física Emerson Júnior, do Cursinho da Poli, diz que essas ferramentas cometiam muito mais erros nos primeiros anos de funcionamento. E que hoje estão mais confiáveis, embora ainda necessitem de revisão humana.
Ele avalia que uma das formas mais úteis é pedir a essas ferramentas que ajudem a elaborar planos de estudos, de forma a organizar as prioridades do aluno. O resultado pode ser fornecido até em forma de planilha pela ferramenta.
Diz também que a qualidade das respostas depende de como os prompts (o que é digitado pelo usuário) são feitos.
"Não seja acomodado e preguiçoso com as IAs. Aprenda a perguntar. O aluno que não é um questionador não é um bom aluno. Ele precisa ser um bom perguntador para obter respostas coerentes."
"Não peça para a IA resolver a equação, mas explique passo a passo como se resolve, para que surjam outras dúvidas. Para que a cabeça comece a pensar", sugere o professor de química Filippo Fogaccia, do Objetivo.
Em outras palavras: a recomendação é não esperar que a IA resolva problemas ou traga resultados dos exercícios prontos, mas ajude o estudante a resolvê-los por conta própria.
Resumir conteúdos da aula
Outra prática que vem sendo adotada é a de IAs assistentes que resumem conteúdos dados em sala de aula. Esse tipo de ferramenta transcreve o áudio de aulas gravadas em vídeo e então permite que os alunos enviem perguntas diretamente em um chat, que responderá com base naquele texto transcrito, a qualquer momento.
A ideia é que os estudantes possam revisar ou tirar dúvidas sobre pontos específicos enquanto assistem aos vídeos.
O assistente do Descomplica, por exemplo, é usado para dividir as aulas em tópicos ou fazer resumo, por exemplo.
Uma das recomendações dos professores é que esses resumos sejam usados em aulas que os alunos já dominam ou que não são prioridade, apenas como forma de revisão de conteúdo, antes de fazer os exercícios.
"São muitas aulas, mas cada aluno tem uma matéria com maior peso na nota. O aluno já chega sabendo o que terá naquela aula", diz Claudio Hansen, do Descomplica.
Há o risco de que os alunos usem só resumos ou respostas prontas geradas pela IA?
Hansen diz que o objetivo da ferramenta não deve ser responder a perguntas, mas ajudar o estudante a encontrar a resposta.
"Imagine que o aluno está em uma aula (online) de quarenta minutos. Mas ele se esqueceu de qual parte do vídeo está. É como se o aluno levantasse a mão numa aula e pedisse ao professor para repetir um conceito."
Embora esse tipo de ferramenta esteja dentro de plataformas dos próprios cursinhos, é possível ter resultados semelhantes em plataformas como o Google NotebookLM, que consegue transcrever vídeos no Youtube e depois responder a perguntas do usuário somente com base no conteúdo do vídeo.
O próprio Youtube, hoje, disponibiliza abaixo dos players de vídeo a transcrição da fala de seus vídeos, que pode ser pesquisada palavra a palavra.
Plataforma paga usa IA para resumir transcrição da fala de professores e tirar dúvidas com chabot.
Descomplica via BBC
Os 'prompts' não podem ser genéricos
A vantagem — e a desvantagem — dos modelos de linguagem é que eles são treinados em uma quantidade gigantesca de informações. Por isso, podem não oferecer um bom resultado quando o objetivo do usuário é resolver um problema específico, como elaborar ou explicar questões de um exame como o Enem.
➡️ Para que isso seja feito da forma mais adequada, explicam professores, o ideal é que o aluno mostre à IA exemplos concretos do exame que pretende realizar, com questões da disciplina específica.
"Alunos chegavam no plantão de dúvidas com questões geradas por IA que sequer tinham relação com as provas. Era uma montanha de possibilidades que tendia mais a atrapalhar do que ajudar", lembra Celso Tasinafo, do Colégio Oficina do Estudante.
Se o aluno só escrever em um chatbot que "quer exercícios de termologia", exemplifica, o resultado não será satisfatório. "É preciso especificar a universidade, o processo seletivo."
Tasinafo sugere que o aluno busque na internet PDFs que contenham exercícios dos Enems de outros anos (o governo federal disponibiliza todas as provas e gabaritos de outros anos) e utilize esse material para dar exemplos aos chatbots de como elaborar questões — esses arquivos podem ser anexados ao chat.
"Diga que está enviando questões de Física dos últimos 3 anos, por exemplo, e que gostaria que o chat elaborasse questões com a mesma estrutura", diz.
'Alunos não devem substituir o material que estão acostumados a usar pela IA'
‼️ Uma preocupação comum aos especialistas ouvidos pela reportagem é que essas IAs abertas podem sugerir conteúdos de estudo ou exercícios que não estavam previstos na grade do estudante, o que pode causar ansiedade e receio de não ter estudado o suficiente.
Daí a ideia de usar ferramentas próprias, para tentar controlar um pouco mais o fluxo desse conteúdo.
"Em uma IA aberta (como o ChatGPT), ao perguntar, ela vai te jogar um zilhão de conteúdos", diz Marcello Vannini, diretor de tecnologia de informação do grupo Unip Objetivo.
"Procuramos entregar pro aluno aquilo que não vai criar esse tipo de angústia nele. Entrega o que ele precisa receber no momento dentro do processo educacional."
Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante, reforça que a IA deve ser um material adicional, de apoio, e de forma nenhuma substituir o material didático tradicional e o apoio de professores.
"É uma ferramenta muito poderosa e útil. Mas o estudante não está tão familiarizado com a IA como está com o material tradicional. Ainda mais a essa altura, faltando tão pouco tempo para as provas. O risco é do aluno ficar mais inseguro por ter acesso a uma ferramenta com muita informação, que pode fazer ele se sentir mal e despreparado."
Ele sugere que a IA seja incorporada à forma de estudo a que o aluno já está acostumado.
Uma sugestão, por exemplo, é enviar um arquivo em PDF com questões de uma determinada disciplina (ex: Física) do Enem para um desses chatbots e então pedir a elaboração de questões com base naquele material enviado.
💡 Outra dica é que os estudantes criem projetos dentro dos chats, de forma que a IA lembre dos pedidos anteriores e siga sempre o mesmo padrão de resposta.
"Instruímos também que o aluno crie um projeto, para que a IA lembre tudo que você já pediu e perguntou, ficando tudo em um único chat."
Correção de redações
Ministério da Educação lançou aplicativo que usa IA para ajudar candidatos a estudar para o Enem.
Ministério da Educação
A startup Descomplica criou um sistema de correção de redação com apoio de IA que usou textos de outras redações e também a cartilha oficial do próprio Enem.
Uma das vantagens é que a ferramenta, que é paga, consegue dividir as competências exigidas do candidato na redação e dizer o que está bom e o que precisa melhorar.
✍🏻 "Uma correção que levava dias agora é feita em poucos minutos", diz Juliana Tavares. "Não podemos só dar uma nota. É importante explicar no que o aluno errou, por que a nota é aquela, e então dar sugestão de melhorias."
Ela conta que a tecnologia precisa passar por revisões constantes para evitar erros. E lembra de uma situação em que a IA confundiu John Locke, o filósofo inglês, com Loki, o irmão de Thor no universo da Marvel, em uma redação. "Precisamos tomar esse cuidado e revisão com corretores humanos."
E como o estudante deve aproveitar esse tipo de tecnologia?
"Com a oferta de temas para estudar na hora que quiser e a consistência na correção", avalia Claudio Hansen, professor de Geografia e Atualidades e gerente pedagógico do Descomplica.
Ele diz também que o feedback mais rápido ajuda na organização de um cronograma de estudos. "O aluno tem uma carga muito grande pra estudar. Antes você enviava uma redação e levava dias para receber resposta. Isso impactava na organização do aluno."
No Objetivo, uma ferramenta própria de análise de redações recebe os textos, dá um feedback automático e há também uma avaliação por um professor.
"Por mais que seja uma IA que tem os limites feitos por nós, sempre colocamos a figura do professor dentro do processo", diz Marcello Vannini, que é diretor de tecnologia de informação do grupo Unip Objetivo.
A ideia, explica, é revisar a avaliação feita e acrescentar mais informações, se necessário.
Um dos requisitos obrigatórios é que o aluno escreva o texto à mão antes de submeter à plataforma.
"O aluno baixa uma folha de redação e escreve, não digita. No dia em que for fazer a prova do Enem, ele vai ter de escrever, não digitar em um computador", diz Vannini.
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05/11 -
Professor de licença médica vence reality show e causa debate sobre saúde mental
Professor de licença médica vence reality show e causa debate sobre saúde mental
Um professor de uma escola pública da Alemanha que estava de licença médica há um ano venceu um reality show de culinária, e a participação do docente na competição reacendeu uma polêmica no país.
O caso levantou uma discussão que pautou até debates entre deputados estaduais no país, considerando que o profissional, de 35 anos, é funcionário público.
Além disso, o tema das licenças médicas é polêmico na Alemanha.
Um caso que se tornou público recentemente expôs que uma professora ficou de licença remunerada por 16 anos, sem nunca ter precisado passar por um perito.
Síndrome de burnout é considerada doença ocupacional
Marley Lima/SupCom-ALE-RR
Já no caso mais recente, há uma divisão na opinião pública.
De um lado, os números demonstram o cenário: só na Renânia do Norte-Vestfália, estado onde o docente mora, mais de 1.300 funcionários públicos estão de licença há mais de seis meses. E só metade foi ao médico perito do estado.
De outro, a defesa pelo direito: boa parte da população não concorda com a polêmica do caso e acredita que a discussão é vazia. Alguns apontam que a licença pode ter sido dada ao professor por burnout, depressão ou qualquer outra doença psíquica — motivos válidos para o afastamento das atividades profissionais.
Sala de aula no RS
Agência RBS
Além disso, o sistema educacional alemão está com déficit de 11 mil professores, o que, segundo alguns, está causando sobrecarga e colapso mental nos profissionais em atuação.
Há ainda quem defenda que o direito do professor de exercer um hobby, e critique o fato de o colocarem no centro de um debate polêmico, especialmente sem saber o que o levou à licença médica.
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05/11 -
Enem: como funciona a TRI? Por que duas pessoas com acertos iguais tiram notas diferentes?
Redações nota mil no Enem: repertórios culturais
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 acontece em 9 e 16 de novembro. O candidato ansioso vai chegar em casa e correr para conferir as questões de múltipla escolha com base no gabarito extraoficial divulgado pelo g1.
Descobrirá, então, seu número de acertos. O resultado pode agradar ou decepcionar, mas, por si só, não diz tudo.
➡️ Isso se dá por causa da TRI (Teoria de Resposta ao Item), metodologia de correção utilizada pelo Enem. Ela não considera somente a quantidade bruta de acertos, mas também quais itens o aluno acertou.
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Cada item (questão) é classificado de acordo com alguns parâmetros, que serão determinantes para a pontuação final do candidato e as notas máximas e mínimas de cada área do conhecimento cobrada. Entenda a seguir como funciona a TRI em detalhes e como usá-la a seu favor:
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🎯 O que é TRI e como funciona?
A Teoria de Resposta ao Item (TRI) é o modelo matemático usado para a correção das provas objetivas e a consequente pontuação do estudante. Ela analisa o padrão de respostas do candidato em relação ao conjunto de questões que formam o exame, e prioriza o desempenho que for mais coerente.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza e aplica o Enem, detalha esse processo no guia "Entenda sua nota", divulgado em 2021 (acesse aqui). O documento define a TRI da seguinte forma:
“A TRI é um conjunto de modelos matemáticos que busca representar a relação entre a probabilidade de o participante responder corretamente a uma questão, seu conhecimento na área em que está sendo avaliado e as características (parâmetros) dos itens. Um aspecto importante da TRI é que ela considera a particularidade de cada item. Assim, as notas não dependem do total de itens da prova, mas de cada item que a compõe.”
➡️ A TRI qualifica o item (questão) de acordo com três parâmetros:
Grau de dificuldade: Se a questão é fácil, média ou difícil;
Discriminação: Capacidade de cada questão de diferenciar candidatos que dominam a habilidade requisitada daqueles que não dominam;
Acerto ao acaso (chute): Probabilidade de o candidato acertar uma questão no chute com facilidade, sem dominar a habilidade exigida.
“A natureza específica de cada questão deve ser considerada na metodologia de cálculo, de tal forma que se possa diferenciar alunos com a mesma quantidade de acertos. Por exemplo, certas questões são acertadas consistentemente apenas por participantes com elevada habilidade, enquanto outras são frequentemente acertadas pela maioria", afirma o Inep.
E como as questões são qualificadas? O grau de dificuldade é medido a partir de pré-testes realizados com alunos do Ensino Médio.
Os exercícios então são posicionados em uma escala, uma régua que vai medir os valores dos parâmetros de milhares de questões. Isso dá origem a um banco de itens, do qual são extraídas 180 questões a cada edição do exame.
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Enem 2025: Exame usa a TRI (Teoria de Resposta ao Item) como metodologia de correção das 180 questões objetivas.
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🤔 Notas diferentes para igual número de acertos?
Essa é uma dúvida comum entre os candidatos, e é verdade: a TRI é o motivo pelo qual duas pessoas com acertos iguais tiram notas diferentes. Ou ainda, porque uma pessoa que acertou algumas questões a menos que outra pode acabar tirando uma nota maior.
Parece contraintuitivo, mas imagine o cenário hipotético: duas amigas comparam o número de acertos no Enem. Ana, inicialmente contente com seu resultado, percebe que Maria acertou algumas questões a mais que ela.
Preocupada, teme não conseguir uma vaga na mesma universidade que a amiga, um sonho delas. Quando as notas finais saem, porém, Ana se surpreende: tirou nota maior que Maria, mesmo com menos acertos, e ainda está no páreo.
✅ A explicação está na TRI: Considere as 45 questões da prova de matemática. Maria errou várias questões fáceis e médias, acertando 10 difíceis ao acaso (ou seja, no “chutômetro”). Ana, por outro lado, pode ter acertado menos itens no total, mas garantiu 30 acertos entre fáceis e médias, e só chutou/errou as difíceis.
Como a TRI valoriza a coerência no padrão de respostas, Ana demonstrou proficiência nos assuntos abordados, conquistando maior nota que Maria, que foi “penalizada” pelos chutes.
“Espera-se que participantes que acertaram as questões difíceis devam também acertar as questões fáceis, pois, entende-se que a aquisição do conhecimento ocorre de forma cumulativa, de modo que habilidades mais complexas requerem o domínio de habilidades mais simples”, justifica o Inep.
Cursinhos e outras instituições de ensino já simularam que a diferença na nota final, nas circunstâncias acima, pode chegar a 100-150 pontos. Quanto mais concorrido o curso e universidade pretendidos pelo candidato, mais valiosos são esses pontos.
Dois participantes acertaram 5 respostas. Veja só como aquele que errou justamente as mais fáceis tirou uma nota menor do que o outro, que errou as difíceis.
Reprodução/Inep
✅ A TRI é confiável?
Nos primeiros anos do exame, a metodologia chegou a ter sua eficiência questionada. O Ministério da Educação e o Inep ressaltam que a TRI, na verdade, assegura a igualdade de condições dos concorrentes e permite a elaboração de provas com o mesmo grau de dificuldade.
No Brasil, a TRI é usada desde 1995 nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em resumo, sua adoção pelo Enem visa:
Garantir a comparação entre notas de diferentes edições, ao assegurar equivalência;
Evitar distorções causadas por acertos aleatórios (chutes);
Medir proficiência, ao avaliar a habilidade real do candidato em vez de apenas acertos;
Detalhar melhor as notas, evitando grande número de empates.
Como cada área de conhecimento possui sua própria escala pedagógica, as notas não são comparáveis. Por isso, você pode acertar mais questões na prova de Ciências Humanas do que em Matemática, mas conquistar nota maior na segunda.
Vale destacar, ainda, que o cálculo das notas pela TRI é feito por equipes independentes formadas por especialistas em estatística, matemática e psicometria, com auxílio de computadores. Múltiplas conferências asseguram a confiabilidade dos resultados.
➡️ Confira outras dúvidas frequentes sobre a TRI no Enem
Qual estratégia usar para se dar bem na TRI?
O exemplo hipotético das amigas Ana e Maria demonstra também a importância de uma boa estratégia de prova. Dado o funcionamento da TRI, o melhor caminho é resolver primeiro as questões fáceis e médias, que têm mais chances de acerto.
Não é recomendado começar pelas difíceis, nem insistir por muito tempo nelas em detrimento das outras. Se precisar chutar, prefira essas, pois o impacto na nota final será menor.
Deixar em branco ou chutar?
É sempre melhor responder. Um acerto, ainda que por chute, aumenta a nota, enquanto uma questão em branco é corrigida como errada.
Note: acertar no chute não significa que a nota irá diminuir, mas sim que esse acerto ao acaso não terá tanto valor como se tivesse sido acertado conforme a coerência pedagógica esperada.
Quais as notas mínima e máxima nas provas objetivas?
As notas mínimas e máximas variam e dependem das perguntas daquela edição. Elas são diferentes em cada ano e sempre disponibilizadas pelo Inep.
“Quando a prova é composta com muitos itens fáceis, o máximo da prova tenderá a ser mais baixo e, quando ela é composta com muitos itens difíceis, o mínimo tenderá a ser mais alto. Em outras palavras, o mínimo e o máximo em cada prova dependem somente das questões que a compõem e não de quem as responde", consta em guia do Inep.
Por que as notas não variam entre zero e 1.000?
O modelo de TRI usado no Enem não estabelece limites fixos, logo os valores máximos e mínimos de cada prova dependem da combinação de questões escolhidas, refletindo dificuldade e coerência das respostas, e não apenas o número de acertos.
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05/11 -
Enem 2025: o que pode e o que não pode levar? Veja lista e regras do dia de prova
Saiba quais documentos serão aceitos no Enem 2025
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 será aplicado nos próximos dois domingos, 9 e 16 de novembro. O candidato deve estar familiarizado com as orientações para o exame, incluindo o que pode e o que não pode levar no dia.
Ter consigo objetos proibidos ou descumprir as regras do edital pode resultar em eliminação, mesmo que o estudante tenha se preparado o ano inteiro.
A seguir, veja o que é obrigatório, o que é permitido e o que deve ficar de fora da sala de prova.
⚠️ Itens obrigatórios para fazer o Enem
Documento de identificação válido, físico ou digital; deve ser original e com foto. Algumas versões digitais serão aceitas, como e-Título, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Digital e RG Digital. O candidato deve apresentar o aplicativo oficial ao fiscal -- capturas de tela não serão válidas. Após a entrada na sala de aula, o uso do celular continuará vetado;
Caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente -- é o único material aceito, tanto para rascunho quanto para preencher o gabarito; leve mais de uma unidade em caso de possíveis falhas.
🪪 Precisa levar o cartão de confirmação da inscrição? Não é obrigatório, mas é recomendado pelo Inep. No documento, constam as informações sobre local de prova, idioma escolhido (inglês ou espanhol) e atendimento especializado (se houver). Durante a prova, o papel deve ficar guardado.
O candidato também pode levar a Declaração de Comparecimento impressa, caso precise justificar sua presença no exame. O material também deverá ser guardado no momento da prova.
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Caneta preta de tudo transparente é a única aceita no Enem; demais materiais não podem ser usados.
Marcelo Brandt/g1
✅ O que pode levar no dia do Enem
Lanche, água e bebidas não alcoólicas podem ser consumidos durante a prova; o ideal é que estejam em embalagens transparentes e sem rótulos;
Artigos religiosos (como quipá e véu) e materiais de acessibilidade (máquina de escrever em braile, sorobã, lupa etc.) são permitidos, desde que possam ser vistoriados pelos fiscais;
Máscara facial de uso preventivo.
Os demais itens até podem entrar com o estudante na sala de prova, mas deverão ficar embaixo da carteira ou dentro do envelope porta-objetos fornecido pelos aplicadores, devidamente lacrado e identificado.
➡️ Eletrônicos devem estar desligados. Se o celular ou qualquer outro aparelho eletrônico emitir sons mesmo que dentro do envelope, o participante será eliminado do Enem.
➡️ Pode levar bolsa ou mochila? Sim, o edital do Enem não proíbe. Mas, uma vez dentro da sala de aplicação, a mochila deve ser colocada debaixo da cadeira e não pode ser manuseada. Tudo que for ser utilizado durante a prova, como documento, canetas, água e lanche, deve ficar fora da bolsa.
🥪 O que levar para comer? Além de uma garrafa de água (em embalagem transparente), o ideal é levar alimentos que deem energia, mas que sejam leves, como barrinhas de cereal, castanhas, chocolates, biscoitos simples ou sanduíche natural.
Evite comidas gordurosas e muito doces. Para não atrapalhar a própria concentração e a de outros candidatos, fuja também de alimentos com cheiro forte ou em embalagens barulhentas.
Enem 2025: local de prova é divulgado; saiba como consultar
🚫 O que não pode levar no dia do Enem
Os seguintes itens deverão ser guardados no envelope porta-objetos ou embaixo da carteira:
Óculos escuros e artigos de chapelaria, como boné, chapéu, viseira, gorro ou similares;
Caneta de material não transparente, lápis, lapiseira, borrachas, réguas, corretivos;
Livros, bula, manuais, impressos, anotações;
Protetor auricular;
Relógio de qualquer tipo;
Quaisquer dispositivos eletrônicos, como garrafa/copo digital, cigarro eletrônico, telefone celular, smartphone, tablet, wearable tech, máquina calculadora, agenda eletrônica e/ou similares, Ipod®, gravador, pen drive, mp3 e/ou similar;
Alarmes, chaves com alarme ou com qualquer outro componente eletrônico;
Fones de ouvido e/ou qualquer transmissor, gravador e/ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens;
Quaisquer outros materiais estranhos à realização da prova.
🔫 Armas não são permitidas nem no envelope. Se o candidato apresentar autorização de porte de armas, ele deverá informar ao chefe da sala de aplicação da prova. Será necessário prestar o exame em um espaço à parte, separado dos demais alunos.
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Sobre o Enem 2025
🗓️ O Enem 2025 será aplicado em dois domingos de novembro (menos em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, onde as provas serão em 30 de novembro e 7 de dezembro).
9 de novembro
45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol);
45 questões de ciências humanas; e
redação.
16 de novembro
45 questões de matemática; e
45 questões de ciências da natureza.
⏰ Horários de aplicação (no fuso de Brasília)
Abertura dos portões: 12h
Fechamento dos portões: 13h
Início da prova: 13h30
Fim da prova no 1º dia: 19h
Fim da prova no 2º dia: 18h30
O candidato só poderá deixar o local de aplicação com o Caderno de Questões nos últimos 30 minutos que antecedem o término da prova.
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04/11 -
Fies 2025: MEC divulga resultado dos aprovados para vagas remanescentes; saiba como consultar
Prazo para renegociações de dívidas do Fies segue até 31 de dezembro de 2026
O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta terça-feira (4), o resultado das vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no segundo semestre de 2025.
Os candidatos podem conferir se foram pré-selecionados no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior: https://acessounico.mec.gov.br/. Basta clicar em "Fies" e fazer o login com a conta gov.br.
Nesta edição, foram ofertadas mais de 58 mil vagas, distribuídas entre 10.319 cursos e turnos de graduação de 690 instituições privadas.
📅 Entrega de documentos
Segundo o edital nº 21/2025, os estudantes pré-selecionados devem comparecer à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição onde foram aprovados entre os dias 5 e 6 de novembro.
Nessa etapa, será necessário comprovar as informações prestadas na inscrição, de forma presencial ou digital.
As vagas remanescentes são aquelas que sobraram após as etapas regulares de seleção do programa. Elas são destinadas a candidatos que consigam frequentar as aulas e concluir o segundo semestre letivo de 2025 no curso e turno escolhidos.
🎓 Reserva de vagas
Fies: resultado das vagas remanescentes é divulgado
Pexels
Metade das vagas remanescentes é reservada a candidatos com renda familiar per capita de até meio salário mínimo, inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) — conforme as regras do Fies Social.
Esses estudantes podem financiar até 100% dos encargos educacionais. A identificação é feita automaticamente pelo sistema, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).
Também há reserva de vagas para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, de acordo com a proporção da população desses grupos em cada estado, segundo o IBGE.
No caso de pessoas com deficiência, é exigido laudo médico com o código da Classificação Internacional de Doenças (CID).
ℹ️ O que é o Fies?
Criado pela Lei nº 10.260/2001, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do MEC que oferece crédito para cursos de graduação em instituições privadas com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). É como um empréstimo para que o aluno só pague as mensalidades após se formar.
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04/11 -
‘Oi, sumidos!’: que temas de redação do Enem não aparecem faz tempo?
Quais temas de redação não caem faz tempo no Enem?
Todo ano, por volta de novembro, a mesma pergunta domina buscas do Google, conversas com professores na escola e grupos de Whatsapp dos adolescentes: qual vai ser o tema da redação do Enem?
✏️A intenção aqui não é esperar que os especialistas sejam videntes e acertem exatamente o que cairá em 2025. O que esta reportagem faz é:
analisar o padrão que vem sendo cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio desde 2009, quando o modelo atual de prova foi criado;
detectar quais assuntos não apareceram com frequência nas últimas edições.
O que todos os temas de redação do Enem têm em comum?
Veja a lista de temas:
2009 — O indivíduo frente à ética nacional
2010 — O trabalho na construção da dignidade humana
2011 — Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado
2012 — Movimento imigratório para o Brasil no século 21
2013 — Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
2014 — Publicidade infantil em questão no Brasil
2015 — A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
2016 — Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (tema da 1ª aplicação)
2017 — Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
2018 — Manipulação do comportamento do usuário: o controle de dados na internet
2019 — Democratização do acesso ao cinema no Brasil
2020 — O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
2021 — Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
2022 - Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
2023 - Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil
2024 - Desafios para a valorização da herança africana no Brasil
📝Quais são as características mais comuns dos temas de redação?
Redação nota mil no Enem 2024: alunos de escola pública que atingiram pontuação máxima dão dicas
Redação nota mil de Marina Vieira Almeida Lima, no Enem 2024.
Reprodução
Thiago Braga, gestor de Linguagens do Colégio e Curso pH, afirma que “cidadania e direitos humanos são, disparadamente, as prioridades do exame”, aparecendo em praticamente todos os anos.
“O Inep quer avaliar se o estudante consegue identificar grupos vulnerabilizados, compreender as causas históricas e sociais das desigualdades e, principalmente, propor soluções viáveis que respeitem os direitos fundamentais”, afirma.
“Há uma preocupação evidente com questões de inclusão, diversidade e justiça social.”
🧑🎓Pense nos temas mais recentes: mulheres, surdos, pessoas com doenças mentais, cidadãos sem registro civil, descendentes de africanos, povos tradicionais brasileiros… Há um padrão claro, como mostra Sérgio Paganim, professor e coordenador de Redação do Curso Anglo:
“Os temas, nos últimos anos, têm vindo ligados a grupos sociais mais vulneráveis, cuja cidadania precisa ser defendida e cujos direitos precisam ser realmente efetivados”, explica.
“A banca está procurando um perfil de estudante que seja capaz de tecer reflexão sobre problemas sociais atrelados à cidadania e à participação na vida social.”
Susana Regina Vaz Hungaro, coordenadora de Português do Colégio Bandeirantes, dá uma dica importante: prestar atenção às campanhas públicas do governo e às mazelas do país. "Quanto mais consciente o aluno for sobre os problemas brasileiros, menos complexo o tema parecerá para ele", diz.
➡️Perceba que não há espaço para temas explicitamente polêmicos, que mobilizem polarizações políticas, como direito ao aborto, redução da maioridade penal ou legalização da maconha.
“A banca evita temas que dividam a sociedade de forma partidária ou que coloquem em confronto direto posições morais irreconciliáveis. O que o exame faz é trabalhar com consensos constitucionais: direitos humanos, igualdade, dignidade, respeito à diversidade”, diz Braga.
Que temas não apareceram nos últimos anos?
Mostra “Amazônia: Memórias para o Futuro” reúne 50 anos de cinema sobre a floresta e antecipa debates da COP 30
Agência Pará
Há a garantia de que assuntos pouco abordados nas edições recentes necessariamente voltem a aparecer no Enem? Nenhuma. Mas é importante ter repertório cultural e argumentos desenvolvidos para o caso de eles mandarem um “oi, sumido” e estamparem a prova de 2025.
🌲O principal deles é meio ambiente, afirmam cinco professores ouvidos pelo g1.
“Um campo que certamente pode ser mais abordado é o do meio ambiente, ainda mais neste ano, quando o Brasil sediará um evento tão importante quanto a COP30”, explica Marina Rocha, professora de redação do Colégio e Curso AZ.
Paganim, do Anglo, chama a atenção para a mesma “ausência”.
“Meio ambiente é uma aposta que todo mundo faz todos os anos, e há tempos não cai. A última vez foi em 2008 [ainda no formato antigo do Enem], com o tema ‘como preservar a floresta amazônica’”, diz o professor.
“Temos a COP, a agenda nacional em relação à Amazônia e as discussões sobre mudanças climáticas, que relacionam o tema com a cidadania.”
Outros dois tópicos foram mencionados por mais de um professor:
🖥️tecnologia: Desde 2018, com “Manipulação do comportamento do usuário: o controle de dados na internet”, assuntos diretamente relacionados a esse campo não aparecem na redação do Enem.
“Vivemos uma revolução digital com inteligência artificial, proteção de dados, desinformação, impactos psicológicos das redes sociais em jovens... Há muito a ser explorado aí”, opina Braga.
👩💻mercado de trabalho: Apesar de, em 2023, o Inep ter abordado a questão da invisibilidade das tarefas exercidas pelas mulheres, tópicos diretamente relacionados às novas dinâmicas de empregabilidade não aparecem desde 2010 (“Trabalho na construção da dignidade humana”).
“O tema tem nuances novas, como, por exemplo, a escala 6x1, o tempo de aposentadoria, a geração Nem-Nem e a chamada uberização do trabalho. Essas novas feições podem recolocar o assunto como tema da redação”, diz Paganim.
Cronograma do Enem 2025
9 de novembro
O candidato deverá fazer:
45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol);
45 questões de ciências humanas;
redação.
16 de novembro
A prova trará:
45 questões de matemática;
45 questões de ciências da natureza.
Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília), seguidos nos últimos anos:
Abertura dos portões: 12h
Fechamento dos portões: 13h
Início das provas: 13h30
Término das provas no 1º dia: 19h
Término das provas no 2º dia: 18h30
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04/11 -
Enem 2025: 1º dia de prova é no domingo; veja horários e mais regras
Veja os horários do Enem 2025
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 será aplicado em 9 e 16 de novembro em todo o país – com exceção de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, onde as provas serão em 30 de novembro e 7 de dezembro.
Neste domingo (9), a prova é composta por 90 questões objetivas (dividas entre Linguagens e Ciências Humanas) e uma redação. No próximo domingo (16), serão mais 90 questões (Matemática e Ciências da Natureza).
➡️ Veja a seguir as principais dúvidas sobre os horários e o tempo de prova no Enem.
Veja como vai ser a cobertura do g1 no Enem 2025
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Que horas abre o portão do Enem?
Nos dois domingos de aplicação, os portões abrem ao meio-dia e fecham às 13h – e, depois desse horário, nenhuma entrada será permitida. A prova começa pontualmente às 13h30. O Enem segue o horário oficial de Brasília.
Que horas acaba o Enem?
No primeiro dia de Enem (9), os candidatos têm até as 19h para realizar a prova, totalizando 5 horas e 30 minutos de duração. Já no segundo dia (16), a prova vai até as 18h30, em um máximo de 5 horas de duração.
A saída da sala é permitida a partir das 15h30, mas sem o caderno de questões.
Só é possível deixar a sala com o caderno em mãos faltando 30 minutos para o fim do exame: portanto, após as 18h30 no primeiro dia e após as 18h no segundo.
🕑 Atenção ao fuso horário
Se você mora ou fará a prova em munícipios do Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul, o horário local está uma hora a menos em relação ao horário de Brasília. Assim, o exame começa às 12h30 no horário local.
No caso do Acre, estado com duas horas a menos, a prova será aplicada às 11h30 no horário local.
👉🏻 Confira o fuso do município em que você realizará a prova, principalmente se não for o mesma em que mora. Em alguns casos, pode haver diferença de horário entre os locais e gerar confusão.
Fuso horário das UFs brasileiras
Tempo adicional
Participantes que solicitaram atendimento especializado durante a inscrição e têm direito a tempo adicional terão um prazo maior para concluir a prova.
Término das provas – participantes com tempo adicional: às 20h no 1º domingo e às 19h30 no 2º domingo.
Término das provas – participantes da videoprova em Libras: às 21h no 1º domingo e às 20h30 no 2º domingo.
Planeje o deslocamento
É importante calcular com antecedência o tempo de deslocamento de sua casa até o local de prova. Planeje chegar a partir do meio-dia, quando abrem os portões, para evitar imprevistos.
Se possível, simule o percurso antes. Tenha em mente que, aos domingos, o trânsito e o transporte público têm fluxos diferentes.
Movimento intenso na saída dos estudantes que prestaram Enem em Campinas, em 2024.
Fernando Almeida/g1
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03/11 -
Entenda em 7 pontos como vai funcionar o SNE, o 'SUS da educação' sancionado pelo presidente Lula
Como vai funcionar o SNE, o 'SUS da educação' sancionado pelo presidente Lula
A lei que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE) foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira (31), e publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (3).
A iniciativa busca coordenar esforços para garantir qualidade e reduzir desigualdades na educação. A ideia é de que o SNE funcione como o Sistema Único de Saúde (SUS), no alinhamento de ações, programas e investimentos no setor de educação.
Instituições do setor educacional têm comemorado a criação da política, mas alertam para alguns pontos de atenção que ainda serão discutidos na implementação da iniciativa (entenda mais abaixo).
O que você achou do novo formato de vídeo que abre esta reportagem?
Ainda assim, a criação do SNE está atrasada em pelo menos seis anos, já que a Lei que aprovou o Plano Nacional de Educação de 2014 previa a criação do sistema até a metade de 2016, o que não aconteceu.
Sala de aula de educação básica e BH.
Reprodução/SME de BH
Abaixo, entenda em 7 pontos as implicações dessa nova política.
1. O que é o Sistema Nacional de Educação (SNE)?
O SNE é um novo conjunto de normas que visa articular e integrar os sistemas de ensino da União (governo federal), dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Em resumo, o SNE não é sobre o que se ensina na sala de aula, mas sim sobre quem é responsável pelo quê e como todos os níveis de governo devem trabalhar juntos (em regime de colaboração) pela educação brasileira.
2. Por que a criação do SNE é importante e qual problema ele tenta resolver?
O SNE é importante porque, sem um sistema regulamentado, a educação no Brasil funciona de forma fragmentada — com políticas sobrepostas e pouca articulação. Isso gera ineficiência e desigualdade na distribuição de recursos e resultados.
O SNE busca superar essa lógica, articulando o planejamento e criando uma rede de colaboração para enfrentar desigualdades e dar continuidade às políticas educacionais.
3. O SNE vai garantir a mesma qualidade de ensino em todas as escolas do Brasil?
O SNE tem como um de seus objetivos reduzir desigualdades e promover a mesma qualidade de ensino em todo o país. Para isso, prevê a definição de padrões nacionais mínimos de qualidade, que incluem aspectos como formação de professores, infraestrutura adequada e número de alunos por turma. Esses padrões servirão de referência para que todos os sistemas de ensino avancem de forma mais equitativa.
Para a educação básica, serão estabelecidos padrões nacionais mínimos de qualidade que devem ser observados em todo o território. Esses padrões consideram aspectos como: a razão adequada entre professor e aluno por turma, a formação docente e a existência de infraestrutura física adequada (como salubridade e acessibilidade).
4. Como o SNE vai garantir que as escolas tenham dinheiro suficiente para oferecer essa qualidade?
O SNE institui o Custo Aluno Qualidade (CAQ) como referência de investimento por aluno da educação básica. O CAQ, que não é um imposto nem um valor fixo, servirá de parâmetro para o financiamento e para a ação redistributiva da União.
O cálculo do CAQ estará ligado aos padrões mínimos de qualidade. Ele será progressivamente elevado e calculado com base nos padrões pactuados entre os entes federados.
Para o Todos Pela Educação, este é um ponto de preocupação por "não há clareza suficiente sobre como essas definições serão estabelecidas nem sobre as consequências práticas que terão para a União e para os entes subnacionais em termos do financiamento educacional."
Ainda assim, a entidade avalia como positivo o texto sobre CAQ, por ter sido suavizado em comparação com outras propostas.
5. O que muda na prática sobre a gestão da educação entre a União, Estados e Municípios?
A mudança principal é a criação de espaços formais de diálogo e negociação, chamados Comissões Intergestores. A Comissão Intergestores Tripartite da Educação (Cite), de âmbito nacional, será responsável por pactuar a divisão de responsabilidades entre os entes federados e a aprovação da metodologia de cálculo do CAQ. Já a Comissão Intergestores Bipartite da Educação (Cibe), de âmbito estadual, pactua sobre a articulação entre o Estado e seus Municípios.
Esses espaços de pactuação são inspirados no modelo de gestão do SUS, onde diferentes níveis de governo negociam responsabilidades e prioridades em conjunto.
6. O que muda no dia a dia do estudante, e em relação aos dados e registros escolares?
A Lei institui a Infraestrutura Nacional de Dados da Educação (Inde) para integrar e tornar os dados educacionais mais seguros. O principal impacto prático é que o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) será o Identificador Nacional Único do Estudante (Inue), de uso obrigatório em todas as bases de dados e registros administrativos.
Isso permitirá acompanhar a trajetória escolar do aluno desde a creche até a universidade, ajudando a identificar a evasão escolar, por exemplo, para que se criem políticas de busca ativa. Além disso, a mudança vai aprimorar a transparência e a gestão educacional.
7. Quando o SNE entra em vigor e quando as mudanças serão sentidas?
A Lei do SNE entrou em vigor na data de sua publicação. No entanto, os mecanismos de colaboração serão implementados em etapas.
As Comissões Intergestores (Cite e Cibes) devem ser criadas e instaladas em até 90 (noventa) dias.
Todos os entes federados (Estados, Municípios, etc.) têm um prazo de até 2 (dois) anos para adequar suas normas legais e administrativas à nova Lei.
Embora a Lei já esteja em vigor, os efeitos práticos serão sentidos gradualmente, conforme os entes federados criem as comissões e ajustem seus sistemas.
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03/11 -
Unesp 2026: veja como foi a resolução comentada da 1ª fase
Unesp 2026: veja como foi a resolução comentada da 1ª fase Professores resolveram as questões da prova que foi aplicada em 35 cidades. Os candidatos tiveram 5 horas para responder a 90 questões de múltipla escolha.. Eles disputam 5.867 vagas em 136 cursos oferecidos pela instituição.. g1 teve transmissão ao vivo com a resolução comentada.
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03/11 -
Unesp 2026: veja as questões consideradas mais difíceis na 1ª fase do vestibular
Professor explica questão 83 de matemática
A primeira fase do Vestibular 2026 da Unesp foi classificada como tradicional e interdisciplinar por professores ouvidos pelo g1. No total, 65.208 disputam 5.867 vagas em 136 cursos.
Unesp 2026: confira o gabarito da 1ª fase do vestibular e resolução comentada
Diretor do curso pré-vestibular do Colégio Oficina do Estudante, Wander Azanha, avaliou que foi uma prova bem elaborada.
"Uma prova de primeira fase da Unesp esperada, sem grandes surpresas, bastante tradicional. Uma prova muito bem feita em química, por exemplo, com temas esperados como pH, termoquímica, orgânica, termoquímica teórica, sem cálculo, e também radiatividade. Em física, uma grande ênfase para mecânica: metade da prova praticamente voltada a esse tema.Algo interessante, já esperado, mas bastante relevante: questões interdisciplinares, temas como racismo e IA", disse.
Segundo ele, a prova era muito esperada e saiu alinhada com o que se vê em sala de aula, com questões clássicas, mas também inovadoras em literatura, como por exemplo, do trecho de um romance ilustrado e um poema de Drummond.
Veja, abaixo, as questões que foram consideradas as mais difíceis.
Prova da 1ª fase da Unesp 2026 é realizada na Unip Araraquara
Jéssica Campos/g1
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Questões mais difíceis 🤯
Para os professores do cursinho, que realizou correção extraoficial em transmissão do g1, as seguintes questões da prova se destacaram pelo nível de dificuldade. Clique nelas e veja a resolução:
Literatura: 19
Inglês: 24
História: 31
História da Arte: 35
Geografia: 49
Humanidades: 56
Biologia: 63
Química: 69
Física: 79
Matemática: 87
A seguir, veja análise de professores do Oficina do Estudante sobre o conteúdo de cada disciplina:
Literatura✍️
O professor de literatura, Vinicius Teixeira, avaliou que a prova manteve similaridade com as dos anos anteriores.
"A prova manteve as características dos anos anteriores na maior parte das questões. Nesse sentido, percebe-se a interpretação a partir dos períodos literários por exemplo. No entanto, houve inovação na primeira questão na medida em que apresentou um trecho de um romance ilustrado. Já a questão 19 traz um desenho que foi concebido a partir de um importantíssimo poema de Drummond o que possibilita uma leitura imagética do texto."
Prova de Literatura da Unesp 2026
Vunesp/Divulgação
Inglês 🗣️
Carlos Alexandre Torres, professor de inglês do Colégio Oficina do Estudante, comentou que a prova de inglês deste ano foi um pouco mais técnica do que as anteriores.
Segundo ele, apesar de tratar de temas atuais, os assuntos estavam mais técnicos. "Mas, de modo geral, tivemos tudo o que se espera de uma prova de inglês. Os exercícios foram de interpretação de textos, análise de vocabulário específico, gramática contextualizada", comentou.
O professor destacou ainda a variedade de gêneros textuais presentes na avaliação: cartazes, tirinhas, reportagens e gráficos. Ele afirmou que o aluno precisava ter um conhecimento lexical sólido, especialmente para compreender a reportagem, considerada um pouco mais desafiadora.
Questão 24 da prova de inglês foi considerada uma das mais difíceis
Vunesp/Divulgação
História
Questão 35 de História da Arte foi considerada uma das mais difíceis no vestibular da Unesp
Vunesp/Divulgação
Victor Rysovas, professor de História do Colégio Oficina do Estudante, afirmou que a prova foi tradicional e tranquila.
"A prova de História começa com uma questão que discute mitologia, comparando a antiguidade do deus Dionísio com Jesus. Depois, percorre um pouco de filosofia no contexto da Idade Média, tem questão sobre escravidão, sobre mulher, sobre a primeira missa, lei de terras no Brasil, expansão para o Oeste dos Estados Unidos. Quer dizer, percebe-se que são todos temas que a gente está esperando, não tem nenhuma grande novidade, não tiraram nenhum coelho da cartola. São imagens clássicas, textos clássicos. Tem uma questão que usa o apoio de um texto do Machado de Assis, discutindo o nome da confeitaria de Esaú e Jacó, a confeitaria do Império. Então é uma prova muito, muito, muito tradicional", disse.
Questão 31 de História foi considerada complexa pelos professores
Vunesp/Divulgação
Geografia
Luis Felipe Valle, professor de Geografia e Atualidades, afirmou que o vestibular da Unesp é bastante interdisciplinar e trouxe temas importantes ligados à política, meio ambiente, charges, inteligência artificial e uso das redes sociais.
"Houve destaque para a menção da Primavera Árabe, o fortalecimento do Sul Global, expressões da nova divisão internacional do trabalho, estratégias para fomento do comércio local, agricultura e espaço agrário brasileiro. Também apareceu uma questão mais clássica de geologia e, logo ao lado, outra sobre solos, fazendo uma conexão interessante com a engenharia civil. Domínios naturais e sensoriamento remoto também marcaram presença. Acho que a geografia passou por todas as partes mais tradicionais. Eventualmente, a parte demográfica, que é importante, surgiu ao tratar da presença das mulheres no mercado de trabalho", disse.
Questão de geografia envolveu IA, Studio Ghibli e recursos hídricos
Vunesp/Divulgação
Biologia
Giovanni Ferri, professor de biologia do Colégio Oficina do Estudante comentou que a prova foi bem distribuída.
"A prova está bem distribuída com questões interdisciplinares com química, além de conceitos de zoologia, ecologia, genética e fisiologia humana, tudo aquilo que os professores sempre reforçam em sala. Além de questões com botânica também.”
Questão 63 de biologia
Vunesp /Divulgação
Humanidades
Silvio Sawaya, professor de humanidades, afirmou que a prova foi tranquila e justa.
"As questões de Humanidades de hoje foram bem tranquilas, foi uma prova bem justa, como é característico da Unesp. Com questões sobre a filosofia da ciência, com duas questões sobre o tema, uma sobre a Escola de Frankfurt e duas sobre inteligência artificial, sendo que uma delas abordava o racismo algorítmico. Essa última destacava como os algoritmos acabam reproduzindo aspectos da sociedade, inclusive o racismo estrutural, que também se manifesta nesses sistemas", comentou.
Questão 56 de Humanidades foi considerada difícil no vestibular da Unesp 2026
Vunesp/Divulgação
Matemática
Para o professor de matemática, Fabiano Lopes, as questões da prova foram interdisciplinares e em algumas partes mais simples.
"Matemática com boas questões, duas questões interdisciplinares, uma com história, que envolvia conceito de porcentagem, a outra com geografia, no caso a parte da matemática bem simplesinha, que envolvia tangente na comparação de dois ângulos, depois uma questão de razão e proporção, uma questão de função do primeiro grau, uma outra questão de porcentagem, uma questão de função do segundo grau, uma questão de áreas de geometria plana, uma questão de geometria espacial, que envolvia semelhança de triângulos, e uma questão de progressão geométrica."
Questão 87 de Matemática foi considerada complexa pelos especialistas
Vunesp/Divulgação
Física
O professro de física, Luis Felipe Campos Faria, enfatizou a ênfase em mecânica.
‘A prova de Física cobriu as principais áreas da disciplina, com uma ênfase maior em mecânica, já que quase metade das questões envolvia algum tema dessa área. Além disso, cabe pontuar a presença de questões interdisciplinares, característica da prova da Unesp. Uma questão em particular misturava ondulatória e botânica, demandando uma integração de conhecimentos por parte do candidato", comentou.
Questão 79 de Física foi considera a mais difícil pelos especialistas
Vunesp/Divulgação
Química
Kaiki Chaves do Nascimento, professor de química, disse que a prova não fugiu do que era esperado, com questões envolvendo cálculo, pH e termoquímica.
“A prova de Química da Unesp deste ano trouxe questões dentro do que nós já esperávamos, como cálculo relacionado a pH e termoquímica. Apesar de ser um tema previsto, a questão de termoquímica foi mais teórica, em que os alunos não precisavam calcular a variação de entalpia, apenas identificar se a reação era endotérmica ou exotérmica.
Para ele, falou questão sobre radioatividade e exercícios mais completo sobre cálculo de termoquímica.
"Em Orgânica, caiu uma questão no formato de lacunas, como o Unesp costuma colocar, mantendo o padrão e aparecendo novamente neste ano", conclui.
Questão 69 de Química
Vunesp/Divulgação
📝 1ª fase
Estudantes chegam para a 1ª fase da Unesp 2026 em Araraquara (SP)
Jéssica Campos/g1
A etapa incial do Vestibular 2026 da Unesp começou às 14h e se encerrou às 19h deste domingo. Ao todo, 65.218 mil candidatos concorrem às 5.867 vagas de cursos oferecidos pela instituição, eleita a sexta melhor universidade da América Latina.
A primeira fase é composta por 90 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte forma:
Linguagens e suas Tecnologias (português, literatura, inglês, educação física e arte);
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia);
Ciências da Natureza e suas Tecnologias (biologia, física e química);
Matemática e suas Tecnologias.
Veja como foi a resolução comentada:
A segunda fase está prevista para os dias 7 e 8 de dezembro. (veja calendário abaixo)
😄 Você por dentro de tudo que acontece
O g1 São Carlos realiza cobertura especial para esta primeira fase da Unesp. Desde a manhã, equipes do portal estão nas ruas para aproximar você do que acontece no vestibular - clique e acompanhe cobertura em tempo real.
Às 20h, logo após o fim do exame, o g1 São Carlos receberá professores do colégio Oficina do Estudante para uma resolução comentada. O portal também vai publicar o gabarito oficial da prova.
A programação faz parte do projeto "Vestibulou", parceria entre g1 e EPTV que busca levar informação de qualidade sobre os principais vestibulares do país.
📅 Calendário da Unesp 2026
A carreira de medicina, oferecida no campus da Unesp de Botucatu (SP), é a mais concorrida entre todos os cursos
Unesp/reprodução
1ª fase: 2 de novembro;
2ª fase: 7 e 8 de dezembro;
Prova de habilidades específicas: 16 e 22 de dezembro;
Resultado: 30 de janeiro de 2026;
Matrícula virtual da 1ª chamada: 2 a 4 de fevereiro de 2026.
Mãe e filha de despedem para a prova da 1ª fase da Unesp 2026 em Araraquara (SP)
Jéssica Campos/g1
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VÍDEOS da Unesp 2026: confira a resolução comentada de questões da 1ª fase
A ordem das questões é da prova 1.
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Unesp 2026: com 6,8% de ausentes, primeira fase tem a menor abstenção em 7 anos
Um dos locais da prova da Unesp 2026 é na Unip de Araraquara
Jéssica Campos/g1
A primeira fase do Vestibular 2026 da Universidade Estadual Paulista (Unesp), aplicada neste domingo (2), registrou abstenção de 6,8%, a menor nos últimos sete anos. A informação foi confirmada ao g1 pela assessoria da Vunesp, organizadora do exame.
Ao todo, 60.760 dos 65.208 candidatos inscritos compareceram aos locais de prova, distribuídos entre 35 cidades do país.
Unesp 2026: confira o gabarito e resolução comentada da 1ª fase do vestibular
Em Araraquara (SP), a abstenção foi de 7%. Já em Rio Claro (SP), a taxa ficou em 5,3%. São Paulo (SP), por sua vez, teve índice de 7,6%. Americana (SP) registrou o menor percentual de ausentes: 3,8%. O maior índice foi registrado em Rosana (SP): 28,4%.
Confira, abaixo, os índices de abstenções dos dez últimos anos:
2015: 8,3%
2016: 7,7%
2017: 6,4%
2018: 6,7%
2019: 7,6%
2020: 16,3%
2021: 8,2%
2022: 7,8%
2023: 8,4%
2024: 7,1%
2025: 6,8%
A prova também aconteceu em quatro cidades fora do estado de São Paulo. Veja o percentual de abstenção de cada uma delas:
Brasília (DF): 5,7%
Campo Grande (MS): 7,4%
Curitiba (PR): 9,2%
Uberlândia (MG): 5,5%
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VEJA COMO FOI A RESOLUÇÃO COMENTADA:
📝 Entenda a prova
1ª fase do Vestibular 2026 da Unesp é aplicada neste domingo (2)
Reprodução/Freepik
O exame da primeira fase é composto por 90 questões de múltipla escolha, que devem ser respondidas em um intervalo de cinco horas. Veja as disciplinas cobradas:
UNESP 2026: saiba como usar a tabela periódica da prova para mandar bem em química
Linguagens: português, literatura, inglês, educação física e arte
Ciências humanas e sociais aplicadas: história, geografia, filosofia e sociologia
Ciências da Natureza e suas tecnologias: biologia, física e química
Matemática e suas tecnologias
A redação é aplicada somente na segunda fase, agendada para 7 e 8 de dezembro. (veja abaixo calendário)
🏆 Carreiras mais concorridas
Graduandos de cursos de engenharia da Unesp
Divulgação/Unesp
A concorrência geral do vestibular 2026 é de 11,1 candidatos por vaga, um aumento de 13,3% em relação à concorrência registrada no ano passado. As mulheres representam 62,15% do total de inscritos, somando 40.532.
O curso de Medicina da Unesp de Botucatu segue um dos mais disputados do país. A relação candidato/vaga divulgada pela Vunesp revela que há 271 inscritos para cada uma das 72 vagas.
REDAÇÃO DA UNESP 2026: professor dá dicas para tirar a nota máxima e lista 5 possíveis temas
Na região da EPTV Central, afiliada da TV Globo, o curso de Engenharia Química de Araraquara (SP) é o 8º mais concorrido, com 24,7 candidatos por vaga.
Confira os 10 cursos mais concorridos:
Medicina/ Botucatu - integral - 271 candidatos/vaga
Psicologia/Bauru -- integral -56,4 candidatos/vaga
Direito/Franca - matutino - 49,3 candidatos/vaga
Ciência da Computação/Bauru -- integral - 36,9 candidatos/vaga
Psicologia/Bauru -- noturno -34,7 candidatos/vaga
Ciências Biomédicas/ Botucatu -- integral - 31,3 candidatos/vaga
Medicina Veterinária/Botucatu -- integral - 29,1 candidatos/vaga
Engenharia Química/Araraquara -- integral - 24,7 candidatos/vaga
Nutrição/Botucatu -- vespertino e noturno - 24,5 candidatos/vaga
Ciência da Computação/São José do Rio Preto -- integral - 23,9 candidatos/vaga
📅 Calendário da Unesp 2026
1ª fase: 2 de novembro
2ª fase: 7 e 8 de dezembro
Prova de habilidades específicas: 16 e 22 de dezembro
Resultado: 30 de janeiro de 2026
Matrícula virtual da 1ª chamada: 2 a 4 de fevereiro de 2026
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02/11 -
Temas da Unesp 2026: 1ª fase aborda poema de Drummond, impacto da inteligência artificial nos recursos hídricos e racismo
Professora explica questão 19 de literatura
A primeira fase do vestibular 2026 da Unesp, neste domingo (2), abordou temas como o poema 'No Meio do Caminho' de Carlos Drummond de Andrade, impactos da Inteligência artificial nos recursos hídricos, racismo estrutural e outros. (Confira a lista abaixo).
VEJA AQUI O GABARITO E A RESOLUÇÃO COMENTADA DA 1ª FASE
Segundo estudantes ouvidos pelo g1, a Vunesp manteve a tradição de criar provas interdisciplinares, que misturam conceitos de várias áreas do conhecimento, envolvendo temas e exigindo bastante interpretação de texto.
A prova deste domingo teve duração de 5 horas para responder a 90 questões de múltipla escolha. No total, 65.208 disputam 5.867 vagas em 136 cursos.
Poema de Drummond, impacto da inteligência articial nos recursos hídricos e racismo estrutural estão entre os temas da Unesp 2026
Fundo Correio da Manhã/Arquivo Nacional/Divulgação e EPA
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"Os textos são bem elaborados, então tem muita informação para assimilar. Pra mim estava desafiador. Chamou a atenção ter colocado sobre Inteligência Artificial, é um tema bem recorrente", disse a estudante Lavínia da Silva Bonifácio, de 19 anos.
➡️ A prova também abordou temas como:
Poema 'No Meio do Caminho' de Carlos Drummond de Andrade
Impactos da Inteligência artificial nos recursos hídricos
Racismo estrutural
Racismo algorítmico
Música dos Racionais MC's
Debate sobre uso de celulares nas escolas
Arte e inteligência artificial
Placenta como curativo natural
Relevância e presença das mulheres no mercado de trabalho
Diferentes tipos de solo
Tirinha do cartunista americano Bill Watterson
Crescimento do território dos Estados Unidos
Percurso do sangue no sistema circulatório
Contribuição econômica dos escravizados africanos
Capa do álbum Survival, da banda jamaicana Bob Marley & The Wailers
Romance ilustrado 'As aventuras de Nhô Quim: ou impressões de uma viagem à Corte', de Angelo Agostini e Cândido Aragonez de Faria
Tirinha da cartunista Laerte
primeiro poema da seção intitulada “Homenagem a Ricardo Reis”, da poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen.
A 1ª fase
Prova da 1ª fase da Unesp 2026 é realizada na Unip Araraquara
Jéssica Campos/g1
A etapa é composta por 90 questões de múltipla escolha. As perguntas abordaram as áreas de:
Linguagens e suas Tecnologias (português, literatura, inglês, educação física e arte),
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia)
Ciências da Natureza e suas Tecnologias (biologia, física e química)
Matemática e suas Tecnologias.
Confira os 10 cursos mais concorridos:
Correria de estudantes é registrada no fechamento de portões para a 1ª fase da Unesp
Medicina/ Botucatu - integral - 271 candidatos/vaga
Psicologia/Bauru -- integral -56,4 candidatos/vaga
Direito/Franca - matutino - 49,3 candidatos/vaga
Ciência da Computação/Bauru -- integral - 36,9 candidatos/vaga
Psicologia/Bauru -- noturno -34,7 candidatos/vaga
Ciências Biomédicas/ Botucatu -- integral - 31,3 candidatos/vaga
Medicina Veterinária/Botucatu -- integral - 29,1 candidatos/vaga
Engenharia Química/Araraquara -- integral - 24,7 candidatos/vaga
Nutrição/Botucatu -- vespertino e noturno - 24,5 candidatos/vaga
Ciência da Computação/São José do Rio Preto -- integral - 23,9 candidatos/vaga
Calendário Unesp 2026
Resultado da 1ª fase e locais de prova da 2ª: 28 de novembro de 2025
Resultado da 2ª fase: 7 e 8 de dezembro de 2025
Provas de Habilidades Específicas: 16 a 22 de dezembro (São Paulo) e 21 de dezembro (Bauru)
Divulgação da lista geral (aprovados): 30 de janeiro de 2026
Matrícula virtual da 1ª chamada: 2 a 4 de fevereiro de 2026
VÍDEOS DA EPTV:
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02/11 -
Jovem síria sonha com aprovação na Unesp para ajudar as pessoas: 'Está na minha cabeça que vou conseguir'; VEJA VÍDEO
Há 5 anos no Brasil, jovem Síria decide prestar Odontologia na Unesp
Nascida na Síria, a estudante Havin Alsabah vive neste domingo (2) um dos dias mais importantes desde a sua chegada ao Brasil, em dezembro de 2020.
É que a jovem de 20 anos é uma das 65,2 mil pessoas que prestam a primeira fase do Vestibular 2026 da Universidade Paulista (Unesp).
Unesp 2026: confira o gabarito e resolução comentada da 1ª fase do vestibular
O sonho da estudante é ser aprovada para a carreira de odontologia. Ela realiza a prova em uma universidade particular em Araraquara (SP).
"Meu sonho, desde criança, é entrar na área da saúde. Gosto muito de ajudar as pessoas. E o curso de odontologia é muito interessante", contou.
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Logo após a prova, o g1 terá a resolução comentada da prova com professores do Colégio Oficina do Estudante. O gabarito oficial também será publicado.
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Havin Alsabah, de 20 anos, sonha com aprovação em odontologia no Vestibular 2026 da Unesp
Jéssica Campos/g1
Preparação
Esta é a primeira vez que Havin presta a prova da Unesp. Em 2024, ela realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A jovem disse ter complementado os estudos do ensino médio com um cursinho pré-vestibular oferecido pela Unesp de Araraquara
"Eles [professores] me ajudaram bastante e eu agradeço a cada um deles, inclusive aos alunos", celebrou.
Devido ao processo de aprendizagem da língua portuguesa, a estudante classificou a redação como o conteúdo mais difícil do exame.
Os candidatos aprovados à segunda fase terão que redigir um texto dissertativo-argumentativo no segundo dia da etapa.
"Meu professor de redação me ajudou bastante, então estou preparada", garantiu Havin, que vai em busca da vaga à próxima etapa da Unesp.
Abraço às tradições
Prestes a completar cinco anos no Brasil, Havin não consegue esconder a gratidão que tem pelos professores e também pelos amigos que já fez no país.
Ela presta o exame em uma universidade particular de Araraquara e chegou ao local vestindo um tradicional hijab, véu destinado a mulheres que seguem a doutrina islâmica.
Atualmente, ela mora com o pai e o irmão na cidade.
"Tem muitas pessoas que confiam em mim, minha família, meus amigos. Está na minha cabeça que eu vou conseguir. Mesmo que não seja esse ano, vou [tentar] no ano que vem. Não tem problema", conclui.
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02/11 -
Jovem tenta vaga na Unesp e quer ser o 1º da família em universidade pública: 'Importante é não desistir'
Com look social e foco político, candidato chega à Unesp 2026 para fazer história na famíl
O estudante João Vitor Braga Lima, de 21 anos, chegou confiante para realizar a 1ª fase do Vestibular da Unesp 2026, neste domingo (2), em Araraquara (SP).
Candidato ao curso de Ciências Sociais, ele afirma que a prova da universidade sempre foi uma referência para ele tanto pela qualidade quanto pelo forte caráter político.
Unesp 2026: confira o gabarito e resolução comentada da 1ª fase do vestibular
Logo após a prova, o g1 terá a resolução comentada da prova com professores do Colégio Oficina do Estudante. O gabarito oficial também será publicado.
Superação
João Vitor fez o vestibular da Unesp pela primeira vez em 2022, quando ainda estava no 2º ano do ensino médio. Agora, mais maduro e preparado, ele encara o exame com outra perspectiva, a de que a aprovação pode representar um marco não só para ele, mas para toda a sua família.
“Seria uma vitória no sentido de superação, por todas as dificuldades que enfrentei na minha caminhada. Também seria um pontapé inicial para as próximas gerações da minha família se inspirarem em mim e perceberem que é algo possível. A partir daí, acessar esses espaços das universidades públicas”, contou.
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Na casa dele, apenas a irmã cursou ensino superior, Farmácia, em uma instituição particular. Caso seja aprovado, João Vitor se tornará o primeiro da família a ingressar em uma universidade pública.
João Vitor Braga Lima, de 21 anos, chegou confiante para realizar a 1ª fase do Vestibular da Unesp 2026, neste domingo (2), em Araraquara (SP).
Jéssica Campos/g1
Look social e ritual pré-prova
Para encarar o vestibular, o estudante também segue uma rotina pessoal. Ele conta que opta sempre por uma refeição leve antes da prova. “Uma alimentação saudável é essencial. Não como nada pesado: só comi salada e tomei um suco de laranja para chegar bem”, contou.
Outro detalhe que marca sua preparação é o estilo de roupa escolhida para o grande dia. João Vitor gosta de vestir traje social tanto no cursinho quanto nos vestibulares.
“É a roupa que uso quando saio de casa para estudar ou fazer prova. Gosto bastante de me vestir de social", disse.
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Expectativas para a prova e escolha do curso
Animado com o exame, ele acredita que a avaliação deve trazer discussões atuais, principalmente na área política. A escolha pelo curso de Ciências Sociais é resultado de um interesse pessoal que o acompanha há anos.
“Sempre procurei estudar sociologia, política, economia. Acredito que cursando ciências sociais vou conseguir um repertório sociocultural maior para avançar nos estudos e fazer leituras mais complexas”, explicou.
O estudante enxerga a graduação como um caminho de desenvolvimento intelectual e amadurecimento pessoal, mais do que uma formação profissional.
“É um curso que quero fazer não só pensando na carreira, mas no meu crescimento. Muitos professores me inspiraram nesta escolha e a prova da Unesp é muito boa. A expectativa fica a cargo do destino. Se não der certo dessa vez, eu tento de novo. O importante é não desistir”, finalizou.
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02/11 -
O que 5 redações nota mil do Enem têm em comum? Professores analisam 'segredos' dos textos
Redações nota mil no Enem: repertórios culturais
Quais os segredos das redações nota mil do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? O g1 selecionou um exemplo de sucesso de cada ano, de 2020 em diante, e pediu para professores traçarem um raio X desses textos:
Como os alunos usaram os repertórios culturais?
De que forma eles demonstraram coerência e coesão?
Quais ingredientes escolheram para a conclusão perfeita, com proposta de intervenção adequada?
Veja abaixo os destaques mencionados pelos especialistas. Os temas foram os seguintes:
2020 — O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira (exemplo selecionado: Aline Soares - PB)
2021 — Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil (exemplo selecionado: Emanuelle Severino - MG)
2022 - Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil (exemplo selecionado: Ana Alice Azevedo - RJ)
2023 - Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil (exemplo selecionado: Catharina Ferreira - SP)
2024 - Desafios para a valorização da herança africana no Brasil (exemplo selecionado: Anna Beatriz Veríssimo - RN)
📺REPERTÓRIO CULTURAL
A competência II [veja mais abaixo] da redação do Enem exige que o participante utilize repertórios socioculturais relacionados ao tema para embasar seus argumentos: filmes, livros, autores, músicas, reportagens… Devem ser citações pertinentes ao assunto tratado, bem contextualizadas e articuladas com o restante do texto.
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📝O problema é que alguns candidatos vêm adotando uma estratégia considerada problemática pelo Inep: eles memorizam determinadas referências (como um artigo da Constituição Brasileira ou um poema de Drummond) para usá-las em absolutamente qualquer tema proposto. Na prática, isso leva a textos genéricos, pouco aprofundados e sem citações pertinentes.
No Enem 2025, a orientação para evitar os chamados “repertórios de bolso” veio explícita na Cartilha do Participante. "Se o(a) avaliador(a) perceber que o repertório foi inserido de forma decorada, automática ou forçada, ele(a) pode avaliá-lo como não produtivo, o que poderá prejudicar a nota da competência II", diz o documento.
“É evidente para os professores de redação e para os que trabalham efetivamente na correção do Enem que, a cada ano, ocorre um refinamento dos critérios e um maior rigor da banca quanto aos textos de excelência”, diz Márcia Pelachin, coordenadora de Redação do Colégio Rio Branco (SP).
Veja como, nos exemplos "nota mil" abaixo, os candidatos acertaram nas escolhas:
✏️ Anna Beatriz Veríssimo (RN)
Redação de Anna Beatriz Veríssimo no Enem 2024
Reprodução
Trechos:
Introdução: "'Na obra literária 'Torto Arado', Itamar Vieira retrata uma comunidade quilombola na fazenda Água Negra, na Bahia, relatando aspectos socioculturais relevantes para essa população afrodescendente, como os rituais religiosos e os saberes tradicionais passados pelas gerações. Fora da ficção, é nítido que a sociedade brasileira não valoriza a herança africana presente desde a histórica formação nacional. Essa problemática da invisibilidade decorre da mentalidade colonial eurocêntrica, bem como da lacuna educacional no tocante ao resgate da cultura afro-brasileira."
1º parágrafo do desenvolvimento: "Dado o exposto, pode-se considerar a persistência de ideais eurocêntricos como empecilho para o reconhecimento do vasto legado africano no país, uma vez que tais formas de conhecimento são estigmatizadas em detrimento da valorização dos costumes hegemônicos dos colonizadores. Tal questão pode ser verificada sob o conceito de “racismo estrutural”, cunhado pelo antropólogo Silvio Almeida, em razão da naturalização do racismo em diversas esferas, a exemplo da linguagem e do uso de expressões como “magia negra” para vincular um sentido negativo ao que é negro. Dessa forma, o pensamento de desvalorização da herança africana se materializa no cotidiano, conforme denunciado por Almeida, e distancia a nação do desejo de aprender acerca dos costumes e valores africanos, ao atribuir estereótipos de desqualificação a esses saberes, o que aprofunda o óbice."
Análise:
“A redação de Anna Beatriz sobre herança africana é exemplar nesse quesito: traz o livro ‘Torto Arado’, de Itamar Vieira Junior, que dialoga diretamente com o tema; o conceito de ‘racismo estrutural’, do antropólogo Silvio Almeida; a Lei de Diretrizes e Bases; e ainda menciona personalidades negras como Machado de Assis e o abolicionista Luiz Gama”, afirma Thiago Braga, professor do gestor da área de Linguagens do Colégio e Curso pH.
“É um repertório completamente pertinente, que não apenas enriquece o texto, mas estrutura a própria argumentação."
✏️ Aline Soares (PB)
Redação nota 1.000 de Aline Soares Alves, PB
Arquivo pessoal
Trechos:
1º parágrafo: "O filme O Coringa retrata a história de um homem que possui uma doença mental e, por não possuir atendimento psiquiátrico adequado, ocorre o agravamento do seu quadro clínico. Com essa abordagem, a obra revela a importância da saúde psicológica para um bom convívio social. Hodiernamente, fora da ficção, muitos brasileiros enfrentam situação semelhante, o que colabora para a piora da saúde populacional e para a persistência do estigma relacionado à doença psicológica. Dessa forma, por causa da negligência estatal, além da desinformação populacional, essas consequências se agravam na sociedade brasileira."
3º parágrafo: "Nota-se, outrossim, que a desinformação na sociedade é outra problemática em relação ao estigma dos distúrbios mentais. Nesse aspecto, devido à escassez de divulgação de informações nas redes sociais sobre a importância da identificação e do tratamento das doenças psicológicas, há a relativização desses quadros clínicos na sociedade. Desse modo, como é retratado no filme "O Lado Bom da Vida", o qual mostra a dificuldade de inclusão de pessoas com doenças mentais na sociedade, parte da população brasileira enfrenta esse desafio. Com efeito, essa parcela da sociedade fica à margem do convívio social, tendo em vista a prevalência do desrespeito e do preconceito na população. Nesse cenário, faz-se necessária uma mudança de postura das redes midiáticas."
Análise:
No Enem 2020, Aline Soares escolheu duas obras cinematográficas para escrever sobre o estigma associado a transtornos mentais: “Coringa” e “O Lado Bom da Vida”.
“Isso ampliou o alcance interpretativo do texto e demonstrou intertextualidade cultural produtiva”, afirma Marilurdes Cruz Borges, do curso de Linguística da Universidade de Franca.
Cláudia de Fátima Oliveira, da mesma instituição, dá detalhes:
o uso de “Coringa” na introdução já apresenta o tema e fundamenta a tese sobre negligência estatal e desinformação social;
“O Lado do Bom da Vida” aparece no desenvolvimento como um exemplo complementar.
“Os filmes não substituem a argumentação: eles a enriquecem. Esse uso é exemplar para a Competência 2, pois é pertinente, legitimado e produtivo”, afirma a docente.
✏️ Ana Alice Azevedo (RJ)
Trecho da Redação do Enem de Ana Alice de Souza Azevedo.
Reprodução
Trecho:
Introdução: "Na primeira fase do Romantismo, os aspectos da natureza brasileira e os povos tradicionais foram intensamente valorizados nas obras, criando um movimento ufanista em relação a características nacionais. Tal quadro de valorização, quando comparado à realidade, não foi perpetuado, apresentando preocupantes desafios para a exaltação das comunidades nativas na contemporaneidade. Nesse sentido, a problemática não só deriva da inércia estatal, mas também do descaso social."
Análise:
“Ana Alice, no texto sobre povos tradicionais, também impressiona ao mobilizar o Romantismo brasileiro, especificamente sua primeira fase ufanista, criando um contraponto histórico interessante: a valorização das comunidades nativas já existiu na cultura brasileira e precisa ser retomada”, diz Braga.
Magna Araújo, professora de redação no Colégio 7 de Setembro, da Inspira Rede de Educadores, também elogia as referências da aluna. “Essa habilidade de relacionar o tema com repertórios pertinentes e variados é um dos fatores que diferenciam uma redação comum de uma redação nota mil", afirma.
🔃COERÊNCIA E COESÃO
Redações nota mil no Enem: coerência e coesão
“A clareza organizacional é marca registrada dos textos nota mil”, explica o professor Braga. Ele cita o exemplo de Emanuelle Severino (2021), cuja introdução contrasta a cidadania na Grécia Antiga com a realidade brasileira. Isso cria uma base conceitual sólida antes da discussão sobre causas e consequências da falta de registro civil. Veja:
Redação nota mil da candidata Emanuelle Severino, de Belo Horizonte
Divulgação
Trecho: "A cidadania, no contexto relativo à Grécia Antiga, era restrita aos homens aristocratas, maiores de vinte e um anos, que participassem do sistema político de democracia direta do período. Diferentemente dessa conjuntura, a Carta Magna do Estado brasileiro, vigente na contemporaneidade, concede o título de cidadão do Brasil aos indivíduos nascidos em território nacional, de modo que a oficialização dessa condição está atrelada ao registro formal de nascimento. Nesse contexto, convém apresentar que, em virtude da ausência dessa documentação, diversas pessoas passam a enfrentar um quadro de invisibilidade frente à estrutura estatal e, com isso, são privadas da verdadeira cidadania no país."
Já a redação de Catharina (2023), sobre a desvalorização do trabalho de cuidado, foi elogiada pela “organização exemplar e progressão temática precisa”, segundo professoras da Universidade de Franca. A estudante relaciona o contexto capitalista à personagem Macabéa, de A Hora da Estrela, articulando causas econômicas e culturais da invisibilidade social.
Note como o 2º parágrafo introduz, desenvolve e conclui o primeiro argumento:
Trecho da redação nota mil de Catharina Ferreira no Enem 2023
Reprodução/Inep
Trecho: "A princípio, o prestígio social de um trabalho é um fator importante para a determinação de seu reconhecimento e remuneração. Nesse raciocínio, atividades de cuidado são estigmatizadas dentro do corpo social como inferiores e descriminalizadas pelo seu baixo nível de escolaridade. Isso acontece, pois com a predominância do capitalismo no ocidente e a Revolução Tecnológica introduzida a partir da 3ª Revolução Industrial no mundo contemporâneo, houve a crescente valorização de serviços de alto grau de especialização e nível acadêmico. Dessa forma, atividades de baixo ou nenhum valor tecnológico, como o trabalho do cuidado ou tarefas domésticas, foram socialmente marginalizadas em escala global."
“Essa redação sobre o trabalho de cuidado é um ótimo exemplo de argumentação bem organizada e aprofundada. Nota-se que em cada parágrafo a aluna desenvolve uma única ideia, de forma clara e pertinente ao tema”, observa Marina Rocha, professora do Colégio AZ.
Outro recurso essencial para alcançar a nota mil é o uso de conjunções (como “dessa forma”, “além disso”) para manter a coesão do texto. Veja como Catharina emprega o recurso de forma natural:
"Entretanto, nota-se, na comunidade brasileira, a invisibilidade desse serviço e seu protagonismo majoritariamente feminino."
"Dessa forma, atividades de baixo ou nenhum valor tecnológico, como o trabalho do cuidado ou tarefas domésticas, foram socialmente marginalizadas em escala global."
"Portanto, é necessária a aplicação de medidas para o enfrentamento da desvalorização do trabalho de cuidado no Brasil."
“A distribuição equilibrada dos conectores e a retomada de termos-chave na conclusão consolidam o encadeamento temático. O resultado é um texto coeso, coerente e planejado, que demonstra domínio das relações lógicas entre as partes e atende plenamente às exigências das competências 3 e 4”, analisam as professoras da Universidade de Franca.
Essa habilidade está prevista na Competência 4, sobre mecanismos linguísticos adequados na argumentação.
E atenção: o Inep pede que o candidato use “variados operadores argumentativos” e recursos que garantam o encadeamento de ideias. Mas não há motivo para decorar expressões do século XIX. É possível usar conjunções e expressões variadas, dentro de um repertório mais próximo ao atual.
Veja um trecho da Cartilha do Participante:
Inep reforça que não há a necessidade de usar elementos coesivos em excesso
Reprodução/Inep
🤝PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
Redações nota mil no Enem: proposta de intervenção
Na conclusão, a missão principal é elaborar uma proposta de intervenção completa, pensada para solucionar o problema proposto naquela edição da prova. Portanto, é necessário:
apresentar argumentos que defendam uma tese
e, no fim do texto, escrever uma ideia de como solucionar a questão.
Essa proposta deve definir:
a ação: qual é a iniciativa sugerida?
o agente: quem deve executar a ação?
o meio de execução: de que forma o "projeto" vai ser colocado em prática?
a finalidade: qual é o objetivo?
o detalhamento: que outra informação pode ser acrescentada para esmiuçar a proposta?
Os textos nota mil apresentam planos detalhados e viáveis, como o de Aline:
"Portanto, vistos os desafios que contribuem para o estigma associado aos transtornos mentais, é mister uma atuação governamental para combatê-los. Diante disso, o Ministério de Saúde [AGENTE] deve intensificar a criação de atendimentos psiquiátricos públicos [AÇÃO], com o objetivo de melhorar a saúde mental da população e garantir o seu direito [FINALIDADE]. Para tal, é necessário um direcionamento de verbas para a contratação dos profissionais responsáveis pelo projeto [MEIO DE EXECUÇÃO], a fim de proporcionar uma assistência de qualidade para a sociedade [DETALHAMENTO]. Além disso, o Ministério das Comunicações deve divulgar informações nas redes midiáticas sobre a importância do respeito às pessoas com doenças psicológicas e da identificação precoce desses quadros. Mediante a essas ações concretas, a realidade do filme O Coringa tão somente figurará nas telas dos cinemas." (Aline Soares)
“A redação de Aline sobre saúde mental apresenta duas propostas, o que é raríssimo e mostra domínio absoluto da competência V”, diz Thiago Braga.
O Inep, na Cartilha do Participante, faz um alerta: "Evite propostas vagas, genéricas ou incompatíveis com a discussão, bem como estruturas que não permitam ter certeza de que você está propondo, de fato, uma intervenção".
Se você optar por apresentar mais de uma solução, tudo bem! Apenas uma delas necessita cumprir todos os itens da listinha acima. E não se esqueça de respeitar os direitos humanos ao sugerir uma iniciativa (ou seja, não ferir a dignidade, a igualdade, a laicidade do Estado, a democracia e o princípio de sustentabilidade ambiental).
Em 2021, Emanuelle sugeriu unidades móveis de cartório que atendessem semanalmente comunidades sem acesso a registro civil.
"Diante do exposto, conclui-se que o registro civil é um aspecto intrínseco à cidadania no Brasil. Por isso, o Governo Federal deverá propiciar a acessibilidade das populações mais carentes, que sofrem com a falta de acesso à documentação, a esse tipo de serviço, por meio da articulação de unidades móveis para os cartórios do país. No que tange a esse aspecto, os veículos adaptados transportarão os funcionários dos órgãos de registros até as áreas de menor renda "per capita" de seus respectivos municípios, um dia por semana, com o intuito de realizar o procedimento formal de emissão dos documentos de nascimento dos grupos sociais menos favorecidos economicamente. Desse modo, um maior número de brasileiros acessará, efetivamente, a condição de cidadão." (Emanuelle)
Já Anna Beatriz (2024) dividiu responsabilidades entre o Executivo, o Congresso e o Ministério da Educação, propondo políticas de valorização da cultura africana:
"Portanto, é preciso reconhecer e valorizar a herança africana no Brasil. Para isso, o Governo Federal, em parceria com as secretarias estaduais de educação, deve ampliar as campanhas de valorização da cultura africana, sob um viés afrocentrado, por meio de votação entre deputados e senadores — responsáveis pela aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) —, com a finalidade de combater a visão eurocêntrica presente na sociedade, promovendo o aprendizado da história sob a ótica dos afrodescendentes. (...)" (Anna Beatriz)
“A menção à Lei Orçamentária Anual revela conhecimento técnico impressionante”, elogia Braga.
Competências exigidas na redação
Competência 1 - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
Competência 2 - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5 - Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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02/11 -
Unesp 2026: tudo o que você precisa saber antes e depois da 1ª fase do vestibular
Veja o que você precisa saber antes de fazer a prova da Unesp neste domingo
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) promove, a partir das 14h deste domingo (2), a primeira fase do Vestibular 2026. A etapa conta com 65.218 mil inscritos - alta de 0,59% em relação ao exame do ano passado.
Unesp 2026: confira o gabarito e resolução comentada da 1ª fase do vestibular
Os candidatos terão 5 horas para responder a 90 questões de múltipla escolha. Eles disputam 5.867 vagas em cursos oferecidos pela instituição, eleita a sexta melhor universidade da América Latina.
🚨 E atenção: O g1 terá uma cobertura especial da prova e, logo depois, faz uma transmissão ao vivo com a resolução comentada por professores do colégio Oficina do Estudante, além do gabarito oficial.
O exame é aplicado em 31 municípios do estado de São Paulo, além de Campo Grande (MS), Brasília (DF), Uberlândia (MG) e Curitiba (PR).
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O g1 preparou guia sobre o tudo o que você precisa saber em relação ao vestibular:
Quais os dias e horários de prova?
O que pode levar?
O que não pode levar?
Em quais cidades o vestibular é realizado?
Quando deve sair o resultado da 1ª chamada?
Como as questões são distribuídas na 1ª fase?
Cursos mais concorridos
Cursos menos concorridos
Sistema de Cotas
Há literatura obrigatória?
'Vestibulou': Veja como usar simulados para se preparar para vestibulares
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DADOS: Unesp 2026 registra 65 mil inscritos no vestibular; confira os 10 cursos mais concorridos
SONO, CALMA E HOBBIES: saiba como diminuir estresse e ansiedade antes dos vestibulares
1. Quais os dias e horários de prova?
Unesp 2026 é aplicada em 35 municípios
Reprodução/Freepik
A primeira fase acontece neste domingo, enquanto a segunda está prevista para os dias 7 e 8 de dezembro. Em todas as datas, os portões serão abertos às 13h, com fechamento previsto para as 13h40.
Em ambas as fases, a prova começa a ser aplicada exatamente às 14h. Elas duram 5 horas e o candidato pode sair a partir das 17h.
LEIA MAIS: veja o que a prova vai exigir e dicas valiosas de professores para se dar bem
A orientação da Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual (Vunesp), organizadora do exame, é que os candidatos cheguem aos locais de prova com uma hora de antecedência.
Vestibular Unesp 2026 — 1ª fase
Data: 2 de novembro
Início da prova: 14h
Término da prova: 19h
Duração: 5 horas
Vestibular Unesp 2026 — 2ª fase
Datas: 7 e 8 de dezembro
Início da prova: 14h
Término da prova: 19h
Duração: 5 horas
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2. O que pode levar?
Unesp divulga resultado de isenção e redução da taxa do Vestibular 2026
Ares Soares
Os itens permitidos para a realização da prova são:
Caneta esferográfica com tinta preta;
Régua transparente;
Documento de identificação original (RG, Carteira de Habilitação, Certificado Militar, Carteira de Trabalho, Passaporte, Carteira de Identificação Nacional, Registro Nacional de Estrangeiros, Identidade expedida pelas Forças Armadas ou carteira de órgão ou conselho de classe).
A pausa para hidratação e alimentação também está prevista no edital. Os candidatos podem levar:
Água, refrigerante ou suco;
Alimentos leves;
Doces e balas.
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3. O que não pode levar?
Caneta esferográfica preta é a única permitida na Unesp 2026
Thomaz Marostegan
É proibida a utilização de:
Relógios;
Calculadoras;
Celulares;
Protetores auriculares;
Bonés;
Gorros;
Chapéus;
Óculos de sol.
O Manual do Candidato pode ser acessado pelo link.
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4. Em quais cidades o vestibular é realizado?
Vista aérea da Unesp de Botucatu
Divulgação/Unesp
O exame é aplicado em 31 municípios paulistas:
Americana;
Araçatuba;
Araraquara;
Assis;
Bauru;
Botucatu;
Campinas;
Dracena;
Franca;
Guaratinguetá;
Guarulhos;
Ilha Solteira;
Itapeva;
Jaboticabal;
Jundiaí;
Marília;
Ourinhos;
Piracicaba;
Presidente Prudente;
Registro;
Ribeirão Preto;
Rio Claro;
Rosana;
Santo André;
São João da Boa Vista;
São José do Rio Preto;
São José dos Campos;
São Paulo;
São Vicente;
Sorocaba;
Tupã.
FIQUE INFORMADO: Unesp divulga locais de prova do Vestibular 2026
O exame também acontece em outras quatro cidades fora do Estado de São Paulo:
Brasília (DF);
Campo Grande (MS);
Curitiba (PR);
Uberlândia (MG).
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5. Quando deve sair o resultado da 1ª chamada?
Biblioteca da Unesp de Araraquara
Divulgação/Unesp
A divulgação dos classificados para a segunda fase está agendada para 28 de novembro. A consulta estará disponível no site da Vunesp.
Já a divulgação da lista geral de classificação acontece em 30 de janeiro, pelo mesmo site.
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6. Como as questões são distribuídas na 1ª fase?
Redação da Unesp: professor dá dicas para tirar a nota máxima e lista 5 possíveis temas
A etapa é composta por 90 questões de múltipla escolha.
As perguntas abordarão as áreas de:
Linguagens e suas Tecnologias (português, literatura, inglês, educação física e arte),
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia)
Ciências da Natureza e suas Tecnologias (biologia, física e química)
Matemática e suas Tecnologias.
A Unesp não divulga o número de questões por área.
SAIBA MAIS: confira temas que podem cair na Unesp 2026
Já a segunda fase, dividida em dois dias, reúne 36 questões discursivas e uma redação. A prova exige um texto dissertativo-argumentativo em prosa.
1º dia (7 de dezembro, domingo)
24 questões contemplando as áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (elementos de história, geografia, filosofia e sociologia); Ciências da Natureza e suas tecnologias (elementos de biologia, química e física) e Matemática e suas tecnologias.
2º dia (8 de dezembro, segunda-feira)
12 questões contemplando a área de Linguagens e suas tecnologias (elementos de língua portuguesa e literatura, língua inglesa, educação física e arte) e Redação.
Desde o Vestibular 2020, a Unesp vem aplicando questões interdisciplinares, com 108 no total até agora, o que representa cerca de 20% da prova. A universidade pretende ampliar essa proporção na edição de 2026.
REDAÇÃO DA UNESP 2026: professor dá dicas para tirar a nota máxima e lista 5 possíveis temas
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7. Cursos mais concorridos
Saiba como diminuir estresse e controlar ansiedade para vestibulares
A concorrência geral do vestibular 2026 é de 11,1 candidatos por vaga, um aumento de 13,3% em relação à concorrência registrada no ano passado. As mulheres representam 62,15% do total de inscritos, somando 40.532.
O curso de Medicina da Unesp de Botucatu segue um dos mais disputados do país. A relação candidato/vaga divulgada pela Vunesp revela que há 271 inscritos para cada uma das 72 vagas.
Na região, o curso de Engenharia Química de Araraquara (SP) é o 8º mais concorrido, com 24,7 candidatos por vaga.
Confira os 10 cursos mais concorridos:
Medicina/ Botucatu - integral - 271 candidatos/vaga
Psicologia/Bauru -- integral -56,4 candidatos/vaga
Direito/Franca - matutino - 49,3 candidatos/vaga
Ciência da Computação/Bauru -- integral - 36,9 candidatos/vaga
Psicologia/Bauru -- noturno -34,7 candidatos/vaga
Ciências Biomédicas/ Botucatu -- integral - 31,3 candidatos/vaga
Medicina Veterinária/Botucatu -- integral - 29,1 candidatos/vaga
Engenharia Química/Araraquara -- integral - 24,7 candidatos/vaga
Nutrição/Botucatu -- vespertino e noturno - 24,5 candidatos/vaga
Ciência da Computação/São José do Rio Preto -- integral - 23,9 candidatos/vaga
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8. Cursos menos concorridos
Faculdade de Odontologia da Unesp de Araçatuba
Divulgação/Unesp
Meteorologia - integral - 0,8 candidato por vaga
Música - Habilitação em Regência - integral - 0,8 candidato por vaga
Geografia - matutino - 1 candidato por vaga
Matemática - Licenciatura - matutino - 1,1 candidato por vaga
Ciências Sociais - Bacharelado e Licenciatura - noturno - 1,1 candidato por vaga
Geografia - Licenciatura - noturno - 1,1 candidato por vaga
Engenharia Cartográfica e de Agrimensura - integral - 1,2 candidato por vaga
Matemática - Licenciatura - noturno - 1,2 candidato por vaga
Matemática - Licenciatura - noturno - Ilha Solteira -1,2 candidato por vaga
Ecologia - integral - 1,3 candidato por vaga
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9. Sistema de Cotas
A universidade mantém o Sistema de Reserva de Vagas para Educação Básica Pública (SRVEBP), que destina 50% das vagas de cada curso para estudantes que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas.
PRÁTICA, CORREÇÃO E ESTRATÉGIA: veja como usar simulados para se preparar para vestibulares
Dentro dessa cota, 35% das vagas são reservadas para candidatos que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas. O sistema inclui também as 934 vagas oferecidas por meio do Provão Paulista.
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10. Há literatura obrigatória?
Literatura da Unesp: veja dicas de professor para a prova da 1ª fase
O professor de literatura Vinícius Teixeira lembra que a Vunesp não tem uma lista de livros obrigatória comum em outros vestibulares.
“Isso não significa que a literatura não tenha um papel muito importante dentro da prova.” Os diversos gêneros literários vão aparecer nos excertos e enunciado das questões. (veja mais dicas no vídeo acima).
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01/11 -
Unesp 2026: Contextos históricos que se relacionam com operação com 121 mortos podem cair na prova, diz professor
Armas apreendidas durante a megaoperação da polícia nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio
REUTERS/Tita Barros
A megaoperação ocorrida nesta semana nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ), reúne temas com potencial para estarem presentes na primeira fase do Vestibular 2026 da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
É o que projeta o professor de geografia e atualidades Daniel Simões, do colégio Oficina do Estudante, de Campinas (SP). Com 65,2 mil candidatos, a etapa acontece neste domingo (2) e contará com cobertura especial do g1. (leia abaixo)
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A 'Operação Contenção' deixou 121 mortos e se tornou a mais letal da história da cidade.
Para o professor, os possíveis temas a serem abordados são: uso da força, escravidão e combate ao tráfico de drogas.
Leia, abaixo, análise sobre cada um deles:
1ª fase do Vestibular 2026 da Unesp é aplicada neste domingo (2)
Gustavo Rodrigues/UEA
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Uso da força
Polícia do RJ faz balanço da megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha
De acordo com Simões, é essencial que o estudante esteja a par conceito do conceito, que se baseia na aplicação da força por agentes do Estado, como policiais, a fim da manutenção da ordem e da segurança pública.
O docente lembra que foi o sociólogo alemão Max Weber quem instituiu o conceito, sintetizado pela seguinte frase: “O Estado deve deter o monopólio do uso legítimo da força".
Combate ao tráfico
Polícia identifica 109 mortos em megaoperação no Rio e afirma que 78 tinham ficha criminal
Jornal Nacional/ Reprodução
O professor descreve, também, o tráfico de drogas como uma das atividades mais lucrativas do capitalismo. Para ele, a solução ao problema está atrelada à oferta de melhores condições sociais àqueles que se encontram em situação vulnerável.
"A essência do combate a grandes organizações criminosas passa por inclusão social, passa por urbanização das favelas, e passa, sobretudo, pelo rastreamento do sistema financeiro com inteligência, cerceamento das lideranças do crime”, pondera.
Escravidão
Pena utilizada pela Princesa Isabel para assinatura da Lei Áurea é uma das 12 mil imagens digitalizados
Projeto Dami | Divulgação Museu Imperial
Simões aponta, ainda, a escravidão como uma das principais heranças de sangue do colonialismo. Ele lembra que as primeiras favelas brasileiras surgiram a partir da ocupação informal de terrenos por populações de baixa renda, no início do século XX.
📖 O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão, com a assinatura da Lei Áurea em 1888. “Entramos no século XX com a questão dos ex-escravizados mal resolvida", comenta, o professor.
Com a industrialização pujante na segunda metade do século XX, Simões argumenta que o crescimento urbano agravou a exclusão desses afrodescendentes. “É o que nós observamos nas favelas, bairros extremamente precários”, observa.
IA, POLÍTICA, TRUMP: veja temas que podem cair na Unesp 2026
Já o professor Luis Felipe Valle, que também leciona geografia no colégio, destaca que a falta de oportunidades ainda segrega a vida de milhões de brasileiros, mesmo após 137 do fim da escravidão no país.
"[Segrega] Especialmente [a vida daqueles jovens] de pele preta e parda, alvos preferenciais do aliciamento pelas facções", conclui.
Professor de atualidades do colégio Oficina do Estudante, Luís Felipe Valle
Arquivo pessoal/ g1/ Anova Mineração RCO Mineração/Getty Images via BBC/TV Globo e Adobe Stock
Unesp 2026
A carreira de medicina, oferecida no campus da Unesp de Botucatu (SP), é a mais concorrida entre todos os cursos
Unesp
A primeira fase da Unesp é aplicada no próximo domingo (2), a partir das 14h. O g1 receberá professores do colégio Oficina do Estudante para uma resolução comentada e também vai publicar o gabarito oficial do exame.
O programa vai ao ar a partir das 20h, logo após o encerramento da prova. A cobertura, porém, tem início logo pela manhã nos locais de prova. (clique e saiba mais)
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01/11 -
Renegociação de dívidas do Fies começa neste sábado; veja quem tem direito
Prazo de renegociação do FIES começa neste sábado e segue até 31 de dezembro de 2026
A partir deste sábado (1º), estudantes que firmaram contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) a partir de 2018 poderão renegociar suas dívidas. Segundo o Ministério da Educação (MEC), mais de 160 mil pessoas serão beneficiadas pela medida, que busca facilitar a regularização dos débitos e oferecer condições mais vantajosas de pagamento.
💰O prazo para solicitar a renegociação vai até 31 de dezembro de 2026, e todo o processo será feito de forma digital — pelo aplicativo Fies Caixa ou pelo site da Caixa Econômica Federal.
✏️De acordo com o MEC, o público-alvo são os estudantes que:
têm contratos do Fies assinados a partir de 2018;
já concluíram o curso e estão na fase de amortização (pagamento do financiamento);
estão com parcelas atrasadas há mais de 90 dias, em 31 de julho de 2025.
Essas dívidas somam cerca de R$ 1,8 bilhão em saldo devedor.
Quais são as condições?
O novo modelo de renegociação permite parcelar o valor devido em até 180 vezes (15 anos), com perdão total de juros e multas, o que reduz o montante final da dívida.
A parcela mínima será de R$ 200, exceto quando o saldo total for inferior a esse valor.
A formalização será feita por meio de um termo aditivo ao contrato original. A renegociação não inclui valores referentes à coparticipação com as instituições de ensino superior (IES), a seguros prestamistas nem a tarifas bancárias — nesses casos, a negociação deve ser feita diretamente com a instituição.
O que é Fies?
Criado pela Lei nº 10.260/2001, o Fies é um programa do MEC que financia cursos de graduação em faculdades privadas com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Desde 2018, o programa passou a oferecer juros zero para estudantes de menor renda e financiamento proporcional à renda familiar.
Podem se inscrever no Fies os candidatos que tenham participado do Enem a partir de 2010, com média igual ou superior a 450 pontos nas provas e nota acima de zero na redação, além de renda familiar mensal de até três salários mínimos por pessoa.
Governo anuncia renegociação do Fies
Reprodução/TV Globo
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01/11 -
Unesp 2026: Saiba o que levar na prova e o que pode desclassificar candidatos no vestibular
Veja o que você precisa saber antes de fazer a prova da Unesp neste domingo
A primeira fase do Vestibular Unesp 2026 acontece neste domingo (2). No total, 65.218 candidatos disputam 5.867 vagas em 136 cursos de graduação oferecidos em 24 cidades do estado de São Paulo.
Para garantir a tranquilidade e evitar imprevistos que podem levar à eliminação, é fundamental que os estudantes conheçam as regras sobre o que levar e quais atitudes são proibidas durante o exame.
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Logo após a prova, o g1 terá uma transmissão com resolução comentada das questões por professores do colégio Oficina do Estudante, além do gabarito oficial.
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RESOLUÇÃO: Unesp 2026: g1 terá resolução comentada ao vivo e gabarito oficial neste domingo (2)
1ª FASE NA UNESP: Veja o que a prova vai exigir e dicas valiosas de professores para se dar bem
ATENÇÃO: Unesp divulga locais de prova do Vestibular 2026; primeira fase será no dia 2 de novembro
Veja abaixo:
O que levar para a prova
O que é proibido durante o exame
O que pode eliminar o candidato
Que horas a prova começa?
Onde vou fazer a prova da 1ª fase Unesp?
Quantas questões vou responder?
1- O que levar para a prova?🎒
Treinar com provas anteriores e simular o ambiente real de vestibular são estratégias que ajudam a controlar o tempo no dia da prova
divulgação
Para realizar o exame, o candidato deve obrigatoriamente levar:
Documento de identificação original com foto: São aceitos RG, CIN, CNH (modelo com foto), Certificado Militar, CTPS, Passaporte, RNE ou carteiras de órgãos e conselhos de classe e de corporações militares. Atenção: Não serão aceitos protocolos ou cópias, mesmo que autenticadas. O documento deve permitir a clara identificação do candidato.
Caneta esferográfica de tinta preta: Fabricada em material transparente. O uso de outra cor pode impedir a leitura óptica das respostas.
Régua transparente.
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2 - O que é proibido durante o exame?🚫
É estritamente proibido o uso ou porte dos seguintes itens durante a realização das provas:
Aparelhos eletrônicos: Calculadoras, celulares, relógios (de qualquer tipo), reprodutores de áudio, ou qualquer dispositivo similar. Equipamentos eletrônicos devem ser desligados, embalados e lacrados pelo fiscal, permanecendo assim até a saída do prédio.
Acessórios: Protetores auriculares, bonés, gorros, chapéus e óculos de sol.
Armas: De qualquer espécie, mesmo com porte ou autorização.
Cabelos longos soltos, bandanas ou similares: As orelhas devem permanecer visíveis para fiscalização.
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3 - O que pode eliminar o candidato? ❌
Diversas situações podem levar à desclassificação do estudante do Vestibular Unesp 2026. Fique atento:
Atraso: Chegar ao local de prova após o fechamento dos portões (13h40).
Falta de Identificação: Não apresentar um dos documentos originais válidos listados.
Ausência: Faltar em qualquer uma das provas (1ª ou 2ª fase).
Uso de itens proibidos: Utilizar qualquer dispositivo eletrônico ou acessório não permitido durante a prova.
Porte de armas: Mesmo com autorização.
Desobediência: Não seguir as orientações dos fiscais ou as normas do Manual do Candidato.
Recusa em permanecer na sala: Caso seja um dos três últimos candidatos a terminar, recusar-se a aguardar a entrega da prova pelo último participante.
Fraude: Qualquer tentativa de fraude durante o processo.
Para evitar problemas, confira atentamente o Manual do Candidato e planeje sua chegada ao local de prova com antecedência.
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4 - Que horas a prova começa? 🕐
A prova de Conhecimentos Gerais terá início às 14h, com duração de 5 horas. Os portões serão abertos às 13h e fechados, impreterivelmente, às 13h40 (horário de Brasília). O estudante pode deixar o local de prova a partir das 17h.
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5 - Onde vou fazer a prova da 1ª fase Unesp? 📍
Primeira fase da Unesp acontece na Unip em Araraquara
Leonardo Marco/g1
O exame é aplicado em 31 municípios paulistas, além de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR) e Uberlândia (MG). A recomendação é chegar ao local com uma hora de antecedência. Os locais de prova podem ser consultados no site da Vunesp desde 24 de outubro.
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6 - Quantas questões vou responder?📝
A prova consiste em 90 questões objetivas de múltipla escolha sobre:
Linguagens - português, literatura, inglês, educação física e arte
Ciências humanas e sociais aplicadas - história, geografia, filosofia e sociologia
Ciências da Natureza e suas tecnologias - biologia, física e química
Matemática e suas tecnologias
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31/10 -
Unesp 2026: saiba como usar a tabela periódica da prova para mandar bem em química; VÍDEO
'Vestibulou': veja o que pode cair na prova de química da Unesp 2026
🧪 O caderno de prova do vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) conta uma importante fonte de informação no exame de química: a tabela periódica.
Se utilizada da melhor forma, a ferramenta de organização dos elementos químicos se torna grande aliada dos estudantes, ressalta o professor de química Eduardo Machado, do colégio Oficina do Estudante, de Campinas (SP).
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💻 O g1 São Carlos realiza o projeto "Vestibulou", que busca levar informação de qualidade e dicas para estudantes que prestarão as principais provas do país.
O professor participou nesta quinta-feira (30) do plantão tira-dúvidas para a primeira fase do Vestibular 2026 da Unesp, aplicada no próximo domingo (2). (assista acima ou leia abaixo todas as dicas do docente para interpretar a tabela e também temas que tendem a ser cobrados).
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🧬 Características
Tabela periódica dos elementos
Marcelo Brandt/G1
A tabela periódica reúne 118 elementos químicos, sendo 92 naturais e outros 26 criados artificalmente.
Machado conta que a lista reúne três tipos de informações explícitas: símbolo do elemento, massa atômica e número atômico, que consiste na quantidade de prótons presente no núcleo de um átomo.
"Aquelas informações são explícitas. Aonde eu costumo usar elas? Principalmente nos exercícios de estequiometria e naqueles que envolvem a relação entre mol e massa", afirma o professor.
SONO, CALMA, HOBBIES: saiba como diminuir estresse e ansiedade antes dos vestibulares
Ainda de acordo com ele, os candidatos devem se atentar ao fato de que precisam arredondar a massa atômica de um elemento para o número inteiro mais próximo.
Contudo, a regra normalmente não se aplica ao cloro, cuja média ponderada (35,5) é proveniente dos dois isótopos naturais mais abundantes do elemento.
O professor de química Eduardo Machado, do colégio Oficina do Estudante
Reprodução
🤔 E quais conteúdos para ficar atento?
Tabela periódica é disponibilizada no caderno de prova da Unesp
Reprodução/Senai
O professor ressalta que, desde 2020, a radioatividade é tema que aparece no Top 5 de conteúdos mais abordados pela Unesp. "O candidato precisa conhecer, além da organização dos elementos, fatores como a o número de camadas eletrônicas do átomo e a carga nuclear dele", pondera.
"Se eu pudesse dar uma dica rapidíssima em relação a isso, eu diria: "Lembre-se ou revise as tendências de variação do raio atômico e lembre que eletronegatividade, afinidade eletrônica e energia de ionização são tendências opostas à tendência do raio atômico. Quando o raio aumenta, a eletrogatividade, a afinidade eletrônica e a energia de ionização, em geral, diminuem'", completa.
Outro assunto para revisar, de acordo com Machado, é a variação radial. Nos últimos dez anos, o conteúdo foi abordado pela prova em ao menos duas oportunidades.
"Lembre-se de olhar aquelas propriedades que têm tendência de variação radial na tabela periódica. Aquelas que não aumentam nem para cima e nem para baixo, mas aumentam convergindo para os metais de transição", conclui.
Veja a íntegra do plantão tira-dúvidas sobre a Unesp:
Unesp 2026: assista a íntegra do plantão tira-dúvidas do 'Vestibulou'
📚 Unesp 2026
Instituto de Química da Unesp de Araraquara
Amanda Rocha/g1
A primeira fase da Unesp é aplicada no próximo domingo (2), a partir das 14h. O g1 receberá professores do colégio Oficina do Estudante para uma resolução comentada e também vai publicar o gabarito oficial do exame.
O programa vai ao ar a partir das 20h, logo após o encerramento da prova. A cobertura, porém, tem início logo pela manhã nos locais de prova. (clique e saiba mais)
📝 Concorrência
A carreira de medicina, oferecida no campus da Unesp de Botucatu (SP), é a mais concorrida entre todos os cursos
Unesp/reprodução
Ao todo, 65.218 estudantes se inscreveram para concorrer às 5.867 vagas disponíveis, resultando em uma média geral de 11,1 candidatos por vaga. O curso de Medicina da Unesp de Botucatu (SP) segue um dos mais disputados do país, com 271 inscritos para cada uma das 72 vagas.
Na região da EPTV Central, afiliada da TV Globo, o curso de Engenharia Química de Araraquara (SP) é o 8º mais concorrido da Unesp, reunindo 24,7 candidatos por vaga. (clique e veja ranking)
A divulgação dos classificados à segunda fase está agendada para 28 de novembro. A consulta estará disponível no site da Fundação para o Vestibular da Universidade Paulista (Vunesp), organizadora da Unesp.
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31/10 -
Dictionary.com elege '67' a palavra de 2025; saiba o que significa
Na era do ChatGPT, 'autêntico' é a palavra do ano eleita por dicionário americano
A palavra do ano do Dictionary.com não é exatamente uma palavra. "67" (pronunciada six-seven, ou seis-sete em português) foi eleita a palavra que representa 2025.
O Dictionary.com é um dicionário online de língua inglesa com recursos como definições, pronúncias de áudio, sinônimos, etimologia e exemplos de uso. A publicação também tem um aplicativo, com ranking de "Palavra do Dia" e outras funcionalidades.
O termo está incluso no dicionário de gírias da publicação e, em resumo, significa que algo é "mais ou menos", ou "tanto faz":
'67', também grafado como '6-7' ou 'six-seven' ( e não 'sessenta e sete', para que fique claro), é uma gíria viral e ambígua que se espalhou pelas redes sociais e corredores escolares da Geração Alfa. Embora o termo seja em grande parte sem sentido, alguns argumentam que significa 'mais ou menos' ou 'talvez isso, talvez aquilo', especialmente quando acompanhado de um gesto com as mãos, onde ambas as palmas ficam voltadas para cima e se movem alternadamente para cima e para baixo.
"A Palavra do Ano não se baseia apenas no uso popular; ela revela as histórias que contamos sobre nós mesmos e como mudamos ao longo do ano", justificou a publicação ao divulgar o termo eleito em 2025.
'67' é a palavra do ano do Dictionary.com em 2025.
Divulgação
De acordo com o Dictionary.com, as buscas pelo número 67 tiveram um aumento drástico desde o verão de 2025, que acontece de junho a setembro.
"Desde junho, essas buscas aumentaram mais de seis vezes e, até o momento, a tendência não mostra sinais de desaceleração. A maioria dos outros números de dois dígitos não apresentou nenhuma tendência significativa nesse período, o que sugere que o 67 tem algo de especial", diz o site.
Mas não foi só isso que foi considerado para a escolha do termo. De acordo com o dicionário online, foram analisados "uma grande quantidade de dados", incluindo manchetes de notícias, tendências nas redes sociais, resultados de mecanismos, entre outros aspectos, para identificar palavras que impactaram conversas online e no mundo real.
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31/10 -
Unesp 2026: g1 terá resolução comentada ao vivo e gabarito oficial neste domingo (2)
Unesp 2026: g1 terá resolução comentada ao vivo e gabarito oficial neste domingo
O g1 São Carlos transmite neste domingo (2) a resolução comentada da primeira fase do Vestibular 2026 da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O programa vai ao ar a partir das 20h, logo após o encerramento da prova.
Unesp 2026: confira o gabarito e resolução comentada da 1ª fase do vestibular
Os candidatos também poderão acessar o gabarito oficial, que será publicado no portal.
A transmissão ficará por conta dos jornalistas Rodrigo Peronti e João Vitor Néo em um estúdio montado na EPTV Central, afiliada da TV Globo. Eles receberão os professores do colégio Oficina do Estudante, que farão a resolução das questões.
A transmissão vai ter a seguinte dinâmica:
Logo após o encerramento da prova, os professores vão fazer parte de uma "força-tarefa" que corrigirá as principais perguntas;
A cada questão, os jornalistas farão contato com os professores, que entram ao vivo para comentar e indicar a resposta correta.
A cobertura especial, porém, tem início logo pela manhã. As equipes do g1 estarão nos locais de prova para aproximar você de tudo o que estiver acontecendo nessa primeira fase, que conta com 65,2 mil inscritos. (leia abaixo).
A cobertura especial faz parte do projeto "Vestibulou", que busca levar informação de qualidade e dicas para estudantes que prestarão as principais provas do país.
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Unesp 2026
Hospital das Clínicas da Unesp, em Botucatu (SP)
Reprodução/TV TEM
Ao todo, 65.218 estudantes se inscreveram para concorrer às 5.867 vagas disponíveis, resultando em uma média geral de 11,1 candidatos por vaga. O curso de Medicina da Unesp de Botucatu (SP) segue um dos mais disputados do país, com 271 inscritos para cada uma das 72 vagas.
Na região, o curso de Engenharia Química de Araraquara é o 8º mais concorrido da Unesp, reunindo 24,7 candidatos por vaga. (clique e veja ranking)
A divulgação dos classificados à segunda fase está agendada para 28 de novembro. A consulta estará disponível no site da Vunesp.
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31/10 -
Escolas dos EUA restringem ou proíbem Halloween por motivos religiosos, culturais e educacionais
Escolas dos EUA restringem ou proíbem Halloween por motivos religiosos e culturais
Distritos e instituições de ensino dos Estados Unidos têm cancelado ou limitado as comemorações de Halloween — uma das tradições mais populares do país, celebrada em 31 de outubro — pelas seguintes razões:
Motivações religiosas: famílias cristãs, como Testemunhas de Jeová, e seguidoras de outras crenças consideram a data incompatível com seus valores, por associá-la a rituais pagãos ou referências ao sobrenatural.
Questões pedagógicas: diretores afirmam que as festividades prejudicam a rotina de estudos e podem gerar constrangimento entre alunos que não têm fantasias ou condições financeiras para comprá-las.
Preocupações culturais e de inclusão: parte das redes busca evitar celebrações que não representem toda a comunidade escolar, priorizando eventos mais neutros.
O distrito escolar de Brookline, em Massachusetts, por exemplo, substituiu as festas de Halloween por eventos “de outono”, para evitar que crianças que não comemoram a data — por motivos religiosos ou familiares — sintam-se excluídas.
Celebrações de Halloween nas escolas americanas vêm sendo motivo de debate
Freepik
Ritual satânico?
Entre as razões religiosas, há comunidades cristãs que consideram o Halloween uma data com conotações pagãs ou satânicas.
Em 2022, por exemplo, uma escola de ensino fundamental em Connecticut suspendeu o desfile de fantasias após pais expressarem desconforto. “Recebemos comentários de famílias que não se sentem à vontade com a natureza espiritual da comemoração”, afirmou o superintendente do distrito de Glastonbury, Alan Bookman, ao jornal Hartford Courant.
Desvio de foco e exclusão
Motivações educacionais aparecem em outras decisões. Em Nova Jersey, a South Orange-Maplewood School District cancelou o tradicional desfile de fantasias de 2021 argumentando que a data desviava o foco do aprendizado e gerava ansiedade entre alunos de baixa renda, que não podiam comprar fantasias.
“Reconhecemos que o Halloween pode ser divertido, mas também percebemos que pode causar desconforto para algumas famílias”, afirmou a superintendente Ronald Taylor em carta pública, reproduzida pela emissora NBC New York.
E a tradição?
Essas restrições têm provocado debates em comunidades escolares e nas redes sociais. Críticos dizem que as medidas esvaziam tradições culturais amplamente enraizadas, enquanto defensores afirmam que a escola deve ser um espaço acolhedor para todos.
“Não se trata de eliminar o Halloween, e sim de torná-lo mais inclusivo”, declarou a educadora americana Lisa Cline ao portal USA Today.
Apesar das mudanças em alguns distritos, o Halloween continua sendo amplamente celebrado nas ruas dos Estados Unidos — com desfiles, festas, fantasias e o tradicional “trick or treat” (doce ou travessura) nas vizinhanças. O debate no âmbito escolar reflete tensões mais amplas sobre diversidade, religião e identidade cultural no país.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
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31/10 -
Aluna cotista que perdeu vaga em Medicina por não ser considerada parda é aprovada em outra universidade pública: 'Já estava sem forças'
Aluna cotista rejeitada em Medicina conquista nova vaga
Em agosto deste ano, o g1 contou a história de Samille Ornellas, de 31 anos — à época, a baiana era aluna cotista do curso de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), mas havia perdido a vaga por não ser considerada parda pela instituição de ensino (leia mais abaixo os detalhes do caso).
➡️Quase três meses depois, quando procurada pela reportagem, ela disse que ficaria feliz em contar os últimos desdobramentos do caso. Mas só conseguiria conversar na manhã seguinte, porque “estava na aula de anatomia”. Teria Samille recuperado sua vaga na UFF?
“A universidade não teve nenhuma abertura para o diálogo, e o processo segue aguardando julgamento na Justiça. Mas Deus fez tudo certinho: fui aprovada em medicina na Universidade Federal do Oeste da Bahia. Eu nem lembrava mais que tinha me inscrito lá no começo do ano, mas passei agora, na 9ª lista de aprovados”, conta.
Samille diz que, ao receber o telefonema da UFOB, pensou que fosse um golpe.
“Toda aquela história me fez acumular traumas. Em 2024, eu ainda fui vítima de estelionatários que se passaram por advogados para supostamente me ajudar no caso da UFF. Perdi R$ 5,5 mil. Mas, dessa vez, deu certo: meu nome estava na convocação.”
O que diz a UFF? Em agosto, a universidade havia afirmado que Samille foi considerada inapta por duas comissões independentes e distintas, compostas por membros capacitados para atuar nas avaliações. Procurada novamente pelo g1 nesta quinta-feira (30), a instituição não havia respondido até a mais recente atualização desta reportagem.
Relembre o caso a seguir e entenda a reviravolta mais recente na trajetória de Samille.
‘Eu só pedia a Deus, me tire do lugar onde estou’
Samille foi aprovada em Medicina na UFOB
Arquivo pessoal
Em momento algum, Samille havia desistido de estudar Medicina. Antes de passar na UFOB, enquanto tentava reverter a situação na Justiça, voltou a estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Nesse intervalo, a jovem:
entrou em depressão profunda;
desenvolveu estresse pós-traumático e crises frequentes de ansiedade;
teve queda de cabelo
e viu seu corpo cheio de hematomas e descamações.
Só voltou a se olhar no espelho nesta semana, quando se arrumou e fez até babyliss para tirar as fotos na nova universidade.
“Ao mesmo tempo, eu tive ajuda de tanta gente, recebi tantas mensagens de apoio… Tem pessoas boas no mundo ainda. Mas eu que estava sem forças. Só pedia a Deus: me tire do lugar onde eu estou. Faça algo extraordinário na minha vida.”
É à fé que Samille atribui ter conseguido, após tantos baques, voltar a estudar medicina.
🧩Tudo pareceu se encaixar: um amigo da jovem havia sido transferido para Barreiras, onde fica a UFOB, e aceitou que morassem juntos. A família toda fez uma força-tarefa para comprar uma passagem de ônibus e garantir que Samille não perdesse seu primeiro dia de aula — a baiana foi do Rio de Janeiro a Belo Horizonte, de Belo Horizonte a Brasília e de Brasília a Barradas, até ser acolhida por todos na cidade.
✏️Ela matriculou-se na instituição de ensino em setembro deste ano, também por modalidade de cotas, e passou por todo o processo de verificação: envio de documentos para comprovar renda e avaliação de bancas de heteroidentificação. Desta vez, não houve nenhum transtorno ao reconhecerem que ela é, de fato, parda.
“Quando alguém fala a palavra ‘identificação’ ou entra em assunto de banca, eu imediatamente tenho crise de ansiedade, mesmo agora. Minhas mãos suam muito", diz.
"Para você ter uma ideia, quando chega qualquer e-mail da universidade, pode até ser o cardápio da semana, já fico nervosa, com medo que algo dê errado. Ainda preciso superar esse trauma, mas é questão de tempo, se Deus quiser”, afirma.
‘Estou muito animada’
Samille Ornelas, de 31 anos, autodeclara-se parda
Arquivo pessoal.
No último ano, Samille perdeu a avó e o pai. Ela os menciona diversas vezes ao longo da conversa, lamentando que nenhum deles pôde vê-la de jaleco.
De alguma forma, ela quer homenagear sua família. Agora, o foco é pensar no avô, que morreu há mais tempo, após um infarto — ele não conseguiu ter seus problemas cardíacos diagnosticados pelos serviços de saúde da região onde morava.
“Aqui na UFOB, eu vou lidar com quem também mora longe de centros urbanos. Nesta semana, vamos visitar um posto de saúde rural e uma aldeia indígena. Estou muito animada”, diz.
“Um dos meus propósitos dentro da medicina é não deixar morrer quem teve acesso limitado a serviços de saúde.”
🔴Caso UFF: passo a passo na Justiça
Aluna cotista perde vaga em Medicina por não ser considerada parda
Samille havia se inscrito no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) na modalidade de cotas para pretos e pardos, com renda familiar per capita inferior a 1,5 salário-mínimo. Seguindo o procedimento de combate a fraudes, ela gravou, como previa o edital da UFF, um vídeo curto, mostrando seu rosto.
O material foi avaliado pelo comitê de heteroidentificação da universidade, que julgou Samille como inapta a participar das cotas.
Veja um resumo do que aconteceu em seguida:
Samille entrou com um recurso na própria universidade. Gravou um novo vídeo, anexou fotos de diferentes etapas da vida e comprovou que havia anteriormente se formado em biomedicina pelo Prouni, exatamente na mesma modalidade de cotas para pardos.
A UFF, mais uma vez, declarou que “não foram encontradas as características fenotípicas” de uma pessoa parda.
Samille Cordeiro foi considerada "inapta" no processo de heteroidentificação.
Arquivo pessoal
A jovem entrou na Justiça e conseguiu, via liminar, um ano depois (janeiro de 2025), o direito de se matricular em Medicina.
“Eu morava em Belo Horizonte. Soube na sexta à noite que poderia ir para a aula de segunda-feira. Pedi demissão no meu trabalho no sábado, peguei um ônibus às 22h e fui para o Rio de Janeiro. Vim na correria, três dias depois de perder meu pai”, conta.
Após um semestre cursado, quando faltavam apenas duas provas para concluir o 1º período, um desembargador cassou a liminar de Samille e determinou que ela não teria direito à vaga.
“Fui jantar no refeitório da universidade com meus colegas, depois de um dia inteiro de aula. Deu ‘acesso negado’ no QR code. Achei que fosse algum problema do aplicativo, mas aí, entrando no sistema, vi que todos os meus dados tinham sido apagados”, conta.
“Minhas notas, minha grade horária, tudo tinha sumido, como se eu não fosse ninguém. Deixaram apenas um aviso no sistema: ‘matrícula cancelada por liminar cassada’. Meu mundo caiu. Minha vida toda está assim, bagunçada, destruída, baseada em um vídeo de 17 segundos. Ninguém me viu para dizer se sou parda: nem a banca, nem a Justiça”, afirma.
🔴Como funcionam os comitês?
Quando um candidato se inscreve no Sisu ou em algum vestibular de universidade pública, deve escolher se quer concorrer a uma vaga por ampla concorrência ou por cotas.
Vamos supor que um jovem de baixa renda se autodeclare pardo e seja aprovado para uma vaga reservada para as cotas. Como provar que ele realmente se encaixa nos critérios raciais da política pública? Basta a palavra do aluno ou alguém precisa confirmar que, de fato, ele tem direito ao benefício?
As universidades são livres para decidir como agir no processo de verificação. Elas podem:
aceitar apenas a autodeclaração, ou
implementar os chamados comitês de heteroidentificação.
🧑🏽🏫 Os comitês são bancas formadas, em geral, por cinco pessoas, que analisam a aparência física do candidato para decidir se ele é socialmente lido como negro.
➡️APARÊNCIA FÍSICA É O ÚNICO CRITÉRIO
Os comitês de heteroidentificação estabelecem que a análise dos candidatos deve ser fenotípica, ou seja, baseada nas características físicas, e não na ancestralidade. O que isso significa? Que não importa se a pessoa é filha de uma mulher negra ou neta de um homem pardo: a universidade quer avaliar como aquele aluno é "lido" pela sociedade no dia a dia.
A avaliação deve ser feita prioritariamente de forma presencial, e não por foto. O ambiente costuma ser filmado. E, quando houver impasse, a autodeclaração deve prevalecer.
No edital do Sisu da UFF, está previsto que a avaliação seja à distância.
“O vídeo deverá ser realizado preferencialmente com fundo branco e iluminação adequada, focando principalmente o rosto do candidato. No vídeo, deverá aparecer somente o próprio candidato, que deverá falar o seu nome completo e uma das seguintes frases, de acordo com sua raça/etnia e/ou modalidade de ingresso: “Eu me autodeclaro PRETO” ou “Eu me autodeclaro PARDO” ou “Eu me autodeclaro INDÍGENA” ou “Eu me autodeclaro QUILOMBOLA”. Em seguida, antes de finalizar o vídeo, o candidato deverá filmar o seu próprio rosto de perfil, tanto do lado direito quanto do lado esquerdo.”
Esse tipo de comitê foi considerado legítimo pelo Supremo Tribunal Federal, no debate sobre a legalidade das cotas em 2012. Além disso, a portaria normativa nº 4, publicada em 2018 e atualizada em 2023 pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, define que, nos concursos públicos, "a comissão de heteroidentificação utilizará exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada pela pessoa".
LEIA TAMBÉM: Quem é pardo para os comitês que decidem quais alunos podem entrar nas universidades por cotas raciais?
🔴‘Analisaram meu crânio’
Samille Cordeiro, que perdeu vaga do Sisu por não ser considerada parda, na adolescência.
Arquivo pessoal.
Para tentar reverter a situação na Justiça, os advogados de Samille orientaram que ela fizesse uma avaliação com um antropólogo.
“Era uma tentativa de provar que tenho as características de uma pessoa parda. Ele analisou meus traços, o formato dos meus lábios, o meu nariz e o meu crânio, para provar que tem origem negroide. O laudo mostrou que tenho todas as características, mas isso não bastou”, afirmou.
Samille Cordeiro, que perdeu vaga do Sisu por não ser considerada parda, quando criança.
Arquivo pessoal
O que disse a UFF
Nota Oficial caso Samille Ornelas, enviada em agosto de 2025
A Universidade Federal Fluminense (UFF) esclarece que o caso envolvendo a candidata Samille Ornelas está atualmente sob a esfera judicial, e que a instituição cumpre integralmente as decisões emanadas pelo Poder Judiciário, sem interferência ou autonomia decisória neste estágio do processo.
Ressalta-se que a candidata foi considerada inapta por duas comissões independentes e distintas, compostas por servidores e estudantes que recebem, regularmente, formação conduzida por especialistas na área dos estudos étnico-raciais. Portanto, são membros capacitados para atuar nas avaliações, com formação específica em letramento racial.
A UFF acredita firmemente na relevância das políticas de reserva de vagas para ingresso no ensino superior e tem atuado de forma contínua em sua implementação e aperfeiçoamento, com base nos princípios da justiça, diversidade e compromisso com a função social da universidade pública. A instituição busca assegurar, com máxima responsabilidade, que seus processos seletivos sejam conduzidos de forma transparente, isonômica e em conformidade com a legislação vigente.
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30/10 -
Unesp 2026: veja como foi o plantão tira-dúvidas da Unesp 2026
Unesp 2026: veja como foi o plantão tira-dúvidas da Unesp 2026 Professores de química, matemática, história e física discutiram temas que devem cair na prova da 1ª fase. 1ª fase do vestibular da Universidade Estadual Paulista será no domingo (2) com 90 questões de múltipla escolha.. No total, 65.218 mil inscritos disputam 7.690 vagas em 136 cursos de graduação distribuídos em 24 cidades de SP.. A segunda fase será realizada nos dias 7 e 8 de dezembro.
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30/10 -
'Eu só queria escolher um nome africano para o meu filho': congolês relata constrangimento ao registrar bebê em cartório da Grande SP
Congolês sofre para registrar bebê com nome africano em cartório de SP
O professor de francês Abed Betoko, de 36 anos, nascido no Congo e naturalizado brasileiro em 2016, afirma que enfrentou dificuldades e que se sentiu humilhado ao tentar registrar seu filho com um nome africano: Zion Nzobale Costa Betoko.
Segundo o docente, na última segunda-feira (27), foi preciso discutir por mais de 1 hora com os oficiais de um cartório de Arujá, na Grande São Paulo, para que aceitassem o nome composto “Zion Nzobale”.
“Falei: se ‘Zion’, que nem é em português, é aceito, por que 'Nzobale' não pode? Por que preciso justificar? Qual é o problema de ser um nome africano? Para mim, o filtro usado foi racista”, conta Betoko ao g1.
O congolês diz que pediram a ele documentos do bisavô e do tataravô da criança, mesmo diante da explicação de que “Nzobale” não é sobrenome.
“Eu sei que, no Brasil, não podemos escolher nomes que criem constrangimento para a criança. Mas minha cultura é vergonhosa? É um claro desprezo a tudo o que se relaciona à África. Ainda abri as redes sociais para mostrar que existem vários Nzobale no Congo”, afirma.
➡️Procurado pela reportagem, o cartório não havia respondido aos questionamentos até a mais recente atualização deste texto.
Abed e a esposa registram momento do parto, em 21 de outubro
Arquivo pessoal
Mais abaixo, saiba o que significa o nome escolhido pelo casal.
Afinal, o que diz a legislação brasileira?
Busca nas redes sociais mostra que Nzobale é um nome comum fora do Brasil
Reprodução/Redes sociais
📝De acordo com o tabelião e especialista em direito notarial e registral Rui Gustavo Camargo Viana, a Lei de Registros Públicos (artigo 55, parágrafo 1º) apenas estipula que os cartórios evitem nomes que exponham a pessoa ao ridículo.
“Isso não se aplica a nomes étnicos, como africanos, indígenas ou judaicos. A escolha precisa ser vista à luz da cultura em que a criança está inserida”, afirma.
“Nome ‘ridículo’ não quer dizer nome incomum. Não cabe ao cartório de jeito nenhum dificultar a atribuição de um nome apenas porque ele não é da nossa tradição”, afirma.
➡️Viana explica que, pela legislação brasileira, a prática proibida é a de inventar um sobrenome que não existe entre os antepassados do bebê. No caso de Zion, não há irregularidades: são “Costa” (da mãe) e “Betoko” (do pai).
“Pode ter havido uma confusão por parte dos oficiais no sentido de achar que Nzobale era sobrenome. Como, na verdade, é um nome composto, a regra no Brasil é pela liberdade e pelo respeito à diversidade.”
Por que o casal escolheu ‘Nzobale’?
Abed Betoko dá aula de francês no Brasil
Arquivo pessoal
Abed conta que escolheu o nome por causa de uma tradição familiar. “Minhas tataravós, quando tinham filhos, geralmente viam os bebês morrerem no nascimento. Um dia, uma delas sonhou que a mãe, já falecida, dava um conselho: fazer um mingau de uma árvore chamada Nzobale e dar ao bebê. Quando acordou, ela fez isso. E a criança sobreviveu”, diz o professor.
“Por isso, quando meu filho nasceu, eu sabia que ele precisava ter esse nome. ‘Nzobale’ significa cura. É por causa dessa planta que eu estou aqui.”
Ele afirma que pretende contar a Zion Nzobale, quando ele crescer, o que ocorreu ao tentar registrá-lo.
“Vou ensinar o Zion a valorizar esse nome. Não podemos ceder. Quanto mais pessoas adotarem nomes africanos, mais comum isso vai se tornar. Se eu não tivesse mentalidade forte, teria ficado com vergonha das minhas raízes.”
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29/10 -
Unicamp 2026: confira gabarito oficial da 1ª fase do vestibular
Unicamp 2026: gabarito oficial da 1ª fase será divulgado nesta quarta-feira
A Unicamp divulgou, nesta quarta-feira (29), o gabarito oficial da 1ª fase do Vestibular 2026. Ao todo, 57.718 dos 61.698 candidatos inscritos fizeram a prova no domingo (26). Foi a menor abstenção em 15 anos.
Nesta edição, nenhuma questão foi anulada. Clique e confira o gabarito oficial da 1ª fase por prova:
Provas Q e X
Provas R e Y
Provas S e Z
Provas T e W
Questão gerou dúvida entre professores
No domingo, logo após a prova, o g1 transmitiu a resolução comentada com apoio do Oficina do Estudante. Durante o programa, a questão 55 da prova Q e X gerou dúvidas entre os professores.
Na análise de Liliane Negrão, tanto a alternativa A, quanto a D, poderiam estar corretas. De acordo com o gabarito oficial, a alternativa correta é a A.
VEJA AS EXPLICAÇÕES EM VÍDEO AQUI
Veja a questão na íntegra e o comentário dos professores do cursinho:
Unicamp 2025 - 1ª fase - A rua é nóix! Sempre com letra minúscula, porque não é o Nós da totalidade, uma vez que não sabemos exatamente quem ou quantos somos, quem faz parte ou não, quem está dentro ou fora. Mas, se pegar para um, vai pegar pra geral. O nóix é sempre mais que um. Mesmo sozinho, na missão, existe algo para além da presença física do eu e do outro. Assumindo nossas ancestralidades, convivemos com os espíritos daqueles que já se foram. O nóix opera pela lógica dos bondes de galera, do lado A ou lado B. Quem é amigo fecha com a gente, quem é alemão rala. Porque o fechamento é o fundamento ético das ruas. Recebe-se quem chega de boa, na paz, mas, se vacila, vai. Com i e x, o nóix demarca um sotaque, um registro local, um lugar, o Pretuguês de Lélia Gonzalez. Desobedecendo à instituída norma culta, o nóix – escrito ou falado – revela sua potência operando à margem da obediência à linguagem fonética dominante. O nóix é a potência da contaminação diferencial das diversidades de um povo em tempos e espaços múltiplos, que se repete numa atmosfera espectral que ultrapassa a lógica temporal predominante.
(Adaptado de MORAES, M. J. D. A rua é nóix, Revista Cult, ed. 271, 1 jul. de 2021.)
a) sociocultural, pois esses termos se referem a grupos demarcados distintamente: enquanto Nós é bem delimitado, nóix diz respeito a uma coletividade difusa, mas marcada por compartilhar vivências específicas.
b) gramatical, pois esses termos não pertencem à mesma classe de palavras: enquanto Nós é um pronome típico da norma culta, nóix é um substantivo popular que serve à expressão da diversidade.
c) histórica, pois esses termos caracterizam os indivíduos em função do seu passado: enquanto Nós abrange aqueles sem ancestralidade, nóix reúne os que assumem os ancestrais como parte de sua história.
d) política, pois esses termos revelam uma polarização na forma de se relacionar com o poder: enquanto Nós simboliza o apoio à opressão social, nóix caracteriza uma rejeição aos poderes instituídos.
Alternativa A: A alternativa trata a distinção entre Nós e nóix como política, uma vez que os termos marcam uma diferença entre grupos. Enquanto “nóix” rejeita a norma padrão, “Nós” simboliza o apoio à opressão social o que fica evidente no texto a partir da oposição, pois “nóix” opera “à margem da obediência à linguagem fonética dominante” de modo que aquilo situado em oposição a “nóix”, ou seja, “Nós” está condicionado à obediência da fonética dominante. Assim “obediência” e “dominância” se estabelecem como marcadores da opressão indicada na alternativa D.
Alternativa D: A alternativa trata a distinção entre Nós e nóix como política, uma vez que os termos marcam uma diferença entre grupos. Enquanto “nóix” rejeita a norma padrão, “Nós” simboliza o apoio à opressão social o que fica evidente no texto a partir da oposição, pois “nóix” opera “à margem da obediência à linguagem fonética dominante” de modo que aquilo situado em oposição a “nóix”, ou seja, “Nós” está condicionado à obediência da fonética dominante. Assim “obediência” e “dominância” se estabelecem como marcadores da opressão indicada na alternativa D
1ª fase
Unicamp 2026: candidatos fazem prova da 1ª fase em Campinas
Thomaz Marostegan/g1
A 1ª fase do vestibular da Unicamp é constituída por uma única prova de conhecimentos gerais sobre as áreas do conhecimento desenvolvidas no ensino médio, incluindo questões interdisciplinares. Não há redação nesta fase.
📚 Cada questão da prova de conhecimentos gerais vale um ponto. Assim, a prova da 1ª fase vale até 72 pontos. A distribuição das questões se dá da seguinte forma:
12 questões de matemática
12 questões de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa
7 questões de cada uma das seguintes disciplinas: inglês, biologia, química, física, história e geografia
3 questões de filosofia
3 questões de sociologia
2ª fase
A segunda fase é constituída por provas com questões dissertativas. As provas têm uma parte comum para todos os candidatos e uma parte diversificada segundo a área de conhecimento do curso escolhido como primeira opção.
Cada questão dissertativa vale quatro pontos, cada uma contendo dois itens, valendo dois pontos cada. As provas obedecem à seguinte distribuição:
➡️ Primeiro dia (redação e 10 questões)
Prova de redação (composta por duas propostas de textos, e o candidato escolhe e desenvolve apenas uma proposta);
Prova de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa, com 6 questões;
Prova interdisciplinar com 2 questões de língua inglesa e 2 ciências da natureza.
➡️ Segundo dia (18 questões)
Todos os candidatos: prova de matemática, com 6 questões para cursos da área de exatas/tecnológicas e 4 questões para os demais; prova interdisciplinar de ciências humanas, com 2 questões.
Candidatos de ciências biológicas/saúde: biologia (7 questões) e química (5 questões);
Candidatos de ciências exatas/tecnológicas: física (5 questões) e química (5 questões);
Candidatos de ciências humanas/artes: geografia (5 questões), história (5 questões), filosofia (1 questão) e sociologia (1 questão).
Vestibular Unicamp 2026 — 2ª fase
Datas: 30 de novembro e 1º de dezembro
Início da prova: 9h
Término da prova: 14h
Duração: 5 horas
Quando deve sair o resultado da primeira chamada?
Confira como foi a 1ª fase do vestibular da Unicamp
A previsão para a divulgação da 1ª lista de aprovados é em 23 de janeiro de 2026, com a matrícula virtual agendada para começar às 9h de 26 de janeiro e se encerrar às 17h de 27 de janeiro.
A divulgação da 2ª lista está prevista para 2 de fevereiro, com a matrícula agendada para iniciar às 9h de 3 de fevereiro e encerrar às 17h de 4 de fevereiro.
A 3ª chamada está prevista para 9 de fevereiro, e, ao todo, estão previstas oito chamadas.
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28/10 -
MEC decide reaplicar 'Enem dos Professores' em 11 escolas do Brasil após relatos de problemas na aplicação da prova
Candidatos reclamam de desorganização na aplicação do 'Enem dos Professores'
O Ministério da Educação (MEC) decidiu reaplicar a Prova Nacional Docente (PND), conhecida como Enem dos Professores, em 11 escolas do Brasil após o relato de diversos problemas na aplicação do teste. A decisão do ministro Camilo Santana, divulgada nesta terça-feira (28), ocorre um dia após o SP2 mostrar a desorganização em diversos colégios em que a prova foi aplicada.
Entre os problemas, foram relatadas salas superlotadas, pessoas fazendo a prova no pátio da escola, outras no refeitório e muitas dividindo as mesmas mesas e carteiras. Professores ainda relataram que muitos fizeram a prova de maneira coletiva, trocando informações sobre as questões e até mesmo filmando o questionário.
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em data ainda não definida será aplicada uma prova reserva, “comparável segundo parâmetros da Teoria da Resposta ao Item, a mesma metodologia do Enem”.
O SP2 recebeu ao menos dez vídeos confirmando os relatos dos professores de escolas de diversas regiões do Brasil, incluindo estados como Piauí e Rio de Janeiro.
Alguns participantes ainda reclamaram de questões da prova, dizendo que os enunciados eram grandes, repetitivos e confusos. Os professores disseram, ainda, que as situações mostradas nos enunciados eram muito hipotéticas e pouco objetivas.
A Prova Nacional Docente foi aplicada em 2.637 locais de 751 municípios brasileiros. O novo exame não terá cobranças adicionais para os professores ou o MEC. A Fundação Getulio Vargas, responsável pela aplicação, foi procurada, mas informou que não se manifestaria sobre o assunto.
A PND foi anunciada em janeiro deste ano como uma maneira de avaliar a qualidade da formação oferecida em Licenciaturas e como alternativa na seleção de professores de educação básica para a rede pública. O exame foi aplicado nacionalmente no domingo, considerando a adesão por estados e municípios.
A prova faz parte do programa Mais Professores para o Brasil e tem a mesma matriz da avaliação teórica do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) das Licenciaturas.
O Ministério da Educação ainda não informou quantos professores precisarão fazer o teste novamente.
O que é a PND
A primeira edição da prova foi realizada no domingo (26). A avaliação poderá ser usada por estados e municípios para selecionar novos profissionais para atuar na rede pública.
A PND foi anunciada em janeiro deste ano como uma maneira de avaliar a qualidade da formação oferecida em Licenciaturas e como alternativa na seleção de professores de educação básica para a rede pública.
A prova faz parte do programa Mais Professores para o Brasil e tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas.
Os objetivos gerais da prova são:
Subsidiar os entes federativos na seleção de profissionais qualificados para suas redes de ensino;
Estimular a realização de concursos públicos e induzir o aumento de professores efetivos nas redes de ensino do Brasil;
Conferir parâmetros para autoavaliação dos participantes da prova, com vistas à continuidade de sua formação e à inserção no trabalho docente;
Fornecer subsídios para a formulação e avaliação de políticas públicas de formação inicial e continuada de professores.
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28/10 -
PND: veja os gabaritos preliminares da Prova Nacional Docente, conhecida como 'Enem dos Professores'
Enem dos Professores: prova vai ajudar na seleção de profissionais em todo o país
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta terça-feira (28), as versões preliminares do gabarito das questões objetivas e o padrão de resposta da questão discursiva da Prova Nacional Docente (PND). Os documentos estão disponíveis no portal oficial do instituto e podem ser consultados aqui.
Os participantes têm o prazo de dois dias para interpor recursos no Sistema PND: entre esta terça e a quarta-feira (29). Segundo o Inep, os resultados dessas solicitações serão divulgados em 10 de novembro, um dia antes da versão final do gabarito.
O resultado final das provas está previsto para 10 de dezembro.
O que é PND? Criada pelo Ministério da Educação (MEC), a PND avalia o nível de conhecimento e a formação de futuros professores nas licenciaturas. Além disso, auxilia estados e municípios na seleção de docentes para suas redes de ensino. O exame integra o programa Mais Professores para o Brasil, que reúne iniciativas de reconhecimento, qualificação do magistério da educação básica e incentivo à docência em todo o país.
Problemas na aplicação da prova
Participantes reclamam de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Redes sociais
Nas redes sociais, participantes criticaram enunciados e estruturas das questões, e relataram problemas na aplicação em alguns dos locais de prova.
Abaixo, confira o que os principais motivos de reclamação e veja o que dizem MEC e Inep, responsáveis pelo exame.
1- Enunciado das questões
Grande parte das reclamações ligadas à PND é de participantes que criticam algumas das questões presentes na prova por:
Situações muito hipotéticas e pouco objetivas.
Contextos administrativos, não conteudistas.
Enunciados grandes, repetitivos e potencialmente confusos.
Situações generalistas e amplamente teóricas.
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
2- Problemas na aplicação
Vídeos gravados na Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em São Paulo (SP), denunciam a suposta falta de espaço nas salas de aula para comportar todos os participantes. Como resultado, diversos participantes foram alocados em outros ambientes da escola, como pátios e refeitório, com mesas compartilhadas e falta de fiscalização adequada.
Os candidatos reclamaram sobre a falta de infraestrutura das escolas e atrasos durante o processo de aplicação do exame. Outros relatos de problemas também circulam nas redes sociais, inclusive acompanhados de imagens das salas de aplicação e dos cadernos de prova.
Internauta reclama de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Threads
Internautas reclamam de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Instagram
O que diz o Inep
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é o braço do Ministério da Educação responsável pelo exame. Procurado pela reportagem, o Inep informou que tomou as devidas providências e que avalia os relatórios de aplicação para garantir os direitos dos participantes. Confira a nota na íntegra.
Assim que tomou conhecimento dos relatos de possíveis intercorrências na aplicação da Prova Nacional Docente por meio de seu sistema de monitoramento, o Inep notificou a empresa aplicadora – Fundação Getúlio Vargas – para que fossem tomadas todas as providências contratuais previstas.
A empresa aplicadora afirmou que ao ser noticiada pelo Inep adotou de forma imediata ações de remanejamento, buscando assegurar o atendimento a todos.
Os relatórios de avaliação estão sendo minuciosamente analisados para garantir as condições de equidade e pleno direitos dos participantes.
O Inep reitera seu compromisso com a lisura da execução dos seus exames e reforça que serão adotadas todas as medidas necessárias para que nenhum participante seja prejudicado.
O que diz a CNTE
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) destaca a importância da PND para a valorização dos professores, mas cobra um posicionamento do MEC sobre as situações filmadas durante a aplicação. Cofira um trecho da nota:
No tocante à sua realização, ontem, a CNTE tem recebido diversos vídeos, áudios e mensagens de texto denunciando situações incompatíveis com a aplicação do exame, as quais não se sabem se têm origem no MEC, nas redes de ensino ou na empresa contratada para aplicar a prova, de modo que aguardamos o pronunciamento urgente do Ministério da Educação, a fim de elucidar os diversos problemas que parecem ter ocorrido em diferentes lugares.
Reiteramos a importância da PND como etapa da valorização da carreira docente, sobretudo para superar os altos índices de contratos temporários no magistério, e esperamos que a confiabilidade neste processo de seleção de professores seja plenamente garantida, buscando, assim, a adesão de mais redes de ensino no país.
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28/10 -
Entenda como Chay Suede e uma feijoada gourmet viraram questão de vestibular da Unicamp
Professora explica questão 22 de humanidades da prova Q e X
Uma foto publicada por Chay Suede em 2022 voltou a ganhar destaque neste fim de semana – desta vez, não nas redes sociais, mas na 1ª fase do Vestibular da Unicamp 2026.
O story, que mostrava o registro de uma "feijoadinha deliciosa", como definiu o ator na época, virou tema de uma questão de sociologia na prova aplicada no último domingo (26).
Feijoada de rico?
🍽️ A publicação mostrava uma versão “gourmet” da tradicional feijoada brasileira, elaborada pela chef Helena Rizzo com técnicas da gastronomia molecular. No lugar de carne de porco, feijão e muita farofa, o prato trazia esferas de caldo de feijão preto, couve e pedaços de laranja.
Chay Suede postou feijoada polêmica em 2022
Reprodução
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Como a feijoada do Chay virou questão da Unicamp?
A questão da Unicamp usou o episódio para discutir conceitos ligados a gosto, distinção social e estilos de vida, como explicou a professora de humanidades Mariana Moro, durante resolução comentada transmitida pelo g1 Campinas logo após a prova (assista ao vídeo acima).
“Uma questão que traz pra gente duas sensações brasileiras, a feijoada e o Chay Suede”, brincou.
“Quando a gente faz a análise, fica explícito pra gente que ele está trabalhando a questão de cultura e a questão de classe e, também, uma questão de estética. Por isso, na nossa banca de correção, a gente considerou, inclusive, essa questão como interdisciplinar de filosofia e sociologia”.
Confira a questão e as alternativas na íntegra:
Texto 1 - A imagem acima reproduz uma postagem feita pelo ator Chay Suede sobre uma feijoada que havia consumido em um restaurante de luxo. As reações na rede social do ator incluíram comentários como "se isso é feijoada de rico, eu prefiro morrer pobre".
Texto 2 - A forma como as pessoas vivenciam as diferentes classes deve gerar as probabilidades dessas pessoas terem certos gostos, certos estilos de vida. No caso das classes altas, essa lógica é a do desinteresse ou da não-necessidade. Uma vez afastada de toda a urgência da vida pela sobrevivência e pela reprodução, os sujeitos das classes altas possuem uma relação de distanciamento com o mundo. Esse distanciamento transforma o senso de distinção em senso estético nessa classe. O senso estético é a noção de que o belo se dá pela forma, e não pela função,
A partir dos textos, é correto afirmar que a polêmica associada à postagem:
a) demonstra que a formação do gosto está mais relacionada a juízos pessoais, pois as práticas alimentares são guiadas por necessidades de sobrevivência e não produzem distinção social.
b) representa uma aproximação social das classes altas em relação às populares, pois reduz a distância simbólica entre o universo do luxo e o popular, limitando o alcance da distinção social.
c) demonstra que o gosto está mais relacionado a experiências de classe e menos a juízos pessoais, pois simboliza o gosto das classes altas pelo belo e um senso estético formado pela necessidade.
d) Representa uma prática de distinção social das classes altas em relação às populares, pois simboliza um senso estético que valoriza a forma e aquilo que não é necessário, em vez da função.
Outros temas da prova da Unicamp
A primeira fase do vestibular também abordou:
Estilista Zuzu Angel e como ela usava a moda como protesto na ditadura militar
Studio Ghibli, direito autoral e inteligência artificial
Conflitos no Oriente Médio
Escalas e cálculo de área de figuras geométricas
Função cúbica
Mudanças climáticas e o papel da química na remoção de CO₂ na atmosfera
Eficiência energética, o combustível de aviação e o aquecimento global
Canção “Alvorada”, do Cartola
Preconceito linguístico
Produção de patentes
Tarifaço do Trump
Evolução
Genética
Ampliação da plataforma continental na costa do litoral
Cálculo de percentagem usando o conclave que elegeu o papa como contexto
Cálculos sobre baterias e ambientes refrigerados
Nacionalidade e cidadania baseada no local de nascimento ou princípio sanguíneo
Rousseau e o contrato social
Tráfico de escravizados em Buenos Aires e Rio de Janeiro
Organização Mundial da Saúde e a definição de gênero
Noção de gosto com uma foto de uma feijoada gourmet postada pelo Chay Suede
Krenak e a relação entre a natureza e os humanos
Zonas climáticas da África
Incels e a questão da masculinidade na vida adulta
Defesa da liberdade acadêmica em Harvard no contexto da pressão do governo Trump
'Tom provocativo e contemporâneo'
Victória da Cunha, de 29 anos, quer cursar administração no campus de Limeira (SP). Ela já chegou a ingressar na Unicamp logo após o ensino médio, mas acabou mudando de caminho. Segundo ela, com o tempo vem mais maturidade para escolher uma profissão e, por isso, decidiu retomar o sonho de estudar na universidade para valorizar a carreira.
Victória disse ter gostado da prova, destacando que “a Unicamp tem muito tom provocativo contemporâneo” e que questões com temas atuais, como inteligência artificial e até memes, aproximam o conteúdo dos jovens. Para ela, o maior desafio continua sendo a parte de exatas.
Unicamp 2026: candidatos fazem prova da 1ª fase em Campinas
Thomaz Marostegan/g1
Literatura
Candidatos também relataram que a prova abordou o livro “A Vida Não É Útil”, de Ailton Krenak. A obra está na lista de indicações para a prova deste ano - confira a relação abaixo:
Prosas seguidas de odes mínimas (José Paulo Paes)
Olhos d’água (Conceição Evaristo)
A vida não é útil (Ailton Krenak)
Casa Velha (Machado de Assis)
Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá (Lima Barreto)
No seu pescoço (Chimamanda Ngozi Adichie)
Morangos mofados - Contos escolhidos (Caio Fernando Abreu)
Canções escolhidas (Cartola)
Alice no país das maravilhas (Lewis Carroll)
Unicamp 2026: estudantes relatam preparativos e ansiedade antes do vestibular
A 1ª fase
O exame deste domingo (26) começou às 9h e tem duração de cinco horas. No total, 61.698 candidatos participam do exame.
A prova da primeira fase é composta de 72 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira:
12 questões de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa
12 questões de matemática
7 questões de história
7 questões de geografia
3 questões de filosofia
3 questões de sociologia
7 questões de física
7 questões de química
7 questões de biologia
7 questões de inglês
Cada questão tem quatro alternativas e vale um ponto.
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28/10 -
Sisu 2026: com nova regra para uso do Enem, notas de corte devem subir ou cair? Veja análise de especialistas
Sisu aceitará notas de anos anteriores no Enem 2026
Pela primeira vez, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) permitirá que os candidatos usem notas das três edições mais recentes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) — 2023, 2024 e 2025 — para buscarem uma vaga em universidades públicas.
🤔Será que as notas de corte vão aumentar? Quem levará vantagem após a nova regra? Para entender quais serão os impactos práticos dessa mudança, o g1 ouviu sete professores e coordenadores de colégios e cursinhos pré-vestibular. Veja mais abaixo, nesta reportagem, as possibilidades levantadas.
Em resumo:
Notas de corte devem subir nos cursos mais concorridos.
Candidatos veteranos terão vantagem sobre os novatos.
Por um lado, regra pode favorecer quem tem possibilidade de fazer cursinho por anos; por outro, alunos de baixa renda ganham segunda chance de ingresso após terem desistido de fazer o Enem.
Ociosidade pode cair com número maior de candidatos. Ao mesmo tempo, haverá provavelmente mudanças de curso entre quem já estava matriculado — causando o abandono das vagas "originais".
“Colecionadores de aprovação” influenciarão ainda mais as notas parciais.
Candidatos poderão usar notas das últimas três edições do Enem no Sisu 2026
Lívia Ferreira/ g1 Piauí
Entenda a seguir.
➡️Como era antes? Desde a criação do programa, em 2010, a única nota aceita era a do ano imediatamente anterior ao do processo seletivo. Por exemplo: no Sisu 2025 (em janeiro de 2025), foram computadas as notas do Enem 2024 (aplicado em novembro de 2024). No Sisu 2024, consideraram-se as notas do Enem 2023. E assim por diante.
📖Notas de corte devem subir nos cursos mais disputados
De acordo com os especialistas entrevistados, é muito provável que as notas de corte dos cursos mais concorridos (como medicina) sejam ainda mais altas no Sisu 2026.
“Se cada candidato usa sua melhor nota dos últimos três anos, você está empurrando o topo da curva para cima”, afirma Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações educacionais do SAS Educação.
“O funil desses cursos de altíssima demanda deixa de ser de uma geração e passa a ser de três gerações, com a melhor versão de cada pessoa. Em termos práticos, fica mais difícil entrar nos cursos já difíceis.”
➡️Nos cursos menos disputados, a nota de corte deve permanecer estável ou até cair um pouco, por causa da baixa procura por vagas.
“Os candidatos passam a ter mais opções: podem optar por utilizar notas de outros anos em cursos mais concorridos”, explica Zeid Sakr, head de operações das Escolas SEB.
⚖️Ansiedade aumenta de um lado e diminui do outro
A mudança diminui a pressão sentida pelo candidato que se dedicou nos últimos anos, mas que “bateu na trave” e não foi aprovado por pouquíssimos pontos. Por exemplo: se ele enfrentou problemas pessoais em 2025 ou, nos domingos de prova, não se sentiu bem, terá a possibilidade de usar novamente as notas de 2023 ou de 2024.
“Em linhas gerais, a mudança tende a tranquilizar os candidatos veteranos. Atua como um fator de redução da ansiedade e do estresse”, afirma Raul Celestino de Toledo Soares Neto, Coordenador Pedagógico do Poliedro Curso SP.
Celedônio concorda. “Diminui essa lógica cruel do que é fazer tudo num dia só — e, se ele for mal, perdeu o ano.”
Por outro lado, os novatos provavelmente se sentirão em desvantagem, já que disputarão uma vaga com quem terá três “cartas na manga”, pondera o professor do SAS Educação.
“O aluno que está fazendo pela primeira vez o ensino médio vai chegar competindo com veteranos mais experientes e com maior maturidade”, diz. “Para aquele adolescente que está tentando medicina pela primeira vez, vindo direto do terceiro ano do ensino médio, a vida dele ficou mais difícil.”
Outro fator que pode atrapalhar os estreantes do Enem é a novidade “aos 45 do segundo tempo”.
“Acho que é uma mudança que, no geral, é ruim — principalmente pelo timing péssimo. Está muito perto das provas. Isso aumenta a tensão e cria dose extra de ansiedade nos candidatos”, afirma Rodrigo Magalhães, professor da Plataforma AZ.
💰Reforço de desigualdades ou maior acesso à universidade?
Heitor Ribeiro, coordenador do Curso Anglo, afirma que a decisão do Ministério da Educação amplia o acesso ao ensino superior.
“Mais pessoas poderão tentar uma vaga sem ficarem restritas exclusivamente à edição do ano. Isso aumenta as oportunidades e reduz a pressão”, explica.
“Alunos de baixa renda, que por motivos pessoais ou de trabalho não consigam se preparar bem ou mesmo participar do exame em 2025, poderão utilizar notas de 2023 ou 2024 para disputar uma vaga. Isso oferece uma segunda chance real para quem não pode estar em condições ideais todos os anos.”
Ao mesmo tempo, os candidatos que tiverem a possibilidade de fazer o Enem todo ano ficarão inevitavelmente à frente dos demais.
Ribeiro não vê a questão como uma mudança significativa no quesito de desigualdade. “Candidatos com maior poder aquisitivo costumam ter acesso a uma preparação mais prolongada e prestam a prova por vários anos, o que já lhes dá certa vantagem competitiva. A mudança não cria essa vantagem.”
Não é um posicionamento consensual. Celedônio, do SAS Educação, vê a modificação da regra como mais uma vantagem a quem tem maior poder aquisitivo.
“Se você pode bancar cursinho bom por dois anos e sentar para fazer o Enem três vezes, você acumula chances maiores e escolhe a sua melhor nota. Isso favorece quem tem mais recursos”, afirma.
Sakr, das Escolas SEB, segue a mesma linha de raciocínio e diz que “a mudança pode ampliar as desigualdades e beneficiar aqueles que já têm mais oportunidades.”
👩🏫Ociosidade das vagas diminuirá?
As instituições de ensino públicas buscam formas de combater a baixa ocupação de vagas.
Por um lado, com mais candidatos podendo se inscrever no Sisu, a chance de preencher as turmas é maior, diz Celedônio.
Por outro, passa a haver uma maior mobilidade de alunos que, já matriculados em algum curso, queiram usar a nota “antiga” do Enem para mudar de área e se inscrever em outra instituição. A vaga original, nesse caso, ficará ociosa, explica Magalhães.
👻O medo dos ‘fantasmas’
Quem participa do Sisu lida com o sistema como uma Bolsa de Valores: durante o período de inscrição, pode mudar suas opções de curso com base nas notas de corte parciais divulgadas diariamente.
Ia tentar Odontologia, mas percebeu que está muito longe do desempenho mínimo esperado? Há a possibilidade de editar a própria inscrição e pleitear uma oportunidade em outra graduação.
Pois bem: há os famosos “colecionadores de aprovação”, que entram no sistema apenas para poderem dizer depois que “passaram na universidade X”. Eles não vão efetivar a matrícula, porque nunca pretenderam entrar no curso.
“Tudo bem, a vaga irá para a reclassificação. Mas precisamos ver como a maior presença deles pode alterar as notas de corte iniciais”, diz Magalhães, da Plataforma AZ.
🖥️Possibilidade de erro técnico?
O Sisu apresentou diversos problemas técnicos nos últimos anos:
Sisu 2025: alunos reclamam que resultado foi divulgado com um dia de atraso e em formato que dificulta saber classificação
Após falha no site do Sisu 2025, aprovados 'perdem' vaga no dia seguinte: 'já tinha comemorado nas redes', diz aluna
Sisu 2024: MEC divulgou lista errada de aprovados porque não havia terminado de analisar todas as categorias de cotas
O fato de permitir que cada CPF do candidato seja associado a três edições diferentes do Enem tornará o processo seletivo bem mais complexo, afirmam os professores. Espera-se, evidentemente, que o sistema tenha sido adaptado da melhor maneira.
Outras dúvidas
🎓Mas e se a prova do outro ano tiver sido mais fácil? O sistema de correção do Enem é chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI): a nota final não é a simples soma do número de acertos. Essa técnica mede a coerência no desempenho — se o estudante tiver acertado as questões mais difíceis e errado as mais simples provavelmente "chutou" as alternativas. Consequentemente, ganhará menos pontos do que aquele que respondeu corretamente as fáceis e errou só as difíceis.
Uma das justificativas do uso de TRI é justamente possibilitar a comparação de notas em diferentes provas.
🎓Como funcionará a seleção? De acordo com o Ministério da Educação (MEC), será considerada a pontuação que gerar a melhor média ponderada no curso escolhido.
Por que média ponderada? Ao fazer o Enem, os candidatos alcançam determinada pontuação em cada uma das provas (Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática, Linguagens e Redação). Ao se inscreverem no Sisu, a média será diferente dependendo do curso e da universidade escolhidos. Por exemplo: é possível que a graduação em Física atribua um peso maior à nota de Matemática do que um de Jornalismo, que dará maior importância para Ciências Humanas.
Será possível usar mais de uma edição do Enem na mesma inscrição? Até a mais recente atualização desta reportagem, o Inep não havia esclarecido se seria possível usar a nota de uma edição na 1ª opção de curso e de outra na 2ª opção.
A regra de usar as últimas edições da prova no Sisu vale para quem participou como treineiro? Não. Ou seja, só as notas válidas no ano de conclusão do ensino médio (ou em posteriores) poderão ser usadas.
🎓O que é o Sisu
O Sisu é o sistema do governo federal que permite aos estudantes concorrer gratuitamente a vagas em universidades públicas de todo o país, utilizando a nota do Enem.
Desde 2024, o programa passou a ter edição única anual, com oferta de cursos cujas aulas começam no primeiro ou no segundo semestre.
Na edição de 2025, foram disponibilizadas 261,7 mil vagas em 6.851 cursos de 124 instituições públicas. Ao todo, 254,8 mil candidatos foram aprovados, sendo 128 mil na ampla concorrência, 111 mil por cotas e 14 mil por políticas afirmativas próprias das universidades.
Veja Mais
27/10 -
PND: participantes reclamam de questões generalistas, situações hipotéticas e problemas na aplicação; saiba o que dizem MEC e Inep
Enem dos Professores: prova vai ajudar na seleção de profissionais em todo o país
A aplicação da Prova Nacional Docente (PND), que ocorreu no domingo (26), tem dado o que falar nas redes sociais. Participantes criticam enunciados e estruturas das questões, e relatam problemas na aplicação em alguns dos locais de prova.
A PND foi anunciada em janeiro deste ano como uma maneira de avaliar a qualidade da formação oferecida em Licenciaturas e como alternativa na seleção de professores de educação básica para a rede pública. O exame foi aplicado nacionalmente no domingo, considerando a adesão por estados e municípios.
A prova faz parte do programa Mais Professores para o Brasil e tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas.
Participantes reclamam de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Redes sociais
Abaixo, confira o que os principais motivos de reclamação, relatos de participantes e o que dizem MEC e Inep, responsáveis pelo exame.
Enunciado das questões
Grande parte das reclamações ligadas à PND é de participantes que criticam algumas das questões presentes na prova por:
Situações muito hipotéticas e pouco objetivas.
Contextos administrativos, não-conteudista.
Enunciados grandes, repetitivos e potencialmente confusos.
Situações generalistas e amplamente teóricas.
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Internauta comenta sobre a Prova Nacional Docente de 2025.
Reprodução/X
Problemas na aplicação
Vídeos gravados na Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em São Paulo (SP), denunciam a suposta falta de espaço nas salas de aula para comportar todos os participantes. Como resultado, diversos participantes foram alocados em outros ambientes da escola, como pátios e refeitório, com mesas compartilhadas e falta de fiscalização adequada.
Os participantes reclamaram sobre a falta de infraestrutura das escolas e atrasos durante o processo de aplicação do exame. Outros relatos de problemas também circulam nas redes sociais, inclusive acompanhados de imagens das salas de aplicação e dos cadernos de prova.
Internauta reclama de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Threads
Internautas reclamam de problemas na Prova Nacional Docente 2025.
Reprodução/Instagram
O que diz o Inep
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é o braço do Ministério da Educação responsável pelo exame. Procurado pela reportagem, o Inep informou que tomou as devidas providências e que avalia os relatórios de aplicação para garantir os direitos dos participantes. Confira a nota na íntegra.
Assim que tomou conhecimento dos relatos de possíveis intercorrências na aplicação da Prova Nacional Docente por meio de seu sistema de monitoramento, o Inep notificou a empresa aplicadora – Fundação Getúlio Vargas – para que fossem tomadas todas as providências contratuais previstas.
A empresa aplicadora afirmou que ao ser noticiada pelo Inep adotou de forma imediata ações de remanejamento, buscando assegurar o atendimento a todos.
Os relatórios de avaliação estão sendo minuciosamente analisados para garantir as condições de equidade e pleno direitos dos participantes.
O Inep reitera seu compromisso com a lisura da execução dos seus exames e reforça que serão adotadas todas as medidas necessárias para que nenhum participante seja prejudicado.
O que diz a CNTE
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) destaca a importância da PND para a valorização dos professores, mas cobra um posicionamento do MEC sobre as situações filmadas durante a aplicação. Cofira um trecho da nota:
No tocante à sua realização, ontem, a CNTE tem recebido diversos vídeos, áudios e mensagens de texto denunciando situações incompatíveis com a aplicação do exame, as quais não se sabem se têm origem no MEC, nas redes de ensino ou na empresa contratada para aplicar a prova, de modo que aguardamos o pronunciamento urgente do Ministério da Educação, a fim de elucidar os diversos problemas que parecem ter ocorrido em diferentes lugares.
Reiteramos a importância da PND como etapa da valorização da carreira docente, sobretudo para superar os altos índices de contratos temporários no magistério, e esperamos que a confiabilidade neste processo de seleção de professores seja plenamente garantida, buscando, assim, a adesão de mais redes de ensino no país.
Veja Mais
27/10 -
Enem 2025: g1 terá gabarito extraoficial e fará a correção da prova ao vivo
Enem 2025: g1 terá gabarito extraoficial e fará a correção da prova ao vivo O g1 vai divulgar no domingo (9), a partir das 18h30, o gabarito extraoficial do primeiro dia do Enem 2025.. Serão corrigidas as 90 questões das provas de linguagens e ciências humanas.. A correção será feita ao vivo com professores do curso Anglo, que também comentarão a redação.. Ao longo do dia, o g1 fará cobertura em tempo real do exame.
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27/10 -
Sisu 2026 aceitará notas do Enem 2023, 2024 e 2025
Enem 2024, 2ºdia
Mateus Santos/g1
Pela primeira vez, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) permitirá o uso das notas das três edições mais recentes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) — 2023, 2024 e 2025 — para seleção dos candidatos em universidades públicas.
Ou seja: o aluno que fez o Enem 2023, por exemplo, e que nem chegou a se inscrever na edição atual da prova também poderá concorrer a vagas por meio do programa.
A mudança está prevista no Edital nº 22/2025, publicada no Diário Oficial da União e disponível na página do Sisu. Até então, apenas a nota da edição mais recente do exame era aceita.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Critério que permite comparar notas
Mas e se a prova do outro ano tiver sido mais fácil? O sistema de correção do Enem é chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI): a nota final não é a simples soma do número de acertos. Essa técnica mede a coerência no desempenho — se o estudante tiver acertado as questões mais difíceis e errado as mais simples provavelmente "chutou" as alternativas. Consequentemente, ganhará menos pontos do que aquele que respondeu corretamente as fáceis e errou só as difíceis.
Uma das justificativas do uso de TRI é justamente possibilitar a comparação de notas em diferentes provas.
Dois participantes acertaram 5 respostas. Veja só como aquele que errou justamente as mais fáceis tirou uma nota menor do que o ouro, que errou as difíceis
Reprodução/Inep
🎓Como funcionará a seleção?
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), será considerada a pontuação que gerar a melhor média ponderada no curso escolhido.
✏️Por que média ponderada? Ao fazer o Enem, os candidatos alcançam determinada pontuação em cada uma das provas (Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática, Linguagens e Redação). Ao se inscreverem no Sisu, a média será diferente dependendo do curso e da universidade escolhidos. Por exemplo: é possível que a graduação em Física atribua um peso maior à nota de Matemática do que um de Jornalismo, que dará maior importância para Ciências Humanas.
✏️Até a mais recente atualização desta reportagem, o Inep não havia esclarecido se seria possível usar a nota de uma edição na 1ª opção de curso e de outra na 2ª opção.
✏️A regra de usar as últimas edições da prova no Sisu não vale para quem participou como treineiro — ou seja, só as notas válidas no ano de conclusão do ensino médio (ou em posteriores) poderão ser usadas.
A novidade busca ampliar as oportunidades de ingresso no ensino superior, permitindo que o candidato escolha o melhor desempenho obtido nas últimas provas.
🎓Prazos e adesão das universidades
A mudança já aparece no edital de adesão das instituições de ensino superior ao Sisu 2026, cujo prazo vai desta segunda-feira (27) a 28 de novembro. Todas as etapas devem ser realizadas pela plataforma Sisu Gestão.
As universidades e institutos federais interessados precisam ter finalizado a ocupação das vagas da última edição em que participaram. Durante o período de adesão, será possível reabrir e ajustar o termo de participação antes da assinatura final.
🎓O que é o Sisu
O Sisu é o sistema do governo federal que permite aos estudantes concorrer gratuitamente a vagas em universidades públicas de todo o país, utilizando a nota do Enem.
Desde 2024, o programa passou a ter edição única anual, com oferta de cursos cujas aulas começam no primeiro ou no segundo semestre.
Na edição de 2025, foram disponibilizadas 261,7 mil vagas em 6.851 cursos de 124 instituições públicas. Ao todo, 254,8 mil candidatos foram aprovados, sendo 128 mil na ampla concorrência, 111 mil por cotas e 14 mil por políticas afirmativas próprias das universidades.
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26/10 -
Unicamp 2026: Piracicaba tem aumento na abstenção, mesmo com a menor taxa de ausência do vestibular em 15 anos
Candidatos conferem locais de prova da 1ª fase da Unicamp no campus da Fumep em Piraicaba
Beatriz Bisan/g1
A primeira fase do Vestibular 2026 da Unicamp em Piracicaba (SP) registrou aumento no número de ausências em comparação ao ano anterior: de 4,02%, em 2025, para 4,36%, no de 2026. Os dados são da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest). Dos 1.605 inscritos para realizarem a prova na Fumep de Piracicaba, 70 faltaram.
O cenário vai na contramão do resultado geral. Ao todo, 57.718 das 61.698 pessoas habilitadas fizeram a prova neste domingo (26), o que fez com que a primeira fase do Vestibular 2026 da Unicamp registrasse a menor abstenção em 15 anos, com taxa de 6,45% — veja comparativo abaixo.
Em Limeira (SP), também houve queda no número de ausências: de 6,39%, em 2025, para 6,21%, em 2026. Na cidade, 1.706 pessoas estavam aptas a realizar a prova, e 106 faltaram.
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"Isso é algo que demonstra que o horário da prova, no período da manhã, é exitoso, não foi apenas do ano passado. É um dado muito relevante para podermos informar, do ponto de vista da participação das candidatas e candidatos, no vestibular Unicamp. Sobre a prova, em linhas gerais, nós não tivemos nenhuma intercorrência, apenas questões pontuais", detalhou José Alves de Freitas Neto, diretor da Comvest.
Em Campinas, a abstenção foi de 7,7% e em São Paulo de 5,6%. As cidades com menor percentual de ausentes foram Valinhos, com 3,5%, e São João da Boa Vista, com 3,6% de ausentes.
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A prova foi aplicada em 31 cidades do Estado de São Paulo e nas capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Salvador.
Unicamp 2026: estudantes relatam preparativos e ansiedade antes do vestibular
Índices de abstenção nos últimos 15 anos
2026: 6,45%
2025: 7,1%
2024: 6,9%
2023: 8,1%
2022: 7,7%
2021: 13,8%
2020: 8,27%
2019: 8,6%
2018: 9,02%
2017: 8,64%
2016: 8,2%
2015: 8%
2014: 6,9%
2013: 7,6%
2012: 7,4%
2011: 6,9%
2010: 5,3%
Pedro Pereira prestou a 1ª fase da Unicamp como treineiro, aos 16 anos, e foi acompanhado de sua mãe, Márcia Pereira, na Fumep, em Piracicaba (SP)
Beatriz Bisan
Unicamp 2026: mãe de treineiro cadeirante relata desafios para garantir acessibilidade no vestibular
A 1ª fase
O exame deste domingo (26) começou às 9h e teve duração de cinco horas. Ela foi composta por 72 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira:
12 questões de matemática
12 questões de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa
7 questões de cada uma das seguintes disciplinas: inglês, biologia, química, física, história e geografia
3 questões de filosofia
3 questões de sociologia
Cada questão tem quatro alternativas e vale um ponto. Não há redação nesta fase.
FOTOS: 1ª fase do vestibular da Unicamp 2026
Calendário
1ª fase: 26 de outubro 2025
2ª fase: 30 de novembro de 2025 e 1º de dezembro de 2025
Provas de Habilidades Específicas (exceto Música): 3 a 5 de dezembro de 2025
Divulgação dos aprovados em 1ª chamada: 23 de janeiro de 2026
Matrícula virtual da 1ª chamada: 26 e 27 de janeiro de 2026
VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e região
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26/10 -
Unicamp 2026: questões sobre 'Ainda Estou Aqui' e Nazaré Tedesco rendem memes nas redes
Questão sobre 'Ainda Estou Aqui' na Unicamp gerou memes em redes sociais
Reprodução/ X
Questões sobre o filme "Ainda Estou Aqui", sobre a personagem Nazaré Tedesco e o Studio Ghibli na primeira fase do vestibular da Unicamp 2026 renderam memes em redes sociais, neste domingo (26).
"Unicamp te (sic) eu tiro o chapéu você conseguiu colocar fernanda torres, zuzu angel, ia de studios ghibli, nazare tedesco e homem incel na mesma prova", comentou um internauta.
Unicamp 2026: coordenadora acadêmica da Comvest comenta uso de memes na prova
"Terminando a unicamp e só uma coisa pra dizer: 'I am still here'", brincou outro usuário.
A Comissão Permanente para os Vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Comvest) também entrou na brincadeira e fez uma brincadeira com a Nazaré Tedesco: "Estou de olho em vocês", comentou em publicação na qual usou um meme famoso da personagem.
Veja algumas das publicações a seguir:
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Contexto pedagógico
Coordenadora acadêmica da Comvest, Márcia Mendonça avalia que também há um contexto pedagógico ligado ao uso dos memes.
"Às vezes, parece que é só algo para fazer uma graça, digamos assim. Mas tem um princípio pedagógico por trás, que é: as questões que servem pra gente refletir sobre a sociedade, sobre os conteúdos escolares, elas estão em todos os lugares. Elas não estão só dentro de um livro didático, numa aula expositiva. Elas estão no mundo. E, aí, o olhar que a gente lança, a partir da prova, para essas questões, traz materiais como memes, filmes, notícias, coisas com as quais os candidatos estão convivendo o tempo inteiro", explicou.
➡️ A prova também abordou temas como:
Discutiu a noção de gosto com uma foto de uma feijoada gourmet postada pelo ator Chay Suede em 2022
Estilista Zuzu Angel e como ela usava a moda como protesto na ditadura militar
Studio Ghibli, direito autoral e inteligência artificial
Conflitos no Oriente Médio
Escalas e cálculo de área de figuras geométricas
Função cúbica
Mudanças climáticas e o papel da química na remoção de CO₂ na atmosfera
Eficiência energética, o combustível de aviação e o aquecimento global
Canção “Alvorada”, do Cartola
Preconceito linguístico
Produção de patentes
Tarifaço do Trump
Evolução
Genética
Ampliação da plataforma continental na costa do litoral
Cálculo de percentagem usando o conclave que elegeu o papa como contexto
Cálculos sobre baterias e ambientes refrigerados
Nacionalidade e cidadania baseada no local de nascimento ou princípio sanguíneo
Rousseau e o contrato social
Tráfico de escravizados em Buenos Aires e Rio de Janeiro
Organização Mundial da Saúde e a definição de gênero
Noção de gosto com uma foto de uma feijoada gourmet postada pelo Chay Suede
Krenak e a relação entre a natureza e os humanos
Zonas climáticas da África
Incels e a questão da masculinidade na vida adulta
Defesa da liberdade acadêmica em Harvard no contexto da pressão do governo Trump
Unicamp 2026: prova da 1ª fase abordou Fernanda Torres, Studio Ghibli e feijoada postada por Chay Suede
Reprodução/TV Globo/Divulgação/Instagram
'Tom provocativo e contemporâneo'
Victória da Cunha, de 29 anos, quer cursar administração no campus de Limeira (SP). Ela já chegou a ingressar na Unicamp logo após o ensino médio, mas acabou mudando de caminho. Segundo ela, com o tempo vem mais maturidade para escolher uma profissão e, por isso, decidiu retomar o sonho de estudar na universidade para valorizar a carreira.
Victória disse ter gostado da prova, destacando que “a Unicamp tem muito tom provocativo contemporâneo” e que questões com temas atuais, como inteligência artificial e até memes, aproximam o conteúdo dos jovens. Para ela, o maior desafio continua sendo a parte de exatas.
Unicamp 2026: candidatos fazem prova da 1ª fase em Campinas
Thomaz Marostegan/g1
Literatura
Candidatos também relataram que a prova abordou o livro “A Vida Não É Útil”, de Ailton Krenak. A obra está na lista de indicações para a prova deste ano - confira a relação abaixo:
Prosas seguidas de odes mínimas (José Paulo Paes)
Olhos d’água (Conceição Evaristo)
A vida não é útil (Ailton Krenak)
Casa Velha (Machado de Assis)
Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá (Lima Barreto)
No seu pescoço (Chimamanda Ngozi Adichie)
Morangos mofados - Contos escolhidos (Caio Fernando Abreu)
Canções escolhidas (Cartola)
Alice no país das maravilhas (Lewis Carroll)
Unicamp 2026: estudantes relatam preparativos e ansiedade antes do vestibular
A 1ª fase
O exame deste domingo (26) começou às 9h e tem duração de cinco horas. No total, 61.698 candidatos participam do exame.
A prova da primeira fase é composta de 72 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira:
12 questões de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa
12 questões de matemática
7 questões de história
7 questões de geografia
3 questões de filosofia
3 questões de sociologia
7 questões de física
7 questões de química
7 questões de biologia
7 questões de inglês
Cada questão tem quatro alternativas e vale um ponto.
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26/10 -
Unicamp 2026: 1ª fase tem relatos de desafios para garantir acessibilidade, ansiedade e apoio familiar
Unicamp 2026: estudantes relatam preparativos e ansiedade antes do vestibular
A primeira fase do vestibular 2026 foi aplicada neste domingo (26) e foi marcada por relatos de dificuldades no acesso para pessoas com deficiência, rotinas dedicadas à prova, ansiedade e apoio familiar.
Entre os candidatos, figuraram jovens conciliam trabalho e estudo, vestibulandos experientes e estreantes que lidam com a pressão da prova - confira abaixo.
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Os candidatos responderam 72 questões ao longo de cinco horas. Este é o segundo ano consecutivo que a universidade aplica a prova no período da manhã. No ano passado, a mudança foi avaliada positivamente pela Comvest, comissão que organiza o vestibular.
O exame abordou temas como a participação da atriz Fernanda Torres no filme “Ainda Estou Aqui” e memes com a personagem Nazaré Tedesco, da novela “Senhora do Destino”. A prova também discutiu a noção de gosto com uma foto de uma feijoada gourmet postada pelo ator Chay Suede em 2022. Confira os assuntos abordados aqui.
Nesta reportagem você confere:
Desafios para garantir acessibilidade
Jovens conciliam trabalho e estudo
Amizade que impulsiona
Nervosismo e rotina dedicada
Virada de rumo
Desafios para garantir acessibilidade
Pedro Pereira presta a 1ª fase da Unicamp como treineiro, aos 16 anos, e vai acompanhado de sua mãe, Márcia Pereira, na Fumep, em Piracicaba (SP)
Beatriz Bisan
Em Piracicaba (SP), o estudante Pedro Paulo, de 16 anos, prestou a 1ª fase do vestibular da Unicamp como treineiro para a área de Ciências da Natureza. Pedro é cadeirante e precisa de um monitor durante a realização da prova, mas a mãe, Márcia Pereira Carvalho, relatou dificuldades para garantir o atendimento acessível.
“Não é [um processo fácil]. Tanto é que veio errado, veio dizendo que estava com monitor só para o segundo dia, daí ele teve que fazer [a inscrição] de novo”, contou Márcia.
Segundo ela, o pedido exige o preenchimento de formulário, envio de laudo médico e documento de identificação pelo site da universidade. O processo, no entanto, teve falhas e precisou ser repetido.
A mãe também demonstrou preocupação com possíveis barreiras físicas no local. “Você está vendo a escada ali? Eu não sei o que vou fazer”, disse, ao observar o acesso principal à Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba (Fumep), onde o filho faria a prova.
A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) informou que o prédio da Fumep tem entrada acessível para pessoas com mobilidade reduzida. A instituição afirmou que candidatos com solicitações deferidas recebem atendimento garantido no dia da prova. No caso de Pedro, a solicitação de um transcritor e uma cadeira especial na sala foi registrada e atendida normalmente.
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Jovens conciliam trabalho e estudo
Luke Hades Delfino Souza, de 23 anos, e Maria Eduarda Barbosa, de 18 anos, enfrentam jornadas duplas para tentar conquistar uma vaga na Unicamp.
Marcelo Gaudio / Bruna Azevedo
A dedicação é o que move jovens como Luke Hades Delfino Souza, de 23 anos, e Maria Eduarda Barbosa, de 18 anos, que enfrentam jornadas duplas para tentar conquistar uma vaga na Unicamp.
Luke divide o tempo entre o estágio e o cursinho popular à noite. Já conseguiu uma bolsa integral do Prouni para cursar Pedagogia em uma universidade particular, mas não abre mão do sonho de estudar na Unicamp. “É meu sonho desde criança”, afirma.
Maria quer seguir carreira como professora de Educação Física ou Ciências do Esporte. “Sempre quis ser professora de Educação Física. Gosto desse ramo de esportes”, disse. Ela faz cursinho popular aos sábados e trabalha em uma loja de semijoias em Campinas.
“O mais difícil tem sido conciliar estudo e trabalho. Escuto podcasts e vejo videoaulas no trabalho mesmo, vou anotando os pontos que marcam”, explicou.
Moradora de Campinas (SP), Maria vive com a mãe e o irmão mais novo e ajuda nas despesas de casa. “Quero dar uma estabilidade para os dois”, afirmou. Apesar do cansaço e da ansiedade, ela mantém a esperança. “Depois da prova, vou ver minha namorada, acho que isso vai acalmar um pouco”, disse.
Amizade que impulsiona
Melissa e Elisa são amigas de infância e optaram por ir juntas prestar a prova como treino: 'É um porto seguro'.
Bruna Azevedo
Amigas desde os quatro anos, Elisa e Melissa se conheceram ainda na educação infantil. “Foi quando eu tava brincando sozinha. Aí falaram pra mim que tinha chegado uma menina nova que tinha minha idade. Eu perguntei se ela queria brincar comigo, e a gente começou a brincar”, contou Elisa.
Desde então, as duas seguiram juntas. Agora, aos 16 e 17 anos, elas enfrentam mais um desafio lado a lado: a 1ª fase do vestibular da Unicamp 2026, como treineiras. Mesmo com o nervosismo, elas se apoiam. “É um porto seguro”, disse Melissa.
A mãe de Elisa, Aline Oliveira, é enfermeira e trabalha há 28 anos no Hospital de Clínicas da Unicamp. “Eu acho que nessa fase em que os nossos filhos são treineiros, a preocupação é mais dos pais, na verdade”, afirmou.
Fabiana José, corretora de seguros e mãe de Melissa, também acompanha de perto a rotina da filha. “Apesar de não estar valendo, elas têm aí de uma série de provas. Então, toda semana é estudo. Todo final de semana tem envolvimento com alguma prova pra treinar”, contou.
Ela reforça a importância da amizade entre as duas jovens. “Elas que optaram por vir juntas. Para elas é importante. Uma apoia a outra.”
Nervosismo e rotina dedicada
Vestibulandos relatam nervosismo e rotina de estudos para a 1ª fase do vestibular da Unicamp 2026.
Marcelo Gaudio
Rafaela, que tenta o curso de Medicina pela primeira vez, chegou ao local de prova tomada pela ansiedade. “Estou muito ansiosa, muito nervosa também, não consegui dormir à noite”, contou.
Ela afirma que sentiu dificuldades na preparação. “Estudar foi um desafio mesmo. Eu fui atrás das provas antigas, vendo o que eles davam nas últimas vezes e esperar que isso ajude”, relatou.
Emily e Heloísa, ambas com 18 anos, também enfrentaram o momento com nervosismo, mas com esperança. As duas são as primeiras de suas famílias a tentar ingressar no ensino superior e prestam a prova para Fonoaudiologia e Ciências Sociais, respectivamente.
Emily contou que recebeu palavras de incentivo de um professor, o que ajudou a acalmar: “Ele falou que estaria tudo bem se a gente não passasse, e que teria outras chances também.”
Já Gabriel Henrique dos Santos, de 20 anos, está na segunda tentativa e se preparou sozinho, sem cursinho. “Todos os dias eu me programava para estudar uma matéria, então era uma matéria por dia, em média de 4, 5 horas”, disse.
Inspirado pelo filme “Mãos Talentosas”, sobre o neurocirurgião Ben Carson, Gabriel decidiu seguir a carreira médica ainda na infância. “Por conta do Ben Carson, eu decidi fazer medicina”, afirmou.
Virada de rumo
Vestibulandos estreantes e mais experientes prestaram a 1ª fase da Unicamp 2026.
Marcelo Gaudio
Clara, de 20 anos, decidiu trocar o curso de direito pela medicina e presta o vestibular da Unicamp pela primeira vez. A mudança de planos veio em março, ainda durante o primeiro ano da faculdade.
“Este ano está sendo mais como um teste, para ano que vem, se Deus quiser, arrebentar”, disse Clara, que se prepara com cursinho online e conta com o apoio da família. “Até uma pena se torna leve quando ela é dividida”, afirmou.
Já Guilherme, também de 20 anos, morador de Sumaré (SP), faz a prova pela terceira vez e tenta uma vaga em Ciências Econômicas. “Este é o primeiro ano que estou prestando de verdade. Estudei bastante, então estou confiante”, disse.
Ele fez cursinho popular e conciliou os estudos com o trabalho na própria instituição. “Trabalhava lá e estudava lá. Meus momentos de lazer também eram lá, conversando com a galera”, contou.
Apesar dos desafios, Guilherme acredita que o apoio dos pais é fundamental.
“Eles me incentivam bastante a fazer faculdade. Não querem para mim o que eles não tiveram acesso”, afirmou.
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26/10 -
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Reprodução/TV Globo/Divulgação/Instagram
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Victória disse ter gostado da prova, destacando que “a Unicamp tem muito tom provocativo contemporâneo” e que questões com temas atuais, como inteligência artificial e até memes, aproximam o conteúdo dos jovens. Para ela, o maior desafio continua sendo a parte de exatas.
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Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá (Lima Barreto)
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A prova da primeira fase é composta de 72 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira:
12 questões de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa
12 questões de matemática
7 questões de história
7 questões de geografia
3 questões de filosofia
3 questões de sociologia
7 questões de física
7 questões de química
7 questões de biologia
7 questões de inglês
Cada questão tem quatro alternativas e vale um ponto.
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25/10 -
Escola flutuante leva educação para crianças em área remota de Bangladesh
Escola flutuante leva educação para crianças em área remota
As crianças que moram nas zonas úmidas da região de Chalan Beel, em Bangladesh, têm aula em salas flutuantes. Durante todo o ano, cerca de 26 barcos movidos a energia solar navegam pela região, de aldeia em aldeia, e reúne as crianças para as aulas.
A escola flutuante funciona, inclusive, durante as monções, quando as escolas regulares fecham devido às enchentes que atingem o país. Desde 2002, o projeto ajudou mais de 22,5 mil alunos a se formarem.
Escola flutuante em Bagladesh.
Deutsche Welle
Além de garantir a educação das crianças da região, a iniciativa também é importante por viabilizar a integração e socialização entre as aldeias, que não ocorreria de outra maneira.
"Meus amigos estão espalhados pela bacia. Raheeb mora em uma aldeia, Abdullah em outra, e Bashar e Ahad em uma terceira. Sem essa escola [flutuante], eu nunca teria esses amigos", conta Safikul Islam, aluno do projeto.
Reconhecimento pelo projeto
Neste ano, o projeto de escola flutuante recebeu o Prêmio Confúcio de Alfabetização da Unesco, por seu papel em levar educação a comunidades rurais propensas a inundações.
As famílias que moram nas aldeias das zonas úmidas também reconhecem a importância da iniciativa. É o caso de Sufia Khatun, mãe de aluno da escola flutuante, que vê na escola flutuante a oportunidade para o filho ser bem-sucedido.
"Nunca tivemos a chance de estudar, porque, na nossa época, as escolas ficavam muito longe de casa. Como a escola flutuante é muito conveniente, podemos enviar nosso filho para estudar", diz.
Shakhina Khatun é professora e leciona na escola flutuante há 13 anos. Ela diz que ficou feliz em ver o reconhecimento que o projeto vem recebendo.
Ouvi dizer que muitos países como o nosso adotaram e desenvolveram esse modelo escolar. Estou muito feliz por fazer parte disso. Nossas aulas são contínuas, apesar do clima adverso e das enchentes que ocorrem todos os anos. Nunca fechamos. É por isso que os pais adoram nossa escola.
O modelo de escolas flutuantes foi replicado em países propensos a enchentes, como Nigéria, Filipinas e Camboja.
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25/10 -
TikTok e redes sociais: deletar ou não os apps nas semanas antes do Enem?
Monóxido de carbono: por que gás invisível é mortal?
A duas semanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o tempo gasto nas redes sociais pode prejudicar a capacidade de concentração, fundamental para um bom desempenho na prova.
Especialistas ouvidos pelo g1 recomendam cautela e equilíbrio, para que o foco não seja perdido para a rolagem infinita do TikTok, Instagram e outros aplicativos.
O uso intenso dessas plataformas ativa o circuito cerebral ligado à sensação de prazer e recompensa, conhecido como sistema dopaminérgico. “Cada notificação libera pequenas doses de dopamina, criando um ciclo de busca por estímulos rápidos e recompensas imediatas”, explica Robson Batista Dias, psicólogo especialista em neuropsicologia e professor da Rhema Neuroeducação.
🧠 "Com o tempo, o cérebro se acostuma a essas recompensas e reduz a tolerância à monotonia, tornando mais difícil manter a atenção em tarefas prolongadas, como ler um texto ou resolver uma prova", acrescenta.
Plataformas de vídeos curtos, como TikTok ou Reels, no Instagram, são construídas para prender o usuário pelo máximo de tempo possível. É um formato que estimula o cérebro a buscar novidade constantemente – o oposto do que o estudo requer: foco prolongado, esforço e paciência cognitiva, resume Dias.
O resultado é uma queda tanto do foco sustentado (capacidade de manter a atenção por longos períodos, mesmo com distrações) quanto da memória de trabalho (função cognitiva que permite guardar informações temporárias). Ambos são fundamentais para o aprendizado.
Uma prova longa e cansativa como o Enem demanda resistência dos candidatos: no primeiro domingo, são 5h30 para resolver 90 questões e escrever uma redação; no segundo, mais 5h para outras 90.
Tempo gasto nas redes sociais pode afetar a capacidade de concentração nas semanas antes do Enem.
Freepik
😓 Outro fator a ser considerado é a ansiedade de desempenho, termo que remete ao medo de não alcançar bons resultados em uma atividade. No contexto da internet, esse sentimento é potencializado pela comparação constante.
"O celular e as redes sociais funcionam como ferramentas de ampliação daquilo que o jovem está vivendo ou buscando. O digital também é um espaço de conexão social e formação de subjetividade", ressalta Eduardo Takayuki Katto, psicólogo do Curso Anglo.
Em uma fase marcada por tanta pressão, tais plataformas também podem aumentar inseguranças.
"É comum que os estudantes se comparem a rotinas idealizadas e sintam culpa por não alcançar o desempenho exibido por outros nas redes sociais", alerta Katto.
Ele lembra que as redes são vitrines de sucesso, recortes do que o outro quer mostrar, e não a realidade completa.
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O ambiente virtual funciona, hoje, como extensão da vida real – e por isso é difícil imaginar um cenário de desconexão total das redes, principalmente para os jovens, que já cresceram nesse ecossistema.
Como, então, regular a presença online para não prejudicar o próprio desempenho no vestibular? Para Vinícius Beltrão, gerente de ensino e inovações do SAS Educação, a palavra-chave é equilíbrio.
"É essencial planejar os horários de estudo, descanso e uso das redes. Inserir o tempo de navegação como parte da agenda – e não como distração espontânea – ajuda a manter o foco", indica.
A tecnologia, assim, exerce o papel de potencializadora da aprendizagem, em vez de competir com ela.
Apagar os aplicativos pode parecer uma solução, mas estabelecer limites saudáveis não depende, necessariamente, do caminho mais radical. “Cortar as redes sociais pode ser pouco realista e até gerar ansiedade ou sensação de isolamento, já que elas também são um meio de contato com amigos”, pondera Idelfrânio Moreira, gerente executivo de ensino e inovações do SAS.
Segundo ele, a decisão depende do perfil de cada estudante. "Quem já consegue limitar o uso das redes a horários e intervalos específicos pode aproveitar o celular como ferramenta de pesquisa e estudo. Mas, se o aluno reconhece que se distrai com facilidade, é melhor recorrer a materiais tradicionais ou baixar previamente os conteúdos de revisão”, recomenda.
📵 Para Robson Dias, diminuir o uso de redes sociais nas semanas que antecedem o Enem melhora a qualidade da atenção, reduz a ansiedade e otimiza o tempo de estudo.
"Quem não consegue (ou não quer) desconectar totalmente pode ao menos desativar notificações e definir horários específicos para navegar. Isso evita que o cérebro fique em alerta o tempo todo e direciona a energia para os estudos", orienta.
Além disso, é crucial reduzir o uso do celular antes de dormir. Um sono de qualidade é essencial para que o cérebro descanse e possa consolidar o que foi estudado – especialmente às vésperas do exame.
✅ Em comum, os especialistas recomendam:
definir horários específicos para acessar as redes sociais, evitando que interfiram na rotina de estudo e descanso;
desativar notificações e evitar conteúdos que possam gerar comparação ou ansiedade, ou ainda que prometam soluções milagrosas;
fazer uma curadoria e priorizar o consumo de conteúdos educativos, que complementam a preparação para o Enem;
reduzir o tempo de tela nos dias que antecedem a prova;
nunca trocar uma boa noite de sono por horas de vídeos curtos.
Como as redes sociais podem ajudar nos estudos
Usadas com propósito, as redes podem ser aliadas do estudo. O celular já é uma ferramenta de estudos comum entre os jovens, seja para acessar materiais digitais, consumir conteúdos de professores ou participar de grupos de apoio e motivação.
"Temos aplicativos para flashcards, podcasts educativos, simulados e até aplicativos que regulam o tempo de estudo", elenca Dias.
"O principal é ter consciência do propósito: use a tecnologia a seu favor, não como fuga do desconforto do estudo", afirma.
Para Moreira, as mídias cumprem um papel importante no acesso à informação e no relaxamento, mas ainda é mais saudável consumir "filmes, séries e documentários relevantes para estudo, revisão e construção de repertório".
Beltrão acrescenta que os perfis de professores e cursinhos oferecem revisões e aulões úteis na reta final. “O segredo é fazer uma curadoria, filtrando perfis e conteúdos de qualidade e evitando conteúdos com promessas irreais.” Vale também criar uma rede de apoio entre colegas para trocar indicações e tornar o uso das redes mais produtivo e colaborativo.
📆 O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro. No primeiro domingo de provas, os candidatos encaram Linguagens, Ciências Humanas e redação; no segundo, será a vez de Matemática e Ciências da Natureza.
Local de prova do Enem é divulgado; saiba como consultar
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24/10 -
Monóxido de carbono: gás invisível pode matar rapidamente; veja o que ele provoca no corpo e saiba como evitar acidentes
Monóxido de carbono: por que gás invisível é mortal?
Por que a intoxicação por monóxido de carbono é tão perigosa? Foi essa a causa das mortes da modelo Lidiane Lorenço, de 33 anos, e de sua filha, Miana Santos, de 15 anos, segundo as conclusões da necrópsia. Os corpos das duas foram encontrados em 10 de outubro, no apartamento onde elas moravam, no Rio de Janeiro.
🔴Abaixo, entenda como a química e a biologia explicam os efeitos provocados pelo gás no corpo humano. Em seguida, veja formas de evitar acidentes.
A intoxicação por monóxido de carbono (CO) é perigosíssima justamente porque esse gás:
é incolor e inodoro, ou seja, difícil de ser detectado;
impede o transporte adequado de oxigênio no corpo — mesmo quando a pessoa continua respirando.
Lidiane Aline Lorenço e a filha, Miana Sophya Santos
Reprodução
O caminho é o seguinte:
▶️O monóxido de carbono (CO) entra pelo pulmão e chega aos alvéolos pulmonares, que são pequenos sacos de ar nos quais ocorrem as trocas gasosas. É ali que o oxigênio que respiramos é transferido para o sangue, enquanto o dióxido de carbono (CO2) é eliminado.
▶️A presença do CO dá uma “pane” no sistema: esse gás liga-se à hemoglobina, proteína dos glóbulos vermelhos que transporta o oxigênio pelo corpo. O problema é que o CO tem bem mais afinidade que o O2 e “toma o lugar” dele.
“O monóxido de carbono praticamente tranca o sítio de ligação entre o oxigênio e a hemoglobina. É algo tão estável e forte que torna essa proteína do sangue incapaz de transportar O2”, afirma Gustavo Prado, pneumologista e membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
▶️Resultado: a hemoglobina fica “ocupada” com o CO e deixa de transportar o oxigênio para as células. E elas precisam de O2 para queimar glicose e produzir ATP, que é a moeda de energia do nosso corpo.
"Uma boa analogia é imaginar a hemoglobina como uma frota de táxis que transporta oxigênio. O monóxido de carbono é o passageiro que entra sem convite, ocupa o banco e ainda tranca a porta, impedindo que o oxigênio entre no carro", exemplifica Franco Ramunno, coordenador de química do Colégio Bandeirantes.
▶️Sem oxigênio, elas ativam um “modo de emergência” chamado fermentação lática: é um jeito de gerar energia sem precisar de oxigênio. O problema é que esse processo gera um subproduto chamado ácido lático.
▶️Quando o ácido lático vai se acumulando no sangue, causa a chamada acidose metabólica (redução do pH), que desequilibra o funcionamento das enzimas e dos órgãos.
“Os tecidos que têm atividades metabólicas mais elevadas exigem mais oxigênio e acabam sofrendo primeiro: o cérebro e o coração. Por isso, os primeiros sintomas são desorientação e dor de cabeça. Mas não necessariamente eles vão aparecer – pode haver perda súbita de consciência”, explica Prado.
Juliana Cavichiolo, otorrinolaringologista do Hospital Pequeno Príncipe (PR), afirma que as consequências cardíacas costumam aparecer quando a vítima já está desacordada ou muito sonolenta. "Ela não percebe o que está acontecendo. Morre sem perceber", diz.
Caso receba socorro e sobreviva, pode desenvolver sequelas. "Tudo vai depender de quanto tempo o cérebro ficou sem oxigênio — isso varia de acordo com o tempo de exposição ao gás e com a quantidade de monóxido inalada. Pode haver um AVC isquêmico secundário, por exemplo", afirma a especialista.
Resumo dos sintomas possíveis:
Leves: dor de cabeça, tontura, náusea, fraqueza, confusão mental.
Moderados: desmaios, dor no peito, falta de ar, batimentos acelerados (já que o coração é afetado).
Graves: convulsões, coma, parada cardíaca e morte.
Atenção: a pele da vítima pode parecer rosada ou avermelhada, por causa da coloração da carboxi-hemoglobina. Isso pode enganar os socorristas.
Quais os tratamentos?
O primeiro passo do tratamento é retirar a pessoa imediatamente do ambiente contaminado para interromper a inalação do gás.
Em seguida, os socorristas ou médicos administram oxigênio puro por máscara ou cateter — isso ajuda a substituir o monóxido de carbono que está preso na hemoglobina e a restaurar o transporte de O2 no sangue.
Em situações mais graves, quando a concentração de CO no sangue é muito alta ou há perda de consciência, o paciente pode ser levado a uma câmara hiperbárica, equipamento que nem sempre está disponível nos postos de atendimento.
Dentro dela, a pessoa respira oxigênio a 100% sob alta pressão atmosférica.
“É um espaço totalmente fechado e selado. Quando o profissional aumenta a pressão, é como se forçasse a difusão do ar para o sangue. O O2 passa a ser transportado não só pela hemoglobina, como também livre, no plasma”, afirma o pneumologista.
De onde vem o CO?
O monóxido de carbono (CO) é um gás produzido pela queima incompleta de combustíveis.
Em uma queima completa, o oxigênio reage com o combustível (como gás, lenha, carvão ou gasolina) e forma gás carbônico (CO₂) e água (H₂O) — liberando energia de forma segura.
Já na queima incompleta, como o oxigênio é insuficiente, a reação fica “pela metade”. O carbono presente no combustível não se oxida totalmente e acaba gerando monóxido de carbono (CO) e fuligem (partículas de carbono).
A cor da chama indica o quão eficiente está sendo a combustão, explica Carlos Eduardo Bonancea, coordenador e professor dos cursos de Química da Cruzeiro do Sul Virtual:
• Chama azulada: queima completa — presença adequada de oxigênio; menor risco de CO.
• Chama amarelada ou alaranjada: queima incompleta — há deficiência de oxigênio. Sinal de alerta para liberação de monóxido de carbono.
‼️As principais causas de queima incompleta são:
ventilação inadequada (pouco ar circulando no ambiente);
saídas de ar obstruídas (em exaustores ou chaminés);
equipamentos mal regulados ou com sujeira nos bicos de gás.
🔥Isso pode ocorrer nas seguintes situações domésticas e urbanas:
aquecedores a gás instalados em banheiros ou locais fechados, sem ventilação;
fogões, lareiras e churrasqueiras usados em ambientes sem janelas abertas;
carros e motos ligados dentro de garagens fechadas;
geradores a combustão usados dentro de casa;
chaminés e exaustores obstruídos, que impedem a saída da fumaça.
“Esses acidentes são comuns em noites frias, quando as pessoas improvisam lareiras em casa, em espaços fechados. É preciso sempre manter a ventilação e a exaustão adequadas, para reduzir qualquer risco”, explica Prado.
O professor Bonancea complementa:
"Se várias pessoas em um mesmo ambiente começam a se sentir mal ao mesmo tempo — especialmente em um local com fogão, aquecedor ou lareira — saia imediatamente, vá para um lugar ventilado e procure socorro", diz.
🪟Como evitar a intoxicação?
Profissionais de saúde alertam sobre intoxicação por monóxido de carbono
A prevenção depende de ventilação constante, manutenção regular dos aparelhos e atenção aos sinais de combustão incorreta. Veja as principais recomendações:
Nunca feche totalmente janelas e portas em locais com fogão, aquecedor ou lareira.
Não durma com brasas, carvão ou geradores ligados dentro de casa.
Chame técnicos credenciados para revisar periodicamente fogões, chaminés e aquecedores. Faça manutenções preventivas.
Observe se a chama é azul — se estiver amarelada, há risco de vazamento.
Nunca ligue o carro com a garagem fechada.
Instale detectores de monóxido de carbono, que emitem alarme se o gás for detectado.
Em caso de suspeita, a orientação é sair imediatamente do ambiente, desligar a fonte de gás, acionar o Corpo de Bombeiros (193) e procurar atendimento médico — mesmo que o mal-estar desapareça ao respirar ar fresco.
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23/10 -
Enem 2025: local de prova é divulgado; saiba como consultar
Enem 2025: local de prova é divulgado; saiba como consultar
Participantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 já podem consultar seu local de prova. A informação está disponível no cartão de confirmação de inscrição, disponibilizado nesta quinta-feira (23) na página do participante.
Para conferir o cartão de confirmação, é preciso acessar a página do participante (enem.inep.gov.br/participante), utilizando o login gov.br (CPF e senha).
Cartão de confirmação de inscrição do Enem 2025 já está disponível.
Reprodução
👉O que é cartão de confirmação? É o documento em que o candidato pode consultar o local de prova. Lá, também estarão escritos o idioma escolhido para a prova de língua estrangeira (inglês ou espanhol), as datas do exame e as solicitações de atendimento especializado (no caso de pessoas com deficiência ou lactantes, por exemplo) e de tratamento por nome social.
Mais sobre o cartão de confirmação
Cartão de confirmação do Enem 2025
Reprodução
A apresentação do cartão de confirmação nos dias de prova não é obrigatória, mas o Inep recomenda que o candidato imprima e leve o documento consigo, para conferir as informações, se necessário.
👉 Após consultar o cartão de confirmação, as dicas são:
pesquisar o endereço do seu local de prova;
verificar a distância e o tempo de deslocamento;
e, se possível, simular o percurso em um domingo, quando o trânsito e o transporte público têm fluxos diferentes.
🚨 O portão fecha às 13h, mas a orientação do Inep é chegar às 12h ao local de prova.
Redação do Enem ou 'cover' de Machado de Assis?
Sobre o Enem 2025
🗓️ Datas das provas
O Enem 2025 será aplicado em dois domingos de novembro (menos em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, onde as provas serão em 30 de novembro e 7 de dezembro).
9 de novembro
45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol);
45 questões de ciências humanas; e
redação.
16 de novembro
45 questões de matemática; e
45 questões de ciências da natureza.
🖋️ O que levar no dia da prova
RG ou outro documento oficial com foto (documentos digitais também são válidos);
Caneta esferográfica transparente com tinta na cor preta (leve pelo menos duas para o caso de uma falhar);
Cartão de confirmação de inscrição;
Lanche (ideal é levar alimentos que deem energia, como chocolates, castanhas e barras de cereal) e água em garrafa transparente (a embalagem não deve ter rótulo). O lanche poderá ser vistoriado pelo fiscal de sala.
Dica: Como são cinco horas e meia de exame, é recomendado que o candidato vá com uma roupa confortável e calçados que não o apertem.
Exemplos de documentos digitais de identificação que serão aceitos pelo Inep:
e-Título,
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Digital; e
RG Digital.
O candidato deve apresentar o aplicativo oficial ao fiscal --- capturas de tela não serão válidas. Após a entrada na sala de aula, o uso do celular continuará vetado.
Horários de aplicação (no fuso de Brasília)
Portões abrem às: 12h
Portões fecham às: 13h
Prova começa às: 13h30
Aplicação da prova no 1º dia acaba às: 19h
Aplicação da prova no 2º dia acaba às: 18h30
O candidato só deixa o local de aplicação com o Caderno de Questões nos últimos 30 minutos que antecedem o término da prova.
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23/10 -
Gabarito do Enamed gera polêmica em questão sobre comunidades ribeirinhas: 'Nem o Inep está a favor dos indígenas?'
Indígena é atendido na unidade de saúde montada em Surucucu, ma Terra Yanomami
Arquivo pessoal
O gabarito do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025, divulgado em versão preliminar nesta quarta-feira (22), gerou protesto de candidatos nas redes sociais. A questão polêmica é a 24, do caderno 2, sobre atendimento a populações ribeirinhas e a aldeias indígenas.
A pergunta, direcionada a estudantes de medicina, aborda o desafio dos profissionais de saúde em compreender diferenças culturais de seus pacientes. Dois exemplos são expostos:
"um indígena da etnia Tikuna não aceita ser atendido sozinho e insiste na presença de um pajé da comunidade";
"uma mulher ribeirinha evita contato visual durante a consulta e responde às perguntas apenas com monossílabos".
Gabarito do Enamed aponta resposta polêmica como correta em questão sobre indígenas
Reprodução
➡️A prova questiona: o que os profissionais deveriam fazer? Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a resposta correta seria a D: "estabelecer rotinas padronizadas uniformes de atendimento para ribeirinhos e indígenas".
Segundo candidatos e especialistas, essa alternativa é problemática justamente porque ignora as diferenças culturais e promove uma generalização — pressupõe que grupos com tradições, valores e modos de relação distintos possam ser atendidos da mesma forma. Isso contraria princípios básicos de atenção primária.
✏️Questionado pelo g1 sobre a possibilidade de alteração ou anulação do gabarito, o órgão não comentou este caso especificamente — apenas reforçou o cronograma previsto no edital e afirmou que é possível contestar as respostas até 27 de outubro. Os resultados definitivos sairão apenas em 5 de dezembro.
À reportagem, a médica sanitarista Sofia Mendonça, coordenadora do Projeto Xingu/Unifesp, afirmou que a alternativa D “não é adequada”, porque o atendimento aos povos indígenas “segue fluxos diferentes dos ribeirinhos e de outras populações tradicionais”. Segundo ela, o erro da questão está em propor “condutas uniformes” para grupos com culturas distintas.
“É preciso preparar médicos e profissionais para atuar em contextos interculturais, com escuta, diálogo e reconhecimento da diversidade de saberes”, diz Mendonça. "Não é engessando as condutas, uniformizando, que você vai resolver essas questões. Elas envolvem outros modos de pensar o mundo e o adoecimento. Isso demanda conhecimento, interação e negociação.”
A professora destacou que a resposta mais coerente seria a alternativa B: "promover espaços formativos para a equipe assistencial, reconhecendo saberes e práticas das populações atendidas".
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O que é Enamed?
A prova, aplicada no último domingo (19) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foi criada para unificar instrumentos já existentes:
o Enade, que mede a qualidade dos cursos de graduação;
e o Enare, exame objetivo para ingresso em residência médica de acesso direto.
Ou seja: a nota servirá tanto para avaliar as faculdades de Medicina quanto para selecionar residentes.
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‘Formatura de meio-médico’: alunos de medicina viralizam com festa de R$ 1,4 milhão
🩺Cronograma de gabaritos
Gabarito preliminar: 22 de outubro
Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro
Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro
🩺Por que o Enamed é importante?
O Ministério da Educação (MEC) considera que o Enamed cria um “ciclo virtuoso” entre os exames —porque a nota obtida poderá ser usada como critério de entrada em programas de residência.
Os estudantes passam a ter, portanto, mais um incentivo para participar do exame. Isso gera resultados confiáveis tanto para avaliar o ensino oferecido pelas universidades quanto para estruturar o Sistema Único de Saúde, que depende da formação de novos médicos.
🩺Novidade na forma de avaliação
Diferentemente do Conceito Enade, que apresentava limitações, o Enamed divulgará os resultados em escalas de desempenho. Essa metodologia mostra se os estudantes atingiram os padrões esperados ao final da graduação, tornando a análise mais precisa e útil para:
monitorar a qualidade dos cursos;
subsidiar políticas de regulação e financiamento;
qualificar o processo de ingresso em residências.
🩺Como é a estrutura do Enamed? Quais instrumentos foram aplicados?
O exame é composto por:
Prova teórica: 100 questões de múltipla escolha, com igual número de perguntas por área.
Questionário do Estudante (para concluintes de Medicina inscritos no Enade) – obrigatório
Questionário Contextual (para os demais participantes) – obrigatório
Questionário de Percepção de Prova
Os dados dos questionários não influenciam a pontuação no Enare, e serão utilizados penas para fins estatísticos e avaliação da educação superior.
Enamed: alunos de medicina farão o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica
Adobe Stock
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22/10 -
Enamed: confira os gabaritos preliminares da prova para estudantes de Medicina
‘Formatura de meio-médico’: alunos de medicina viralizam com festa de R$ 1,4 milhão
Os gabaritos preliminares do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025 foram divulgados nesta quarta-feira (22). O gabarito definitivo e o resultado final do exame serão divulgados em 5 de dezembro. (Veja o calendário completo mais abaixo.)
Gabarito do caderno 1 do Enamed 2025 – (preliminar)
Gabarito preliminar Enamed prova 1
Reprodução/Inep
Gabarito do caderno 2 do Enamed 2025 – (preliminar)
Gabarito preliminar Enamed prova 2
Reprodução/Inep
Quanto custa cursar Medicina? Cursos passam de R$ 12 mil e podem chegar a R$ 15,7 mil; veja lista
Sobre o Enamed 2025
A prova, aplicada no último domingo (19) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foi criada para unificar instrumentos já existentes:
o Enade, que mede a qualidade dos cursos de graduação;
e o Enare, exame objetivo para ingresso em residência médica de acesso direto.
Ou seja: a nota servirá tanto para avaliar as faculdades de Medicina quanto para selecionar residentes.
🩺Cronograma de gabaritos
Gabarito preliminar: 22 de outubro
Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro
Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro
🩺Por que o Enamed é importante?
O Ministério da Educação (MEC) considera que o Enamed cria um “ciclo virtuoso” entre os exames —porque a nota obtida poderá ser usada como critério de entrada em programas de residência.
Os estudantes passam a ter, portanto, mais um incentivo para participar do exame. Isso gera resultados confiáveis tanto para avaliar o ensino oferecido pelas universidades quanto para estruturar o Sistema Único de Saúde, que depende da formação de novos médicos.
🩺Novidade na forma de avaliação
Diferentemente do Conceito Enade, que apresentava limitações, o Enamed divulgará os resultados em escalas de desempenho. Essa metodologia mostra se os estudantes atingiram os padrões esperados ao final da graduação, tornando a análise mais precisa e útil para:
monitorar a qualidade dos cursos;
subsidiar políticas de regulação e financiamento;
qualificar o processo de ingresso em residências.
🩺Como é a estrutura do Enamed? Quais instrumentos foram aplicados?
O exame é composto por:
Prova teórica: 100 questões de múltipla escolha, com igual número de perguntas por área.
Questionário do Estudante (para concluintes de Medicina inscritos no Enade) – obrigatório
Questionário Contextual (para os demais participantes) – obrigatório
Questionário de Percepção de Prova
Os dados dos questionários não influenciam a pontuação no Enare, e serão utilizados penas para fins estatísticos e avaliação da educação superior.
Enamed: alunos de medicina farão o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica
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22/10 -
Crianças e adolescentes assistem mais a vídeos de influenciadores digitais do que a séries e filmes, diz pesquisa
Técnica do ‘cérebro podre’: alunos usam app que transforma textos longos em vídeos curtos
Vídeos de influenciadores digitais são o formato mais visto por crianças e adolescentes brasileiros na internet. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2025, divulgada nesta quarta-feira (22), 46% dos usuários de 9 a 17 anos assistem a esse tipo de conteúdo várias vezes ao dia.
Em seguida, aparecem séries, filmes e programas (35%), tutoriais (29%) e vídeos de pessoas jogando videogame (23%).
O estudo, realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra também dados específicos da faixa etária de 11 a 17 anos. Estes são os tipos favoritos de vídeo deles:
66%: de pessoas abrindo embalagens;
65%: de tutoriais ;
61%: de produtos recebidos de marcas;
54%: de visitas a lojas ou eventos;
53%: de divulgação de jogos de apostas;
52%: de desafios com marcas;
39%: de sorteios ou concursos.
📱Metade pediu aos pais algum produto após ver propaganda
Criança mexe em um smartphone enquanto ouve música com fones de ouvido
Anne-Sophie Bost/AltoPress/PhotoAlto
Uma das consequências da exposição excessiva a redes sociais é o contato constante com publicidade. Mais da metade dos usuários de 11 a 17 anos afirmou ter visto propaganda digital em diferentes plataformas:
Redes sociais: 55%
Sites de vídeo: 52%
Televisão: 52%
Jogos on-line: 26%
Do total, 51% pediram algum produto após ver propaganda na internet. As preferências variam por gênero:
Meninas: 33% pediram materiais escolares, e 20%, livros, revistas e gibis;
Meninos: 27% pediram jogos ou videogames, e 15%, moedas virtuais para jogos.
Além disso, 63% pesquisaram produtos na internet e 44% buscaram informações sobre marcas no último ano.
🖥️85% dos usuários têm perfil em ao menos uma plataforma digital
O WhatsApp é a plataforma mais usada “várias vezes ao dia” por crianças e adolescentes, seguido por YouTube, Instagram e TikTok:
WhatsApp: 53% (várias vezes ao dia) e 15% (todos os dias ou quase todos)
YouTube: 48% (várias vezes ao dia)
Instagram: 48% (várias vezes ao dia) e 11% (todos os dias ou quase todos)
TikTok: 46% (várias vezes ao dia) e 11% (todos os dias ou quase todos)
O estudo mostra ainda que 85% dos usuários de 9 a 17 anos possuem perfil em pelo menos uma plataforma digital. A proporção cresce com a idade:
64% entre 9 e 10 anos;
79% entre 11 e 12 anos;
91% entre 13 e 14 anos;
99% entre 15 e 17 anos.
🖱️Celular vence TV entre os dispositivos mais usados
O levantamento aponta que 92% da população de 9 a 17 anos usa internet, o que equivale a 24,5 milhões de crianças e adolescentes — proporção estável em relação à edição anterior.
O celular continua sendo o principal meio de acesso (96%), seguido por:
Televisão: 74%
Computador: 30%
Videogame: 16%
Dispositivos vestíveis ou assistentes pessoais: 7% cada
Pela primeira vez, a pesquisa investigou a frequência de uso dos aparelhos:
74% usam o celular várias vezes ao dia
35% assistem à TV diariamente
8% usam computador de mesa ou portátil todos os dias
📶Atividades on-line: trabalhos escolares dominam uso
As atividades mais comuns continuam ligadas à escola e à busca de informações:
81% pesquisaram para trabalhos escolares
70% buscaram informações sobre temas de interesse
48% leram ou assistiram notícias
31% procuraram informações sobre saúde
A criação de conteúdo também é expressiva:
33% produziram vídeo, música ou imagem e postaram;
20% escreveram e publicaram ideias ou pensamentos.
⌨️65% dos usuários de 9 a 17 anos usaram IA generativa
Pela primeira vez, a TIC Kids Online analisou o uso de inteligência artificial generativa (IA) por esse público:
59% usaram IA para pesquisas escolares ou estudos;
42% para buscar informações;
21% para criar conteúdo;
10% para conversar sobre emoções.
No total, 65% dos usuários de 9 a 17 anos usaram IA generativa para alguma dessas finalidades.
O uso é mais frequente entre adolescentes de 15 a 17 anos do que entre crianças de 9 a 10 anos — por exemplo, 68% contra 37% no caso das pesquisas escolares.
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22/10 -
Como pais e professores podem ajudar na reta final do Enem sem aumentar a pressão
Por que colocar o celular atrás da cabeça faz a música 'abraçar' você?
Ansiedade, oscilação de humor, autocobrança e sobrecarga são comuns na reta final para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ter o suporte da família e dos professores faz a diferença nesse momento, quando a preparação envolve também gestão emocional e rotina equilibrada.
Ao g1, especialistas reforçam que os pais e a escola têm papéis complementares no caminho até o vestibular. Enquanto os professores reforçam os conteúdos importantes e orientam quanto às estratégias de prova, cabe aos pais assegurar o apoio emocional e logístico para que uma rotina saudável seja mantida.
"Não descuidar do sono, da alimentação, da hidratação e do exercício físico pode fazer muita diferença no resultado final", aponta Idelfrânio Moreira, gerente executivo de ensino e inovações do SAS Educação.
📆 O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro. No primeiro domingo de provas, os candidatos encaram Linguagens, Ciências Humanas e redação; no segundo, será a vez de Matemática e Ciências da Natureza.
Pode ser um desafio oferecer ajuda sem transformar a prova em uma fonte de tensão e cobrança dentro de casa. Moreira lembra que o Enem "acaba sendo um evento importante para a família toda", logo, é natural que os pais tenham as próprias aflições.
"Para cuidar do outro, é preciso cuidar de si primeiro: em caso de ansiedade ou agitação dos pais, o cuidado deve começar consigo mesmo", alerta Moreira.
Atitudes como manter o diálogo aberto, respeitar os momentos de descanso e evitar comparações ajudam a preservar a autoconfiança do estudante. "O aluno que se importa em fazer uma boa prova e quer muito o resultado já se cobra o suficiente – às vezes, mais que o necessário. O papel da família está no acolhimento emocional e no incentivo", nota.
Por isso, é importante ter "conversas francas sobre os possíveis resultados e imaginar cenários futuros, para que o estudante sinta segurança", recomenda Moreira.
Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro.
Érico Andrade/g1
Para muitos, a estratégia para realizar uma boa prova é acelerar e intensificar os estudos, mas essa abordagem pode ser um tiro no pé, alerta o psicólogo, pedagogo e especialista em análise comportamental, Thiago de Paula. Segundo ele, a gestão da energia mental na reta final é o verdadeiro diferencial para um bom desempenho.
"O objetivo principal é chegar no dia do exame com tranquilidade, foco e preparação, não exaustão. É hora de solidificar, não de construir algo novo. Elimine as pequenas incertezas do dia anterior ou do próprio dia da prova, isso vai reduzir muito o estresse e a ansiedade", avalia.
Para o especialista, a pressão excessiva pode levar a um esgotamento físico e mental. Os sinais de alerta, de acordo com o especialista, são claros: "cansaço persistente que não melhora com o sono, irritabilidade, dificuldade de concentração, sintomas físicos como dores de cabeça e, principalmente, um sentimento de incompetência", diz.
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O primeiro passo para conseguir dar o suporte necessário é entender o que vem pela frente e ter empatia com a realidade do adolescente, sabendo de antemão que o desafio não se limita ao alto volume de conteúdos para estudar.
Ao longo do ano, o jovem precisa ser lembrado do próprio progresso, principalmente nos momentos de exaustão, em que a autoconfiança oscila.
➡️ Frases motivadoras como "você não está atrasado, está no seu próprio tempo”, por exemplo, fortalecem o estudante, enquanto falas como “fulano passou direto do colégio” e “eu não precisei de cursinho, basta se esforçar” desestabilizam, e devem ser evitadas.
"Os vestibulares não avaliam apenas o conhecimento acumulado ao longo dos meses e anos de preparação, mas também como o candidato consegue lidar com os diferentes desafios apresentados, sejam físicos ou emocionais – muitas vezes, uma mistura dos dois", destaca Katto.
Às vésperas do Enem, e principalmente nos dias de prova, o ideal é que o aluno se sinta tranquilo e amparado, para poder concentrar toda a energia em fazer o seu melhor.
Comunicação entre escola, aluno e família
A preparação para o Enem e outros vestibulares é mais efetiva quando escola e família estão alinhadas. Reuniões, grupos de mensagem e conversas informais podem ajudar a identificar sinais de sobrecarga e, quando necessário, a acionar profissionais capazes de oferecer suporte especializado aos estudantes, como psicólogos e outros especialistas.
Pais e professores não têm a capacidade de tornar o processo menos pesado, lembra o psicólogo, mas podem dividir alguns dos fardos carregados pelos estudantes.
"A ansiedade e cansaço fazem parte do processo, precisamos considerar estes fatores ao oferecer conselhos e suporte, respeitando os limites do jovem e sua autonomia", diz Katto.
➡️ Além de guiar o aluno pela revisão dos principais temas cobrados no Enem, na organização o tempo de estudo e nas estratégias para o dia da prova, oferecer apoio emocional também faz parte do papel dos educadores.
Quando o professor demonstra empatia pelas dificuldades dos alunos e confiança no potencial de cada um, há ganhos significativos na redução da ansiedade coletiva que, naturalmente, se estende por toda a turma.
"É muito comum a perda da rotina quanto maior a ansiedade para o grande dia da prova. A escola também pode ajudar discutindo aspectos como hidratação, alimentação, exercícios, sono e momentos de lazer", aponta Moreira.
Moreira acrescenta: os estudantes e suas respectivas famílias são diferentes e vivem contextos diversos. "As ações podem variar, mas para todos vale o princípio de que escola, família e estudantes devem ter um mesmo foco e objetivo: a prova e a aprovação".
🟢 Boas práticas para pais e professores na preparação para o Enem, de acordo com os especialistas
Garantir uma rotina equilibrada: boas condições de sono, alimentação e horários regulares de estudos (com pausas) ajudam o cérebro a funcionar melhor;
Ambiente tranquilo: ter um espaço sem interrupções em casa contribui para o rendimento e concentração;
Gestos e palavras de motivação: pequenas ações, como preparar um lanche saudável ou oferecer palavras de incentivo, transmitem segurança e mostram ao estudante que ele não está sozinho;
Momentos de lazer: lembrar a importância do descanso, inclusive promovendo momentos de descontração em família – esperar que o estudante mantenha 100% de foco o tempo todo é irreal e desgastante, e pode resultar em fadiga cognitiva;
Diálogo aberto: conversar e ouvir desabafos sem interromper ou minimizar preocupações, e evitar transformar o Enem em tema constante de tensão nas trocas familiares;
Procurar a escola: para alinhar expectativas e identificar sinais de ansiedade e estresse exacerbados;
Oferecer ajuda em vez de interferir rigidamente: confiar nas estratégias que o aluno já vem aplicando e estimular sua autonomia, ficando à disposição para colaborar com ajustes;
Evitar cobrar resultados com base em comparações: mencionar o desempenho ou sucesso de conhecidos pode pressionar mais que incentivar, assim como reforçar frases simplistas que geram culpa ou ansiedade, como "basta se esforçar mais";
Valorizar pequenas conquistas: lembrar que o processo é mais importante que o resultado imediato.
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21/10 -
Técnicas de memorização no Enem: o que realmente funciona e quando não usar
'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; qual seria sua nota?
Nas últimas semanas de estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o senso de urgência pode levar o aluno a adotar estratégias que mais prejudicam do que ajudam, como a popular "decoreba".
A memorização é um dos pilares do estudo, mas trata-se de um caminho bem mais complexo do que apenas gravar informações aos montes. Especialistas ouvidos pelo g1 explicam como esse processo acontece no cérebro e em quais situações é válido decorar um conteúdo para a prova – e também quando evitar.
📆 O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro. No primeiro domingo de provas, os candidatos encaram Linguagens, Ciências Humanas e redação; no segundo, será a vez de Matemática e Ciências da Natureza.
Como o cérebro memoriza e o que prejudica esse processo
A memorização é um processo mental e ativo que acontece principalmente no hipocampo, localizado no lobo temporal. Ela envolve três etapas principais: a codificação, o armazenamento e a recuperação.
🧠 Quando aprendemos algo novo, o cérebro cria conexões entre neurônios. São as chamadas sinapses. "Se esse conteúdo é revisado e usado, essas conexões se fortalecem – é a chamada potenciação de longo prazo (PLP)", explica Robson Batista Dias, psicólogo especialista em neuropsicologia e professor de pós-graduação da Rhema Neuroeducação.
Quanto mais o estudante retoma e aplica o conteúdo, mais estáveis são as conexões e mais fácil fica resgatar aquele conhecimento mais tarde.
"O cérebro precisa ser treinado. Cada vez que revisamos, sinalizamos ao cérebro que aquela informação é importante, o que consolida o aprendizado e reduz o esquecimento", explica Dias.
Por outro lado, quando o estudante apenas “decora” um conteúdo, sem associação de significado, o cérebro guarda a informação como se fosse uma anotação provisória, na memória de curto prazo. Ela tem capacidade limitada, e o que é registrado tende a ser esquecido em poucos dias.
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Ou seja: na ânsia de dar conta do grande volume de matérias antes da prova, o candidato pode acabar complicando o próprio desempenho. Isso porque, além das conexões serem mais frágeis, há um limite para a quantidade de informações que o cérebro consegue reter em um curto período.
"Decoreba" no Enem: especialistas explicam como a memorização acontece no cérebro e quando funciona (ou não) nos estudos.
Freepik
Aprender é apenas uma das etapas da memória. Para que uma informação seja de fato armazenada, outros processos cognitivos devem acontecer – e muita coisa pode interferir em todo esse caminho.
💤 É durante o sono que o cérebro consolida o que foi aprendido. Por isso, segundo Dias, o sono de má qualidade é o principal vilão nesse processo. Outros fatores que também atrapalham são:
sobrecarga de estudos sem pausas adequadas, resultando em fadiga cognitiva;
estresse e ansiedade, que elevam o cortisol e dificultam o registro das informações;
falta de rotina e organização, que impede o cérebro de criar previsibilidade e foco;
hábitos multitarefas, como querer estudar enquanto mexe no celular, que reduzem a profundidade da atenção.
Como reconhecer as competências avaliadas na redação do Enem
Técnicas de memorização que funcionam
🛑 Métodos puramente mecânicos e repetitivos, como reler o mesmo trecho várias vezes sem refletir sobre o conteúdo, "podem até ajudar um pouquinho, mas compreender e aplicar é o que consolida e garante o sucesso na aprendizagem", lembra Dias.
Por isso, quando for realmente vantajoso memorizar informações de uma disciplina, prefira estratégias comprovadas por evidências científicas. Dias destaca algumas, ideais para semanas que antecedem o Enem, pois fortalecem a memória de longo prazo e reduzem a necessidade de "maratonar" conteúdos na véspera:
prática de recuperação (ou "resgate ativo"): tentar lembrar o conteúdo sem consultar o material (com flashcards, resumos mentais e resolução de exercícios);
revisão espaçada: revisar o conteúdo em intervalos progressivos de tempo (1 dia, 3 dias, 7 dias…);
elaboração: explicar o conteúdo com as próprias palavras, conectando com experiências pessoais.
Quando usar – e quando não usar
Embora a prova do Enem contemple a extensa bagagem do ensino médio, é também bastante contextualizada. As questões valorizam a interpretação como principal habilidade.
"A memorização isolada não substitui a compreensão. Ela perde a efetividade quando o conteúdo exige raciocínio e aplicação, não apenas lembrança – caso do Enem", destaca Dias.
André Ricardo de Castro, autor de Química e diretor do Colégio Fibonacci, confirma que a simples "decoreba" não é útil para esse modelo de prova. "As questões visam aferir habilidades e competências. Datas específicas ou nomes complexos raramente foram exigidos nas edições do exame desde 2009", ressalta.
Determinadas disciplinas ou conteúdos podem até se beneficiar dessa estratégia, mas em momentos pontuais. Castro destaca, por exemplo, que certas fórmulas de física e termos da biologia e da química precisam ser gravados para a prova de Ciências da Natureza.
Enem: o que estudar e como se preparar para cada área da prova?
Nesses casos, como já vimos, o melhor caminho é criar associações com algo que o aluno já domine. "Se isso não for possível, a criação de histórias e mnemônicos é útil, desde que sejam desenvolvidos pelo próprio aluno, pois isso facilitará a memorização", sugere o professor.
➡️ Mnemônicos (ou macetes) são aquelas associações que facilitam o resgate da informação, como palavras, frases, siglas, imagens ou rimas.
Por outro lado, a prova de Matemática, por exemplo, trabalha a resolução de problemas a partir do raciocínio lógico. "Decorar alguns supostos atalhos pode induzir o aluno a caminhos errados, consumindo tempo de prova ou encaminhando a resposta para um dos distratores (alternativas incorretas)", ressalta Castro.
Também não é vantajoso para a prova de Linguagens. "É sempre muito interpretativa e nunca exigiu conhecimentos gramaticais complexos. Não faz nenhum sentido decorar regras gramaticais e ortográficas para resolvê-la", acrescenta o professor.
Vale destacar, ainda, a redação. Conforme a Cartilha de Redação 2025, o candidato que utilizar o chamado "repertório de bolso" na argumentação do texto pode perder pontos. O exame espera que o aluno apresente exemplos que combinem com o tema, e não ideias e modelos previamente decorados para encaixar em qualquer proposta.
Redação do Enem: como usar repertório sociocultural sem “forçar” ou cair em modelos prontos
🚨 Cuidado com os truques do TikTok. Isso pode criar uma falsa sensação de preparo ou até prejudicar o estudante.
"Não há atalhos para um alto desempenho. Os 'macetes' e dicas distribuídos pelas redes sociais não são capazes de desenvolver as habilidades e competências adquiridas em 12 anos de educação básica", avalia André Castro.
Para o professor, tais artifícios levam, no máximo, ao acerto de uma ou outra questão – com muita “sorte”.
O impacto na nota seria pouco significante, considerando que a prova apresenta 180 questões objetivas e que a pontuação final é calculada pela Teoria de Resposta ao Item, um modelo estatístico que valoriza a coerência pedagógica em vez de itens acertados ao acaso.
🤨 É importante também verificar a fonte, ou seja, quem está produzindo o conteúdo. "Há professores que publicam materiais de qualidade nas redes sociais, mas também influenciadores que, apesar de famosos, não são especialistas nem entendem da preparação para esse tipo de exame".
"É preferível passar menos tempo nas redes e mais tempo se dedicando aos estudos, utilizando técnicas mais eficazes", acrescenta Castro.
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20/10 -
Enamed: quando sai o gabarito da prova para estudantes de Medicina?
‘Formatura de meio-médico’: alunos de medicina viralizam com festa de R$ 1,4 milhão
O gabarito do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025 será divulgado, em versão preliminar, na próxima quarta-feira (22). Veja o calendário completo mais abaixo.
A prova, aplicada no último domingo (19) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foi criada para unificar instrumentos já existentes:
o Enade, que mede a qualidade dos cursos de graduação;
e o Enare, exame objetivo para ingresso em residência médica de acesso direto.
Ou seja: a nota servirá tanto para avaliar as faculdades de Medicina quanto para selecionar residentes.
LEIA TAMBÉM: Curso de Medicina mais caro do país tem mensalidade de quase R$ 16 mil; veja ranking
🩺Cronograma de gabaritos
Gabarito preliminar: 22 de outubro
Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro
Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro
🩺Por que o Enamed é importante?
O Ministério da Educação (MEC) considera que o Enamed cria um “ciclo virtuoso” entre os exames —porque a nota obtida poderá ser usada como critério de entrada em programas de residência.
Os estudantes passam a ter, portanto, mais um incentivo para participar do exame. Isso gera resultados confiáveis tanto para avaliar o ensino oferecido pelas universidades quanto para estruturar o Sistema Único de Saúde, que depende da formação de novos médicos.
🩺Novidade na forma de avaliação
Diferentemente do Conceito Enade, que apresentava limitações, o Enamed divulgará os resultados em escalas de desempenho. Essa metodologia mostra se os estudantes atingiram os padrões esperados ao final da graduação, tornando a análise mais precisa e útil para:
monitorar a qualidade dos cursos;
subsidiar políticas de regulação e financiamento;
qualificar o processo de ingresso em residências.
🩺Como é a estrutura do Enamed? Quais instrumentos foram aplicados?
O exame é composto por:
Prova teórica: 100 questões de múltipla escolha, com igual número de perguntas por área.
Questionário do Estudante (para concluintes de Medicina inscritos no Enade) – obrigatório
Questionário Contextual (para os demais participantes) – obrigatório
Questionário de Percepção de Prova
Os dados dos questionários não influenciam a pontuação no Enare, e serão utilizados penas para fins estatísticos e avaliação da educação superior.
Enamed: alunos de medicina farão o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica
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20/10 -
Criança Esperança abre inscrições para projetos que serão apoiados em 2026
Criança Esperança
Divulgação/ TV Globo
Começa hoje o processo seletivo para os projetos sociais que desejam ser apoiados pelo Criança Esperança em 2026.
Podem se inscrever as iniciativas que promovem a inclusão social de crianças e adolescentes e que incentivam o desenvolvimento através da arte, do esporte, da ciência e da cultura.
As inscrições podem ser feitas até 24 de novembro e o passo a passo está no site. Clique aqui para acessar.
Em 40 anos, o Criança Esperança já gerou oportunidades para 5 milhões de crianças e jovens no Brasil.
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20/10 -
Camilo Santana nega que Pé-de-Meia seja eleitoreiro e quer expansão em 2026: 'Reduzimos à metade abandono escolar'
Alunos que não receberam bônus do Pé-de-Meia devem procurar diretoria da escola
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém o objetivo de expandir o programa Pé-de-Meia em 2026 para todos os estudantes de ensino médio da rede pública, apesar das dificuldades orçamentárias do governo, disse à BBC News Brasil o ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
Na entrevista exclusiva, ele rebate as críticas da oposição de que o programa seria eleitoreiro e diz que a política de repasses em dinheiro iniciada em 2024 já tem forte impacto na redução do abandono escolar.
"Independente de questões político ou partidárias, as pessoas precisam se indignar ao imaginar que quase meio milhão de jovens desse país abandonavam a escola por ano. Nós conseguimos reduzir pela metade esse indicador".
Angelo Miguel/MEC
Esses números, porém, não foram oficialmente divulgados, nem detalhados à BBC News Brasil. Segundo o ministro, são dados preliminares retirados do Sistema Gestão Presente, a plataforma que integra os registros administrativos das redes de ensino.
Hoje, o programa atende 4 milhões de alunos, a um custo anual de cerca de R$ 12 bilhões. Estimativas iniciais do ministério indicam que seria necessário mais R$ 5 bilhões para universalizar o programa, mas o governo ainda está fazendo cálculos.
O Ministério da Fazenda estuda medidas para aumentar arrecadação no próximo ano, após o Congresso recusar uma medida provisória que elevava impostos sobre o setor financeiro, o que aumentou o desafio de equilibrar as contas públicas.
Se não for possível expandir o Pé-de-Meia já no início de 2026, outra opção é fazer isso no segundo semestre, diz Santana. O calendário coincidiria com as vésperas da campanha presidencial, quando Lula deve tentar sua reeleição.
Hoje, para ter direito aos incentivos do Pé-de-Meia, os estudantes matriculados no ensino médio da rede pública precisam ser integrantes de uma família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Os pagamentos funcionam assim: alunos que frequentem ao menos 80% das aulas, recebem R$ 200 por mês, liberados imediatamente. Já os que passam de ano ganham mais R$ 1 mil, valor que só pode ser sacado ao final do ensino médio. Além disso, os que prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), recebem mais R$ 200. O valor total pode chegar a R$ 9,2 mil por aluno.
"É bom lembrar que não é um programa de transferência de renda. O aluno que não está mantendo a frequência, é suspenso o pagamento. E volta a receber, contanto que volte a frequentar a escola", ressalta Santana.
O ministro também responde às críticas de que o programa estaria drenando recursos de outras ações prioritárias para a educação e destaca os esforços para melhorar a alfabetização e ampliar o ensino em tempo integral.
"O Pé-de-Meia é mais um programa no conjunto de ações. (...) A oposição faz essa crítica [de que o programa é eleitoreiro], mas, no governo passado, por exemplo, deixaram abandonadas quase 6 mil obras paralisadas da educação básica. Nós estamos entregando agora, devolvendo as oportunidades para essa meninada", disse ainda.
Santana respondeu ainda sobre o agravamento da violência no Ceará, que governou por oito anos e hoje é comandado por seu aliado Elmano de Freitas (PT). E falou também sobre as críticas que recebeu após sua esposa, Onélia Santana, se tornar conselheira do Tribunal de Contas do Estado.
"A minha mulher não pode sofrer nada porque é minha mulher. Ela tem doutorado, tem uma história de vida, de contribuição àquele Estado e foi escolhida quase por unanimidade pela Assembleia Legislativa".
Confira a seguir os principais trechos da entrevista, editada por concisão e clareza.
Pé-de-Meia se tornou importante vitrine do terceiro mandato de Lula
Ricardo Stuckert / PR
BBC News Brasil - O programa Pé-de-Meia se tornou uma das principais vitrines do governo Lula. Hoje atende alunos de baixa renda e custa cerca de R$ 12 bilhões ao ano. Está mantido o objetivo de universalizar o programa para todos do ensino médio público em 2026?
Camilo Santana - Esse é um desejo não só do ministério, mas também do presidente. Então, vamos avaliar como é que vai ficar o balanço final de quanto nós investimos nesse programa no ano de 2025, o ano em que a gente conseguiu universalizar para quem está no CadÚnico [cadastro de famílias de baixa renda do governo federal]. Porque, em 2024, começou com quem estava no Bolsa Família. Depois, no segundo semestre, nós ampliamos para o CadÚnico e EJA [Educação de Jovens e Adultos]. Então, vamos obter um retrato de quanto é que vai custar o investimento desse programa esse ano.
Claro que vai depender muito das questões orçamentárias no ano que vem. Mas não é justo um jovem que está dentro da mesma sala de aula, às vezes a renda média tem diferença muito pequena com a do colega [que recebe], e não receber.
E o Pé-de-Meia é um estímulo importante, não só para evitar a evasão, mas até para você garantir uma poupança futura para esse jovem quando termina o ensino médio, poder entrar na universidade, poder montar seu próprio negócio.
Vamos trabalhar para que em 2026 a gente possa universalizar o programa para todos os alunos do ensino médio de escola pública brasileira.
BBC News Brasil – Ainda não está definido, então, qual o valor necessário para universalizar o Pé-de-Meia? O senhor chegou a falar em R$ 5 bilhões a mais em relação ao custo atual de R$ 12 bilhões.
Camilo Santana - É porque nós temos aproximadamente 4 milhões de jovens sendo beneficiados. Precisaremos chegar a 6 milhões ou 6,5 milhões de alunos. Então, a expectativa é que precisaria desse aporte adicional [de R$ 5 bilhões].
Porém, é bom lembrar que ele não é um programa de transferência de renda. O aluno que não está mantendo a frequência, ele é suspenso o pagamento. Volta a receber, contanto que ele volte a frequentar a escola, em média 80%.
Então, essa conta, pela primeira vez, nós vamos anualizar e ter as condições de avaliar o que a gente pode ampliar. E aí vamos avaliar com a área econômica, com o próprio presidente, a viabilidade ou não. Se poderá ser feito no segundo semestre de 2026, porque aí não teria que investir todo o recurso durante o ano todo.
BBC News Brasil - No segundo semestre de 2026, tem eleição. A oposição costuma criticar o Pé-de-Meia, chamando de um programa eleitoreiro, por haver esse repasse direto aos estudantes. Como vê essa crítica?
Camilo Santana - As questões educacionais precisam estar acima de qualquer tipo de questões políticas. O que nós estamos fazendo no ministério é dentro de uma estratégia de melhorar os indicadores educacionais desse país.
Quando a gente cria, por exemplo, o programa de alfabetização, que também já investimos quase R$ 2 bilhões, é para garantir que as crianças saibam ler e escrever na idade certa. Quando a gente investe no programa de Escola em Tempo Integral, que o próprio Congresso aprovou, e a gente já investiu aí mais de R$ 4 bilhões, é porque a gente sabe que a escola de tempo integral tem resultados melhores: diminui a evasão, diminui o abandono.
O Pé-de-Meia é mais um programa no conjunto de ações. Eu acho que, independente de questões políticas ou partidárias, as pessoas precisam se indignar ao imaginar que quase meio milhão de jovens desse país abandonavam a escola por ano. Nós conseguimos reduzir pela metade esse indicador.
A oposição faz essa crítica, mas, no governo passado, por exemplo, deixaram abandonadas quase 6 mil obras paralisadas da educação básica. Nós estamos entregando agora, devolvendo as oportunidades para essa meninada.
E, como eu falei, o Pé-de-Meia não é um programa de transferência de dinheiro. Você pode observar que tem aluno que é suspenso a transferência.
Santana quer gastos de educação fora do arcabouço fiscal
AGÊNCIA BRASIL
BBC News Brasil - Especialistas em educação, em geral, consideram positivo o Pé-de-Meia, mas fazem ressalvas. Por exemplo, o movimento Todos pela Educação diz que esse orçamento de R$ 12 bilhões acaba drenando recursos importantes para outras áreas, como alfabetização e escola integral, que têm orçamentos menores. Não seria um erro universalizar o Pé-de-Meia em vez de, por exemplo, acelerar o avanço da escola integral?
Camilo Santana - Uma coisa não deixa de ser trabalhada por causa de outra. Nós temos uma lei no Congresso Nacional para estimular a escola de tempo integral. Aliás, eu defendo isso como um princípio até de vida: a importância de universalizar a escola em tempo integral.
Até o novo Plano Nacional de Educação, nós estamos ampliando a meta [para quantidade de alunos da Educação Básica em tempo integral] de 25% [em 2025] para 40% [até 2034].
Nós conseguimos aprovação de uma PEC importante no final do ano que garantiu a aprovação de parte dos recursos do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica], a obrigatoriedade de ser investido em escola em tempo integral. Nós vamos conseguir triplicar com isso os recursos.
Então, isso [o Pé-de-Meia] não quer dizer que deixamos de investir. Eu sou defensor, inclusive, que a gente amplie os recursos da educação. Eu tenho defendido publicamente que a educação devia estar fora do arcabouço fiscal.
O Brasil hoje investe um terço per capita em um aluno da educação básica, comparado com os países mais desenvolvidos.
BBC News Brasil - Quando o senhor fala "tirar a educação do arcabouço fiscal", seria então a favor de um aumento do endividamento público para financiar a educação? Porque o arcabouço fiscal é justamente um mecanismo para tentar controlar o endividamento público.
Camilo Santana - Sabe quanto o Brasil está pagando de dívida pública, só de juros? Vamos pagar talvez mais de R$ 1 trilhão esse ano. O pagamento de dívida ficou fora do arcabouço. Então, precisa saber qual é a prioridade do país. O Brasil precisa andar mais rápido na questão educacional.
Você imaginar que um terço da população brasileira não concluiu a educação básica? Um adolescente chega com 15 anos no [exame] Pisa, 75% não têm habilidades para aprendizado de matemática. Precisamos melhorar a qualidade do professor, melhorar a remuneração, melhorar a capacitação.
BBC News Brasil - O senhor falou de o pagamento da dívida ficar fora do arcabouço fiscal, mas o pagamento da dívida é um gasto financeiro. E o arcabouço é justamente para controlar as despesas e as receitas primárias, com o objetivo de gerar um saldo para pagar essa despesa financeira. Então, tirar a educação do arcabouço fiscal não é aumentar o endividamento público? Ou o Brasil deveria ter um endividamento público maior?
Camilo Santana - Eu fui governador de um Estado, eu criei na época o teto de gastos também. Eu deixei fora saúde e educação, que eu acho que é o papel do Estado garantir isso. Então, lá nós estamos universalizando a escola de tempo integral.
Com essa limitação que nós temos [com o arcabouço], não vamos conseguir ampliar os investimentos da forma que o Brasil necessita.
Claro que é um conjunto de ações, não é somente aumento de investimento. É governança, é meta, é ferramenta de monitoramento, de acompanhamento.
Tem o projeto que começou no Ceará e virou uma política nacional, que é a distribuição do ICMS. Então, de 18% a 19% do ICMS que é repassado do Estado para os municípios é de acordo com os resultados da educação. O município recebe mais se cumprir as metas.
BBC News Brasil - A deputada Tábata Amaral apresentou um projeto ainda no governo Bolsonaro para a criação de um programa como o Pé-de-Meia. Depois, essa proposta foi abraçada por Lula no segundo turno de 2022, por sugestão da Simone Tebet, hoje ministra do Planejamento. A Tábata é muito atacada por parte da esquerda. Como o senhor vê a contribuição dela para a educação e esses ataques à deputada?
Camilo Santana - A deputada Tabata foca seu mandato na educação, é uma grande parlamentar. Claro que divergências existem. A esquerda, muitas vezes, criticou a escola em tempo integral. Hoje, está todo mundo defendendo a escola em tempo integral. Então, faz parte do debate.
E eu sempre digo que o programa Pé-de-Meia não é de A, de B ou C, é do Brasil e é do presidente Lula. Foi decisão dele. Até porque a proposta original era a proposta dentro do programa Bolsa Família, um valor muito menor.
E a gente conseguiu aprovar [no início de outubro] o Sistema Nacional de Educação, depois de quase 16 anos, que é uma espécie do SUS da educação. E a gente conseguiu incluir nesse sistema, algo que eu considero fundamental, a obrigatoriedade de os estados e municípios informarem em tempo real os dados educacionais escolares, que nós já temos hoje com o Pé-de-Meia.
Para criar o Pé-de-Meia, a gente precisou ter [a informação de] se o menino está com frequência [na escola] e se o menino é aprovado ou não de ano. Então, a ideia agora é a gente ampliar do ensino médio para toda a educação básica, e eu poder ter, em tempo real, se aquela escola está tendo evasão. Poder fazer busca ativa, poder chamar a atenção dos resultados daquela escola, poder traçar as estratégias de alfabetização. Então, são passos importantes para a educação brasileira.
Tabata Amaral propôs programa similar ao Pé-de-Meia em 2021, mas não teve adesão do governo Bolsonaro
Agência Brasil
BBC News Brasil – O Centro Mundial de Rankings Universitários mostra que há 53 universidades brasileiras entre as melhores do mundo. Mas, no último relatório desse centro, 46 dessas 53 perderam posições. E a causa apontada foi a falta de recursos. Diante das dificuldades orçamentárias, que medidas estão sendo avaliadas? O governo pensa em ações para aumentar as parcerias com o setor privado?
Camilo Santana - A gente sabe que nos governos anteriores, as universidades sofreram muito com cortes orçamentários. O pior orçamento discricionário das universidades foi em 2021 e 2022.
Se for comparar o orçamento de 2022 só das universidades para o orçamento de 2025, ele saiu de R$ 52 bilhões para R$ 61 bilhões. Foi um aumento significativo. Ontem mesmo eu autorizei a contratação de mais 6.727 professores e técnicos administrativos para as universidades. Estamos fazendo 270 restaurantes estudantis só nos institutos federais.
Então, qual foi o compromisso nosso? Ao invés de a gente ampliar as universidades, vamos consolidar aquilo que já existe. Está faltando laboratório, está faltando quadra poliesportiva, está faltando restaurante universitário. Estamos focados nisso.
E aí é quando falo a questão de prioridades: quando você manda a proposta de orçamento, o Congresso corta. Cortaram esse ano R$ 3 bilhões, e sempre nas universidades e institutos federais. Ora, as nossas universidades são responsáveis por 90% da pesquisa a inovação que é feita nesse país. Então, eu tenho que tirar de outras áreas do MEC para recompor os orçamentos.
Eu estou defendendo a criação de um fundo para o ensino superior brasileiro. Nós estamos formatando a proposta para encaminhar ao presidente para que ele possa encaminhar ao Congresso, para dar mais previsibilidade, mais sustentabilidade às nossas instituições federais desse país.
Por que a USP é considerada a nossa melhor universidade? Porque lá tem uma lei estadual que define um percentual do ICMS todo ano [que vai pra USP]. Então, lá não tem essa discussão de cortar orçamento, lá tem direito.
BBC News Brasil - E de onde viriam os recursos do fundo?
Camilo Santana - Nós estamos discutindo, a gente sempre esbarra nessa questão Se a gente não fizer um debate de colocar isso como a prioridade pro país... Vamos ver a experiência da China. A China, há algumas décadas, era mais pobre que o Brasil. Hoje é essa grande potência porque investiu em ciência e tecnologia, em educação da população.
Então, é o meu papel defender isso e brigar. Porque, enquanto você tem R$ 50 bilhões de orçamento para emendas parlamentares, sem nenhuma estratégia de alocação desse recurso, é o [mesmo] valor que o governo federal tem para fazer investimento. Isso está errado. O papel do Executivo é o papel de executar. O presidente foi eleito para isso. Ainda vivemos um sistema presidencialista.
Hoje, nós estamos engessados com a postura de que o Congresso Nacional tem de ter R$ 50 bilhões de emendas parlamentares, onde o próprio deputado define onde quer colocar, sem uma lógica de [estratégia].
Vamos colocar pra creche? Nós aprovamos uma lei dizendo que o país tem que universalizar o acesso à creche a 50% das crianças de 0 a 3 anos, e nós não alcançamos essa questão porque falta recurso. Então, por que não colocar parte dessas emendas para o seu município, seu estado, em que está faltando creche?
BBC News Brasil - Diante desses desafios, seria interessante buscar mais parcerias com investimentos privados ou isso é um problema? É melhor focar no público?
Camilo Santana - É claro que a gente compara muito com o sistema americano. Por que lá as universidades recebem tanto recurso do setor privado? Porque lá a cobrança de imposto sobre patrimônio chega a 40%, 50%. Aqui no Brasil é 4%. Então, a família, às vezes, em vez de pagar, dar o dinheiro pro governo, ele investe na universidade. São as chamadas fundações.
Nós estamos numa discussão agora pra como modernizar mais as nossas fundações das universidades, pra não ficar tão engessado e permitir esses investimentos mais privados. Repito, não é para privatizar a universidade, é para investimentos para pesquisa, inovação e tecnologia serem feitos dentro das universidades.
BBC News Brasil - O Paulo Meyer, pesquisador do Ipea especialista em financiamento de ensino superior, defende um modelo similar ao da Austrália, em que a pessoa que se forma na universidade pública e atinge, depois, uma renda alta, paga uma alíquota adicional no Imposto de Renda, pra contribuir para essa universidade. Esse tipo de proposta, por exemplo, pode ser interessante?
Camilo Santana - Eu defendo que a universidade pública deve ser de qualidade, gratuita, para a população brasileira. A gente já tem esse sistema na universidade privada: a gente financia através do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil], por exemplo. O aluno na universidade privada vai ter que pagar quando ir para o mercado de trabalho. Até porque, vamos lembrar que 80% da educação superior do Brasil é privada.
E o presidente Lula também criou mecanismo para garantir que o acesso à população de baixa renda a essas universidades ocorra através do Prouni [Programa Universidade para Todos], que é exatamente o pagamento do imposto que as empresas fazem, transforma-se isso em bolsas para os alunos.
Mas eu defendo que a nossa universidade pública deve ser gratuita.
BBC News Brasil - Mesmo para pessoas que adquiram altas rendas depois?
Camilo Santana - Esse debate pode ser feito, mas, até porque hoje nós temos lei de cotas, 50% [dos aprovados pra entrar na universidade] precisam ser de escola pública, é uma realidade diferente.
No passado era assim, os mais ricos que tinham direito a uma escola privada boa eram os que ingressavam na universidade pública sem pagar. Isso um pouco se inverteu. Hoje, a gente tem a cara da universidade mais a cara do Brasil. Mas é um debate importante, pode ser feito.
BBC News Brasil - O senhor destacou aqui o quão o Ceará é uma referência em educação. Por outro lado, na área da segurança pública, está entre os piores. É o terceiro estado com maior taxa de mortes violentas, atrás apenas de Amapá e Bahia. Por que o Estado, há dez anos governado pelo PT conseguiu entregar tanto na educação, mas viu um agravamento da violência?
Camilo Santana - Não existe um indicador padronizado no Brasil para mortes CVLI [Crimes Violentos Letais Intencionais], que são as mortes violentas que acontecem no país.
O Ceará é um dos estados mais transparentes em relação a esses números. Por exemplo, se eu for olhar os dados de São Paulo, lá a pessoa morre e colocam como causa não identificada. Lá no Ceará, se um cadáver foi encontrado, essa pessoa levou um tiro e foi para o hospital, lá é computado como mortes [violentas]. Então, o Ministério da Justiça tem que padronizar o que é esse indicador para não criar comparações [erradas] no Brasil.
Segundo, acho que é um desafio no Brasil inteiro. E se tem uma coisa que procuramos fazer no Ceará... você pode procurar todos os investimentos feitos lá, nós temos o maior Centro Integrado de Segurança Pública do Brasil. O investimento foi feito em monitoramento com câmeras, do que há de mais moderno, de reconhecimento facial, de placa de veículo. Nunca se prendeu tanto no Ceará como se tem prendido.
Agora alguns estados do Nordeste estão virando hub também pro tráfico de droga. Então, o que eu tenho defendido é que é preciso ter uma ação mais articulada entre os estados brasileiros, coordenados pela União, várias propostas já estão no Congresso Nacional, a própria PEC [da Segurança Pública] que o Lewandowski [ministro da Justiça] está sugerindo ser aprovada.
Porque hoje o crime ultrapassou as fronteiras do Estado. O cara lá no Rio de Janeiro dá um comando no Ceará, o cara em São Paulo dá um comando lá na Amazônia.
A gente reconhece que é um desafio enorme. O governador tá agarrado com o problema, como eu estive oito anos agarrado com o problema.
E lembrando que é preciso rever também as leis desse país. Vou te dar um exemplo: nós passamos três anos fazendo um trabalho de inteligência para pegar um criminoso no Ceará. Pegamos esse criminoso. Em uma semana, colocaram a tornozeleira eletrônica nele. Uma semana depois, ele está desaparecido. Então, é um debate que precisa unir o Poder Judiciário, o Poder Executivo, o Poder Legislativo.
Onélia Santana é uma das esposas de ministros de Lula que se tornou conselheira de tribunais de contas
Reprodução/Instagram
BBC News Brasil - O senhor foi alvo de críticas no ano passado, quando a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou a sua esposa para o Tribunal de Contas do Estado. O ministro Rui Costa também teve a esposa indicada pro Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, e o ministro Wellington Dias teve, igualmente, a esposa nomeada pro Tribunal de Contas do Piauí. É um cargo com muita influência política, com salário alto, cerca de R$ 40 mil. Não é um problema para a imagem do PT tantos ex-governadores ministros tendo esposas em tribunais de contas?
Camilo Santana - Do PT porque você só fala do governador do PT, vamos falar dos governadores de outros estados, de outros partidos também.
BBC News Brasil - É porque eu estou conversando com o senhor que é do PT.
Camilo Santana - A minha mulher não pode sofrer nada porque é minha mulher. Ela é mulher que tem doutorado, tem uma história de vida, de contribuição àquele Estado e foi escolhida quase por unanimidade pela Assembleia Legislativa. E é uma mulher! Por que não? Essas pessoas não podem ocupar esse espaço na política?
Então eu acho que eu não posso prejudicar a história ou a vida de ninguém, muito menos da minha mulher. Foi uma opção dela, não foi uma decisão minha. E eu acho que cabe cada um ter a consciência tranquila em relação a isso.
Eu fui governador por oito anos, nunca empreguei um familiar no meu governo, nem ela, que poderia ter sido secretária do meu governo. Trabalhou oito anos, de forma voluntária. Criamos a maior política de infância, que é o programa Mais Infância Ceará, que inclusive virou referência para o Banco Mundial e para a política aqui do governo federal. Então, é o meu estilo. Eu saí do governo, foi uma decisão dela.
BBC News Brasil - Como o senhor mencionou, há outros governadores de outros partidos.
Camilo Santana - Não, não vou falar [nomes].
BBC News Brasil - Por exemplo, tem o ministro da Integração, Waldez Góes, que é do PDT do Amapá, também tem a esposa no TCE. Tem o Renan Filho, que é ministro dos Transportes do governo, do MDB, que também tem a esposa no Tribunal de Contas de Alagoas. Eu conversei com especialistas que elogiam o fato de haver mais mulheres nesses tribunais. Mas também chama a atenção o fato de todas essas mulheres serem esposas de ex-governadores. Por que não outras mulheres? Tem a ver com a influência política que os senhores têm?
Camilo Santana - Qualquer cidadão pode colocar a sua candidatura na Assembleia e aí cabe à Assembleia decidir. Claro que as pessoas precisam ter, a lei está clara, tem que ter especialização na área, tem que ser uma pessoa que está preparada para isso, passa por uma sabatina. Então, [precisa cumprir] todos os requisitos legais exigidos.
É a mesma coisa que você perguntar as escolhas também muitas vezes aqui para os órgãos federais. Então, há sempre essa discussão e acho que precisa ter, primeiro, a garantia do perfil qualificado para a área.
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18/10 -
Por que colocar o celular atrás da cabeça faz a música 'abraçar' você?
Por que colocar o celular atrás da cabeça faz a música 'abraçar' você?
As redes sociais estão repletas de trends e desafios que nos colocam em posições um tanto constrangedoras em público. Uma das mais recentes pede que você ouça determinada música com o celular na horizontal, posicionando-o atrás da cabeça ou abaixo do queixo.
📱E o efeito realmente faz o “mico” valer a pena: esses áudios dão uma impressão de espacialidade, de imersão, como se o som estivesse saindo de vários cantos diferentes ao seu redor.
Desde 2020, vídeos com essas trilhas sonoras bombam nas redes sociais. Na última semana, a brincadeira ressurgiu após a jornalista Fernanda Gentil postá-la no Instagram e obter milhões de visualizações.
🎶O que justifica o efeito?
Celular atrás da cabeça produz sensação 'espacial' ao reproduzir sons estéreo
Reprodução/Redes sociais
Para decifrar a sensação de “som em 360 graus”, é preciso começar pela anatomia. As orelhas, posicionadas de lados opostos da cabeça, captam o mesmo ruído com mínimas diferenças de tempo e de intensidade.
Se você estiver dirigindo e ouvir a sirene da ambulância, vai saber para qual espelho retrovisor olhar primeiro: o direito ou o esquerdo. Assim como uma presa, andando distraída pela selva, conseguirá adivinhar de que lado vem o rugido do predador.
Essas variações são processadas pelo cérebro, que as traduz em localização espacial.
Se o estímulo chega primeiro à direita, a origem é identificada nesse lado. São diferenças mínimas, chamadas de ITD (Interaural Time Difference/diferença de tempo) e de ILD (Interaural Level Difference/diferença de intensidade), que permitem perceber de onde algo vem.
Celular atrás da cabeça
Arte/g1
Rodrigo de Marsillac, produtor musical da TV Globo, explica que o próprio formato da orelha ajuda nesse processo:
“As dobras funcionam como filtros. Quando o som vem da frente, ele entra com uma filtragem de frequência; quando vem de trás, com outra. É isso que permite ao cérebro distinguir as direções.”
Essas pistas auditivas formam imagens mentais que nos orientam no espaço.
🎧Que tipo de música permite esse efeito?
Home Theater permite que o som saia de vários canais diferentes
Divulgação
Antes de entender exatamente o sentido de colocar o celular atrás da cabeça ou próximo ao queixo, é preciso saber que tipo de áudio está tocando nos vídeos virais.
Vamos a uma retrospectiva musical para começar: os primeiros aparelhos de reprodução trabalhavam com um único canal. Todos os instrumentos e vozes saíam pelo mesmo alto-falante, sem profundidade.
“Era um falante só reproduzindo tudo”, lembra o músico Hugo Calçada. “Quando passamos a ter duas fontes, pudemos distribuir melhor os elementos — voz de um lado, guitarra de outro. A partir daí, nasceu a sensação de espacialidade.”
Foi a chegada do estéreo: ao distribuir sons entre canais esquerdo e direito, a música passou a ocupar um campo mais amplo, estimulando o cérebro a reconstruir a noção de profundidade.
No cinema, a inovação foi além. O surround espalha caixas de som pela sala, criando a impressão de que o áudio vem de qualquer direção.
“O home theater reproduz esse princípio do cinema: duas caixas na frente, duas atrás e uma central. Assim, você distingue se algo vem da esquerda, da direita ou de trás durante o filme”, explica Calçada.
📱Por que o truque do celular funciona?
Celulares costumam ter saída de áudio também embaixo
Marcelo Brandt/G1
A maioria dos celulares atuais tem dois alto-falantes: um na parte de cima, outro mais embaixo.
Quando se posiciona o smartphone na horizontal — atrás da cabeça ou perto do queixo—, cada alto-falante fica voltado para um ouvido. Isso faz o som percorrer trajetórias diferentes até os canais auditivos.
Lembra-se da explicação da ambulância ou do rugido do leão? O cérebro interpreta essa diferença mínima de recepção dos áudios e já a associa com localização/espacialidade.
“Cada alto-falante projeta o áudio para um ouvido distinto, e essas diferenças de tempo e intensidade reforçam a sensação de envolvimento”, explica Thiago Abdalla, professor de produção musical e estúdio da Faculdade Santa Marcelina.
Em outras palavras, o truque com o celular é uma simulação rudimentar do que aconteceria se estivéssemos de fone, por exemplo, ouvindo um áudio como os que viralizaram.
O efeito é mais perceptível em músicas com grande riqueza estéreo, que exploram ambiências, reverberações e sobreposição de instrumentos. São essas que costumam aparecer nos vídeos da trend.
“Produções de lo-fi, R&B contemporâneo, pop atmosférico ou trilhas cinematográficas costumam explorar não só o que é tocado, mas onde cada elemento habita no espaço sonoro”, acrescenta Abdalla.
🔊Como os produtores criam a sensação de espaço?
O efeito imersivo pode nascer na gravação ou na mixagem.
Durante a captação:
Técnicas como XY, ORTF, Blumlein e Mid/Side gravam em dois canais para preservar diferenças entre os lados.
O microfone chamado binaural usa “orelhas artificiais”, feitas de silicone ou borracha, separadas por um objeto que simula a nossa cabeça. Dessa forma, elas captam o áudio exatamente como o ser humano o perceberia.
O áudio ambisônico é ainda mais avançado: grava o campo sonoro em todas as direções, sendo base para experiências de realidade virtual e formatos como Dolby Atmos.
Na pós-produção:
O engenheiro define a posição de cada som no espaço por meio de recursos da mesa de edição.
Efeitos de reverberação estéreo e equalização dinâmica reforçam a noção de distância e de movimento.
“Os softwares de edição permitem escolher quanto de cada instrumento vai para cada canal. O produtor decide se quer o cantor mais à esquerda ou o piano mais ao fundo — é isso que cria a imersão”, detalha Calçada.
🧠Conclusão: Ao posicionar o celular atrás da cabeça e sentir a música “abraçando” você, está experimentando um fenômeno psicoacústico — uma ilusão criada por diferenças de tempo, volume e frequência entre os lados direito e esquerdo.
Ou seja: física, biologia e arte articuladas para enganar (com boas intenções) seu cérebro.
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18/10 -
Dia do Médico: quanto custa cursar Medicina? Cursos passam de R$ 12 mil e podem chegar a R$ 15,7 mil; veja lista
Medicina segue como curso mais concorrido da Fuvest 2026; veja ranking
Que Medicina é um curso caro, isso todos sabem. Mas você sabia que, para se tornar médico no Brasil, é preciso desembolsar até R$ 15.777,76 por mês?
Esse é o valor aproximado cobrado pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma das mais caras do país segundo o levantamento do g1. São mais de 10 salários mínimos por mês para os ingressantes de 2026.
🩺Para este Dia do Médico (18), o g1 montou uma lista com as 10 graduações entre as mais caras do país — todas acima do patamar de R$ 12 mil. Essas instituições estão entre dezenas que foram consultadas. Algumas delas ainda não divulgaram os valores para o ano que vem ou se recusaram a informar os valores atualizados. Depois, veja o cenário de concorrência nas redes pública e privada.
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💰 Mensalidades para 2026
Universidade do Grande Rio (Unigranrio) Barra da Tijuca (RJ) - R$ 15.777,76
Universidade Veiga de Almeida - UVA - Botafogo (RJ) - R$ 14.900,00
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) - Curitiba (PR) - R$ 14.718,13
Faculdade São Leopoldo Mandic - Campinas (SP) - R$ 14.578,00
Centro Universitário Ingá (UNINGÁ) - Maringá (PR) - 14.087,24
Faculdade São Leopoldo Mandic - Araras (SP) - R$ 13.878,00
Faculdade São Leopoldo Mandic - Limeira (SP) - R$ 13.878,00
Universidade São Francisco (USF) - Bragança Paulista (SP) - R$ 13.762,56
Universidade do Grande Rio (Unigranrio) Duque de Caxias - R$ 13.122,99
Centro Universitário Claretiano (Ceuclar) - Rio Claro (SP) - R$ 12.799,00
*Menção honrosa à graduação em Medicina do Mackenzie, que terá mensalidade de R$ 11 mil aos ingressantes de 2026 no campus Alphaville, em São Paulo.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba
Divulgação/PUC-PR
👩🎓 Concorrência em universidades públicas e privadas
De acordo com o Censo da Educação Superior, Medicina foi o 9º curso em número de matrículas em 2024, com 283.594 estudantes.
No ano passado, foram ofertadas 13.698 novas vagas em instituições públicas para cursos de Medicina, e 97% delas foram ocupadas. Já nas instituições privadas, foram 41.715 vagas ofertadas com 92,3% de ocupação.
Apenas para as vagas públicas, foram 695.147 mil candidatos. Isso significa que haviam 51 candidatos para cada nova vaga ofertada no ano.
Na rede privada, a competitividade é significativamente menor, com apenas 9 candidatos por vaga em 2024.
IMAGEM ILUSTRATIVA - Alunos da Universidade São Judas, que não está entre as 10 mais caras do país.
Divulgação
🏫 Cresce número de cursos de Medicina no Brasil
Em 2024, um levantamento da Federação Mundial de Educação Médica (WFME, na sigla e inglês), em parceria com a FAIMER, apontou o Brasil com o 2º país com mais faculdades de Medicina no mundo, com 389 cursos.
Neste mês, um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou, atualmente, o país já tem 494 escolas médicas.
A pesquisa indicou que apenas entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de 77 novos cursos.
Graças a isso, o país conta com 50.974 vagas anuais de graduação em Medicina, das quais 80% estão em instituições privadas.
A expectativa era de que o número fosse ainda maior, já que, em 2023, o Ministério da Educação publicou um edital para criar novos cursos de Medicina em universidades privadas de todo o país.
No entanto, a iniciativa do âmbito do Programa Mais Médicos está suspensa após ser adiada pela quarta vez, e deve ser revista pelo MEC e pelo Ministério da Saúde em até 120 dias da suspensão.
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17/10 -
Entenda o que é 'lastro' e não erre nas piadas sobre Odete Roitman, de 'Vale Tudo'
'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; qual seria sua nota?
Nós não temos lastro nem intimidade para uma agressão dessa monta, mas o g1 precisa dizer: algumas pessoas por aí estão fazendo graça com a grande frase de Odete Roitman e parafraseando a vilã de "Vale Tudo" de um jeito um tanto... equivocado.
😅Mas, calma, meu bem: ajudaremos você a entender exatamente o que é "lastro" e arrasar nas piadas, stories e grupos de Whatsapp nesta sexta-feira (17), dia da exibição do último capítulo da novela das 9.
No contexto de Odete, lastro é usado no sentido figurado, mas o termo significa também, segundo os dicionários "Aurélio", "Michaelis", "Priberam" e "Houaiss":
⚓na navegação: material pesado (como pedras, ferro ou água) colocado no porão de navios para equilibrar o peso e manter o calado da embarcação;
✈️na aviação: sacos de areia usados em balões para compensar a perda de gás e equilibrar o voo;
💰na economia: reserva de valor — geralmente ouro — que serve de garantia à emissão de papel-moeda;
🚒na mecânica: peso adicional em tratores e máquinas para dar maior estabilidade ou eficácia no trabalho com o solo.
Perceba que, em todos os casos, o lastro é algo que dá a base necessária para que outra ação ocorra: o navio fique equilibrado, o papel-moeda tenha validade, os tratores se estabilizem... Funciona como um recurso que dá garantia ou embasamento a outro processo.
➡️No sentido figurado, o princípio é o mesmo: base, fundamento, solidez ou credibilidade em contextos abstratos. É o suporte necessário para garantir firmeza e segurança de uma proposta, relação, teoria ou argumento.
"Lastro já era originalmente o peso que navios, balões e dirigíveis carregam para terem firmeza e estabilidade. A partir daí, surgiram os sentidos figurados. O primeiro: o que se come para poder beber. Uma pessoa que bebe de estômago vazio pode ser prejudicada. É a comida que vai sustentá-la", explica Daniel Fonseca, professor de Linguagens do Curso Anglo (SP).
Na frase de Odete, “Não temos lastro nem intimidade para uma agressão dessa monta”, o termo significa vínculo, histórico ou fundamento emocional que justificaria, sustentaria e daria legitimidade a uma atitude violenta.
"Odete está dizendo que não há uma base fortemente construída para que a pessoa aja daquela forma", diz o docente.
Seria possível substituir por: "Não temos [base, respaldo emocional, algo que sustente] uma agressão dessa monta".
Veja outros usos figurados da palavra:
“O artigo é interessante, mas falta lastro (fundamento) para sustentar as conclusões.”
“O candidato ganhou força porque tem lastro (apoio) entre prefeitos e deputados.”
“A startup cresceu rápido, mas sem lastro (base sólida) para sustentar a expansão.”
“Ele fala com autoridade porque tem lastro acadêmico (formação consistente).”
“É um líder com lastro moral (credibilidade), alguém em quem as pessoas confiam.”
E o que é monta?
A outra palavra pouco usual na frase de Odete é "monta". Nesse contexto, é usada no sentido figurado de “tamanho”, “proporção”, “intensidade” ou “grau”.
👉 "Não temos lastro nem intimidade para uma agressão dessa monta [dessa proporção, dessa intensidade].
Aproveite o clima de aprendizado e teste seus conhecimentos no clima de "Vale Tudo", com conteúdos que caem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Odete Roitman (Debora Bloch)
Globo/ Beatriz Damy
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17/10 -
Enem 2025: como reconhecer as competências avaliadas na redação
Como reconhecer as competências avaliadas na redação do Enem
A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é avaliada conforme cinco competências, estabelecidas na Matriz de Referência, documento que orienta os corretores quanto aos parâmetros que devem verificar no texto de cada candidato.
Por isso, é primordial que o aluno bem-preparado saiba exatamente o que é cobrado, para identificar o domínio das competências no próprio texto e aumentar as chances de alcançar uma boa pontuação.
📆 O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro, sendo a redação parte do primeiro dia de exame, em que os participantes também encaram 90 questões objetivas de Linguagens e Ciências Humanas.
Cada competência reúne aspectos específicos e recebe nota entre 0 e 200 pontos – que, somados, resultam na nota máxima de 1.000 pontos. São elas:
Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Os corretores utilizam níveis de desempenho (de 0 a 5) que descrevem o grau de atendimento aos critérios. Um texto que demonstra domínio pleno da competência, com inadequações raras, atinge o nível máximo de 200 pontos. Enquanto isso, a redação com falhas pontuais é classificada em níveis intermediários. Já aquela com desvios graves recebe notas muito baixas ou até zero na competência.
➡️ Como funciona a atribuição de notas? O texto passa pelo crivo de dois avaliadores, e a nota final do participante é a média aritmética das duas notas atribuídas.
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As cinco competências não são avaliadas de forma isolada. Deve haver coerência entre elas, o que garante a unidade do texto. Os aspectos exigidos estão interligados e se articulam para formar uma redação coesa e convincente. Assim, o corretor consegue perceber se o candidato domina o gênero dissertativo-argumentativo de forma global.
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O que pode zerar a redação (e como evitar)
Um mês para o Enem: o que estudar e como se preparar para cada área da prova?
Enem 2025: Prova será aplicada em 9 e 16 de novembro.
Bruna Araújo/MEC
Competência 1
A primeira competência avaliada é o domínio da norma formal escrita da língua portuguesa. Ou seja, se o candidato sabe usar corretamente a gramática.
Desvios da norma padrão, quando frequentes, comprometem a nota nessa competência. A presença de registro informal, marcas de oralidade ou gírias também prejudica a pontuação.
🚨 Atenção: escrita formal não é sinônimo de usar termos difíceis para impressionar o corretor. Se não tiver segurança sobre o significado de uma palavra que soa bonita, evite usá-la na redação.
Redação do Enem ou 'cover' de Machado de Assis?
Conforme a Cartilha de Redação do Enem, são considerados desvios:
convenções da escrita — acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica (translineação);
gramaticais — regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, tempos e modos verbais, pontuação, paralelismos sintático, morfológico e semântico, emprego de pronomes e crase;
escolha de registro — adequação à modalidade escrita formal, isto é, ausência de uso de registro informal e/ou de marcas de oralidade;
escolha vocabular — emprego de vocabulário preciso, o que significa que as palavras selecionadas são usadas em seu sentido correto e são apropriadas ao contexto em que aparecem.
Veja como a nota da competência 1 é composta:
Competência 1 da redação do Enem 2022.
g1
Competência 2
Para "gabaritar" a segunda competência, é preciso estar familiarizado com o formato de texto dissertativo-argumentativo pedido na prova. Segundo a cartilha, o candidato "deve evitar elaborar um texto de caráter apenas expositivo, devendo assumir claramente um ponto de vista".
Esse tipo textual tem dupla natureza: argumentativo porque defende uma opinião, e dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la. Para isso, a estrutura esperada inclui introdução, desenvolvimento e conclusão.
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Além da adequação ao gênero textual, o respeito ao tema apresentado na proposta de redação também é fundamental e é avaliado na competência 2. Há dois cenários em que os prejuízos podem ser grandes: fuga total ao tema (quando nem o assunto mais amplo nem o tema específico proposto são desenvolvidos) e fuga parcial ou tangenciamento ao tema (quando o texto aborda só parcialmente, de forma ampla, o assunto a que o tema está vinculado).
🚨 No primeiro caso, a redação recebe nota zero. Se há tangenciamento, a prova não é zerada, mas a perda de pontos pode ser significativa, já que afeta várias competências – afinal, o candidato não respondeu ao recorte proposto pela frase-tema.
A competência 2 também avalia a presença de repertório sociocultural: uma informação, um fato, uma citação ou uma experiência vivida que, de alguma forma, esteja relacionada ao tema e contribua como argumento para a discussão proposta. Nesse ponto, a cartilha também alerta para o uso de "repertório de bolso" (entenda por que isso é problemático).
Veja como a nota da competência 2 é composta:
Competência 2 da redação do Enem 2022.
g1
Competência 3
A terceira competência da redação avalia a capacidade do participante de selecionar, relacionar, organizar e interpretar fatos, opiniões e argumentos para defender seu ponto de vista acerca da situação-problema do tema proposto. Ou seja, como o aluno vai argumentar, com base em dados e informações, para reforçar sua opinião na redação.
A argumentação sustenta e justifica a tese apresentada na introdução do texto. Quando é superficial ou genérica, a redação perde força e clareza.
Por isso, a nota é bastante prejudicada quando a argumentação é construída com frases vagas, exemplos irrelevantes, informações soltas, repetitivas ou contraditórias. Uma boa argumentação exige clareza, consistência e lógica, além de exemplos, dados ou alusões pertinentes (o tal repertório sociocultural), que reforcem a tese.
Se as referências apresentadas não tiverem relação direta com o tema, a nota será reduzida.
Para ir bem nesta competência, o aluno deve construir repertório cotidianamente, sempre refletindo sobre como poderia aplicar os conhecimentos de diferentes áreas em temas de redação.
Confira como a nota da competência 3 é constituída:
Competência 3 da redação do Enem 2022.
g1
Competência 4
A competência 4 vai avaliar a coesão do texto, que garante a unidade textual.
O desempenho é insuficiente nessa competência quando o texto não estabelece ligações claras entre as ideias, o que pode ocorrer pelo uso incorreto de conectivos, repetições desnecessárias ou falta de continuidade entre os parágrafos.
Os avaliadores vão considerar as conexões entre as partes do texto. Ou seja, as ligações entre as palavras na frase, entre as frases no parágrafo e, especialmente, entre os parágrafos na progressão do texto.
Além disso, para garantir uniformidade na correção, há um critério que exige que pelo menos dois parágrafos se iniciem com o que é chamado de operador argumentativo, um tipo de recurso de coesão.
É um termo que estabelece uma relação lógica entre o parágrafo que se inicia e o parágrafo anterior – e marca relações de semelhança, oposição, causa ou conclusão (assim como, porém, por isso, portanto etc.). Preposições, conjunções e advérbios também ajudam no encadeamento de ideias.
🚨 A variedade também será observada. "Na produção da sua redação, você deve utilizar variados recursos linguísticos que garantam as relações de continuidade essenciais à elaboração de um texto coeso", esclarece a cartilha.
O documento recomenda que seja evitado:
ausência de articulação entre orações, frases e parágrafos;
ausência de paragrafação (texto elaborado em um único parágrafo);
emprego de conector (preposição, conjunção, pronome relativo, alguns advérbios e locuções adverbiais) que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto e prejudique a compreensão da mensagem;
repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua (pronome, advérbio, artigo, sinônimo).
Veja como a nota da competência 4 é constituída:
Competência 4 da redação do Enem 2022.
g1
Competência 5
A quinta e última competência cobrada na redação do Enem é a apresentação de uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Em outras palavras, uma iniciativa que enfrente ou resolva a questão. Apresentada na conclusão da redação, a proposta deve ser concreta, específica e coerente com a argumentação desenvolvida ao longo do texto, apresentando cinco elementos fundamentais:
A ação: o que é possível apresentar como solução para o problema;
O agente: quem deve executá-la;
A maneira: como viabilizar essa solução;
O resultado: qual efeito ela pode alcançar;
Detalhamento de um dos elementos anteriores: que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta.
A nota será severamente prejudicada em caso de ausência de proposta de intervenção ou apresentação de propostas vagas, genéricas ou incompatíveis com o tema.
Além disso, é fundamental que a proposta seja feita respeitando os direitos humanos. Isto é, a proposta de intervenção não pode, por exemplo, atentar contra a integridade física ou sugerir linchamento. A redação que não seguir essa orientação será zerada na competência 5, perdendo os 200 pontos possíveis.
SAIBA MAIS: Nota pode ser zero na competência 5 em caso de desrespeito aos direitos humanos
Confira como a nota da competência 5 é composta:
Competência 5 da redação do Enem 2022.
g1
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16/10 -
Veja tudo o que você precisa saber sobre o Vestibular Indígena 2026: Unicamp e UFSCar
Estudantes durante prova do vestibular indígena da Unicamp
Antoninho Perri/SEC Unicamp
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) divulgaram nesta quinta-feira (16) o edital para o Vestibular Indígena unificado 2026.
As inscrições são gratuitas estão e devem ser feitas pela internet entre 3 e 28 de novembro. Podem se inscrever gratuitamente todos os estudantes indígenas que fizeram escola pública.
As provas acontecem em seis cidades no Brasil. Ao todo, são 195 vagas para o vestibular.
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Vagas
Cinco anos após primeiro vestibular indígena da Unicamp, cinco alunos concluíram cursos
As universidades disponibilizam neste processo 195 vagas, divididas entre a Unicamp (130) e a UFSCar (65). Os candidatos podem escolher até dois cursos durante a inscrição, sendo um em cada instituição.
O inscrito precisa comprovar que pertence a uma das etnias indígenas do território nacional por meio de uma documentação a ser entregue no dia da prova.
Os editais com as regras e as vagas por curso estão disponíveis nos sites das respectivas instituições: UFSCar e Unicamp.
Candidatos inscritos, mas que não compareceram e não justificaram em provas de dois ou mais processos anteriores terão a inscrição recusada. No entanto, pode ser feito pedido de recurso entre 5 e 9 de dezembro que será analisado pela Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest).
A lista de candidatos aptos para fazer a prova será publicada dia 5 de dezembro de 202, e a lista final, pós-recurso, no dia 12 de dezembro de 2025.
As provas
As provas serão realizadas no domingo, 11 de janeiro, nas seguintes cidades:
Campinas (SP)
Campo Grande (MS)
Recife (PE)
Santarém (PA)
São Gabriel da Cachoeira (AM)
Tabatinga (AM)
A prova será em língua portuguesa, composta de 50 questões de múltipla escolha e uma redação:
Linguagens e códigos (14 questões);
Ciências da Natureza (12 questões);
Matemática (12 questões);
Ciências Humanas (12 questões).
Os candidatos ao curso de Licenciatura em Música da Unicamp e da UFSCar, além das provas acima, deverão realizar a Prova de Habilidades Específicas em Música, com o envio eletrônico de vídeos, no período de 3 de novembro a 8 de dezembro de 2025, pela página da Comvest na internet.
Os candidatos aprovados serão convocados em até cinco chamadas para matrícula, conforme o calendário a seguir. As matrículas serão realizadas de maneira online, a partir do site da Comvest.
Calendário- Vestibular Indígena 2026
Percurso formativo
Os aprovados no Vestibular Indígena para vagas na Unicamp serão matriculados em um programa com disciplinas "formativas". A medida pretende reduzir a evasão durante o curso, mas foi criticada por alguns estudantes envolvidos.
O percurso formativo é obrigatório, e vai reunir aulas de disciplinas gerais e específicas. Após o cumprimento das exigências do ProFIIVI (dois semestres), os estudantes iniciarão os cursos para os quais foram convocados.
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16/10 -
Carteira Nacional Docente: professores já podem solicitar benefício; veja passo a passo para acessar descontos
Professores da rede pública e particular podem emitir a nova Carteira Nacional do Docente
Professores de todo o país poderão solicitar, a partir desta quinta-feira (16), a Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB) — documento oficial que dará descontos em eventos culturais, como teatros, shows e cinemas, além de abatimentos de 15% no valor da diária dos hotéis associados.
Abaixo, veja o passo a passo de como solicitar o benefício:
Acesse o sistema Mais Professores, com a conta gov.br. Você verá seus dados pessoais e vínculos com instituições de ensino.
Verifique e confirme as informações apresentadas. Caso haja erro, será preciso entrar em contato com a instituição empregadora para correção.
Em seguida, informe endereço completo e contatos (e-mail e telefone).
Depois, faça o upload de uma foto dentro dos parâmetros exigidos.
O sistema exibirá uma prévia da CNDB com foto e dados completos.
Se tudo estiver correto, confirme a emissão.
Como deve ser a Carteira Nacional Docente.
Reprodução/Redes sociais
Por fim, será disponibilizada a versão digital da carteira, que pode ser baixada imediatamente e já dará acesso aos benefícios do programa.
Tire dúvidas abaixo:
✏️O que é a Carteira Nacional de Docente no Brasil?
É um documento oficial de identificação destinado exclusivamente a professores das redes pública e privada, em todos os níveis da educação básica e superior. Ele terá validade em todo o país e faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, criado para valorizar a categoria.
💰Quais as vantagens de ter a carteira?
Entrada com desconto em eventos culturais, como cinema, teatro e shows.
Acesso a cartão de crédito pela Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil sem cobrança de anuidade.
Direito a 15% de desconto em diárias de hotéis, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional).
Outras vantagens serão anunciadas oficialmente em outubro, segundo o MEC.
🧑🏫Quem pode ter o documento?
Todos os professores da rede pública e privada, sejam federais, estaduais ou municipais, têm direito à carteira. Cabe aos estados e municípios manterem as informações atualizadas para garantir a emissão.
Veja vídeos de Educação:
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15/10 -
Prova Nacional Docente: Inep disponibiliza cartão de inscrição com local de prova
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Os professores inscritos na Prova Nacional Docente (PND) já podem consultar seu local de prova. A informação consta no cartão de confirmação de inscrição, disponibilizado nesta quarta-feira (15) pelo Inep.
A informação pode ser consultada no site https://pnd.inep.gov.br/pnd/, utilizando o login Gov.br.
Além do local de prova, o cartão informa o número de inscrição, data e horários do exame, além de indicar se o participante terá atendimento especializado ou tratamento por nome social.
A PND vai funcionar de maneira semelhante a um concurso nacional e unificado para selecionar professores de educação básica que lecionarão nas redes públicas de ensino do país, e será aplicada em 26 de outubro.
Professor em sala de aula da rede de ensino do Piauí
Divulgação/Seduc
🚨 A PND não substituirá os concursos públicos, e sim servirá como uma alternativa aos processos seletivos voltados a professores que visa auxiliar na captação de profissionais com a formação adequada.
Além de avaliar a Formação Geral Docente (FGD), para todos os participantes, a prova vai testar áreas específicas. O participante deve indicar a área específica na qual deseja ser avaliado no ato de inscrição. São elas:
Artes Visuais
Biologia
Ciências Sociais
Computação
Educação Física
Filosofia
Física
Geografia
História
Letras Português
Letras Português e Espanhol
Letras Português e Inglês
Letras Inglês
Matemática
Música
Química
Pedagogia
Estrutura da prova
A PND terá 5h30 de duração e será composta por uma parte de formação geral docente, comum aos cursos de todas as áreas, e uma de componente específico, próprio de cada área de avaliação das Licenciaturas.
Formação geral:
30 questões de múltipla escolha, envolvendo situações-problema, com conteúdos transversais pedagógicos comuns a todas as áreas que serão avaliadas (FGD); e
uma questão discursiva para avaliar clareza, coerência, coesão, estratégias argumentativas, vocabulário e gramática adequados à norma padrão da língua portuguesa.
Componente específico:
50 questões de múltipla escolha envolvendo situações-problema e estudos de caso.
A estrutura será dividida da seguinte maneira:
Prova teórica: vai medir o desempenho do participante em relação a conteúdos das diretrizes curriculares nacionais das áreas avaliadas, habilidades de adaptação do desdobramento de conteúdos e competências de compreensão de temas específicos de sua profissão e assuntos contemporâneos.
Questionário para o participante do Enade das Licenciaturas 2025: vai coletar informações sobre o perfil do estudante e o contexto de seus processos formativos. Essa etapa vai ajudar a na compreensão dos resultados teóricos e práticos do Enade e no processo de avaliação dos cursos de graduação e das instituições de ensino.
Questionário contextual: destinado a coletar informações que permitam caracterizar o perfil do participante e o contexto de seus processos formativos.
Questionário de percepção de prova: vai coletar informações para medir a percepção dos participantes em relação à prova, auxiliando, também, na compreensão dos resultados.
Calendário da PND 2025
Aplicação das provas: 26 de outubro
Divulgação das versões preliminares do gabarito das questões objetivas e do padrão de resposta da questão discursiva: 28 de outubro
Recurso da versão preliminar do gabarito e do padrão de resposta da questão discursiva: 28 a 29 de outubro
Resultado do recurso da versão preliminar do gabarito e do padrão de resposta da questão discursiva: 10 de novembro
Divulgação final do gabarito e do padrão de resposta da questão discursiva: 11 de novembro
Divulgação da correção preliminar da resposta da questão discursiva: 25 de novembro
Recurso da correção da resposta da questão discursiva: 25 e 26 de novembro
Divulgação do resultado final da PND: 10 de dezembro
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15/10 -
Carteira Nacional Docente: professores poderão pedir documento a partir desta quinta; benefício dá desconto em shows, cinemas e hotéis
Como deve ser a Carteira Nacional Docente.
Reprodução/Redes sociais
Professores de todo o país poderão solicitar, a partir desta quinta-feira (16), a Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB) — documento oficial de identificação reconhecido em todo o território nacional.
💰A partir dele, os docentes terão descontos em eventos culturais, como teatros, shows e cinemas, além de abatimentos de 15% no valor da diária dos hotéis associados.
A emissão será feita pela plataforma Mais Professores, com acesso via conta gov.br. Mais abaixo, veja o passo a passo para solicitá-la.
Como solicitar o documento?
Ao acessar o sistema Mais Professores, o docente verá seus dados pessoais e vínculos com instituições de ensino.
Ele deve verificar e confirmar as informações apresentadas. Caso haja erro, será preciso entrar em contato com a instituição empregadora para correção.
Em seguida, deve informar endereço completo e contatos (e-mail e telefone).
Depois, fazer o upload de uma foto dentro dos parâmetros exigidos.
O sistema exibirá uma prévia da CNDB com foto e dados completos.
Se tudo estiver correto, o professor deve confirmar a emissão.
Por fim, será disponibilizada a versão digital da carteira, que pode ser baixada imediatamente e já dá acesso aos benefícios do programa.
✏️O que é a Carteira Nacional de Docente no Brasil?
É um documento oficial de identificação destinado exclusivamente a professores das redes pública e privada, em todos os níveis da educação básica e superior. Ele terá validade em todo o país e faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, criado para valorizar a categoria.
💰Quais as vantagens de ter a carteira?
Entrada com desconto em eventos culturais, como cinema, teatro e shows.
Acesso a cartão de crédito pela Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil sem cobrança de anuidade.
Direito a 15% de desconto em diárias de hotéis, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional).
Outras vantagens serão anunciadas oficialmente em outubro, segundo o MEC.
📝Como solicitar a carteira?
O professor deve se cadastrar no site do programa Mais Professores para o Brasil.
O acesso é feito com login Gov.br (CPF e senha).
Durante o cadastro, será necessário informar vínculo de docência, município e estado de atuação.
As informações serão verificadas em bases oficiais, como Receita Federal e Censo Escolar.
O prazo de emissão dependerá da confirmação e disponibilidade desses dados.
🧑🏫Quem pode ter o documento?
Todos os professores da rede pública e privada, sejam federais, estaduais ou municipais, têm direito à carteira. Cabe aos estados e municípios manterem as informações atualizadas para garantir a emissão.
Veja vídeos de Educação:
Nas escolas sem notas e sem provas, quais alunos se dão bem?
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15/10 -
Crianças dormem e aprendem melhor quando há controle de tela, aponta estudo
Celular proibido nas escolas?
Crianças cujos pais têm regras rígidas sobre o uso de smartphones à noite dormem em média 40 minutos diários a mais, o que melhora sua saúde e rendimento acadêmico, aponta uma pesquisa recente da Universidade de Genebra, na Suíça.
O estudo, realizado mediante questionários aplicados em 329 estudantes suíços com idade entre 13 e 15 em 2021, mostrou que aqueles que eram proibidos pelos pais de usar o smartphone no quarto ou à noite chegavam a dormir mais de quatro horas e meia extras por semana.
Já outros tipos de restrições, como limitar o tempo diário em frente a uma tela ou estabelecer uma hora para deitar-se, não tiveram efeito significativo sobre a quantidade de horas dormidas.
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Um outro estudo, realizado em 2020 pela Unisanté, de Lausanne, também na Suíça, constatou que jovens de 14 anos tinham 12 vezes mais chances de passar mais de quatro horas por dia em frente a uma tela em 2020 que em 2012. Tal exposição excessiva afeta negativamente a duração e a qualidade do sono.
Criança brinca com celular em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Mais descansados e com melhores notas
Segundo os pesquisadores de Genebra, mais tempo de sono – numa idade em que o recomendado é dormir pelo menos nove horas – tem efeitos benéficos sobre a memória, a atenção e a estabilidade emocional, além de reduzir o risco de ansiedade e depressão.
"Os pais, portanto, têm um papel central a desempenhar. O envolvimento deles influencia diretamente a saúde e o sucesso da criança", pontuou o doutorando do Departamento de Neurociência Básica e principal autor do estudo, Kevin Mammeri, em declaração à Universidade de Genebra. "Esse limite precisa ser estabelecido antes dos 15 anos; depois disso, é mais difícil corrigir maus hábitos."
As escolas também devem se envolver nisso, trabalhando para conscientizar os estudantes sobre a importância do sono em um momento em que "muitos ficam na cama com o celular, sem uma distinção clara sobre onde eles dormem e onde acessam a internet", afirma a pesquisadora e neurocientista Virginie Sterpenich, que liderou o estudo.
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15/10 -
Professora costura redes e cria espaço de leitura para alunos de escola pública no ES
Professora costura redes e cria espaço de leitura para alunos de escola pública no Espírito Santo
Arquivo Pessoal
Com muita criatividade e paixão pela educação, uma professora de Linhares, no Norte do Espírito Santo, se propôs criar boas memórias para os alunos da alfabetização: costurou 10 redes de descanso para aproximar as crianças do universo dos livros.
Ariane Francisco Rodrigues é professora do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Joelma Rocha Vieira. A ideia de criar um espaço de leitura com redes surgiu quando a diretora da escola, Gisele Soares, descobriu que Ariane, além de pedagoga, costurava há mais de 10 anos.
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“A Gisele veio com essa ideia depois que descobriu que eu costurava. Isso aconteceu no Dia dos Pais, quando fiz umas capas para uma atividade. Aí ela me chamou e disse: ‘Estou com uma ideia de um espaço para leitura’. Eu achei ótimo e topei”, disse a professora.
Criança lê um livro deitada na rede costurada por professora em Linhares, no ES.
Reprodução/TV Gazeta
O espaço foi batizado como Varanda Literária.
Pedagoga há 4 anos, Ariane costurou as redes na própria casa. Ela espera que todo esforço em proporcionar momentos de acolhimento, como os das redes e dos livros, permaneça na memória dos estudantes.
“Foi algo feito com amor, com carinho, pensando nas crianças e também no futuro delas."
Crianças deitadas em redes de leitura em projeto de escola no ES.
Reprodução/TV Gazeta
Como as redes foram feitas?
🧵 Tecido usado: gorgurinho
🎨 Motivo da escolha: estampas lúdicas e coloridas, pensadas para encantar as crianças
📏 Dimensão: cerca de 1 metro por rede
⏳ Tempo de produção: aproximadamente 1 mês para confeccionar todas
💰 Recursos: toda a produção foi custeada com verbas da escola
"Queremos que, quando crescerem e lembrarem da leitura, pensem: ‘Poxa, eu participei de um projeto bacana, eu gostava de estar ali.’ Para mim, foi e é muito especial fazer parte desse projeto literário”, falou a professora.
Professora inova para incentivar leitura e cria varanda literária no ES
Ela acredita que todas as ações que contribuem positivamente para a vida dos pequenos estudantes representam um benefício para o futuro deles.
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“Tudo o que é feito para contribuir com a vida escolar das crianças é muito benéfico. Tudo o que agrega, que acrescenta algo à vida do aluno, me deixa com o coração feliz. Fico muito contente em poder usar a minha arte, a costura, para proporcionar esses momentos", falou.
"Como profissional, penso que amanhã, quando eu olhar para trás, vou poder dizer: ‘Eu contribuí, deixei um grãozinho na vida de cada criança’”
Professora Ariane Francisco Rodrigues costurou redes para que crianças leiam em escola do ES
Reprodução/TV Gazeta
A colaboração entre a escola e as famílias
Além do papel da equipe pedagógica, as famílias participam do processo de aprendizado dos alunos dentro de sua própria realidade.
Um exemplo é o pai de uma das crianças, o metalúrgico Gutyerre Soeiro Gomes, que ajudou na instalação da estrutura que sustenta as redes. Foram três dias de trabalho até que tudo ficasse pronto, em julho deste ano.
“A gente executou a parte de solda e montagem, medimos as redes, calculamos o espaço de uma criança para outra e fizemos a instalação no local”, contou o pai.
A leitura incentivada desde a infância
A escola atende 243 crianças de um a cinco anos que, mesmo ainda não sabendo ler, já estão em contato com os livros.
Crianças usam redes costuradas por professora como espaço de leitura em escola do ES
Reprodução/TV Gazeta
“A ideia é estimular a leitura na primeira infância, porque, embora nossas crianças ainda não leiam, sabemos da importância do contato com o livro, com as histórias e com a linguagem poética”, explicou a diretora do CEIM, Gisele Soares.
De acordo com a diretora, o espaço tem sido muito aproveitado pelas crianças e já se tornou motivo de orgulho na cidade.
“As crianças ficaram completamente encantadas, adoram o espaço, e os adultos também. É o resultado lindo de um trabalho em equipe. Nossa varanda literária ganhou uma proporção que nem imaginávamos quando pensamos no projeto, e isso é muito bacana”, pontuou a diretora.
Crianças da alfabetização são incentivadas a ler desde cedo.
Reprodução/TV Gazeta
* Gustavo Domingos e Alberto Margon são alunos do 28º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi editado por Álvaro Guaresqui .
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15/10 -
‘Professores da educação infantil fazem o trabalho mais importante da sociedade, mas são desvalorizados’, diz pesquisadora de Harvard
Professores de educação infantil são os mais importantes da sociedade, diz pesquisadora
“Ser levada a sério é o maior desafio.” É assim que Elisangela Lima, de 47 anos, define seu principal obstáculo como professora de educação infantil no Brasil. Ela trabalha em uma creche pública conveniada à prefeitura de São Paulo: são 10 horas por dia dedicadas a uma turma de 25 crianças (de 3 e 4 anos).
“A maioria das pessoas acha que é só cuidar e brincar. E não é assim — exige formação e planejamento. Estamos formando cidadãos”, afirma.
👩🏫Neste 15 de outubro, Dia dos Professores, o g1 explica por que os docentes dessa etapa desempenham uma função tão relevante para o país — e como, ainda assim, não são reconhecidos.
Em entrevista à reportagem, Dana McCoy, professora da Universidade Harvard e co-presidente do Programa de Desenvolvimento Humano e Educação (HDE) da instituição americana, reforça que a tendência mundial ainda é esta: desvalorizar os profissionais de creches (instituições para bebês de 0 a 3 anos) e pré-escolas (4 e 5 anos).
Unidade de Educação Infantil na cidade de SP
Reprodução/Prefeitura de São Paulo
“Eu ficaria feliz se pelo menos recebessem o mesmo que os outros professores”, afirma ela, que esteve em São Paulo neste mês para o Simpósio Internacional de Educação Infantil da Fundação Bracell.
“Eles não só ensinam leitura e matemática, mas também ajudam a desenvolver o ‘todo’ da criança: auxiliam na regulação emocional, nas relações sociais, no cuidado físico.”
McCoy diz que eles não têm um status compatível com o impacto que são capazes de produzir.
“Fazem o trabalho mais importante de toda a sociedade. O futuro econômico e a capacidade de inovação nascem nas creches e pré-escolas, porque é lá que as habilidades fundamentais serão desenvolvidas”, afirma.
Dana McCoy é professora de Harvard e estuda sobre a primeira infância
Divulgação
Veja 4 fatores que demonstram o peso da fase escolar inicial:
🧠Os primeiros anos de vida são os mais importantes para o aprimoramento do sistema neurológico. Experiências educativas nessa etapa estimulam áreas do cérebro responsáveis por linguagem, raciocínio lógico e criatividade.
👶A interação com outras crianças em ambientes educativos favorece o desenvolvimento de habilidades sociais, como empatia, cooperação e resolução de conflitos.
📉O acesso à educação infantil de qualidade ajuda a diminuir disparidades socioeconômicas: reduz em 65% o risco de um indivíduo cometer crimes violentos no futuro e em 20% a probabilidade de não ter um trabalho (de acordo com estudo de Sneha, Garcia, Hojman e Heckman, de 2016).
💪Ambientes estimulantes e acolhedores contribuem para a formação de autoestima, autonomia e segurança emocional dos alunos.
Em resumo: programas de educação infantil melhoram os resultados dos alunos não só em aprendizado e em habilidades acadêmicas, mas também em bem-estar emocional, saúde física, autonomia e desenvolvimento motor.
“Os investimentos que fazemos em políticas e programas voltados para a primeira infância têm maior retorno do que em qualquer outro período da vida. Claro que nunca é tarde para investir, mas, se quisermos ter o maior benefício possível para cada dólar investido, esse é o momento ideal”, explica a professora de Harvard.
'Algumas crianças só se alimentam na escola'
Elisangela é professora em escola de educação infantil pública
Arquivo pessoal
Nos casos de alunos que vivem em contextos de vulnerabilidade, a escola acaba assumindo funções que inicialmente nem seriam atribuídas a ela.
Um exemplo básico: o mais importante para uma criança nos primeiros anos de vida é ter uma relação forte e afetiva com um adulto que realmente se importe com ela. Se não houver essa possibilidade na família, é o professor que acaba assumindo o papel, por mais sobrecarregado que já esteja.
“Caso seja uma educação infantil de alta qualidade, com um professor dedicado e afetuoso, isso pode proteger alguém dos impactos negativos e das adversidades vividas em casa”, afirma McCoy, de Harvard.
Elisangela, professora citada no início da reportagem, conta que, na sua turma de 25 alunos, há três com deficiência. Um deles, com paralisia cerebral, ainda está na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso a terapias.
“Enquanto a aprovação não sai, a gente tenta desenvolvê-lo com o que tem aqui dentro da escola”, diz Elisangela, citada no início da reportagem.
“Há também crianças que só se alimentam aqui dentro. Eu sei que algumas delas precisam da creche também para isso.”
O que falta aos professores?
Dana McCoy divide as necessidades dos docentes em dois aspectos:
🔴Níveis básicos de segurança e de estrutura: por quantas crianças cada professor é responsável? Há acesso a brinquedos, livros, água potável e banheiros infantis? O ambiente é seguro e estimulante?
No Brasil, apenas 35% das escolas públicas de educação infantil têm área verde. Nem metade (41%) disponibiliza parquinho, e 30% não possuem material pedagógico específico para crianças, segundo microdados do Censo Escolar da Educação Básica, formulado pelo Inep e analisado pela ONG Todos Pela Educação.
🔴Qualidade processual: a remuneração é compatível com a função desempenhada pelos professores? Eles estão sobrecarregados emocionalmente ou recebem cuidados? Os currículos são completos? Todos receberam a formação adequada?
“Precisamos oferecer condições para que eles próprios estejam bem. Só assim poderão fazer esse trabalho essencial de cuidar e interagir com as crianças”, diz Dana McCoy.
Segundo ela, houve, historicamente, uma tendência nas políticas públicas e nas pesquisas sobre educação infantil de focar apenas na criança — e de ver no educador alguém que apenas transmite conteúdos, “como se ele não fosse um ser humano, mas um ‘agente de entrega’”. “Isso está começando a mudar”, diz.
➡️Entre os avanços, especificamente no Brasil, estão a instituição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) com diretrizes sobre a creche e a pré-escola, e a instituição de um piso salarial nacional para todos os professores.
Mas nem sempre os documentos e decisões públicas são respeitados no dia a dia. No caso da remuneração, como os responsáveis pelo pagamento são as redes de ensino, cada estado e município oficializa seus valores. Segundo pesquisa do QueroBolsa, professores de educação infantil recebem, em média, R$ 2.604,57, bem abaixo do piso (R$ 4.867,77, para a jornada de 40 horas semanais).
🔽A sociedade tende a subvalorizar o trabalho de cuidado de crianças pequenas.
“Historicamente, isso foi visto como responsabilidade das famílias, especialmente das mães, que faziam esse trabalho sem apoio social e sem remuneração. Há, portanto, uma dimensão de gênero muito forte”, diz McCoy.
No Brasil, as mulheres representam 97% dos professores de creche e 94% dos de pré-escola.
Formação frágil dos pedagogos agrava o quadro
✏️No Brasil, outro obstáculo é a qualidade na formação dos professores. Na creche, dos 373.181 docentes, 19% estudaram até o ensino fundamental ou médio, sem faculdade. A situação é parecida na pré-escola, em que, dos 366.042 professores, 17% não têm graduação.
E, mesmo no caso daqueles que cursaram pedagogia, existe outro problema: a baixa qualidade dos cursos oferecidos, principalmente à distância.
“Estudos que avaliaram os currículos dos cursos de pedagogia mostram que eles não estão tão voltados para a educação infantil. Quando essas disciplinas existem, são muito teóricas e pouco voltadas para a prática docente”, diz Abuchaim, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
“O professor acaba não tendo uma formação inicial que realmente o prepare para o que encontrará em sala de aula.”
Veja questões que os professores enfrentam na educação infantil e que requerem a formação em pedagogia, e não apenas "instinto" ou "improviso":
saber colocar intencionalidade educativa nas brincadeiras e no convívio entre todos, para que mais habilidades sejam desenvolvidas;
conhecer os objetivos da etapa de ensino e conseguir organizar o processo escolar para dar conta de todos esses eixos.
conseguir elaborar atividades adequadas à idade de cada criança e aos objetivos de aprendizagem a serem atingidos;
fazer uma observação sistemática de cada aluno, para monitorar o desenvolvimento dele;
saber rever o próprio trabalho e, quando necessário, mudar a estratégia pedagógica.
É um ciclo: quanto mais atrativa for a carreira, mais bem preparados estarão os professores. E quanto mais qualificados eles forem, melhor será a educação oferecida às crianças — especialmente nas regiões mais vulneráveis.
Vídeos de Educação
Por que o alto nº de professores temporários é ruim para o Brasil?
Censo Escolar mostra precarização dos professores e descumprimento de meta nas creches
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15/10 -
Enem: os 7 principais erros que os candidatos cometem na redação
Redação nota mil no Enem: alunos de escola pública que atingiram pontuação dão dicas
Quem pretende concorrer a uma vaga no ensino superior usando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sabe que cada ponto é valioso. Na prova de redação, deslizes que parecem pequenos podem acarretar em perdas significativas na nota.
Para evitar isso, é importante ter clareza do que o Enem espera dos candidatos e os erros mais frequentes. Confira abaixo quais são e por que descontam pontos.
📆 O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro, sendo a redação parte do primeiro dia de exame, em que os participantes também encaram 90 questões objetivas de Linguagens e Ciências Humanas.
1. Não elaborar um projeto de texto
A Cartilha de Redação do Enem 2025 destaca que planejar o texto antes de escrevê-lo é essencial para garantir clareza, coerência e boa argumentação. Esse planejamento, feito no espaço destinado ao rascunho, ajuda o candidato a definir a tese, organizar os argumentos e preparar a proposta de intervenção.
Embora a banca corretora não tenha acesso a esse "bastidor", um texto bem estruturado mostra que o candidato tinha um projeto claro desde o início, o que é valorizado na competência 3 da Matriz de Referência.
📲 Siga o canal do g1 Enem no WhatsApp
Além de facilitar o processo de escrita, ter uma boa organização do texto garante que os critérios cobrados pelo exame sejam atendidos e diminui a chance de erros mais graves.
2. Problemas linguísticos
Erros de gramática, ortografia e pontuação, quando frequentes, comprometem a nota na competência 1, que avalia o domínio escrita formal da língua portuguesa. O texto deve seguir as regras da norma padrão e apresentar estrutura sintática correta e clara.
Conforme a Cartilha de Redação, são considerados desvios:
convenções da escrita — acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica (translineação);
gramaticais — regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, tempos e modos verbais, pontuação, paralelismos sintático, morfológico e semântico, emprego de pronomes e crase;
escolha de registro — adequação à modalidade escrita formal, isto é, ausência de uso de registro informal e/ou de marcas de oralidade;
escolha vocabular — emprego de vocabulário preciso, o que significa que as palavras selecionadas são usadas em seu sentido correto e são apropriadas ao contexto em que aparecem.
As falhas na estrutura sintática incluem períodos truncados (ponto final separando duas orações que deveriam constituir um mesmo período), justaposição (uma vírgula no lugar de um ponto final que deveria indicar o fim da frase), ausência de termos ou excesso de palavras.
Para alcançar a nota máxima de 200 pontos nesta competência, é importante que os períodos do texto apresentem complexidade, sendo bem articulados e variados.
Enem 2025: checklist para revisar a redação e garantir mais pontos
3. Problemas de coesão e coerência
Esse tipo de falha aparece quando o texto não estabelece ligações claras entre as ideias, o que pode ocorrer pelo uso incorreto de conectivos, repetições desnecessárias ou falta de continuidade entre os parágrafos.
A competência 4 avalia se o candidato demonstra domínio dos mecanismos linguísticos que estruturam a argumentação, ou seja, se organiza o texto de forma lógica e fluida.
Para garantir clareza, é preciso usar recursos de coesão, como os operadores argumentativos – palavras e expressões que marcam relações de semelhança, oposição, causa ou conclusão (assim como, porém, por isso, portanto etc.). Preposições, conjunções e advérbios também ajudam no encadeamento de ideias.
"Na produção da sua redação, você deve utilizar variados recursos linguísticos que garantam as relações de continuidade essenciais à elaboração de um texto coeso", esclarece o documento.
Enem 2025: prova será nos dias 9 e 16 de novembro.
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4. Fuga ao tema e/ou ao tipo textual
Conforme discriminado na cartilha, a redação recebe nota zero se apresentar problemas como ter até 7 linhas escritas, letra ilegível, impropérios, desenhos e outras características (veja aqui).
Mas os erros mais graves e comuns são fugir ao tema ou não seguir o formato dissertativo-argumentativo, avaliados na competência 2. Ela verifica se o candidato compreende a proposta e desenvolve o tema de forma adequada.
"Por isso, a dupla natureza desse tipo textual: é argumentativo porque defende um ponto de vista, uma opinião, e é dissertativo porque utiliza explicações para justificá-lo", explica a cartilha.
Entregar poemas, narrativas ou relatos pessoais, por exemplo, é fugir ao tipo exigido pelo Enem e resulta em anulação.
Quanto ao desvio do tema proposto, que também compromete a nota, há dois cenários possíveis:
Fuga total ao tema: quando nem o assunto mais amplo nem o tema específico proposto são desenvolvidos, a redação recebe zero.
Fuga parcial/tangenciamento ao tema: quando o texto aborda só parcialmente, de forma ampla, o assunto a que o tema está vinculado. Não zera a prova, mas a perda de pontos pode ser significativa, já que afeta as Competências 2, 3 e 5.
5. Argumentação insuficiente
A argumentação sustenta e justifica a tese apresentada na introdução do texto. Quando é superficial ou genérica, a redação perde força e clareza.
A competência 3 avalia justamente a capacidade do candidato de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos para defender seu ponto de vista. A nota é bastante prejudicada quando a argumentação é construída com frases vagas, exemplos irrelevantes, informações soltas, repetitivas ou contraditórias.
Uma boa argumentação exige clareza, consistência e lógica, além de exemplos que reforcem a tese.
6. Uso de repertório de bolso
É um erro comum entre os candidatos e foi destacado pela primeira vez na Cartilha de Redação 2025. O termo "repertório de bolso" se refere ao uso de citações e referências prontas, decoradas e genéricas, que aparecem em muitos textos sem relação real com o tema. ➡️ SAIBA MAIS
A presença de repertório sociocultural é avaliada pela competência 2 da Matriz de Referência, que mede se o candidato consegue utilizar conhecimentos de diferentes áreas de conhecimento para reforçar a tese e os argumentos construídos. O problema não está em citar autores ou fatos conhecidos por si só, mas em fazê-lo de forma superficial.
O candidato deve, portanto, ter olhar crítico ao empregar o repertório escolhido. Para ser considerado produtivo, esses exemplos precisam ser pertinentes ao assunto, bem contextualizados e articulados aos argumentos e à tese.
Enem 2025: como estudar usando filmes, séries e outras obras
7. Proposta de intervenção inadequada ou incompleta
A competência 5 avalia, em até 200 pontos, a capacidade do estudante de elaborar uma proposta de intervenção para o problema abordado pela frase-tema, respeitando os direitos humanos. Em outras palavras, uma iniciativa que enfrente ou resolva a questão.
Apresentada na conclusão da redação, a proposta deve ser concreta, específica e coerente com a argumentação desenvolvida ao longo do texto, apresentando cinco elementos fundamentais: ação, agente, meio de execução, finalidade, e algum detalhamento.
A nota será severamente prejudicada em caso de ausência de proposta de intervenção, ou apresentação de propostas vagas, genéricas ou incompatíveis com o tema.
Além disso, essa proposta deve respeitar os direitos humanos universais, como vida, liberdade, segurança, justiça e educação. O candidato que ferir esses direitos pode ter a nota zerada na competência, perdendo os 200 pontos possíveis.
Redação do Enem: nota pode ser zero na competência 5 em caso de desrespeito aos direitos humanos
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15/10 -
IA na educação: desafios e oportunidades - O Assunto #1577
Mais da metade dos professores brasileiros diz ter incorporado a inteligência artificial à rotina de trabalho. É o que mostra uma pesquisa divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no início de outubro: 56% dos docentes no país usam a tecnologia para preparar aulas e buscar novas formas de ensino — um índice 20 pontos percentuais acima da média dos países desenvolvidos. O dado reforça como, mesmo em um cenário de desigualdade tecnológica, a IA foi rapidamente absorvida em práticas educacionais.
Um avanço que vem acompanhado de obstáculos. A mesma pesquisa aponta que 64% dos professores afirmam não ter o conhecimento nem as habilidades necessárias para usar ferramentas de IA, e seis em cada dez dizem que as escolas onde trabalham carecem de infraestrutura adequada para lidar com esse tipo de ferramenta.
Neste episódio, Victor Boyadjian conversa com Nara Fernandes de Oliveira, professa que explica como a inteligência artificial já mudou a maneira como ela prepara aulas. Nara, que leciona no Colégio Estadual Barão de Tefé, em Seropédica (RJ), dá exemplos de como a inteligência artificial está sendo usada, na prática, em sala e na relação com os alunos. E quais são os desafios com os quais ela se depara. Neste dia dos professores, Nara responde se ela teme pelo futuro da profissão a partir do uso desse tipo de tecnologia.
Para explicar como a IA pode apoiar o processo de aprendizado sem substituir o esforço cognitivo dos estudantes, Victor recebe Paulo Blikstein, professor livre-docente da Escola de Educação e diretor do Centro Lemann de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia. Ele detalha de que forma a inteligência artificial pode ser usada para desenvolver habilidades essenciais no ensino.
Convidados: Nara Fernandes de Oliveira, professora da rede pública do RJ, e Paulo Blikstein, professor livre-docente da Escola de Educação e Diretor do Centro Lemann de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia (EUA)
O que você precisa saber:
ENSINO MÉDIO: 7 em cada 10 alunos usam inteligência artificial em pesquisas; alunos relatam falta de orientação sobre como usar
OPORTUNIDADES E RISCOS: Ensino começa a integrar inteligência artificial no Brasil
TESTE: Em 'modo educação', ChatGPT imita filósofo e só faz perguntas ao aluno, sem dar respostas diretas
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski e Carlos Catelan. Hoje na apresentação: Victor Boyadjian.
O uso da IA nas escolas
O Assunto é o podcast diário produzido pelo g1, disponível em todas as plataformas de áudio e no YouTube. Desde a estreia, em agosto de 2019, o podcast O Assunto soma mais de 168 milhões de downloads em todas as plataformas de áudio. No YouTube, o podcast diário do g1 soma mais de 14,2 milhões de visualizações.
Alunos fazem treinamento para uso responsável da IA.
Ascom Seduc
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14/10 -
Câmara aprova piso salarial também para professor temporário
Dia dos Professores não é feriado para todos; veja quem folga
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14) um projeto que garante o piso salarial nacional para professores temporários da educação básica. A proposta vai ao Senado.
O texto é de autoria do deputado Rafael Brito (MDB-AL) e relatado pela deputada Carol Dartora (PT-PR). O piso salarial do magistério é de R$ 4.867,77.
Nesta semana, a Câmara tem se concentrado em matérias sobre educação em homenagem à semana da criança e ao Dia do Professor, comemorado nesta quarta (15).
“A contratação de profissionais temporários não pode ser utilizada como mecanismo para descumprir o piso salarial dos professores, tampouco para precarizar a carreira docente”, afirmou a relatora.
Segundo dados apresentados pela deputada em seu parecer, atualmente as redes de ensino têm 51,6% de professores temporários e 46,5% de efetivos nas redes de ensino, sendo que 43,6% dos docentes temporários atuam há pelo menos 11 anos como professor.
“Ao esclarecer que o piso salarial profissional nacional se aplica a todos os profissionais do magistério público da educação básica, independentemente do tipo de vínculo, o Congresso Nacional cumpre seu papel de zelar pela valorização dos trabalhadores da educação e pela efetivação do direito fundamental à educação de qualidade”, afirmou.
A proposta não acarretará a criação de nova despesa, porque a previsão de recursos para o cumprimento do piso salarial aos profissionais do magistério contratados por tempo determinado será bancada por recursos já previstos no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Ainda não há uma estimativa do impacto do investimento no Fundeb.
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14/10 -
Plano Nacional de Educação: em relatório, deputado propõe revisão de metas a cada 2 anos e estudo anual sobre investimentos
Novo PNE traça meta de alfabetização até o 2º ano do ensino fundamental
O deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE) apresentou nesta terça-feira (14) o relatório sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) 2025-2035. O texto traça 19 objetivos a serem alcançados na próxima década (veja lista aqui).
O relatório foi apresentado à Comissão Especial da Câmara sobre o Plano Nacional de Educação. O colegiado é presidido pela deputada Tabata Amaral (PSB-SP).
📈Entre as metas previstas, está a de garantir a formação, valorização e condições de trabalho adequadas aos profissionais da educação básica.
🏫Uma nova meta sugerida pelo plano se refere ao financiamento da educação, e prevê assegurar a qualidade e a equidade nas condições de oferta e permanência da educação básica e superior.
💰O estudo prevê que, ao final dos 10 anos, o Plano terá custado 11% do PIB do país. Serão 7,5% de investimento público mais subsídios; e 3,5% da iniciativa privada.
Segundo a Comissão Especial, esta é a primeira vez que um PNE faz um estudo de quanto o governo e as entidades precisam investir ano a ano para o cumprimento de todas as metas.
O que é o PNE?
📄O plano determina as metas, diretrizes, objetivos e estratégias para a educação no país pelos próximos 10 anos.
O último PNE venceu ano passado, mas foi prorrogado até dezembro deste ano pelo Congresso, já que o governo não enviou uma nova proposta de texto a tempo.
O texto apresentado nesta terça ainda não tem data prevista para votação pela Câmara.
Calendário de revisão das metas
O texto apresentado nesta terça estabelece um calendário, com datas para o planejamento estratégico de cada gestor para o atingimento das metas. E trata das responsabilidades da União, dos estados e municípios.
A previsão é que o Plano tenha as metas acompanhadas por dois instrumentos:
Plano da Educação: um documento de longo prazo, que define metas e diretrizes gerais.
Planos de Ação: a cada dois anos, União, estados e municípios devem elaborar planos operacionais com metas intermediárias e indicadores locais.
Fundo nacional de infraestrutura escolar
O novo PNE também cria o Programa Nacional de Infraestrutura Escolar, vinculado ao Ministério da Educação.
O objetivo da criação do Fundo é melhorar a infraestrutura escolar existente e expandir com novas construções e unidades.
O projeto prevê a retirada dos gastos com o programa do teto do orçamento federal, além de irrigação do fundo com recursos provenientes da exploração de petróleo.
Os 19 objetivos
Governo envia ao Congresso novo Plano Nacional de Educação
Veja a lista das 19 metas previstas no PNE:
Ampliar a oferta de matrículas em creche e universalizar a pré-escola
Garantir a qualidade da oferta de educação infantil
Assegurar a alfabetização e nível adequado de aprendizagem em matemática, ao final do segundo ano do ensino fundamental, a todas as crianças, em todas as modalidades educacionais, com inclusão e redução de desigualdades, visando à sua superação
Assegurar que crianças, adolescentes e jovens em idade escolar obrigatória concluam o ensino fundamental e o ensino médio na idade regular, em todas as modalidades educacionais, com inclusão e redução de desigualdades, visando à sua superação
Garantir a aprendizagem dos estudantes no ensino fundamental e no ensino médio, em todas as modalidades educacionais, com inclusão e redução de desigualdades, visando à sua superação
Ampliar a oferta de educação integral em tempo integral para a rede pública
Promover a educação digital com a garantia de conectividade de alta velocidade para fins pedagógicos, inclusive com redes internas wi-fi, e dos conteúdos das três dimensões estabelecidas na BNCC
Promover a educação ambiental e o enfrentamento das mudanças do clima em todos os estabelecimentos de ensino
Garantir o acesso, a oferta e a permanência em todos os níveis, as etapas e as modalidades na educação escolar indígena, na educação do campo e na educação escolar quilombola, observados os padrões nacionais de qualidade, com redução das desigualdades regionais
Garantir o acesso, a permanência, a oferta de atendimento educacional especializado de qualidade e a aprendizagem dos estudantes público-alvo da educação especial (PAEE), e dos estudantes público-alvo da educação bilíngue de surdos (Paebs), em todos os níveis, as etapas e as modalidades.
Assegurar a alfabetização e ampliar o acesso, a permanência e a conclusão da educação básica de todos os jovens, adultos e idosos
Ampliar o acesso, a permanência e a conclusão na educação profissional e tecnológica, com inclusão e redução de desigualdades, visando à sua superação
Garantir a qualidade e a adequação da formação às demandas da sociedade, do mundo do trabalho e das diversidades de populações e de seus territórios na educação profissional e tecnológica
Ampliar o acesso, a permanência e a conclusão na graduação, com qualidade, inclusão e redução de desigualdades, visando a sua superação
Garantir a qualidade de cursos de graduação e instituições de ensino superior
Ampliar a formação de mestres e doutores, de maneira equitativa e inclusiva, com melhoria contínua da qualidade e foco na prospecção e na solução dos problemas da sociedade, contribuindo para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, econômico, social e ambiental do País
Garantir formação, valorização e condições de trabalho adequadas aos profissionais da educação básica, de modo a elevar a qualidade da educação
Assegurar a participação e o controle social no planejamento, na gestão democrática na educação pública, no monitoramento e na avaliação das políticas educacionais, tendo em vista a melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem
Assegurar a qualidade e a equidade nas condições de oferta e permanência da educação básica e da educação superior
No ano passado, 11,8% dos jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola, apesar de o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, ter estabelecido a meta de universalizar o atendimento à população de 15 a 17 anos até 2016.
Getty Images
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14/10 -
Medicina segue como curso mais concorrido da Fuvest 2026; veja ranking
Medicina segue como curso mais concorrido da Fuvest 2026; veja ranking
A Fuvest divulgou nesta terça-feira (14) a relação candidato/vaga do Vestibular 2026, que define o ingresso em cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP).
A área da saúde continua entre as mais desejadas pelos vestibulandos. Medicina segue liderando a lista, com 90,7 candidatos por vaga, mantendo ampla vantagem sobre as demais opções, mesmo tendo registrado queda de 6% em relação ao ano anterior.
Além de medicina, outros cursos da área da saúde apresentaram crescimento expressivo no interesse dos candidatos:
Ciências biomédicas (6º lugar) teve alta de 11,4%;
Fisioterapia (9º) cresceu 12,8% em comparação com 2025;
Psicologia manteve-se em segundo e terceiro lugar nas unidades de São Paulo e Ribeirão Preto, com aumentos de 5,4% e 12,7%, respectivamente.
Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Divulgação/FMUSP
Conforme a Fuvest, esse movimento consolida uma tendência observada desde o pós-pandemia: o fortalecimento do interesse por profissões ligadas à saúde, à ciência e ao cuidado com o outro.
A valorização social dessas áreas, o avanço das tecnologias médicas, o crescimento das startups de saúde e o surgimento de novas fronteiras de pesquisa — como biotecnologia, neurociência e saúde digital — ajudam a explicar o fenômeno.
Veja os cursos mais concorridos da Fuvest 2026 (candidatos por vaga):
Medicina: 90,7
Psicologia (SP): 58,6
Psicologia (Ribeirão Preto): 39,8
Relações Internacionais: 37,9
Audiovisual: 30,6
Ciências Biomédicas: 29,3
Publicidade e Propaganda: 27,6
Jornalismo: 25,7
Fisioterapia: 22,9
Engenharia Aeronáutica: 22,8
Comparativo da relação candidato/vaga do vestibular 2026 e vestibular 2025:
Medicina: 90,7 → 96,5 (🔻 -6,0%)
Psicologia (SP): 58,6 → 55,6 (🔺 +5,4%)
Psicologia (RP): 39,8 → 35,3 (🔺 +12,7%)
Relações Internacionais: 37,9 → 42,5 (🔻 -10,8%)
Audiovisual: 30,6 → 32,3 (🔻 -5,3%)
Ciências Biomédicas: 29,3 → 26,3 (🔺 +11,4%)
Publicidade e Propaganda: 27,6 → 28,6 (🔻 -3,5%)
Jornalismo: 25,7 → 26,2 (🔻 -1,9%)
Fisioterapia: 22,9 → 20,3 (🔺 +12,8%)
Engenharia Aeronáutica: 22,8 → 22,9 (🔻 -0,4%)
Cursos menos procurados
Entre os cursos com menor procura, a maior queda foi registrada em gerontologia, que passou de 8,7 para 1,5 candidato por vaga, uma redução de 82,8%. Gestão ambiental também teve retração (-12%), enquanto geociências e educação ambiental cresceram 47,1%, ainda que em números absolutos baixos.
Os cursos de licenciatura, como matemática e física, continuam entre os menos procurados, com 2,7 candidatos por vaga, o que reforça o desafio de atrair jovens para a carreira docente, marcada por baixa remuneração e falta de reconhecimento profissional.
Comparativo dos 5 cursos menos procurados do vestibular 2026 e vestibular 2025:
Engenharias (FZEA): 1,0 (novo curso)
Gerontologia: 1,5 → 8,7 (🔻 -82,8%)
Gestão Ambiental: 2,2 → 2,5 (🔻 -12,0%)
Geociências e Educação Ambiental: 2,5 → 1,7 (🔺 +47,1%)
Licenciatura em Matemática/Física: 2,7 → 2,7 (0,0%)
Calendário do Vestibular Fuvest 2026
Primeira fase: 23/11/2025
Segunda fase: 14 e 15/12/2025
Provas específicas – Música: 9 a 12/12/2025
Provas específicas – Artes Visuais: 11/12/2025
Provas específicas – Artes Cênicas: 5 a 9/01/2026
Primeira chamada: 23/01/2026
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14/10 -
Como um professor de escola pública e uma parlamentar negra criaram o Dia do Professor há quase 80 anos
Educadora angolana é recebida pelos alunos com canto e festa
Na sala dos professores do Ginásio Caetano de Campos, conhecido como Caetaninho, uma escola pública que funcionava na Rua Augusta (SP), uma questão angustiava: era preciso buscar uma solução para aliviar o calendário letivo no segundo semestre, então carente de pausas para o descanso.
Foi quando o piracicabano Salomão Becker (1922-2006) teve uma ideia. Ele se lembrou que em sua cidade-natal havia a tradição de um dia em que os alunos levavam doces e salgadinhos para se confraternizar com os professores. Juntou alhos com bugalhos e propôs uma pausa nas atividades escolares para que fosse celebrado o Dia do Professor — que hoje é celebrado no Brasil todo dia 15 de outubro.
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A escolha da data não poderia ser mais conveniente: mais ou menos no meio do segundo semestre escolar, coincidindo com o dia da primeira legislação brasileira a instituir oficialmente a educação pública primária em todo o território nacional, a Lei Imperial de 15 de outubro de 1827, sancionada pelo imperador d. Pedro 1º (1798-1834).
Em 1947, portanto, o Caetaninho passou a ter o Dia dos Professores. E a ideia logo foi se espalhando por outros colégios. Tanto que, no ano seguinte, se tornou lei paulista.
"A iniciativa de Salomão Becker é a gênese afetiva e comunitária da data", comenta à BBC News Brasil o publicitário Rinaldo Allara Filho, pesquisador da área de educação e professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
"Ele percebeu o esgotamento físico e mental dos colegas ao final de um longo período letivo e teve uma ideia simples, porém profundamente humana: organizar um dia de folga e confraternização."
"O objetivo dele não era criar um feriado nacional, mas sim um momento de pausa e reflexão", explica Allara. "Era uma oportunidade para os professores se reunirem, trocarem experiências sobre os desafios da profissão, analisarem os problemas em comum e, principalmente, descansarem e se sentirem valorizados por seus pares. A iniciativa nasceu 'de baixo para cima', a partir da vivência real da sala de aula. Era sobre congraçamento, sobre criar uma comunidade de apoio mútuo em um ofício que pode ser muito solitário."
Antonieta de Barros foi uma das figuras centrais na criação do Dia do Professor
Acerto do Museu da Escola Catarinense
➡️Questão constante na história brasileira, a busca pela valorização do trabalho do professor era uma preocupação naqueles anos 1940. Tanto que, naquela mesma época, a professora catarinense Antonieta de Barros (1901-1952), então deputada estadual, criou uma lei instituindo o Dia do Professor como feriado escolar em Santa Catarina.
Barros entraria para a história como a primeira mulher negra a ser eleita para um cargo público no Brasil, tornando-se um ícone de pioneirismo tanto para o movimento negro quanto para a causa feminista.
"O professor Becker não estava só em sua iniciativa. Outros personagens se destacaram com essa ideia [de valorizar o magistério]. Por coincidência ou não, a professora Antonieta de Barros trabalhou nesse mesmo sentido, de valorizar a figura do professor mediante o estabelecimento da efeméride", afirma à BBC News Brasil o educador Italo Francisco Curcio, consultor da Fundação Eduardo Carlos Pereira. "E ela o fez, por meio de uma lei estadual."
Allara pontua que embora não haja evidências de conexão direta ou colaboração entre Becker e Barros, é preciso ressaltar o "espírito do tempo" do Brasil daquela época.
"O país vivia um período de redemocratização após o Estado Novo, e havia um debate nacional intenso sobre os rumos da nação e o papel da educação nesse processo de reconstrução. A necessidade de valorizar o magistério era uma pauta latente na sociedade", diz o professor.
"Particularmente penso que, as duas iniciativas, embora independentes, podem ser vistas como duas manifestações distintas, porém complementares, dessa mesma necessidade, uma nascida da prática e da solidariedade de classe em São Paulo, e outra, da visão política e do compromisso social em Santa Catarina."
Allara observa que há uma complementaridade entre as duas iniciativas.
"Mostra que a luta pela valorização não é uma abstração, mas foi liderada por pessoas reais, com motivações concretas. Becker nos lembra da importância do cuidado mútuo e da saúde mental docente. Antonieta nos inspira com sua resiliência e visão política", afirma.
➡️Fato é que a proposta pegou em todo o país. Em outubro de 1963, o então presidente João Goulart (1919-1976) publicou um decreto instituindo o feriado escolar do Dia do Professor no território nacional.
Antonieta de Barros, com sua turma de colegas
Acerto do Museu da Escola Catarinense
História, geografia e direito
Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, Becker foi professor de história e geografia em diversas escolas públicas e privadas ao longo de 49 anos. Ele era filho de imigrantes que trocaram a Moldávia pelo Brasil no início dos anos 1910 e deficiente físico — tinha paralisia total no braço direito, desde o nascimento.
Na juventude, Becker teve uma breve passagem pelo jornalismo, como repórter do jornal Folha da Tarde. Encontrou-se mesmo no magistério. Tanto que, já aposentado, decidiu cursar Direito e, tão logo se diplomou, acabou se tornando professor de direito internacional na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Curcio reconhece que há poucas informações biográficas que detalhem a trajetória de Becker mas que, "bastou essa iniciativa", a da criação da data comemorativa, "para mencionar-se sua notoriedade".
"Entendo que ele estava imbuído do mesmo princípio que o meu: o da necessidade de se destacar uma data para homenagear um personagem marcante em nossa vida, o professor, a professora", comenta o educador.
"Com seus quase 50 anos de docência, os registros históricos disponíveis acerca de sua biografia são parcos e não nos possibilitam destacar eventuais outras grandes marcas, que possam ter sido vivenciadas. Mas, mesmo assim, sabe-se de seu brilhantismo e dedicação singular na sua vida de professor", avalia Curcio.
Para o educador, Becker almejava "muito mais do que a efeméride". "Ele queria festejar e promover um dia de destaque do professor", salienta.
Pioneira
Antonieta de Barros é uma figura que vem sendo resgatada do apagamento nos últimos anos — em 2023 teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Filha de uma lavadeira, ex-escravizada, com um homem sobre o qual há poucas informações, teve uma infância pobre e difícil em Florianópolis.
Para ajudar nas despesas domésticas, sua mãe transformou a casa da família em uma pensão para estudantes. Conta-se que foi essa convivência que fez da menina uma apaixonada pelas letras. Tudo indica que foi por causa desses clientes de sua mãe que Barros se alfabetizou, inclusive.
Tornou-se professora e, ao longo da vida, dividiu-se entre empregos em escolas e o curso particular que ela criou para alfabetizar crianças pobres e sem acesso escolar.
Também foi jornalista. Fundou o dirigiu o jornal A Semana e escreveu para a imprensa local, não raras vezes tecendo críticas sociais.
Na política, iniciou como ativista de classe — foi uma das fundadoras da Liga do Magistério Catarinense. Mais tarde, se tornaria deputada estadual, uma das primeiras mulheres eleitas do país e a primeira mulher negra a ocupar um cargo eletivo. Também foi constituinte em 1935.
"A história de Antonieta de Barros ressignifica a data", ressalta Allara. "Ela nos lembra que a valorização do professor está intrinsecamente ligada à luta por uma sociedade mais justa, inclusiva e equitativa."
"Ela, uma mulher negra educando a partir das margens, viu na institucionalização do Dia do Professor um ato de afirmação da educação como pilar da democracia. Portanto, revisitar sua história não é apenas resgatar o passado; é nos inspirar para lutar por um futuro onde a valorização do professor seja, de fato, a prioridade que a sociedade brasileira merece."
Marco fundador
Sala de aula no Rio, em 1970
Arquivo Nacional
Estudioso da história do magistério no Brasil há 30 anos, o linguista Vicente de Paula da Silva Martins, professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), no Ceará, lembra à BBC News Brasil que é preciso destacar a importância da data escolhida no Brasil para comemorar o Dia do Professor.
"É o marco fundador do sistema nacional de ensino e da valorização jurídica da profissão docente", destaca ele, referindo-se ao decreto imperial de 1827. "Escolher essa data não é apenas um gesto comemorativo: é o reconhecimento da origem legal, institucional e simbólica da docência no Brasil."
Ao analisar a legislação original, Martins explica que ali estão os fundamentos que definem quem são os professores, quais seus papéis e como deveria se estabelecer a autoridade pedagógica no país recém-independente.
"Tudo isso inserido em um projeto de sociedade cujas marcas ainda influenciam a forma como valorizamos, ou nem sempre valorizamos, o magistério", pontua.
A lei daquela época, por exemplo, delimitava diferenças entre professor e mestre. O primeiro era responsável direto pela instrução dos alunos. Já o mestre ocupava posição mais elevada na hierarquia escolar, exercendo papéis de supervisão, orientação, coordenação e liderança.
Martins observa que tal "arranjo institucional" previa a "construção de uma hierarquia sociopedagógica", com papéis definidos de instrução e de controle e organização do ensino. Para ele, portanto, houve não apenas a organização do ensino das primeiras letras, mas a consolidação de "uma estrutura educacional marcada por desigualdades de função, prestígio e gênero".
"Todos os mestres eram professores, mas nem todo professor era mestre. E as mestras, embora formalmente reconhecidas, atuavam sob limites impostos pela sociedade patriarcal da época", resume. "Essa distinção, cristalizada legalmente, ecoa ainda hoje em debates sobre valorização docente, liderança pedagógica e igualdade de gênero na educação brasileira."
Para o professor da UVA, a lei de 1827 tem de ser entendida como "documento fundamental para compreender a formação da educação pública no Brasil". "Ela representa, ao mesmo tempo, um avanço normativo e um reflexo das contradições do liberalismo brasileiro no século 19", avalia Martins. "É uma lei de inspiração moderna, que valoriza o mérito, a instrução e a profissionalização do magistério. Mas que permanece presa às amarras da centralização imperial."
Por outro lado, ele reconhece que, ao determinar a criação de escolas de primeiras letras em todo o território, o imperador empreendeu, para os padrões da época, "uma tentativa ousada de universalizar o ensino básico".
"A educação, que até então era privilégio das elites e muitas vezes restrita a instituições religiosas, passou a ser entendida como um serviço público, sob responsabilidade direta do Estado", contextualiza ele. "Essa mudança de paradigma foi essencial para a construção de uma identidade nacional que valorizasse o saber e a formação cidadã."
A lei imperial foi a primeira a reconhecer o professor como "agente fundamental" na "formação moral, intelectual e cívica dos cidadão".
E estabelecia até mesmo a remuneração que deveria ser dada aos professores. De acordo com estudo de Martins, os valores previstos naquela legislação, se atualizados para a realidade atual, indicariam que um professor deveria receber ordenados mensais de no mínimo R$ 5.733 — e um teto de R$ 14.336.
O currículo básico deveria ensinar leitura, escrita, aritmética, gramática, moral cristã, religião católica, geometria e constituição e história do Brasil.
Para os especialistas, a data ainda hoje é importante para provocar uma valorização do magistério. "Apesar de ter menos pompa do que em outras épocas", diz Curcio.
Allara vê "uma dualidade" no feriado escolar.
"Por um lado, há uma dimensão afetiva e genuína, manifestada por alunos e famílias, que reconhece o impacto do professor em suas trajetórias. Esse reconhecimento é valioso e necessário para o bem-estar emocional do docente", comenta ele.
"Contudo, por outro lado, essa celebração pontual contrasta com um desafio estrutural. A data promove um reconhecimento sentimental, mas ainda falha em impulsionar a valorização profissional da categoria. A sociedade precisa avançar na percepção do magistério, superando a imagem histórica de uma profissão puramente vocacionada, que por vezes beira a filantropia em termos de condições de trabalho, para consolidá-la como um pilar estratégico na construção de futuros cidadãos."
Ou seja: a data celebra o professor, mas ainda faltam políticas que valorizem efetivamente o magistério.
"As celebrações não dependem apenas do sentimento de alguém que as organiza ou que as sugere, mas, sobretudo de quem as assimila, inclusive seu organizador ou seu proponente. Por isso, o tom da celebração é relativo", pondera o educador Curcio.
"Eu ainda creio que o professor é uma figura respeitada e celebrada."
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14/10 -
'Pim, pim, professora está a chegar!': educadora angolana é recebida pelos alunos com canto e festa; vídeo viraliza
Educadora angolana é recebida pelos alunos com canto e festa
🎶“Pim, pim, pim, professora está [a] chegar!”, gritam crianças de uma escola no Cazenga, em Luanda, capital de Angola. O furor delas na cantoria lembra o de um fã clube ao ver o ídolo pisando no palco.
Quem entra na sala de aula e anima ainda mais o público é a grande estrela e compositora do hit: Isabel Zua Domingos, de 24 anos, que leciona no colégio desde 2018.
A cena, registrada em um vídeo com mais de 3,5 milhões de visualizações, é impossível de ser ouvida apenas uma vez. Todo mundo pede bis, principalmente os brasileiros, que dominam os comentários do post.
Por meio da música, Isabel faz mágica: consegue transportar a plateia (formada por alunos de 10 e 11 anos) para um mundo mais festivo e acolhedor — “um lugar de conforto”, nas palavras da professora.
“Muitos dos meus alunos não têm alimentação adequada nem material escolar completo. Outros são expulsos por falta de pagamento da mensalidade. Mas eles amam ficar na escola”, diz Isabel, em entrevista ao g1.
“Brincando e aprendendo, aproveitam para esquecer as dificuldades que enfrentam em casa.”
‘A felicidade deles é a minha’
Professora viralizou ao animar alunos de escola em Angola
Reprodução/Redes sociais
As perguntas feitas pelo g1 a Isabel podem até versar sobre a história da docente, o dom que ela tem de encantar as crianças, os desafios do seu trabalho… Não importa. As respostas são sempre focadas nos alunos, nunca nela própria.
“Fico muito feliz quando sou recebida por eles, porque a felicidade deles é também a minha. Preciso motivá-los, para que eles não desistam de estudar”, diz.
O “álbum” de Isabel tem, além da música de boas-vindas, batuques e letras para quase todas as disciplinas. Ela acredita que seja essa a chave para conquistar as crianças — como Emanuel, o primeiro que grita e canta ao vê-la entrar na sala de aula, e a quem ela se refere como seu "quase filho”.
“Não é difícil fazer o que se ama. E eu amo o que eu faço. É uma profissão muito bonita”, afirma a professora.
Professora Isabel cativa seus alunos por meio da música
Arquivo pessoal
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14/10 -
Enem 2025: checklist para revisar a redação e garantir mais pontos
'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; qual seria sua nota?
Faltando poucas semanas para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, os candidatos devem definir um bom plano de ataque para a prova. No primeiro domingo, 9 de novembro, é preciso ter agilidade para responder às 90 questões objetivas e escrever uma boa redação – cuja pontuação é determinante para a nota final.
Para garantir que o texto produzido atende às competências cobradas pelo exame, é essencial que o estudante reserve alguns minutos para revisar o que escreveu antes de entregar. Ou, de preferência, e se houver tempo, antes mesmo passar à limpo na folha de redação.
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Além de corrigir pequenos erros de gramática e ortografia, essa estratégia permite ter uma visão geral e mais distanciada do texto, garantindo que não existam falhas graves que possam resultar em perdas significativas de pontos ou até mesmo na anulação da redação – um grande medo dos candidatos.
Prova de redação será aplicada no primeiro domingo de exame, 9 de novembro.
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É o famoso "pente fino".
Maysa Barreto, assistente pedagógica da plataforma Redação Nota 1000, recomenda que o candidato comece relendo a redação em voz baixa, claro, para não incomodar os outros inscritos.
“Isso ajuda a identificar possíveis desvios gramaticais e falhas sintáticas que podem ter passado despercebidos na hora de transcrever o texto do rascunho para a folha oficial”, explica.
Veja o checklist completo recomendado por Maysa:
✅ Releia em voz baixa para identificar desvios gramaticais e falhas sintáticas;
✅ Confira se respeitou os limites da folha – mínimo de 8 linhas e máximo de 30 –, mantendo o texto dentro das margens indicadas;
✅ Garanta que as palavras-chave da frase-tema apareçam ao longo da redação, o que mostra que o texto está de fato dentro do tema proposto;
✅ Verifique se há uma tese clara na introdução, ou seja, um ponto de vista que foi desenvolvido e retomado ao longo de todo o texto;
✅ Observe se incluiu repertórios socioculturais pertinentes, informações vindas de outras áreas do conhecimento e não apenas dos textos de apoio – e se estão bem relacionados ao tema e à argumentação do parágrafo;
✅ Revise a coerência e a progressão das ideias, avaliando se cada parágrafo contribui para a defesa do ponto de vista e se as afirmações estão acompanhadas de exemplos ou justificativas para comprová-las;
✅ Analise o uso dos conectivos, garantindo variedade e sentido adequado nas relações entre as partes do texto;
✅ Confira se a proposta de intervenção está completa, com todos os elementos essenciais, respeito aos direitos humanos e relação direta com os problemas discutidos na redação.
Revise com base nas competências
Outro caminho é revisar o texto de acordo com as cinco competências avaliadas pelo Enem, indica a professora de redação Tanay Gonçalves, da plataforma Professor Ferretto. Ela sugere o seguinte roteiro:
✅ Competência 1: revisar bem o rascunho para eliminar o máximo de erros gramaticais;
✅ Competência 2: verificar se o tema é mencionado em todos os parágrafos;
✅ Competência 3: garantir dois ou três repertórios socioculturais, sempre acompanhados de análise para articular à argumentação – nada de citações soltas;
✅ Competência 4: observar se fez bom uso dos conectivos, empregando de 10 a 15, especialmente no início dos parágrafos de desenvolvimento e conclusão;
✅ Competência 5: conferir se a proposta de intervenção traz os cinco elementos válidos (agente, ação, modo, finalidade e detalhamento), relacionados à discussão dos parágrafos anteriores.
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13/10 -
VÍDEO: explosão de 'vulcão' em feira de ciências fere 17 em escola de Buenos Aires; aluna de 10 anos tem quadro grave
Maquete de vulcão explode em feira de ciências e fere 17 pessoas
Durante uma feira de ciências em uma escola de Pergamino, em Buenos Aires, uma maquete de vulcão explodiu e deixou 17 feridos na noite da última quinta-feira (9). Entre eles, está uma aluna de 10 anos, operada pela segunda vez no domingo (12).
Segundo o jornal argentino "La Nación", a menina sofreu queimaduras graves no rosto — com risco de perder um olho — e ferimentos cerebrais. Ela assistia à apresentação dos colegas na primeira fila.
Ao g1, a diretoria do Hospital Garrahan afirmou que "a paciente pediátrica permanece internada após ter dado entrada com politraumatismos causados por uma explosão".
"Seu estado ainda é crítico, mas os sinais vitais estão estáveis", afirma a instituição.
A reportagem também entrou em contato com o Instituto Comercial Rancagua, onde ocorreu o acidente, mas não havia recebido resposta até a mais recente atualização desta reportagem.
Além da criança, uma professora também está hospitalizada, mas não corre risco. Os demais já tiveram alta após tratarem cortes, contusões e intoxicação respiratória.
🔴Como ocorreu a explosão? Um grupo de alunos tentava simular a erupção de um vulcão. Ao acender a maquete, as chamas se propagaram rapidamente e provocaram uma forte explosão.
É possível ouvir uma das estudantes, pouco antes do acidente, explicar que o experimento continha “enxofre picado, carvão picado e um sal especial”, elementos que formariam uma espécie de pólvora.
A combinação de combustível (carvão) e de oxidante (salitre) gera gases quentes em um intervalo curtíssimo.
O uso desse tipo de material em experimentos escolares não é comum e pode ter contribuído para a gravidade da explosão, segundo o prefeito de Pergamino, Javier Martínez, afirmou ao "La Nación".
🔴Em geral, alunos executam reações químicas simples e seguras, com:
vinagre e bicarbonato de sódio, produzindo espuma e bolhas;
fermento em pó e vinagre.
Substâncias inflamáveis ou pressurizadas (como álcool, cloro, ácido forte ou soda cáustica) deixam o efeito “mais realista”, mas podem explodir ou causar queimaduras. NÃO DEVEM SER USADAS.
🔴Alguém será responsabilizado? As autoridades abriram uma investigação para apurar a ação do corpo docente e da direção da escola. As autoridades querem determinar se houve negligência ou imprudência na supervisão do projeto.
Familiares e amigos pedem corrente de oração por menina atingida na explosão
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Escola divulga feira de ciências antes do acidente
Reprodução/Redes sociais
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13/10 -
Quantos parágrafos tem uma redação do Enem? Relembre a estrutura
Redação nota mil no Enem: alunos de escola pública que atingiram pontuação dão dicas
Faltando um mês para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, é hora de priorizar as frentes que podem garantir um desempenho na prova. A redação, aplicada em 9 de novembro, é uma das partes mais importantes do exame: vale até 1.000 pontos e pode ser o diferencial para conquistar uma vaga no Sisu, Prouni e Fies.
Por isso, professores recomendam que os candidatos escrevam ao menos uma redação por semana até o dia da prova. Quem ainda se sente inseguro pode tentar produzir duas, para treinar ritmo e dominar o estilo da prova.
Mas... por onde começar? 🤔
Para desenvolver uma boa redação no modelo Enem, o primeiro passo é estar familiarizado com a estrutura – ou seja, saber o que deve aparecer em cada parte do texto.
"A prova de redação exigirá de você a produção de um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política", define o Inep na Cartilha de Redação 2025.
Na prática, isso significa que é preciso defender um ponto de vista sobre o tema proposto, com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Na conclusão, é obrigatório apresentar uma proposta de intervenção social para o problema discutido, respeitando os direitos humanos.
O Enem não define um número exato de parágrafos, mas a redação deve seguir a estrutura clássica do gênero dissertativo-argumentativo, com:
Uma introdução que apresenta o tema proposto e o ponto de vista (tese);
Um desenvolvimento dividido em pelo menos dois parágrafos que expõem e fundamentam os argumentos;
Uma conclusão que retoma a tese e apresenta a proposta de intervenção.
Provas de redação do Enem: todos os anos, candidatos precisam escrever um texto dissertativo-argumentativo no exame
Celso Tavares/G1
➡️ A divisão mais usada pelos candidatos considera quatro parágrafos: um para a introdução, dois para o desenvolvimento e um para a conclusão. Essa organização garante espaço suficiente para apresentar todos os elementos de forma bem articulada.
Alguns preferem escrever em cinco parágrafos, com três de argumentação – o que também funciona.
Seja qual for a escolha, o mais importante é que cada parte cumpra sua função dentro do texto, mantendo clareza, progressão lógica e unidade. Cada parágrafo precisa estar bem conectado ao anterior e contribuir diretamente para a defesa da tese, sempre reforçando a ligação com o recorte fornecido pela frase-tema.
Quantas linhas tem que ter a redação do Enem?
Tudo isso precisa estar nas 30 linhas disponíveis na folha de redação. Ela é diferente de uma página comum de caderno, já que as margens são mais amplas.
Por isso, vale treinar em uma folha com o mesmo formato da prova para se acostumar com o espaço. O Inep não disponibiliza o modelo oficial, mas é fácil encontrar versões muito semelhantes para baixar na internet.
Importante lembrar: a redação do Enem deve apresentar, pelo menos, 8 linhas escritas. Redações com até 7 linhas (ou 10 linhas no sistema Braille, no caso dos candidatos com deficiência visual) serão zeradas por configurar “texto insuficiente".
Da mesma forma, trechos que apresentarem cópia integral ou parcial dos textos de apoio (fornecidos na prova de redação ou no caderno de questões) não entram na contagem mínima de linhas escritas. Assim, se restarem sete ou menos de autoria própria, a redação é automaticamente anulada.
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12/10 -
Tampa de garrafa flutuando entre colheres e pilhas? Você provavelmente foi enganado por mais um viral
Tampinha de garrafa realmente pode flutuar entre pilhas? Física explica
Nas redes sociais, um vídeo que viralizou tem intrigado o público ao mostrar uma tampa de garrafa... misteriosamente levitando entre colheres e pilhas.
Antes que você corra até a cozinha ou desmonte o controle remoto da TV para reproduzir o mesmo “experimento”, o g1 já avisa (por mais frustrante que seja a verdade): a ciência não permite que essa tampinha saia do lugar. Tudo não passa de um truque visual.
Como funciona o “falso experimento”:
Quatro colheres de metal são dispostas sobre a mesa, formando o contorno de um quadrado.
É colocada uma pilha AA em cada vértice, sempre “em pé”.
No meio da figura, assim que a quarta pilha é depositada sobre a colher, uma tampinha metálica começa a levitar, como se estivesse sob a influência de um campo magnético.
A seguir, entenda os fatores que comprovam que o objeto não poderia ficar suspenso de verdade.
1. As pilhas não estão ligadas eletricamente
Experimento falso mostra tampinha 'voando' entre colheres e pilhas
Reprodução/Redes sociais
Para que houvesse um campo magnético capaz de gerar levitação, seria necessário que uma corrente elétrica percorresse o circuito formado pelas colheres. Isso só aconteceria se os polos positivos e negativos das pilhas estivessem conectados entre si por um caminho condutor contínuo, formando um circuito fechado.
👎No vídeo, todas as pilhas aparecem com o polo positivo voltado para cima e sem ligação entre os terminais.
“Não há diferença de potencial aplicada ao circuito e, portanto, nenhuma corrente elétrica pode circular", explica a professora Bruna Barroso, formada pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
Em resumo: sem corrente, não há campo magnético. Nenhuma força seria capaz de sustentar a tampinha no ar nesta configuração.
2. Não adianta a tampa ser de aço
Tampinha flutuando vira hit nas redes sociais, mas é ilusória
Reprodução/Redes sociais
As tampas de garrafa são feitas de aço, um material ferromagnético que é atraído por ímãs. Mas isso não basta.
Primeiramente, pelo motivo indicado acima: não há campo magnético.
➡️E, mesmo que as pilhas estivessem conectadas e formassem um circuito fechado, a corrente gerada seria muito baixa para sustentar um objeto no ar. Precisaríamos de equipamentos específicos, como fontes de alta potência ou bobinas com muitas espiras.
➡️No vídeo, as colheres formam apenas um quadrado metálico plano. Essa geometria não permitiria concentrar o campo magnético no centro, ainda que houvesse uma mínima corrente circulando.
“Por mais que a colher seja metálica e condutora, não conseguiria conduzir uma corrente intensa e gerar um campo magnético forte”, reforça Barroso.
Um truque visual, não um fenômeno físico
Sem corrente elétrica, sem campo magnético e sem material adequado, a tampinha não poderia levitar em hipótese alguma. O efeito exibido no vídeo provavelmente foi produzido por algum artifício de gravação — como um fio transparente e um apoio invisível — ou de edição.
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12/10 -
Enem 2025: como estudar usando filmes, séries e outras obras
Redação do Enem ou 'cover' de Machado de Assis?
Na contagem regressiva para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, a ansiedade dos estudantes pode fazer o descanso parecer tempo perdido. Mas nem todo intervalo precisa ser sinônimo de culpa.
É importante ter momentos de descontração na rotina e dá para fazer isso enquanto aprende, com filmes, séries e podcasts.
➡️ Professores ouvidos pelo g1 afirmam que obras artísticas ou informativas (veja indicações abaixo) ajudam a consolidar o conhecimento adquirido em sala de aula ou estudos individuais.
Danielle Capriolli, professora e coordenadora de Língua Portuguesa da Escola Bilíngue Pueri Domus, em São Paulo, considera que esse lazer serve de "revisão disfarçada".
"O ano de vestibular é cansativo. Momentos de tranquilidade permitem aprender de outras formas que não sejam só a lousa, o caderno, o computador", diz ela.
Nessa reta final, "o melhor relaxamento pode ser aquele que promove conhecimento sem forçar nenhuma situação, acalmando a mente e fugindo da alienação. Dessa forma, na hora da prova, as relações entre filmes e séries surgem de forma simples e coerente", sugere Fábio Guimarães, professor de Literatura e Redação da Escola Carolina Patrício, no Rio de Janeiro.
Na preparação para o Enem, filmes, séries e outras obras ajudam a consolidar o conhecimento adquirido nos estudos.
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Produções como essas vão além do mero entretenimento. Nos estudos, são a base natural para a criação de repertório sociocultural para a redação: o Enem avalia, como parte da competência 2 da Matriz de Referência, o emprego produtivo de repertório externo (ou seja, que vai além da coletânea de textos motivadores).
Além disso, contribuem para o desempenho nas provas objetivas, já que leitura crítica e interpretação de texto são habilidades centrais para resolver as questões.
"Essas fontes ajudam o estudante a refletir sobre a sociedade, os comportamentos sociais e os desafios contemporâneos, ampliando sua visão crítica", analisa Gabrielle Cavalin, coordenadora de Redação do Poliedro Educação.
Um bom exemplo são os dramas históricos, que recontam grandes acontecimentos da humanidade. "Uma aula sobre as ditaduras militares na América Latina ganha outro significado quando o estudante assiste ao filme 'Ainda Estou Aqui' , ou lê 'O Que É Isso, Companheiro?', avalia Edriano Abreu, professor de História do Bernoulli Educação.
"O cinema tem esse poder: tornar visuais aspectos que remetem a outros períodos. Além disso, é uma forma eficiente de compreender acontecimentos de grande magnitude, como tragédias climáticas ou revoluções políticas", acrescenta o professor.
A prova do Enem também pauta com frequência discussões socialmente relevantes, trazendo, por exemplo, temas ligados à diversidade étnico-racial . "Filmes, séries e livros têm um potencial mágico de fixar o conteúdo estudado porque atuam pelo emocional: fazem os jovens pensarem e se conectarem com assuntos importantes", diz Léo Bento, sócio-fundador da Inaperê Consultoria, criada por professores com foco em diversidade e relações raciais.
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Como aproveitar produções culturais para os estudos
Professores explicam que refletir, anotar e discutir o que se assiste ajuda a assimilar temas e ampliar o repertório de forma leve. Veja algumas estratégias:
Use como autorecompensa: depois de um dia intenso de estudos, assistir a um episódio de série com recorte histórico pode funcionar como um “bônus” produtivo;
Assista (ou ouça) com intenção: faça anotações sobre o tema central, as relações sociais retratadas e o uso da linguagem na produção. Ler críticas e comentários também ajuda a desenvolver o olhar analítico, acrescenta Danielle;
Converse sobre a obra: discuta os temas abordados com amigos e familiares, para ouvir novas opiniões e refletir sobre a própria. “Compartilhar essas experiências – enviando uma mensagem ou um áudio a um colega para comentar o que consumiu – fortalece os alunos nessa fase”, explica Abreu;
Monte um caderno de repertórios: registre filmes, séries, podcasts e outros conteúdos consumidos, junto com os principais insights obtidos de cada um;
Relacione com eixos temáticos: associe obras que já conhece a grandes temas. Por exemplo: no eixo da saúde, o aluno pode lembrar da série "Sob Pressão"; no eixo do trabalho, do filme "Que Horas Ela Volta?", sugere Gabrielle;
Inclua podcasts diários: programas jornalísticos como O Assunto, do g1, mantêm o estudante atualizado sobre os acontecimentos no Brasil e no mundo. “Esse tipo de conteúdo contribui diretamente para a construção da argumentação na redação”, acrescenta a professora;
Observe metáforas e representações: Guimarães chama atenção para as subjetividades das produções. “Um personagem policial, por exemplo, pode simbolizar o poder autoritário e servir de analogia em temas ligados à violência”, explica o professor.
Veja as dicas dos professores
A reportagem pediu aos entrevistados indicações de obras, em formatos diversos, que podem ajudar os candidatos na reta final de estudos para o Enem 2025. Confira:
🎬 Filmes
“Malês", de Antônio Pitanga (em cartaz nos cinemas): "Retrata a revolta abolicionista protagonizada por negros escravizados no Brasil. O mesmo episódio é abordado no livro 'Um Defeito de Cor', de Ana Maria Gonçalves, autora recentemente empossada na Academia Brasileira de Letras", indica Edriano Abreu.
“Parasita”, de Bong Joon-Ho (Prime Video): "O filme sul-coreano é uma metáfora criativa das diferenças sociais, usando personagens, objetos e até arquitetura para marcar essas divergências. Atenção como a palavra 'plano' significa tanto na trama para essas comparações", indica Fábio Guimarães.
“O Último Azul”, de Gabriel Mascaro (em cartaz nos cinemas): "Vencedor do Leão de Prata no Festival de Cinema de Berlim, o longa brasileiro apresenta a história distópica de Tereza, levada a uma colônia que marginaliza idosos. A produção oferece repertório críticosobre o capacitismo e a compreensão da capacidade de todos os indivíduos", recomenda Guimarães.
➕ Os professores também recomendam: "12 Anos de Escravidão" (Prime Video), "A Batalha da Rua Maria Antônia", "A Lista de Schindler", "A Viagem de Chihiro" (Netflix), "Adeus, Lênin!", "Ainda Estou Aqui" (Globoplay), "Bacurau" (Globoplay), "Corra" (Prime Video), "Doutor Gama" (Globoplay), "Getúlio", "Guerra de Canudos", "Lincoln", "Macunaíma" (Globoplay), "Malcolm X" (Prime Video), "Medida Provisória" (Telecine), "O que é isso, Companheiro?" (Prime Video), "Pantera Negra" (Disney+), "Que Horas Ela Volta?" (Netflix), "Selma" (Prime Video), "Xingu" (Netflix) e "Zuzu Angel".
Filme 'Malês', de Antônio Pitanga, em cartaz nos cinemas.
Divulgação/Still Photo Vantoen
🎥 Documentários
“A 13ª Emenda” (Netflix): "Analisa a conexão entre a escravidão e o sistema de encarceramento em massa nos Estados Unidos. Excelente para discutir racismo estrutural e sistemas de opressão", indica Léo Bento.
“Amanhã”, de Marcos Pimentel: “Retrata, com sensibilidade, a vida de três crianças de diferentes contextos sociais em Belo Horizonte, em 2002 e vinte anos depois. É um filme interessante para pensar temas caros ao Enem, como as desigualdades estruturais e a convivência entre diferentes classes sociais", indica Danielle Capriolli.
“O Dilema das Redes” (Netflix): “Excelente para refletir sobre o impacto da tecnologia. Mesmo anterior à popularização da inteligência artificial, ele traz uma discussão atual sobre manipulação de dados e o nosso comportamento digital", acrescenta a professora.
➕ Os professores também recomendam: "Canudos"; "Democracia em Vertigem" (Netflix); "Hitler e o Nazismo" (Netflix), "Vozes da Segunda Guerra" (Netflix), "Retratos Fantasmas" (Netflix).
📺 Séries
“Segunda Chamada” (Globoplay): "Apresenta como é o cotidiano de uma escola de EJA, educação de jovens e adultos, com seus desafios quando a evasão, a ressocialização dos cidadãos que desejam reaprender a serem vozes ativas na sociedade. Tema forte para a redação desse ano", indica Fábio Guimarães.
“Adolescência” (Netflix): "Além da qualidade artística, ela provocou um debate na sociedade sobre a violência entre adolescentes, muitas vezes estimulada pelo conteúdo consumido nas redes sociais. É uma excelente possibilidade temática para discussão em provas. Também trata da chamada ‘machosfera’ e mostra como grupos masculinistas influenciam a mentalidade, especialmente dos meninos", destaca Gabrielle Cavalin.
➕ Os professores também recomendam: "Chernobyl" (HBO Max); "Mussolini: O Filho do Século"(Mubi); "Sob Pressão" (Globoplay); "Black Mirror" (Netflix); "Coisa Mais Linda" (Netflix).
📖 Livros
“O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório: "O protagonista Pedro resgata o passado da família após a morte do pai. O autor expõe um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido", indica Léo Bento.
"O Ódio que Você Semeia", de Angie Thomas: "Discute racismo estrutural e violência policial através da perspectiva de uma adolescente negra, introduzindo o debate sobre ativismo", acrescenta Bento.
➕ Também recomenda: "Diário de Bitita", de Carolina Maria de Jesus, e "Pequeno Manual Antirracista", de Djamila Ribeiro.
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11/10 -
'Trend dos privilégios' emociona na internet, mas pode afetar as crianças, alerta psicóloga
'Trend dos privilégios' emociona, mas demanda cuidados
“Dê um passo à frente se você teve uma bicicleta antes dos 10 anos.”
“Dê um passo à frente se teve material escolar novo todos os anos.”
“Dê um passo à frente se precisou trabalhar na infância para ajudar sua família.”
Perguntas como essa fazem parte de uma trend que tomou conta das redes sociais nas últimas semanas, e os conteúdos virais chamaram atenção de muita gente, inclusive da cantora Simone Mendes, que fez a própria versão.
Nos vídeos, é comum que apareçam pessoas de gerações diferentes — um pai e uma filha, uma mãe e um filho, uma avó e uma neta. Muitos desses vídeos têm participação de uma criança.
A ideia é usar as perguntas e a dinâmica do passo à frente para demonstrar as diferenças de criação entre aquelas gerações, e até mostrar os privilégios ou a falta deles na infância de cada um.
E, enquanto o resultado são vídeos que emocionam internautas e os próprios participantes da dinâmica, a psicóloga e psicanalista, especialista em Psicologia clínica com criança pela PUC-RJ, Renata Bento, alerta que a brincadeira pode trazer alguns riscos para os pequenos, como:
confusão mental e emocional
sentimento de culpa
sobrecarga emocional
exposição (no caso dos vídeos publicados nas redes sociais)
Para evitar esses prejuízos, é preciso tomar alguns cuidados como conversar com as crianças de maneira adequada para a faixa de idade dela, e evitar a exposição de momentos de fragilidade nas redes sociais. (Confira as dicas completas mais abaixo).
Brincar, sim, mas conversar também
Aline Lima Rabelo Gomes, de 30 anos, é mãe de Larah, de 10, que aparece em um dos vídeos virais da trend. O vídeo tem mais de 16 milhões de visualizações em uma única rede social e mais de 1,5 milhão de curtidas.
A estudante e influenciadora cearense Larah Rabelo, de 10 anos, se emocionou durante a gravação de uma trend, ao perceber que o pai Airton Gomes de Souza, de 30 anos, não teve a mesma infância que ela.
Instagram/ Reprodução
A mãe de Larah contou à reportagem que, apesar de ter achado a ideia da brincadeira interessante, ela e o marido já haviam conversado com a filha sobre as dificuldades enfrentadas por eles na infância.
Aqui em casa, esse é um assunto recorrente. Sempre falamos que há muitas diferenças entre as nossas gerações, e também que existem crianças muito menos privilegiadas que ela. Apesar de não vivermos esbanjando, [a Larah] não passa nem um pouco da dificuldade que nós [os pais] passamos
Aline diz que têm conversas como essa com a filha na esperança de ajudá-la a reconhecer as diferenças e a ter empatia por quem vive outra realidade financeira e social, mas também para que ela valorize os sacrifícios e as conquistas dos pais.
A publicação foi feita em uma conta com o nome de Larah nas redes sociais, que é monitorado de perto pelos pais. Até o apresentador Luciano Huck compartilhou a publicação em sua página pessoal.
"Esse contraste, muitas vezes, emociona e mostra como oportunidades, quando combinadas com esforço e dedicação, podem transformar gerações. É nesse gesto de amor e orgulho que entendemos: oferecer oportunidades é também oferecer futuro", escreveu o apresentador.
A mãe de Larah conta que a família não esperava que o vídeo fosse causar tanta repercussão, mas que ficaram felizes com os comentários e mensagens que receberam. "Somos muito a favor que a criança cresça e seja um ser humano com os pés no chão, e acho que estamos fazendo a coisa certa [para atingir o objetivo", Aline concui.
⚠️ Lembretes e cuidados necessários
A psicóloga Renata Bento afirma que, antes de fazer dinâmicas que causam reações emocionais nas crianças, é preciso conversar com elas.
Não dá para introduzir um tema complexo na mente da criança sem que haja diálogo, mesmo quem em uma brincadeira. As crianças têm capacidade limitada para interpretar e discernir, e é provável que, sem a devida orientação, ela absorva alguns assuntos de maneira inadequada.
Isso, por si só, traz outros riscos, de acordo com a especialista, pois pode acarretar reações inesperadas em crianças que não possuem ferramentas necessárias para lidar com as emoções.
“Nessa trend específica, as crianças estão fragilizadas e choram por se sentirem sobrecarregadas, por sentirem culpa, e não necessariamente por entenderem o contexto do passado sofrido de um pai ou um avô”, explica Renata Bento.
Outro ponto levantado pela especialista é a exposição de momentos de fragilidade das crianças nas redes sociais.
“A fragilidade da criança nunca pode ser um espetáculo, então é preciso cuidar para que ela [a criança] não seja exposta em um momento intimidade, mesmo que emocional", diz.
Além disso, é preciso acolher as crianças e entender as limitações psicológicas e emocionais que elas têm, considerando quais são suas capacidades para ter conversas como essa. "Afinal, o foco sempre deve estar em proteger a criança", conclui a especialista.
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10/10 -
Enem 2025: MEC lança aplicativo com simulados e correção automática de redações
'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; qual seria sua nota?
A partir desta sexta-feira (10), candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 poderão estudar pelo aplicativo "MEC Enem – o Simuladão do Enem". O app disponibiliza simulados de questões por área do conhecimento, correção automática de redação, materiais de apoio (vídeos e apostilas) e um assistente virtual.
Também permite o envio de mensagens diretas aos usuários, servindo como canal de comunicação entre o MEC e os estudantes.
📱Como acessar? O MEC Enem está disponível gratuitamente na Apple Store, no Google Play e também pode ser acessado via navegador, no endereço app.mecenem.mec.gov.br.
A ferramenta é aberta a todos que desejam testar seus conhecimentos e melhorar o desempenho no exame — especialmente egressos do ensino médio, alunos de cursinhos populares e beneficiários do programa Pé-de-Meia.
📱O que o app oferece? Após realizar o login com a conta gov.br, o participante tem acesso a:
🧭trilhas de estudo divididas por área e nível de dificuldade;
📝simulados completos com questões de edições anteriores do Enem;
💬assistente virtual com inteligência artificial, que ajuda a montar cronogramas personalizados e esclarecer dúvidas com base em conteúdos exclusivos;
✍️correção automatizada de redação, com transcrição e análise do texto em alta velocidade e precisão.
O aplicativo também inclui cronômetro nas seções de questões e redação, simulando o tempo real da prova. As pontuações e conquistas ficam registradas em um perfil individual, com opção de compartilhar os resultados nas redes sociais.
📱Como treinar a escrita? Na área de Redação, o estudante acessa temas baseados em provas anteriores, escreve o texto à mão e tira uma foto. O sistema faz a transcrição automática, permite ajustes e, em seguida, faz a correção com inteligência artificial, que apresenta sugestões e pontuação estimada em até 60 segundos.
MEC lança app do Enem com simulados
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10/10 -
Glitter no carro e na casa do ex: por que limpar será tão difícil? Física e química mostram 'tamanho da vingança'
Por que tirar glitter dá tanto trabalho?
Rafaela Bressan, de Cuiabá, viralizou nas redes sociais com sua ideia "brilhante": após descobrir que foi traída pelo ex-namorado, simplesmente jogou sete quilos de glitter no carro e no apartamento dele.
Para entender quão trabalhoso será limpar tudo, vamos recorrer à ciência (e ainda revisar conteúdos de química e de física cobrados no Enem). Os principais fatores envolvidos na vingança foram:
tamanho e formato das partículas;
eletricidade estática;
forças de Van der Waals.
Quem já foi para qualquer bloco de Carnaval sabe como o glitter tem uma sobrevida impressionante — parece até que se reproduz na pele, nas roupas e no box do banheiro (durante dias e mais dias). Imagine isso em uma escala muito maior, com brilhos espalhados no vaso sanitário, no volante do carro, nos utensílios da cozinha...
1 - 🪩Tamanho e formato das partículas
Ex-namorada espalha glitter em carro e em apartamento de homem que supostamente a traiu
Reprodução/Redes sociais
O glitter é formado por partículas minúsculas, que medem entre 50 e 200 micrômetros (milésimos de milímetro).
Cada uma delas é plana e com bordas afiadas, o que facilita o "encaixe" em tramas de tecidos e em ranhuras de superfícies.
Por serem extremamente leves, basta um pequeno movimento para que elas se espalhem pelo ar e se depositem em outros locais.
“As partículas de glitter estão na casa dos micrômetros, o que significa que a massa de cada uma é muito pequena”, explica Emerson Junior, professor de física do Cursinho da Poli. “A partícula é tão leve, mas tão leve, que qualquer força fraca, como a de Van der Waals [entenda mais abaixo], já é suficiente para mantê-la colada em outro material.”
Madson Molina, do Curso Anglo, complementa:
"Diferentemente de uma forma esférica, um formato mais achatado (ou de folha) das partículas faz com que a área de contato delas com as superfícies seja maior. Consequentemente, a interação entre elas também vai ser maior. Isso dificulta a remoção", diz.
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2-⚡ Eletricidade estática
As partículas de glitter são compostas por plástico e metal. Essa composição costuma contribuir para o acúmulo de cargas elétricas estáticas.
Isso acontece quando há transferência de elétrons entre dois materiais que estão em atrito. O elétron tem carga negativa, certo? Então, quem perde elétrons fica carregado positivamente, e quem ganha elétrons fica carregado negativamente.
É aquela máxima da física: opostos se atraem. Logo, o glitter vai sair grudando em tudo.
E por que o plástico vai ser essencial nesse processo?
Ele é o material predominante e funciona como isolante elétrico: ou seja, não permite que as cargas se dissipem muito facilmente.
Então, quando ocorre a atração entre o glitter e o outro objeto, como o tecido do banco do carro, o plástico acaba "aprisionando" as cargas elétricas.
Isso faz com que o glitter continue eletricamente carregado por um bom tempo.
E, em ambientes secos, com baixa umidade do ar, fica ainda mais difícil neutralizar a carga elétrica. É o caso do interior do automóvel, por exemplo.
3- ✨ Forças de Van der Waals
As forças de Van der Waals são atrações fracas, mas constantes, entre moléculas muito próximas.
Funcionam como minivelcros invisíveis entre as partículas do glitter e a superfície onde elas grudam.
Essas forças atuam em distâncias minúsculas e são especialmente poderosas para partículas planas e leves, como o glitter. Elas explicam também como lagartixas conseguem ficar "grudadas" na parede, mesmo na vertical.
Juntas, a eletroestática e as forças de Van der Waals fazem com que o glitter pareça impossível de ser removido — ele fica literalmente “abraçado” aos tecidos, plásticos e à pele.
Como tentar remover o glitter?
O glitter é hidrofóbico, ou seja, não tem afinidade com água. Se você apenas jogar água ou passar um pano molhado, ele não sai — apenas escorrega e se espalha.
O ideal é usar um pano levemente umedecido com uma mistura de água e amaciante. Esse produto de limpeza contém moléculas que ajudam a dissipar as cargas elétricas, reduzindo a atração entre o glitter e o tecido.
Segundo Molina, do Curso Anglo, seria possível também diminuir a eletrização das partículas aumentando a umidade do ar com um umidificador.
"Além disso, caso o glitter esteja aderido à oleosidade da pele, substâncias surfactantes, como sabão ou detergente, podem facilitar sua remoção", diz.
Um aspirador potente com bocal de escova ajuda a puxar as partículas soltas sem gerar atrito — e, portanto, sem criar mais carga estática.
Depois de aspirar, uma dica é usar fita adesiva para capturar o que restou. Ela é eficiente para partículas planas e leves como o glitter.
O segredo, no fim, não é força, e sim estratégia física e química. Ou, mais fácil ainda: talvez a melhor solução de todas seja não provocar ninguém que tenha um pote de glitter a seu alcance.
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10/10 -
Dia do cabelo maluco: animais vivos e cola permanente preocupam; saiba o que vai bem e o que pode dar ruim
Escolas organizam o dia do cabelo maluco
O "Dia do Cabelo Maluco" já é uma data muito esperada pelas crianças, e os pais se desdobram na criatividade para entregar uma transformação divertida para os pequenos. Mas, pelo que tem sido visto nas redes sociais, alguns ultrapassam limites de segurança e podem colocar as crianças em risco.
Tinta inadequada, cola permanente, objetos potencialmente perigosos e até animais vivos são alguns dos principais perigos que estão sendo inseridos no que deveria ser uma brincadeira segura.
"É para ser uma atividade recreativa, a criança se diverte, mas há uma preocupação prática sobre os produtos que estão sendo utilizados", explica Jandrei Markus, presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
'Cabelo maluco' com animais vivos e colas permanentes são um risco para as crianças, alerta especialista.
Reprodução/Redes sociais
Para o especialista, a popularização da brincadeira nos últimos anos tem impulsionado a criatividade de alguns pais, que acabam ignorando riscos potenciais para os pequenos.
Alguns produtos podem causar irritações e reações alérgicas, especialmente em quem já tem histórico de doenças respiratórias, então é importante estar atento a isso. Muitas tintas não foram feitas para entrar em contato com a pele ou com o couro cabeludo de crianças, que têm a pele mais sensível, portanto também devem ser evitadas.
É preciso dar atenção aos componentes dos produtos utilizados, que podem conter químicos, metais pesados, substâncias inflamáveis ou tóxicas, que não devem ser utilizados.
Há risco também no uso de palitos e outros objetos pontiagudos, objetos pesados ou muito pequenos, que podem acabar sendo broncoaspirados pelas crianças.
"Usar animais também não! Até fica bonitinho, mas pode colocar em risco a segurança dos bichinhos e da própria criança. Os bichos podem transmitir uma infecção, provocar reação alérgica e até algo mais grave", alerta o especialista.
Cuidado também na remoção
Outro aspecto que deve ser considerado pelos pais é a remoção dos produtos e objetos após a brincadeira. O médico da Sociedade Brasileira de Pediatria dá algumas recomendações:
Não deixar os produtos na pele da criança por muito tempo.
Fazer a remoção adequada antes de dormir.
Usar produtos seguros durante a remoção.
É preciso dar atenção a objetos possivelmente cortantes ou fixados de maneira inadequada, que podem causar incômodos ou ferimentos.
"Jamais devem usar também colas permanentes ou industriais. E é importante utilizar xampu e sabonete que sejam adequados para a idade da criança, preferencialmente à base de água", reforça o especialista.
A brincadeira ainda pode e deve acontecer, mas não às custas da segurança das crianças.
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09/10 -
Mochilas malucas estão de volta às escolas; veja 11 destaques assustadoramente criativos
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A lição de casa mais trabalhosa do ano é a de pais e mães em outubro: o "mês das crianças" passou a incluir, nos últimos anos, a tradição das mochilas malucas nas escolas. Elas exigem criatividade, tempo, tesoura sem ponta e os materiais mais inesperados (ventilador, porta de micro-ondas, pipocas congeladas...).
🎒A tendência, que começou de forma despretensiosa, ganhou força e virou até disputa entre turmas (na vida real e no TikTok). Há quem se inspire em personagens de filmes, como "Up – Altas Aventuras" e "Transformers" (sim, a aluna vira um carro quando se agacha com a mochila), e quem prefira o caminho nostálgico, exaltando brinquedos e objetos dos anos 1990.
O g1 separou onze exemplos que bombaram nas redes sociais — e que podem servir de inspiração para quem ainda for enfrentar o desafio maluco neste mês. Veja o vídeo no início do texto e tire esse peso das costas.
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Reprodução/Redes sociais
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09/10 -
Um mês para o Enem: o que estudar e como se preparar para cada área da prova?
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Falta apenas um mês para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro em 2025. No primeiro domingo de provas, os candidatos encaram Linguagens, Ciências Humanas e redação; no segundo, será a vez de Matemática e Ciências da Natureza.
Nas últimas semanas, o g1 publicou materiais detalhando cada uma das quatro áreas do exame. Os tópicos mais frequentes em cada disciplina foram compilados a partir de levantamentos do Curso Anglo e do SAS Educação, que analisaram edições anteriores, e de comentários de professores.
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Veja abaixo o que esperar de cada área do Enem e acesse os links para conferir os conteúdos mais cobrados, dicas de preparação e estratégias de estudo.
🔤 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Com 45 questões, o bloco de Linguagens compreende conteúdos de português, literatura, línguas estrangeiras (inglês ou espanhol), artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação (TIC).
Professores adiantam que a prova é interdisciplinar, contextualizada e privilegia a interpretação de textos de diferentes gêneros.
Mais do que identificar regras gramaticais, o exame cobra apreensão de sentido, relações entre linguagem verbal e não verbal (tirinhas, propagandas e infográficos), variação linguística, análise de discurso e literatura brasileira.
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🌎 Ciências Humanas e suas Tecnologias
A prova de Ciências Humanas reúne 45 questões de história, geografia, filosofia e sociologia. São questões que valorizam a compreensão crítica da realidade, cobrando a habilidade de interpretação de textos, imagens, mapas e gráficos, e a capacidade de articular passado e presente.
Apesar da forte contextualização, os professores alertam que saber o conteúdo permite identificar e reconhecer conceitos nas alternativas propostas.
Temas atuais como ciência, tecnologia, meio ambiente natural, direitos humanos, migrações, conflitos internacionais e nova ordem mundial são recorrentes, sobretudo em itens interdisciplinares. Filosofia e sociologia, disciplinas que costumam ser preteridas pelos estudantes, são cada vez mais importantes no Enem. Especialistas contam como elas aparecem na prova e quais conceitos priorizar na revisão.
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🔢 Matemática e suas Tecnologias
Também com 45 questões, a prova de matemática exige do participante a capacidade de resolver problemas com base na interpretação e no raciocínio lógico.
Em vez de priorizar cálculos longos ou uso direto de fórmulas, os exercícios cobram a aplicação de conceitos matemáticos a situações práticas: cálculos de porcentagem, escalas, médias, análise de gráficos, geometria no cotidiano e relações algébricas.
Professores chamam atenção, sobretudo em matemática, para a estratégia de prova: o Enem usa como metodologia de correção a TRI (Teoria de Resposta ao Item), que leva em conta a coerência pedagógica. Por isso, garantir questões de nível fácil e médio é mais importante, para a nota final, do que investir muito tempo em um exercício difícil.
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🌳 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Biologia, física e química aparecem nas 45 questões de Ciências da Natureza. As questões exigem a compreensão de fenômenos e tecnologias e a aplicação dos conteúdos das disciplinas em situações do cotidiano – como impactos das atividades humanas no ambiente, circuitos elétricos residenciais e tratamento de resíduos.
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro em 2025.
Érico Andrade/g1
Em comum, as três disciplinas exigem interpretar textos, gráficos e experimentos, usando raciocínio analítico para identificar causas, consequências e relações entre variáveis. Itens interdisciplinares, que misturam os assuntos das três matérias, também aparecem, geralmente com foco em meio ambiente.
A prova é bem contextualizada, mas ainda bastante conteudista. Para ter um bom desempenho, professores dizem que é preciso dominar o essencial dos temas mais cobrados de cada disciplina.
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08/10 -
UFSC/IFSC/IFC: inscrições do vestibular unificado 2026 são prorrogadas; veja novas datas
Vestibular UFSC, IFSC E IFC
Foram prorrogadas as inscrições para o vestibular unificado 2026 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e Instituto Federal Catarinense (IFC). O novo prazo é 15 de outubro.
A prorrogação não inclui o vestibular letras-libras e pedagogia bilíngue libras-português 2026, cuja data final de inscrições continua sendo 8 de outubro.
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Ao todo, são oferecidas 6,7 mil vagas de graduação em 34 cidades catarinenses: 4.533 na UFSC, 1.168 no IFSC e 991 no IFC.
Com a seleção unificada, as provas são realizadas em uma única etapa, válida para todas as instituições. Uma das novidades do vestibular é o lançamento do primeiro curso de tecnólogo da UFSC de ciência de dados, com 40 vagas disponíveis.
Clique e confira o edital do Vestibular 2026 UFSC/IFSC/IFC
As provas do vestibular unificado serão realizadas nos dias 6 e 7 de dezembro, das 14h às 19h. Já a prova do vestibular libras, específica para o curso de pedagogia bilíngue do Câmpus Palhoça Bilíngue, será no dia 2 de novembro, também das 14h às 19h.
O valor da taxa de inscrição para o vestibular é de R$ 192 para o vestibular unificado, e de R$ 115 para o vestibular libras. A taxa pode ser paga até 16 de outubro.
O processo unificado também reserva vagas por meio da Política de Ações Afirmativas, voltadas a estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas brasileiras.
Há recortes por renda e também para candidatos autodeclarados pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, conforme especificado no edital.
Confira cursos, vagas e cidades:
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)
Instituto Federal Catarinense (IFC)
📅Calendário
Inscrições: até 15 de outubro
Pagamento da taxa de inscrição: até 16 de outubro
1ª prova: 06/12
2ª prova: 07/12
UFSC, IFSC e IFC
Divulgação
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias
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08/10 -
'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; doença de Afonso 'cai' em biologia... Qual seria sua nota, meu bem?
'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; qual seria sua nota?
Sabemos, chérie/chéri, como é difícil continuar focado nos estudos sem dar sequer uma espiadinha nos últimos capítulos da novela "Vale Tudo". Mas não se sinta culpado: encontramos uma forma de inserir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no universo de Odete Roitman.
O g1 formulou dez questões sobre conteúdos que costumam cair na prova (como potência, probabilidade e literatura brasileira), usando sempre como tema algum acontecimento da trama: a doença do Afonso, a maionese estragada da Raquel, os suspeitos de matar Odete...
O conteúdo foi revisado por analistas pedagógicos da Fundação Bradesco, a pedido da reportagem:
Sandra Dourado de Oliveira e Daniel Francelino da Silva, de Matemática;
Ana Carolina Batista de Almeida Farias e Juliana Pena, de Ciências Humanas;
Estela Garcia da Silveira Rossato, de Linguagens;
Érika Yokoyama, de Ciências da Natureza.
💅Faltando pouco mais de um mês para o Enem 2025, você merece um simulado dessa monta:
Vale Tudo no Enem?
Odete Roitman (Debora Bloch) assassinada em 'Vale Tudo'
Reprodução
Disciplinas e horários
O Enem será aplicado em dois domingos de novembro (menos em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará).
9 de novembro
O candidato deverá fazer:
45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol);
45 questões de ciências humanas; e
redação.
16 de novembro
A prova trará:
45 questões de matemática; e
45 questões de ciências da natureza.
Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília):
Abertura dos portões: 12h
Fechamento dos portões: 13h
Início das provas: 13h30
Término das provas no 1º dia: 19h
Término das provas no 2º dia: 18h30
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07/10 -
Qual o verbo para o ato de tomar café da manhã? A resposta gerou um vídeo viral e pode surpreender você
Almoçar no café da manhã? Professor explica por que o almoço era a 1ª refeição do dia
Um vídeo que viralizou nas redes sociais levantou uma dúvida curiosa: afinal, qual é o verbo para o ato de tomar café da manhã? A pergunta foi feita por uma internauta e respondida pelo professor de português Murilo Amaral, conhecido como Murilove.
O vídeo com a resposta já tem mais de 1,3 milhão de visualizações. Nele, o professor explicar que o verbo correto é almoçar e o motivo está na história da língua portuguesa.
Na verdade, o café da manhã tem um verbo, sim, e o verbo dele é 'almoçar'. (...) O nome das nossas refeições sofreu alteração desde o século 19 até os dias atuais.
O que faz o café do Brasil ser tão cobiçado nos EUA
Da literatura aos dias de hoje
“— Um Cubas! repetia-me ele na seguinte manhã, ao almoço.”
O trecho acima é do livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. É um exemplo da mudança que talvez você não soubesse que aconteceu: muito tempo atrás, almoço era o nome dado à primeira refeição do dia.
No século 19, quando o clássico da literatura foi publicado pela primeira vez, as refeições tinham nomes diferentes dos que utilizamos hoje.
Almoço era a primeira refeição do dia.
Jantar era o que chamamos de almoço, a refeição do final da manhã ou início da tarde.
Merenda era uma pequena refeição entre a janta e a ceia.
Ceia era a última refeição do dia, geralmente no final da tarde e início da noite.
Café da manhã ideal
Reprodução/TV Globo
Daniel Bravo, coordenador de linguagens do Cubo Global School, confirma a explicação dada por Murilo.
"A chave do mistério está na etimologia. A palavra 'almoço' tem sua raiz no galego-português almorço, que por sua vez está ligado ao verbo em latim admordēre, cuja tradução literal seria algo como 'começar a morder'. Essencialmente, o almoço era a 'primeira mordida do dia', o nosso atual desjejum. Para quem ainda dúvida, basta olhar para o português falado em Portugal, onde o café da manhã é até hoje chamado de 'pequeno-almoço'."
Alterações de sentido como essa sempre podem acontecer porque a língua é viva, ou seja, está sempre passando por atualizações e mudanças. É graças a isso, por exemplo, que novas palavras continuam a surgir.
De onde veio o 'café da manhã'?
Murilo, que é formado em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que o conceito de café da manhã se transformou ao longo do tempo. Inicialmente, o termo era utilizado apenas para simbolizar o momento em que a bebida era tomada, podendo ser acompanhada das refeições.
"Tudo isso mudou quando, no final do século 19 e início do século 20, a economia do Brasil era baseada na exportação do café. Então, em vez de almoçar e merendar, tomavam o café da manhã e o café da tarde."
Como consequência, o café da manhã tomou o lugar do almoço, que tomou o lugar do jantar. A merenda foi popularmente substituída pelo café da tarde e a ceia deixou de ter um lugar fixo entre as refeições.
Daniel Bravo explica que há outra alternativa para substituir o termo café da manhã.
"Talvez o verbo mais adequado para descrever o café da manhã moderno seja desjejuar (quebrar o jejum), uma palavra pouco frequente, mas que abraça com perfeição a diversidade de nossas manhãs", diz.
O almoço nas obras de Machado de Assis
O termo "almoço" é recorrente em obras de Machado de Assis e em outras obras literárias do século 19. Na grande maioria, ele é usado como referência ao café da manhã.
"Tanto é que se você lê um livro de Machado de Assis e os personagens estão almoçando, na verdade, eles estão tomando o café da manhã. E isso pode causar algum estranhamento para um leitor desavisado, porque parece que as personagens acabaram de acordar, ainda está cedo e elas já estão almoçando", Murilove diz em outro trecho do vídeo.
Há, inclusive, um conto específica de Machado que gira em torno da primeira refeição do dia.
Em 'Um almoço', a narrativa ocorre pela manhã e tem como um dos personagens um sujeito que demonstra uma satisfação enorme e uma paz com a natureza por ter almoçado, apesar de ser ainda bem cedo.
Confira como ficou a merenda escolar das escolas municipais de Fortaleza após mudanças
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07/10 -
Enem 2025: Como treinar redação em casa? Vale usar IA para corrigir?
Veja dicas de alunos que tiraram nota mil na redação do Enem 2022
Faltando pouco mais de um mês para o Enem 2025, estudantes tendem a intensificar o treino de redação, que tem peso importante na nota final. A principal orientação dos especialistas é que essa rotina seja organizada com foco em qualidade, e não quantidade de textos.
Segundo Daniela Toffoli, professora de redação do Curso Anglo, escrever duas redações por semana pode ser um grande ganho, "desde que haja tempo para revisar cada uma com atenção, aplicar as correções necessárias e aprender com os erros".
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Para alunos mais avançados nesse estudo ou com menos tempo disponível, uma produção por semana pode ser o suficiente.
Tanay Gonçalves, da plataforma Professor Ferretto, reforça: "Não adianta o aluno fazer uma redação por dia, cinco na semana, se ele só vai receber as correções no fim daquela semana. Todas vão voltar com os mesmos erros".
"Mais vale escrever uma redação, receber o feedback e, com base nele, escrever a próxima", recomenda Tanay.
Daniela também indica definir um tempo fixo na semana para redação, sem esquecer as outras matérias que precisam ser contempladas na rotina. "Reserve 1 ou 2 dias para essa prática, a depender do seu grau de dificuldade", sugere.
➡️ Simular as condições reais do exame é importante nesse momento: no dia da prova, o aluno terá 5 horas e 30 minutos para responder 90 questões de múltipla escolha, além da redação. Professores aconselham que os candidatos separem entre 1h e 1h20 para a produção de texto. Daniela sugere 20 minutos para leitura e planejamento, 30 para escrita e 10 para revisão.
"Tente cronometrar cada etapa para identificar onde estão as principais falhas durante esse processo. Por exemplo: eu demoro muito para ler a coletânea e colher dados importantes? Eu faço um planejamento de maneira rápida e desatenta, e isso interfere na escrita do rascunho?", orienta Daniela.
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Estratégias complementares para estudar redação
A professora Tanay Gonçalves recomenda combinar a prática da escrita com estudo de repertório, dividido por eixos temáticos: educação, tecnologia, social, ambiental, saúde etc. Mas sem exageros: "Na hora da prova ninguém vai lembrar de tudo. O ideal é estudar poucos, mas repertórios de qualidade", acrescenta.
O aluno pode criar esse acervo pesquisando sobre os assuntos de forma isolada, mas o ganho é maior quando aplicado na prática. Busque por temas passados do próprio Enem ou propostas similares feitas por cursinhos e plataformas.
"Alternar temas e bancas amplia o repertório sociocultural e a capacidade de adaptação na prova", destaca Daniela Toffoli.
A leitura de redações nota 1.000, divulgadas em edições anteriores do Enem, é outro bom recurso. "Leia para aprender sobre estrutura, uso de repertório e abordagem dos temas. Desmonte esses textos, analisando como o autor estrutura os parágrafos, introduz argumentos e cria a proposta de intervenção", explica a professora.
Outras estratégias são o treino de conectivos e exercícios de síntese. No primeiro caso, "elabore uma lista com conectores variados que melhorem a coesão do texto, evitando repetições", propõe Daniela. A segunda ideia é tentar resumir, em poucas linhas, textos argumentativos ou trechos de artigos de opinião. "Isso ajuda a organizar ideias na redação".
Como usar repertório sociocultural sem “forçar” ou cair em modelos prontos
Como avaliar a própria redação
A autoavaliação é parte importante do progresso do aluno, independente de contar com o apoio de um professor ou corretor durante a jornada. Daniela recomenda algumas técnicas para fazer esse balanço:
Ler em voz alta: Ajuda a identificar frases confusas, problemas de coesão e erros de gramática;
Ter uma checklist: Liste os elementos essenciais de uma boa redação, como tese clara, argumentos consistentes, conectivos bem usados e proposta de intervenção detalhada. Confira se todos eles estão presentes no texto;
Guardar redações anteriores: Para fazer revisões periódicas e acompanhar a própria evolução.
Lembre-se de praticar essa análise considerando as cinco competências avaliadas pela Matriz de Referência do Enem.
Cartilha do participante do Enem explica as cinco competências avaliadas na redação.
Inep
Usando IA para corrigir a redação 🤖
O aluno nem sempre tem um especialista à disposição para corrigir suas redações – principalmente quem estuda sozinho, em casa. Nesse caso, a inteligência artificial é uma alternativa, desde que seja personalizada pelo candidato para reconhecer as habilidades e competências cobradas pelo exame.
✅ Além do feedback instantâneo, a IA é capaz de identificar erros de gramática e coesão textual, falhas na estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão), lacunas na argumentação e ideias inconsistentes, lista Daniela.
A tecnologia também pode ajudar a superar bloqueios criativos, sugerir abordagens diferentes para um tema, organizar a escrita e expandir o vocabulário – mas não é capaz de oferecer um retorno motivador, ressalta Karla Priscilla, coordenadora de inovação da Rede de Educação Missionárias Servas do Espírito Santo.
“A IA não substitui o professor em critérios que exigem subjetividade e empatia. Ela não consegue entender a intenção do autor nem fazer juízo de valor sobre a originalidade ou profundidade da reflexão do aluno", alerta.
🚨 A análise do repertório sociocultural é o principal ponto de atenção. "Ela pode ser rasa. Às vezes, o aluno não fez um bom proveito das informações, mas a IA avalia qualquer inserção como válida", reforça Tanay.
Daniela acrescenta: "Sempre que possível, recorra a um professor para uma devolutiva mais precisa e alinhada com o vestibular. Não confie somente na IA, use-a como complemento e revise criticamente se as sugestões fazem sentido para o texto".
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07/10 -
Brasil tem indisciplina escolar acima da média: professores gastam mais de 20% da aula para controlar alunos
Professores brasileiros gastam mais de 20% do tempo de aula para manter a ordem em sala – acima da média internacional de 16%. O dado faz parte da nova edição do Talis, a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Teaching and Learning International Survey, na sigla em inglês), divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na segunda-feira (6).
Mais de 50% dos professores relataram enfrentar "barulho perturbador e desordem" durante a aula. Nesse caso, o índice representa mais que o dobro da média entre os países avaliados pela OCDE, que é de 20% – ou um em cada cinco professores.
➡️ A parcela de tempo gasto na manutenção da disciplina aumentou em quase todos os sistemas educacionais desde 2018, ano da edição anterior do Talis. Em comparação:
Pouco mais de 33% dos professores no Chile, Finlândia, Portugal e África do Sul dizem enfrentar tais problemas disciplinares;
Menos de 5% dos professores na Albânia, Japão e Xangai (China) relatam enfrentá-los;
Professores novatos relatam mais interrupções em sala de aula do que os colegas experientes em quase todos os sistemas educacionais: 66% contra 53%, no Brasil.
Sala de aula de escola na Zona Leste de SP.
Renata Bitar/g1SP
Aproximadamente 43% a 44% dos professores relatam que perdem muito tempo esperando os alunos ficarem quietos (a média da OCDE é de 15%). A mesma proporção de professores brasileiros diz que perde tempo significativo devido a interrupções dos alunos durante as aulas (sendo 18% a média da OCDE).
Baixo reconhecimento
A pesquisa também examina o nível de satisfação dos professores em alguns parâmetros, como intenções de carreira, motivação e status da profissão.
Apenas 14% dos professores brasileiros pensam que são valorizados na sociedade; um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2018. A média da OCDE, nesse ponto, é de 22%.
Em média, cerca de 18% dos professores relatam ser intimidados ou abusados verbalmente por alunos como fonte de estresse. O relatório da OCDE destaca um índice alarmante: no Brasil, 47% dos professores afirmam isso, enquanto, na maioria dos países avaliados, a proporção está abaixo de 25%.
O estudo também evidencia que 72% dos professores brasileiros trabalham meio período, uma das maiores proporções entre os países participantes.
"Garantir jornadas de 40 horas, preferencialmente com dedicação exclusiva a uma escola, aumenta a motivação dos professores, o vínculo com os alunos e os resultados de aprendizagem", afirma em comunicado Caetano Siqueira, coordenador de políticas docentes do Movimento Profissão Docente.
"Jornadas que permitam plena dedicação à profissão e melhores remunerações são essenciais para a valorização da carreira e para garantir melhores condições de trabalho aos professores", destaca Siqueira.
Nesse cenário, ele também destaca a dificuldade de participação em ações de formação continuada e desenvolvimento profissional, relatada por mais da metade dos professores participantes, sobretudo devido à incompatibilidade com os horários de trabalho.
Pesquisa feita em todo o país mostra que professores ainda se sentem pouco preparados pra tratar de educação ambiental na sala de aula
Como funciona a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis)
Realizada desde 2008, a pesquisa avalia o ambiente de ensino e aprendizagem, bem como as condições de trabalho dos professores e diretores nas escolas. Entre os aspectos observados estão:
formação inicial e continuada dos docentes;
práticas pedagógicas e métodos de ensino;
clima escolar e gestão;
satisfação profissional;
uso de tecnologias e inovação.
A quarta e atual edição foi realizada em 2024, com cerca de 280 mil professores e diretores em 17 mil escolas de ensino fundamental II, em 55 sistemas educacionais. Em cada país, cerca de 200 escolas foram selecionadas aleatoriamente.
A pesquisa parte da percepção de professores e diretores, entrevistados por meio de questionários específicos para cada grupo.
No Brasil, o estudo é conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os dados foram colhidos entre junho e julho do ano passado.
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06/10 -
Fuvest encerra inscrições para vestibular 2026 nesta terça-feira
Candidatos fazem prova da primeira fase do vestibular da Fuvest.
Ronaldo Silva/Estadão
As inscrições para o vestibular 2026 da Fuvest vão encerrar nesta terça-feira (7) às 12h. O processo seletivo define os futuros estudantes dos cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP), com ingresso previsto para o próximo ano.
Os interessados devem preencher um formulário com dados pessoais e um questionário socioeconômico no site da instituição.
A taxa de inscrição custa R$ 211,00.
Todos os candidatos que quiserem prestar a primeira fase do vestibular devem se inscrever, mesmo aqueles que deram entrada a pedidos de isenção ou redução de taxa. CLIQUE AQUI PARA REALIZAR SUA INSCRIÇÃO.
✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp
A primeira fase do vestibular será realizada em 23 de novembro deste ano, e as provas de 2ª fase, em 14 e 15 de dezembro.
Confira o calendário completo do vestibular 2026 abaixo.
Calendário Fuvest 2026
Período de inscrição: a partir de 12h de 18 de agosto até 12h de 7 de outubro de 2025
Divulgação dos locais de prova da 1ª Fase: 31 de outubro de 2025
Prova da 1ª fase: 23 de novembro de 2025
Divulgação convocados para 2ª fase: 1° de dezembro de 2025
Provas da 2ª fase: 14 e 15 de dezembro de 2025
Divulgação da primeira lista de aprovados: 23 de janeiro de 2026
Livros obrigatórios para a Fuvest 2026
Composta somente por mulheres autoras, a lista de livros obrigatórios para os vestibulandos que tentarão ingressar em 2026 na USP é a seguinte:
Opúsculo Humanitário – Nísia Floresta
Nebulosas – Narcisa Amália
Memórias de Martha – Julia Lopes de Almeida
Caminho de pedras – Rachel de Queiroz
O Cristo Cigano – Sophia de Mello Breyner Andresen
As meninas – Lygia Fagundes Telles
Balada de amor ao vento – Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande – Conceição Evaristo
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida
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Seis técnicas que podem turbinar seus estudos
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06/10 -
Cartas na era digital: entenda o que tem levado algumas pessoas a resgatarem prática
Carta na era digital? Proposta leva pessoas a escreverem e esperarem pela resposta
Em tempos de mensagens instantâneas, emojis e notificações, há quem prefira o caminho mais lento — e mais afetivo. O Globo Repórter mostrou como escrever cartas à mão, com papel, caneta, selo e tempo, virou um hábito redescoberto por milhares de brasileiros. Veja no vídeo acima.
Um clube que une desconhecidos por palavras escritas
A jornalista e publicitária Mariana Loureiro criou o Clube do Envelope de Papel e já conectou mais de 4 mil pessoas pelo Brasil. A proposta é simples: escrever cartas à mão e esperar pela resposta. Mas tem regras.
“Você pode demorar um dia, uma semana, um mês para responder. O importante é que você responda. É um compromisso de amizade”, explica.
Canetas, tesouras, selos — tudo vira parte da experiência.
“Tenho selo de boneca de barro, de abelha, de tatuagem...”
Escrita e envio de cartas na era digital: veja movimento que tem levado pessoas a resgatarem prática
Reprodução/TV Globo
A arte de esperar — e de decorar
A empresária Tatiana Naiara Silva, uma das integrantes do clube, explica o que leva essas pessoas a escreverem em plena era digital:
"É justamente porque como estamos vivendo num período onde tudo é tecnológico, onde tudo é imediato, o e-mail é bem rápido. A gente desaprendeu a esperar. E aí a carta, ela exige isso, que você espere uma resposta que não sabe nem se vem".
Tati leva a sério o ritual. Escolhe folhas coloridas, enfeita, escreve com carinho.
“É aí que a mágica acontece. Você não só escreve uma carta. Você prepara algo com amor para alguém que você nem conhece.”
Escrever cartas: movimento leva pessoas a resgatarem prática na era digital
Reprodução/TV Globo
Ir aos Correios virou prazer
Gabriela Carvalho, outra participante, mora em um lugar onde o carteiro não passa. Mesmo assim, faz questão de ir aos Correios.
“O tempo é precioso. Então, eu fico feliz em saber que alguém está dividindo o tempo dela comigo”.
Jovem leva carta aos Correios
Reprodução/TV Globo
Mais do que papel: é afeto
Repórteres trocam cartas em programa sobre Vida Analógica
As repórteres Bianka e Liliana também participaram da experiência. Bianka aguardou três dias até que a carta enviada de Belo Horizonte chegasse a Recife:
"Belo Horizonte, 20 de agosto de 2025. Querida Bianca, Espero que esteja tudo bem por aí. Escrevo para contar um pouco do que faço para me desligar dessa nossa correria. Tenho certeza que você tem uma nuvem para chamar de sua, cheia de memórias digitais, fotos, textos e fragmentos da vida. Quando penso nisso, me lembro que nuvens reais, essas que atravessam o céu todos os dias, diante de nós, guardam sentimentos, emoções, Olhar para elas é como eu me desconecto. Adoro tecnologia, mas gosto mais desta vida que pulsa fora da tela".
Na carta de volta, Bianka escreveu:
"Oi, Liliana, tudo bem por aí? Vendo as pessoas escrevendo cartas, eu lembrei de quando escrevia, bateu saudade. Eu adorava recebê-las, era uma espera boa danada. Porque eu conhecia menos a pressa de hoje. Minha urgência era viver com calma. Você me entende? Preciso de silêncio às vezes para conseguir me ouvir. De beleza fora da tela, para alimentar a alma. Eu acho incrível tecnologia e tudo. E aprendi a ser digital. Mas meu coração é analógico. Lili, a gente tem que se conhecer pessoalmente, né? Um beijo grande. E um abraço forte para você, Bianca".
Repórteres trocam cartas
Reprodução/TV Globo
Para além da nostalgia
Para o professor Bernardo Conde, antropólogo da PUC Rio, esse movimento não é só saudosismo.
"Eu acho que é um sinal dos tempos de mudança, de um desejo de buscar alguma coisa, que rompa com esse cotidiano de muita informação, de excesso de tela, necessidade de estar online o tempo todo para não perder nada. É uma experiência no qual eu vou estar presente, exige uma certa dedicação exclusiva. E essa dedicação exclusiva faz eu mobilizar minhas sensações, meus sentimentos, porque eu tenho tempo para entrar em contato com eles."
Movimento resgata prática de trocas cartas escritas à mão
Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo:
Globo Repórter - Vida Analógica - 03/10/2025
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05/10 -
Brasil é exemplo mundial em merenda escolar, mas manter o prato cheio ainda é desafio
Confira como ficou a merenda escolar das escolas municipais de Fortaleza após mudanças
Na cozinha das escolas públicas de São Paulo, o cheiro de refogado anuncia o almoço enquanto crianças fazem fila de prato na mão. Panelas fumegam com feijão e arroz integral, enquanto as merendeiras cortam tomates e alfaces para a salada do dia. Não há pacotes de salgadinhos, sucos artificiais ou biscoitos recheados.
"É muito bom ter essa comida, porque quando vou embora na van, não sinto fome e chego bem alimentada em casa", comenta Aldrey de Moura, aluna do 5º ano da Escola Municipal Mascarenhas de Moraes, na zona leste de São Paulo.
Ela se orgulha de sempre haver comido saudável na escola e em casa, exibindo resultado da educação alimentar, um dos pilares do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A rotina de Aldrey e outros 40 milhões de estudantes, de 150 mil escolas brasileiras, se repete diariamente em um dos maiores programa de alimentação escolar do mundo.
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Merenda escolar em Fortaleza
Alcides Freire/Prefeitura de Fortaleza/Divulgação
"Não se trata apenas de fornecer alimentação, mas de qual tipo de alimentação é oferecida, como ela é produzida, como se respeitam hábitos culturais e se promove desenvolvimento rural", explica Renata Mainenti, coordenadora-geral substituta do Pnae.
Instituído em 1955, o Pnae foi fortalecido em 2009 com uma lei que expandiu o programa para toda a educação básica, incluindo a de jovens e adultos, além de incluir a educação alimentar e nutricional no currículo escolar. A legislação também estipulou a obrigatoriedade de que ao menos 30% das compras sejam feitas diretamente da agricultura familiar, com prioridade para comunidades indígenas e quilombolas, e determinou que os cardápios respeitem a cultura alimentar local e limitem ultraprocessados.
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"A hora da merenda é uma hora feliz para muitas gerações, e foi melhorando, porque a gente foi colocando mais qualidade. Não usamos mais o termo merenda, mas alimentação escolar, porque é uma alimentação inteira", comenta Pedro Vasconcelos, do Observatório da Alimentação Escolar.
"Uma das premissas, além de alimentar bem, é desenvolver bons hábitos alimentares – um desafio diário porque as crianças têm contato constante com ultraprocessados", afirma Flávia Albuquerque Amador, nutricionista da rede paulistana.
Desafios
Vasconcelos, que é secretário geral da Fian Brasil, que compõe o Observatório da Alimentação Escolar, alerta, no entanto, para problemas no programa. Reajustado em 2023, o atual repasse do governo federal varia de R$ 0,41 a R$ 2,56 por aluno e refeição. O valor é insuficiente para custear inteiramente a alimentação, o que obriga estados e municípios a complementar o programa.
"São Paulo recebe o mesmo repasse que um município do interior do Amazonas que não tem nenhuma capacidade de arrecadação e depende basicamente do governo federal. Nessas regiões, há escolas onde os alunos ficam semanas sem comida", alerta Vasconcelos.
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Em meados de setembro, a experiência brasileira foi compartilhada com líderes de mais de uma centena de países que se reuniram em Fortaleza para a segunda Cúpula Global da Coalizão Internacional de Alimentação Escolar. Copresidida pelo Brasil, a coalizão destacou o país como exemplo de escala e integração entre saúde, educação e desenvolvimento rural.
Desde 2009, o Brasil compartilha essa experiência com outros países, sobretudo na América Latina, Ásia e África, oferecendo apoio técnico para estruturar programas semelhantes.
Mas o encontro também trouxe alertas: para manter o protagonismo, o Pnae precisa modernizar sua execução, reduzir desigualdades regionais e reforçar a fiscalização.
Descentralização e deficiências
O estado de São Paulo possui a maior rede escolar do país. Somente na capital paulista, a Coordenadoria de Alimentação Escolar (CODAE) é responsável por alimentar mais de um milhão de alunos em 4.100 escolas. Para isso, conta com uma equipe de 131 nutricionistas que fazem visitas rotativas às escolas.
Para a quantidade de alunos atendidos, no entanto, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) recomenda uma equipe com cerca de 700 profissionais. Essa deficiência é monitorada pelo Ministério Público (MP) do estado, que aponta problemas também no monitoramento do programa.
"As gestões estão contratando empresas terceirizadas para preparar os alimentos e distribuí-los, então essa fiscalização se torna fundamental. Quando há poucos nutricionistas na rede, aumenta o risco de descumprimento dos contratos", avalia a promotora de Justiça Fernanda Peixoto, titular do Grupo de Atuação Especial de Educação.
Peixoto aponta que esse não é um problema exclusivo da cidade de São Paulo, mas de todo o estado. "O Conselho de Alimentação Escolar estadual continua tendo dificuldade para realizar as suas fiscalizações, e fazem pouquíssimas visitas ao longo do ano porque estamos falando de 600 municípios, com o conselho sediado na capital. As fiscalizações no interior do estado são muito dificultadas."
Agricultura familiar
Um dos pilares do Pnae é o incentivo à agricultura familiar e a produtos orgânicos ou agroecológicos. Por lei, pelo menos 30% dos recursos federais devem ser direcionados à compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Uma meta considerada ambiciosa e que deve ser ampliada a partir de 2026. Em setembro, o Congresso aumentou para 45% esse mínimo.
Dados mais recentes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mostram que 1.590 munícipios ainda não estão cumprindo a exigência de 30%. Por outro lado, 534 cidades fizeram todas as suas compras da agricultura familiar.
São Paulo cumpre essa exigência federal. Em 2019, a Secretaria Municipal de Educação afirmava ter 41% dos alimentos oriundos da agricultura familiar ou orgânica. Atualmente, essa parcela é reforçada, segundo a gestão, por projetos de hortas e plantações urbanas.
"A partir de 2022, nós iniciamos um projeto para aproximar creches da agricultura urbana, incentivando cadeias curtas de comercialização de legumes, hortaliças. Um projeto fortalecido a nível estadual quando foi criado o protocolo de transição agroecológica da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo", afirma Fernanda Menezes, diretora da divisão de nutrição escolar da capital.
Junto de especialistas, a coordenadora-geral substituta do Pnae Mainenti é categórica ao afirmar que o programa é um dos responsáveis pela manutenção da agricultura familiar no país diante do avanço do agronegócio.
A Cúpula Global em Fortaleza reforçou que a merenda é mais do que política social: é investimento em saúde, aprendizagem e economia local. Os principais desafios nesta área em todo o mundo são ampliar o quadro de nutricionistas e fortalecer a fiscalização; consolidar a compra local e orgânica de alimentos; e transformar a educação alimentar em prática cotidiana, integrada ao currículo escolar.
Se conseguir enfrentar esses desafios, o Brasil deve manter a liderança mundial em alimentação escolar. E a cena das cozinheiras preparando refeições simples e frescas, que hoje se repete em milhares de escolas, continuará sendo símbolo de uma política pública capaz de unir combate à fome, promoção da saúde e desenvolvimento sustentável.
Agricultura familiar fortalece merenda escolar
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05/10 -
1ª fase do vestibular do ITA é realizada neste domingo (5); prova será aplicada em diversas cidades do país
Provas do Concurso Nacional Unificado e do ITA serão domingo
Um dos vestibulares mais concorridos do país, a primeira fase do vestibular do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) será realizada neste domingo (5). A prova começa às 13h (horário de Brasília), em várias cidades do país. Mais de 10 mil candidatos estão inscritos para as 180 vagas disponíveis.
A prova da primeira fase é realizada em um único dia, com 48 questões de múltipla escolha de matemática, física, química e inglês.
Além de São José dos Campos, cidade sede do ITA e onde 966 candidatos se inscreveram, as provas serão realizadas em pelo menos outras 24 cidades brasileiras, sendo 19 capitais.
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A segunda fase, com questões dissertativas, será realizada entre os dias 28 e 31 de outubro. Nessa etapa, os candidatos devem responder questões dissertativas de matemática, física, química, fazer uma redação e também questões objetivas de português.
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos
Peterson Grecco/TV Vanguarda
O ITA oferece oito especialidades de engenharia: Engenharia Aeronáutica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Mecânica-Aeronáutica, Engenharia Civil-Aeronáutica, Engenharia de Computação, Engenharia Aeroespacial, Engenharia de Energia e Engenharia de Sistemas.
Este ano, foram 10.048 inscritos, sendo 8.009 candidatos do sexo masculino e 2.039 do sexo feminino. Desse total, 2.207 são "treineiros".
A divulgação da relação dos candidatos classificados para a segunda fase deve ser divulgada no dia 20 de outubro.
Ao todo, são 180 vagas para candidatos que queiram atuar como civis e também voltadas à carreira militar, sendo 144 vagas para ampla concorrência e 36 para cotistas.
Fachada do prédio do ITA em São José dos Campos
Carlos Santos/g1
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05/10 -
Redação do Enem: como usar repertório sociocultural sem “forçar” ou cair em modelos prontos
Enem 2025: Exame será aplicado nos dias 9 de 16 de novembro.
Reprodução/Redes Sociais
A Cartilha de Redação do Enem 2025 foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na última sexta-feira (3). Além das orientações já conhecidas sobre a prova, é a primeira vez que o material chama atenção para os "repertórios de bolso" e explica como eles podem impactar a nota.
Isso pode assustar alguns alunos, mas não é novidade. A presença de repertório sociocultural – "uma informação, um fato, uma citação ou uma experiência vivida que, de alguma forma, esteja relacionada ao tema e contribua como argumento para a discussão proposta", segundo o Inep – é avaliada pela competência 2 da Matriz de Referência do Enem.
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"Apesar de a informação ser nova na cartilha, a exigência de que as referências sejam pertinentes ao tema já existia. O Inep apenas clarificou a questão do repertório de bolso", analisa Maysa Barreto, assistente pedagógica da plataforma Redação Nota 1000.
➡️ E o que é repertório de bolso? A cartilha definiu como "referências prontas, memorizadas e frequentemente utilizadas pelos(as) participantes de forma genérica e pouco aprofundada, sem uma conexão genuína com o tema proposto". São alusões que parecem ter sido "guardadas no bolso" para serem encaixada em qualquer redação.
"Na prática, professores já adotam esse critério em sala de aula, pensando, principalmente, nas questões de pertinência do repertório e do estímulo ao pensamento crítico", acrescenta Maysa.
Maysa observa que o exercício do senso crítico, um dos elementos fundamentais do gênero dissertativo-argumentativo, é prejudicado pela memorização. Quando o aluno apenas reproduz um modelo pronto, deixa de refletir o que está argumentando e entrega uma analogia rasa e genérica.
➡️ Por que é problemático? O problema não está em citar autores ou conceitos conhecidos por si só, mas em fazê-lo de forma superficial. Conforme a cartilha, para ser considerado produtivo, o repertório precisa:
ser pertinente ao assunto tratado;
ser bem contextualizado e articulado com os argumentos;
mostrar que o(a) participante sabe relacionar o conhecimento ao problema discutido.
"Se o(a) avaliador(a) perceber que o repertório foi inserido de forma decorada, automática ou forçada, ele(a) pode avaliá-lo como não produtivo, o que poderá prejudicar a nota da competência II", diz o documento.
A orientação já vinha sendo aplicada. Em 2024, a reportagem do g1 antecipou que corretores foram instruídos pelo Inep, durante treinamentos, a descontar pontos de redações que usassem repertórios forçados ou modelos prontos.
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Como construir repertório para a redação do Enem
O Enem valoriza conhecimento de mundo. Uma letra de música, o enredo de um livro, a cena de um filme marcante ou fatos noticiados: tudo pode ser fonte para ampliar o acervo de referências do estudante.
"O Enem tem sido cada vez mais rígido com essa questão. É muito importante que o conteúdo escolhido seja fruto de associações e reflexões próprias do aluno, para que não pareça algo forçado", afirma Daniela Toffoli, professora do Curso Anglo.
Ela lembra que o repertório deve ser cultivado no dia a dia, sem se limitar apenas a obras clássicas ou referências eruditas, por vezes usadas para tentar impressionar a banca. Para buscar mais referências, a professora recomenda que o aluno:
➡️ Leia materiais diversificados: Notícias, editoriais, artigos de opinião, revistas especializadas e livros, procurando sempre por fontes confiáveis;
➡️ Assista a conteúdos educativos: Documentários, vídeos no YouTube sobre temas sociais, políticos e históricos, palestras do TED Talks e filmes aclamados pela crítica;
➡️ Mantenha-se atualizado: Acompanhar debates relevantes no cenário nacional e internacional sobre temas como meio ambiente, desigualdade social, diversidade cultural e tecnologia;
➡️ Crie um banco de repertórios: Montar um caderno ou arquivo digital para organizar informações de filósofos, sociólogos, dados históricos e pesquisas, classificados por eixo temático (educação, saúde, tecnologia etc.);
➡️ Pratique relacionar ideias: Durante a leitura, identifique como determinado dado ou citação pode ser aproveitado para a argumentação.
Enem 2025: O que pode zerar a redação (e como evitar)
Como aplicar na redação
Mais do que selecionar boas referências, é essencial saber aplicá-las no texto. A cartilha destaca que, para evitar o repertório de bolso, o candidato deve escolher exemplos específicos, que realmente tenham relação com o tema.
Em seguida, é preciso articular o repertório com os argumentos para reforçar o ponto de vista defendido no texto – deixando evidente que se tem domínio do conteúdo citado e que ele ajuda a fortalecer a tese.
"Sempre que mencionar um repertório, escreva uma oração analisando esse conteúdo e vinculando-o ao tema proposto", destaca a professora de redação Tanay Gonçalves, da plataforma Professor Ferretto.
Para garantir uma boa argumentação, ela sugere uma estrutura clara nos parágrafos de desenvolvimento da redação: "Cada um deles deve ter ao menos quarto períodos: apresentação da ideia, inserção de um repertório para comprovar, análise relacionando-o ao tema e, por fim, avaliação da discussão do parágrafo".
Daniela reforça que a inserção deve ser natural. “O repertório é um complemento, não o foco principal”, lembra.
❌ Exemplo ruim: "Como disse Aristóteles: 'O homem é um animal político'."
✅ Exemplo bom: “Segundo Aristóteles, o homem é um ser político. Essa concepção ressalta a importância de políticas públicas para o combate à desigualdade social.”
O que evitar
Professores orientam fugir de repertórios coringas, que são usados todo ano por muitos candidatos, independente da proposta. Além de batidos, nem sempre combinam com o tema. Alguns exemplos são Utopia, de Thomas More, e Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, e o conceito de banalidade do mal, de Hannah Arendt.
Jargões e ditados populares (por exemplo: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”) também devem ser evitados. "Como não são provenientes de fontes e origens confiáveis, não contribuem para a defesa do ponto de vista", alerta Maysa.
"A avaliação considerará o melhor repertório para a atribuição de nota. Por isso, caso o aluno utilize um repertório de bolso, é recomendado que ele traga também uma informação de outra área do conhecimento diretamente relacionada ao tema, usada de forma produtiva na argumentação. Assim, a nota não será prejudicada", indica Maysa.
Exemplo do Inep
"Utopia”, a famosa obra do escritor britânico Thomas More, retrata uma cidade perfeita, livre de mazelas sociais. No entanto, a realidade brasileira é adversa à idealizada na obra, pois os desafios para valorização da herança africana do Brasil são uma problemática existente. Assim, é possível identificar duas causas principais para essa conjuntura: a inércia governamental e as desigualdades sociais.
O trecho acima aparece na Cartilha de Redação como exemplo de uso inadequado de repertório no Enem 2024, cujo tema foi “desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. O Inep explica porque pode ser considerado "de bolso":
➡️ "A citação à 'cidade perfeita, livre de mazelas sociais' funciona apenas como um contraponto simbólico entre o ideal e a realidade brasileira, sem contextualizar adequadamente a obra nem explorar os seus aspectos conceituais. A pessoa que escreveu a redação limita-se a usar o título e uma ideia simplificada do livro como estratégia de impacto, sem estabelecer uma conexão significativa com a valorização da herança africana, tema proposto pela prova".
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04/10 -
Entenda como funcionam os antídotos contra metanol comprados pelo governo brasileiro
Casos suspeitos de intoxicação por metanol aumentam para 127 em 12 estados
O governo brasileiro anunciou neste sábado (4) a compra de dois antídotos, fomepizol e etanol farmacêutico, para reforçar o tratamento de intoxicações por metanol no país.
Eles estarão disponíveis para as redes pública e privada até o fim da próxima semana, segundo o Ministério da Saúde.
O número de notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica subiu para 195 no Brasil, segundo balanço do Ministério da Saúde. São 14 casos confirmados em laboratório.
Quais são os antídotos?
Os antídotos comprados pelo governo brasileiro são o fomepizol e o etanol farmacêutico. Foram adquiridas 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol.
O fomepizol é considerado a referência mundial para esse tipo de envenenamento. Ele não tinha registro no país e precisou ser importado de forma emergencial. A compra teve apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e foi feita de um fabricante no Japão.
Já o etanol farmacêutico é feito por laboratórios e farmácias de manipulação. O novo lote vai se somar a 4,3 mil ampolas já entregues aos estoques do SUS pelos hospitais universitários federais.
Quem deve tomar o antídoto?
Os antídotos são utilizados apenas para tratar os casos de suspeita de intoxicação por metanol. Eles ficarão disponíveis para as redes pública e privada de atendimento à saúde, sendo que as unidades públicas terão prioridade, segundo o ministério.
Eles só podem ser aplicados no ambiente de saúde, com monitoramento médico, ressalta o governo.
O profissional que atender o paciente não precisa esperar a confirmação do laboratório para aplicar o antídoto, mas a dose só deve ser fornecida após prescrição médica.
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Infográfico explica ação dos antídotos em casos de intoxicação por metanol
Arte/g1
Como funcionam a produção e distribuição dos antídotos?
No caso do fomepizol, que não é produzido no Brasil, os medicamentos comprados do Japão serão distribuídos aos estados brasileiros de acordo com a demanda, segundo o ministério.
Para o etanol farmacêutico, os insumos já disponíveis no país começaram a ser distribuídos neste sábado, atendendo Bahia, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso e Distrito Federal.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 604 farmácias de manipulação no país estão aptas a produzir etanol farmacêutico. Elas serão preparadas para atender as demandas e garantir cobertura em todas as capitais.
Para aumentar a capacidade de diagnóstico, a Anvisa indicou três unidades para realizar análises imediatas dos casos: o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF), Laboratório Municipal de São Paulo e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
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O que é o fomepizol
O fomepizol pertence à classe dos inibidores da álcool desidrogenase (ADH), enzima do fígado responsável por metabolizar tanto o etanol quanto o metanol. No caso do metanol, esse metabolismo é perigoso porque gera compostos altamente tóxicos — como o formaldeído e o ácido fórmico.
Quando o paciente recebe fomepizol, a droga bloqueia a ADH e interrompe essa transformação nociva. O metanol circula “intacto” no organismo, sem virar veneno, e pode ser eliminado naturalmente ou com ajuda da hemodiálise.
A hepatologista Natália Trevizoli, do Hospital Sírio-Libanês, explica, quando administrado cedo, o fomepizol impede a formação de ácido fórmico, protegendo olhos, cérebro e fígado, reduzindo o risco de sequelas irreversíveis.
Etanol farmacêutico é alternativa
Na ausência do fomepizol, hospitais recorrem ao etanol grau farmacêutico como alternativa. O princípio é semelhante: o etanol também disputa a mesma enzima (ADH) e retarda o metabolismo do metanol, evitando que o quadro evolua, segundo a hepatologista do Hospital Nove de Julho Lisa Saud.
Natália Trevizoli reforça que tanto o fomepizol quanto o etanol funcionam como “bloqueadores” da ADH, mas o primeiro é mais “preciso, seguro e rápido”. “O etanol, em excesso, também intoxica o organismo”, alerta.
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Alertas pelo Brasil
Os alertas começaram em São Paulo, em meados de setembro, onde a maioria dos pacientes foi atendida após consumir bebidas adulteradas. Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás, Paraná, Distrito Federal e outros estados também notificaram casos suspeitos, incluindo mortes em investigação.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para acompanhar a evolução dos registros e coordenar ações com estados e municípios. Até que o fomepizol seja disponibilizado, médicos seguem recorrendo à hemodiálise e ao etanol farmacêutico nos centros especializados.
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Reprodução/TV Globo
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03/10 -
Enamed 2025: participantes já podem consultar local de prova; tire dúvidas
Enamed: exame vai medir os conhecimentos dos médicos recém-formados
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) liberou, nesta quinta-feira (2), o Cartão de Confirmação de Inscrição do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025.
➡️O documento está disponível no Sistema Enamed e informa endereço da aplicação, número de inscrição, datas, horários e, quando solicitado, a concessão de atendimento especializado ou uso de nome social.
Embora não seja item obrigatório, o Inep recomenda que o participante leve o cartão no dia da prova. Ao todo, 96 mil inscritos farão o exame em 19 de outubro.
O que é o Enamed
A avaliação foi criada para unificar instrumentos já existentes:
o Enade, que mede a qualidade dos cursos de graduação;
e o Enare, exame objetivo para ingresso em residência médica de acesso direto.
Com a nova formatação, todos os concluintes de medicina passarão a ser avaliados anualmente, permitindo acompanhar a evolução da formação médica no Brasil.
Por que ele é importante
O Ministério da Educação (MEC) considera que o Enamed cria um “ciclo virtuoso” entre os exames —porque a nota obtida poderá ser usada como critério de entrada em programas de residência.
Dessa forma, os estudantes tendem a se interessar mais pela prova, o que gera resultados confiáveis tanto para as universidades quanto para o próprio Sistema Único de Saúde, que depende da formação de novos médicos.
Novidade na forma de avaliação
Diferentemente do Conceito Enade, que apresentava limitações, o Enamed divulgará os resultados em escalas de desempenho. Essa metodologia mostra se os estudantes atingiram os padrões esperados ao final da graduação, tornando a análise mais precisa e útil para:
monitorar a qualidade dos cursos;
subsidiar políticas de regulação e financiamento;
qualificar o processo de ingresso em residências.
Impacto esperado
Com a aplicação anual, todos os formandos em medicina terão de participar, o que amplia a base de dados e reduz distorções estatísticas. Na prática, isso garante indicadores mais sólidos para avaliar faculdades e, ao mesmo tempo, fortalece o processo de seleção de novos residentes.
Como será a estrutura do Enamed? Quais instrumentos serão aplicados?
O exame é composto por:
Prova teórica: 100 questões de múltipla escolha, com igual número de perguntas por área.
Questionário do Estudante (para concluintes de Medicina inscritos no Enade) – obrigatório
Questionário Contextual (para os demais participantes) – obrigatório
Questionário de Percepção de Prova
Os dados dos questionários não influenciam a pontuação no Enare, e serão utilizados penas para fins estatísticos e avaliação da educação superior.
Qual o cronograma do Enamed 2025?
Inscrições: 7 a 18 de julho
Solicitações de nome social e atendimento especializado: 7 a 18 de julho
Resultados dos pedidos de atendimento especializado: 28 de julho
Recursos sobre atendimento especializado: 28 de julho a 1º de agosto
Aplicação da prova: 19 de outubro
Gabarito preliminar: 22 de outubro
Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro
Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro
Enamed: alunos de medicina farão o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica
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03/10 -
Inep divulga Cartilha de Redação do Enem 2025 e alerta para perigo dos repertórios de bolso; veja exemplos
Cartilha de Redação do Enem 2025
Reprodução
Os estudantes que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 já podem acessar a nova edição da cartilha “A Redação do Enem 2025 – Cartilha do Participante”, publicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O documento está disponível no portal do Inep e reúne as principais orientações sobre a prova de redação, além de exemplos comentados de textos que alcançaram nota máxima na edição anterior.
✏️Uma orientação explícita, embora reforce uma regra já existente nas últimas edições do exame, chama a atenção pela forma como foi destacada no material: a proibição de "repertórios de bolso".
O Inep define esse conceito como "referências prontas, memorizadas e frequentemente utilizadas pelos(as) participantes, de forma genérica e pouco aprofundada, sem uma conexão genuína com o tema proposto".
"É como se fosse um repertório 'guardado no bolso' para ser usado com qualquer tema, mesmo que não seja totalmente adequado ou pertinente", afirma a cartilha.
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✏️Por que essas citações são problemáticas? Segundo o Inep, a competência II da redação do Enem exige que o participante utilize repertórios socioculturais legitimamente relacionados ao tema, ou seja, devem:
ser pertinentes ao assunto tratado;
ser bem contextualizados e articulados com os argumentos;
mostrar que o(a) participante sabe relacionar o conhecimento ao problema discutido.
"Se o(a) avaliador(a) perceber que o repertório foi inserido de forma decorada, automática ou forçada, ele(a) pode avaliá-lo como não produtivo, o que poderá prejudicar a nota da competência II", diz o documento.
Exemplos reais de repertório de bolso
A Cartilha mostra um exemplo de repertório de bolso empregado por um candidato no Enem 2024, em texto sobre a valorização das heranças africanas no Brasil:
"Utopia”, a famosa obra do escritor britânico Thomas More, retrata uma cidade perfeita, livre de mazelas sociais. No entanto, a realidade brasileira é adversa à idealizada na obra, pois os desafios para valorização da herança africana do Brasil são uma problemática existente. Assim, é possível identificar duas causas principais para essa conjuntura: a inércia governamental e as desigualdades sociais.
Justificativa do Inep ao tirar pontos da competência II:
A citação à “cidade perfeita, livre de mazelas sociais” funciona apenas como um contraponto simbólico entre o ideal e a realidade brasileira, sem contextualizar adequadamente a obra nem explorar os seus aspectos conceituais. A pessoa que escreveu a redação limita-se a usar o título e uma ideia simplificada do livro como estratégia de impacto, sem estabelecer uma conexão significativa com a valorização da herança africana, tema proposto pela prova.
Como evitar o repertório de bolso?
Prefira referências específicas que realmente tenham relação com o tema.
Articule o repertório usado com a seus argumentos para reforçar o ponto de vista defendido no texto.
Mostre que você tem domínio do conteúdo citado e que ele ajuda a fortalecer a sua tese.
Como será a redação
Redação nota mil no Enem: alunos de escola pública que atingiram pontuação dão dicas
Os candidatos terão de escrever um texto dissertativo-argumentativo, de até 30 linhas, a partir da situação-problema apresentada na prova. Serão considerados os conhecimentos adquiridos pelo estudante ao longo de sua formação, além daqueles apresentados nos textos motivadores.
A correção será feita por, no mínimo, dois avaliadores independentes. Cada um atribuirá nota de 0 a 200 pontos em cinco competências, que, somadas, podem chegar a 1.000 pontos. A nota final será a média aritmética de todos os corretores.
O Inep destaca que podem levar à nota zero situações como:
fuga total ao tema;
redação com até 7 linhas;
inserção de trechos desconectados do assunto;
não seguir a estrutura dissertativo-argumentativa;
desrespeitar a seriedade do exame.
O que será avaliado
Segundo a cartilha, os avaliadores observarão se o estudante:
domina a modalidade escrita formal da língua portuguesa;
organiza informações, fatos e argumentos de forma consistente;
utiliza mecanismos linguísticos adequados para a argumentação;
apresenta uma proposta de intervenção para o problema discutido.
Importância do Enem
Criado há mais de duas décadas, o Enem se consolidou como a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil. As notas podem ser usadas para concorrer a vagas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Além disso, diversas instituições públicas e privadas utilizam o exame como critério de seleção, seja de forma exclusiva ou complementar. Os resultados individuais também podem ser aproveitados em universidades portuguesas que têm convênio com o Inep, facilitando o ingresso de brasileiros no ensino superior em Portugal.
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03/10 -
Antídoto do metanol inibe enzimas do fígado e impede formação de venenos tóxicos; entenda
Metanol: fígado vira 'vilão' e transforma bebida adulterada em veneno silencioso
O Brasil corre atrás de um medicamento que pode significar a diferença entre a vida e a morte em casos de intoxicação por metanol. Trata-se do fomepizol, antídoto considerado referência mundial para esse tipo de envenenamento. Ele não tem registro no país e precisa ser importado de forma emergencial.
A busca ganhou urgência depois da identificação de casos em São Paulo e em Pernambuco. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já acionou agências internacionais para importar o produto e lançou um edital para encontrar fornecedores que possam entregar o produto rapidamente ao Ministério da Saúde.
Infográfico explica ação dos antídotos em casos de intoxicação por metanol
Arte/g1
O que é o fomepizol
O fomepizol pertence à classe dos inibidores da álcool desidrogenase (ADH), enzima do fígado responsável por metabolizar tanto o etanol quanto o metanol. No caso do metanol, esse metabolismo é perigoso porque gera compostos altamente tóxicos — como o formaldeído e o ácido fórmico.
Quando o paciente recebe fomepizol, a droga bloqueia a ADH e interrompe essa transformação nociva. O metanol circula “intacto” no organismo, sem virar veneno, e pode ser eliminado naturalmente ou com ajuda da hemodiálise.
A hepatologista Natália Trevizoli, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a droga é considerada “mais precisa, segura e rápida, sem causar os efeitos de intoxicação do etanol”.
Segundo ela, quando administrado cedo, o fomepizol impede a formação de ácido fórmico, protegendo olhos, cérebro e fígado, reduzindo o risco de sequelas irreversíveis.
Ministério da Saúde recebe 41 notificações de intoxicação por metanol; 37 delas em São Paulo
Reprodução/TV Globo
Como funciona o etanol puro
Na ausência do fomepizol, hospitais recorrem ao etanol grau farmacêutico como alternativa. O princípio é semelhante: o etanol também disputa a mesma enzima (ADH) e retarda o metabolismo do metanol.
“O etanol entra como antídoto, para competir com a ADH, manter a enzima ocupada e evitar que o quadro evolua”, explica a hepatologista do Hospital Nove de Julho Lisa Saud.
Segundo a médica, esse uso precisa ser endovenoso e é restrito a 32 centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). “Na prática clínica de hospitais privados, não é algo disponível.”
Natália Trevizoli reforça que etanol e fomepizol funcionam como “bloqueadores” da ADH, mas lembra a diferença fundamental:
“O fomepizol é um tratamento mais preciso, seguro e rápido. O etanol, em excesso, também intoxica o organismo.”
Mesmo com fomepizol ou etanol, há situações em que o dano já está instalado.
“Se o paciente chega acidótico, com sinais oculares ou neurológicos, muitas vezes é indispensável associar hemodiálise, que atua como filtro externo para retirar rapidamente o metanol e seus metabólitos”, detalha Trevizoli.
Alertas pelo Brasil
Os alertas começaram em São Paulo, em meados de setembro, onde a maioria dos pacientes foi atendida após consumir bebidas adulteradas. Pernambuco, Recife e Distrito Federal também notificaram casos suspeitos, incluindo mortes em investigação.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para acompanhar a evolução dos registros e coordenar ações com estados e municípios. Até que o fomepizol seja disponibilizado, médicos seguem recorrendo à hemodiálise e ao etanol farmacêutico nos centros especializados.
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03/10 -
Brasileiros que estudam em Portugal enfrentam aluguéis caros e dificuldade para encontrar moradia
Estudar em Portugal está caro demais?
Brasileiros que estudam em Portugal estão sofrendo com a alta do aluguel no país. Nos últimos três anos, o preço médio pago por um quarto aumentou 50%.
De acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, a média de valor pago por quarto era de € 275 por mês em 2024. Em 2025, o valor mensal saltou para € 415 em 2025 – o equivalente a mais de R$ 2,5 mil.
Para os mais de 11 mil universitários brasileiros que vivem em Portugal, esses valores são um grande desafio.
Universidade fica em Coimbra, em Portugal
Divulgação/Universidade de Coimbra
"O aluguel é praticamente mais da metade do meu orçamento aqui no Porto", conta o estudante Angelo Gomes Pescarini, estudante de Ciências da Computação.
Ele diz que quando chegou ao Porto, em 2023, pagava € 575 por mês para morar em uma residência estudantil.
E mesmo ficando esse ano e já achando que estava caro, eles falaram que ia subir [o aluguel] para o próximo ano. E eu acho que hoje o mesmo quarto que eu morei já está por mais de € 700. E tinham outros quartos um pouco maiores também nessa residência. Então, eu acredito que tenham coisas lá por quase € 800 ou € 900. Um quarto que seja de 17 a 20 metros quadrados, né?
Hoje, Angelo divide um apartamento com outros dois estudantes. Ele paga € 400 por mês e mora perto de um bairro considerado perigoso no Porto.
"Realmente, por ter vindo do Brasil, a nossa percepção de perigo é outra. A gente até se sente mais confortável por ter uma rua limpa, por ter bastante comércio perto, por ter um parque perto. Mas, para os portugueses, para outras pessoas que eu já falei dessa região aqui também, eles sim acham chocante, assim, acham diferente, acham ruim. E acho que isso altera, sim, o valor do imóvel. Porque, para todas as pessoas que eu falo que moro perto da região da Pasteleira, imediatamente já falam que a Pasteleira é ponto de droga, é ponto de crime, de violência", acrescenta Angelo.
A busca pela nova casa não foi uma tarefa simples para Angelo, que encontrou uma grande concorrência.
"E mandei mensagem acho que para mais de 100 pessoas, para conseguir dez respostas e duas visitas. Porque as coisas aqui são de um dia para o outro. Se você visitou uma casa que você quer, é fechar o contrato no final da visita, não tem um dia de espera", conta Angelo.
"Eu cheguei a visitar dez quartos num dia. Vi várias pessoas pedindo o valor antecipado para você poder apenas visitar um local, e isso não se faz", aponta a estudante Gabriela Carvalho.
Gabriela chegou ao Porto neste semestre para cursar um mestrado em oncologia. Ela se deparou com aluguéis mais altos do que o planejado inicialmente.
"O mais barato que eu achei foi € 370 mais despesas, e o mais caro foi já € 600 por um quarto, ou até mesmo um estúdio de € 500 a € 800. A maioria dos relatos que eu escuto é o problema de não fazerem contrato. Não vão estar declarando [impostos] e, se quiserem fazer o contrato, tem um acréscimo de 28% sobre o preço, então assim também sobe ainda mais o valor. Eu conheço casos de pessoas que deixaram de vir para a universidade porque não conseguiam achar casa", ressalta Gabriela.
O Porto – no norte do país – está entre as cidades com preço médio mais alto de aluguel por um quarto: são € 400 por mês. O recorde é da capital Lisboa, onde o preço médio chega a € 500. Esse valor representa mais da metade do salário mínimo de Portugal, que é € 870.
"Eu vejo que isso também é uma dificuldade muito grande para os portugueses, cada vez mais até, porque a procura é maior, os valores são muito mais altos", observa Gabriela.
O aumento nos preços dos quartos está ligado à baixa oferta de imóveis. Portugal virou um destino muito procurado, tanto por turistas quanto por imigrantes. Isso acaba encarecendo os aluguéis. E, para alguns brasileiros, fica impossível se bancar aqui.
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03/10 -
Metanol: fígado vira 'vilão' e transforma bebida adulterada em veneno silencioso; entenda
Metanol: fígado vira 'vilão' e transforma bebida adulterada em veneno silencioso
Ao ingerir uma bebida alcoólica adulterada com metanol, é justamente o fígado — órgão que costuma proteger nosso organismo de toxinas — que vira o grande “vilão” no processo de intoxicação.
➡️Por quê? Em vez de metabolizar a substância para que ela seja processada facilmente, ele a transforma em compostos ainda mais perigosos, capazes de provocar cegueira e de levar à morte:
formaldeído, muito reativo, mas rapidamente convertido em…
…ácido fórmico, considerado o verdadeiro veneno neste quadro.
“O fígado é como o ‘laboratório químico’ do corpo. Sua principal função é transformar substâncias tóxicas em compostos menos perigosos, por meio de enzimas”, explica Felipe Lukacievicz Barbosa, coordenador do curso de Farmácia da Universidade Positivo.
“No caso do etanol (álcool comum), essa estratégia funciona bem. Já no do metanol, ele gera compostos que atacam as células. É um veneno silencioso.”
Nesta reportagem, hepatologistas e professores explicam:
como o fígado metaboliza substâncias como o etanol e o metanol;
por que o metanol, em especial, vira veneno dentro do organismo;
o papel das mitocôndrias na perda de energia celular;
os efeitos da acidose metabólica provocada pelo ácido fórmico;
como o tratamento age para impedir que a intoxicação avance.
Por que o fígado age corretamente com o etanol?
Quando alguém ingere etanol, tomando cerveja ou vinho, por exemplo, o fígado cumpre sua função:
converte esse tipo de álcool, por meio da enzima ADH (álcool desidrogenase), em acetaldeído;
em seguida, outra enzima, a ALDH (aldeído desidrogenase), transforma o acetaldeído em acetato, que é descartado pelo organismo sem grandes danos.
Os problemas de saúde costumam surgir a médio ou a longo prazo: as células do fígado (hepatócitos), após anos de consumo abusivo, podem sofrer um dano crônico e cumulativo, levando a quadros de cirrose e de insuficiência hepática.
🔴Com o metanol, a história é completamente diferente. Ele também é um álcool (tanto que termina com “ol”), mas com apenas um átomo de carbono, e não dois.
O fígado, que não está habituado a receber esse tipo de substância, “se atrapalha”: ao tentar metabolizar o metanol, acaba fabricando os dois compostos extremamente tóxicos mencionados no início da reportagem (o formaldeído e o ácido fórmico).
“É como se o fígado acreditasse que está cumprindo sua função, mas, em vez de neutralizar [o metanol], produz substâncias ainda mais perigosas”, explica Natália Trevizoli, hepatologista do Hospital Sírio-Libanês (SP).
Lisa Saud, médica especialista do Hospital 9 de Julho (SP), traça uma comparação:
“O etanol pode provocar consequências em 10 ou 15 anos de abuso. Já o metanol age em poucas horas. É um mecanismo totalmente diferente”, explica.
Por que o ácido fórmico é tão danoso?
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1- ‘Fábrica de energia’ afetada
O ácido fórmico ataca justamente as mitocôndrias, organelas responsáveis pela respiração celular. Ele inibe a ação da enzima citocromo c oxidase, essencial para a produção de ATP (molécula orgânica que armazena energia).
“Sem ATP, é como se tirássemos os tecidos da tomada. Eles deixam de ter energia para funcionar”, explica Marcus Barbosa, médico e professor da Unifran.
Os primeiros a sofrer são aqueles que mais dependem de energia:
no nervo óptico → o que explica os casos de cegueira registrados na Grande São Paulo;
no sistema nervoso central → provocando sonolência, confusão mental e, em casos graves, coma.
2- Sangue mais ácido
Além de cortar a energia celular, o ácido fórmico ainda reduz o pH do sangue, tornando-o mais ácido.
“O organismo humano precisa manter o pH em torno de 7,40. Quando esse valor cai, ocorre a chamada acidose metabólica, que faz várias funções entrarem em colapso”, afirma Felipe Lukacievicz Barbosa, farmacêutico e professor da Universidade Positivo.
Ele lista as principais consequências:
coração: arritmias e perda de força contrátil;
rins: agravamento de lesões;
músculos: fadiga intensa;
respiração: aumento da frequência, em uma tentativa de compensar o desequilíbrio químico.
A professora Meire de Bartolo, do Colégio Bandeirantes, faz uma analogia: “É como se os peixes de um aquário estivessem nadando em água que ficou ácida de repente. Eles não resistem. No corpo humano, esse ‘aquário’ é o sangue, e as células são os peixes”, diz.
“O nervo óptico será particularmente afetado tanto por essa acidose metabólica quanto pela falta de energia. Ele é constituído de células nervosas (neurônios) que são altamente sensíveis à redução de pH sanguíneo e que demandam muita energia para seu funcionamento.”
➡️Em resumo, após a ingestão de metanol, as etapas são:
Absorção gastrointestinal rápida → distribuição na água corporal → passagem predominante pelo fígado para oxidação → formação de ácido fórmico → acúmulo sistêmico, atingindo principalmente os olhos e o sistema nervoso central.
“Uma fração pequena pode ser eliminada inalterada por pulmões e rins, mas é insuficiente para proteger o organismo”, diz Natália Trevizoli, do Sírio-Libanês.
O papel do fígado no tratamento
O fato de o fígado ser o responsável por converter o metanol em veneno explica por que os antídotos usados — como fomepizol (que não é comercializado no Brasil) e o etanol — agem justamente nesse órgão.
“Eles competem com o metanol pela mesma enzima, a álcool desidrogenase”, detalha Natália Trevizoli. É como se mantivessem essas enzimas ocupadas.
“Bloqueiam a primeira reação, impedindo que o metanol vire formaldeído e ácido fórmico. Isso dá tempo para o corpo eliminar a substância antes que ela cause sequelas irreversíveis”.
Mas, para que isso funcione, é necessário agir rapidamente, antes que o quadro evolua para cegueira, falência múltipla de órgãos e morte.
Existe alguma outra situação em que o fígado também aja de forma perigosa?
Hepatologistas e professores de química e de biologia explicam por que o fígado, que normalmente atua como um protetor do organismo, 'se atrapalha' e agrava o quadro de intoxicação.
Reprodução/TV Globo
Trevizoli, do Sírio-Libanês, cita dois exemplos:
Um caso bastante conhecido é o do etilenoglicol, usado como anticongelante em radiadores de carros e em sistemas de refrigeração. É altamente tóxico para humanos.
“Quando o fígado tenta processar essa substância, ele acaba gerando ácidos que danificam os rins e levam à acidose”, diz a hepatologista.
Há também o uso do paracetamol em superdosagem.
“Nessa situação, o fígado transforma o remédio em um metabólito altamente reativo, chamado NAPQI, que pode causar falência hepática”, afirma a médica.
“O mesmo órgão que deveria nos proteger contra substâncias nocivas acaba, em alguns casos, fabricando compostos ainda mais tóxicos.”
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
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03/10 -
Enem 2025: O que pode zerar a redação (e como evitar)
São muitas as preocupações dos milhões de estudantes que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Até o candidato mais preparado já pensou nos piores cenários, como: E se eu zerar a redação?
O medo não é infundado: segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mais de 132 mil candidatos obtiveram nota zero na redação em 2023 – cerca de 5% dos participantes. A prova, que neste ano será aplicada em 9 de novembro, tem peso decisivo na nota final.
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O que zera a redação do Enem?
Conforme determinado na Cartilha do Participante, disponibilizada pelo Inep, a redação receberá nota 0 (zero) se apresentar uma das características a seguir:
Fuga total ao tema
Não obediência ao formato dissertativo-argumentativo
Folha de redação em branco ou com até 7 linhas escritas (10 linhas no sistema Braille, no caso dos candidatos com deficiência visual)
Cópia de textos da prova (linhas copiadas serão desconsideradas na contagem do mínimo)
Parte deliberadamente desconectada do tema proposto
Nome, assinatura, rubrica ou outra forma de identificação no espaço destinado ao texto
Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação
Texto escrito em língua estrangeira
Texto com letra ilegível
Na imagem, trecho da redação de estudante que recebeu nota 980 na edição passada do Enem.
Reprodução/Luísa Barbosa
Fuga ao tema e formato
Segundo Tanay Gonçalves, professora de redação da plataforma Professor Ferretto, os critérios mais "perigosos" estão relacionados à Competência 2 da Matriz de Referência do exame (veja abaixo), que compreende a adequação ao tema e ao gênero dissertativo-argumentativo. "Se o aluno entregar, por exemplo, um poema ou uma carta no lugar de uma dissertação, a prova será zerada", ressalta.
"Será atribuída nota 0 (zero) à redação que apresentar predominância de características de outro tipo textual, mesmo que atenda às exigências dos outros critérios de avaliação. Já redações que apresentem muitas características de outro tipo textual em meio a um texto predominantemente dissertativo-argumentativo não receberão a nota zero total, mas serão penalizadas na Competência 2", diz a Cartilha
Cartilha do participante do Enem explica as cinco competências avaliadas na redação.
Inep
No caso de fuga ao tema, há dois cenários possíveis:
Fuga total ao tema: quando nem o assunto mais amplo nem o tema específico proposto são desenvolvidos, a redação recebe zero. Exemplo: se o tema proposto for "a visibilidade das pessoas em condição de rua", e o candidato escrever sobre violência doméstica.
Fuga parcial/tangenciamento ao tema: quando o texto aborda só parcialmente, de forma ampla, o assunto a que o tema está vinculado. Não zera a prova, mas a perda de pontos pode ser significativa, já que afeta as Competências 2, 3 e 5 e impede notas acima de 40 em todas elas.
Cópia de textos da prova
Outro ponto de atenção é a cópia de informações dos textos de apoio fornecidos na prova de redação ou no caderno de questões de Linguagens e Ciências Humanas.
Trechos que apresentarem cópia integral ou parcial não entram na contagem mínima de linhas escritas. Assim, se restarem sete ou menos de autoria própria, a redação é automaticamente anulada.
O material do Inep explica que "a recorrência de cópia é avaliada negativamente e fará que sua redação tenha uma pontuação mais baixa ou, até mesmo, seja anulada como cópia".
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No primeiro caso, o candidato recebe apenas 80 dos 200 pontos possíveis na Competência 2 se "desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo, não atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão".
Vale lembrar que essa competência (veja o quadro abaixo) também avalia a capacidade de o aluno apresentar repertório sociocultural próprio.
Competência 2 da redação do Enem.
g1
Como evitar que a redação seja zerada?
Antes de tudo, o candidato deve fazer "uma boa leitura dos textos motivadores e da frase temática, pois são esses os elementos que norteiam a escrita da redação", lembra Maysa Barreto, assistente pedagógica da plataforma Redação Nota 1000.
A redação deve contemplar a proposta indicada na frase-tema de forma integral. Deixar o tema subentendido, por exemplo, não é suficiente. Isso porque ela "deve ser compreendida, até mesmo, por um(a) leitor(a) que não tenha tido acesso à proposta de redação na qual ela foi baseada", orienta a Cartilha.
Para garantir a adequação, "mencione o tema pelo menos quatro vezes ao longo da redação – considerando os quatro parágrafos da estrutura básica da dissertação", recomenda Tanay.
A repetição do tema não precisa ser literal em todas as menções. "Colocar todas as palavras-chave e seus sinônimos ao longo da redação, garantindo uma boa progressão temática: elas são os substantivos, adjetivos e advérbios presentes na frase tema", indica Maysa. Quanto ao critério de cópia, ela frisa:
"O Enem quer uma produção autoral. É possível aproveitar ideias que surgirem ao longo da leitura, como as razões da persistência do problema. Mas, se a maior parte da redação for cópia ou paráfrase de textos apresentados pela banca, a redação é zerada", alerta Maysa.
️💡No dia da prova, antes de passar o texto do rascunho para a folha de redação, vale fazer um checklist considerando as cinco competências avaliadas pelo Enem. Assim, o aluno se certifica de que todos os requisitos foram atendidos e não há erros graves que possam levar ao zero.
Enem 2025: Como treinar redação em casa? Vale usar IA para corrigir?
O que o Enem considera como 'parte deliberadamente desconectada do tema proposto'?
Esse item corresponde às reflexões do participante sobre o próprio exame, bilhetes para os corretores, mensagens políticas, orações, músicas ou trechos de poemas.
➡️ Isso não impede o uso de uma mensagem de protesto ou uma letra de música, por exemplo, como parte do repertório, desde que as passagens estejam devidamente articuladas à argumentação construída. Ou seja, não apareçam de forma isolada.
"Em suma, para ter sua redação anulada por esse critério, é preciso que você insira, de forma proposital, pontual e desarticulada, elementos estranhos ao tema e ao seu projeto de texto e/ou que atentem contra a seriedade do exame", resume a Cartilha do Candidato.
Ferir os direitos humanos pode zerar a redação?
Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Enem não poderia mais zerar automaticamente a redação de candidatos que desrespeitem os direitos humanos.
O que ainda pode acontecer é ter a nota zerada na Competência 5 da Matriz de Referência – que avalia, em até 200 pontos, a capacidade do estudante de "elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos". Entenda no link abaixo como funciona e quais cuidados tomar:
Redação do Enem: nota pode ser zero na competência 5 em caso de desrespeito aos direitos humanos
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02/10 -
O que muda no ensino de matemática após novo decreto do MEC?
‘Mostre o quão alto você é’: trend tem dois erros de matemática
O decreto que institui o Compromisso Nacional Toda Matemática foi publicado nesta quinta-feira (2) no Diário Oficial da União (DOU). O objetivo da nova política é fortalecer o ensino da matemática na educação básica por meio da oferta de apoio técnico e financeiro às redes de ensino que aderirem à iniciativa.
Em resumo, a política deve proporcionar uma abordagem articulada para uma melhor formação dos professores, apoio com materiais específicos para o ensino de matemática, avaliação e definição de metas de aprendizado, reconhecimento de boas práticas de ensino, entre outros pontos.
A ideia é garantir que todas as redes que aderirem ao compromisso tenham o mesmo nível de preparação e capacidade para impulsionar o aprendizado da matemática por parte do aluno.
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“Estamos lançando o ‘Compromisso Toda Matemática’ para apoiar a formação de professores e apoiar tecnicamente e financeiramente as redes de educação básica para melhorar a aprendizagem da matemática”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, na Cerimônia Nacional de Premiação da 19ª Obmep que ocorreu na segunda-feira (30).
Aluno faz atividade de matemática. Imagem ilustrativa.
Reprodução/Pexels
De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2022, 73% dos estudantes brasileiros apresentaram um desempenho insuficiente em matemática. Isso significa que, na época, 7 a cada 10 alunos brasileiros de 15 anos não sabiam resolver problemas matemáticos simples.
Isso colocou o Brasil abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e é este quadro que o Compromisso Nacional Toda Matemática quer reverter.
A política está estruturada em cinco eixos:
Governança e gestão: Prevê a criação de instâncias de articulação e acompanhamento, como o Comitê Nacional Gestor (Comat) e a Rede Nacional de Ancoragem (Renamat), além de comitês estratégicos nos estados. O objetivo é coordenar políticas, monitorar resultados e apoiar a implementação das ações do programa.
Formação de profissionais da educação: O MEC oferecerá apoio técnico e financeiro para capacitar gestores e professores, priorizando práticas pedagógicas eficazes, baseadas em evidências. Também está prevista a revisão de cursos de licenciatura em Pedagogia e Matemática, para reforçar a formação docente em conteúdos e metodologias.
Orientação curricular: Envolve diretrizes nacionais para fortalecer a implementação do currículo de matemática nas redes de ensino. Inclui a disponibilização de materiais didáticos suplementares e recursos pedagógicos que apoiem estratégias de progressão curricular e práticas diversificadas de ensino.
Avaliação da aprendizagem: Abrange avaliações formativas feitas pelas escolas, avaliações em larga escala dos sistemas de ensino e o Saeb, realizado pelo Inep. Essas avaliações servirão para medir níveis adequados de aprendizagem, definir metas anuais e orientar políticas públicas e ações pedagógicas.
Reconhecimento e compartilhamento de boas práticas: Estabelece estratégias para premiar e divulgar práticas inovadoras e eficazes de professores, gestores e secretarias. Entre as ações, estão concursos, mostras pedagógicas e apoio a olimpíadas de professores de matemática, estimulando a disseminação de experiências de sucesso.
A adesão ao Compromisso será voluntária, ou seja, cada rede de ensino deverá sinalizar seu interesse me fazer parte da iniciativa e receber o apoio do MEC para a implementação. Caberá ao MEC coordenar a formulação, implementação e monitoramento das políticas. O cronograma de adesão ainda não foi divulgado.
Critérios de prioridade serão adorados para determinar a ordem de atendimento das redes pelo programa. Será considerado:
a proporção de estudantes do ensino fundamental e ensino médio com aprendizagem em matemática abaixo do adequado;
as características socioeconômicas, étnico-raciais e de gênero; e
a presença de estudantes que compõem o público-alvo da educação especial e da educação bilíngue de surdos.
De acordo com o MEC, o programa terá um orçamento previsto de aproximadamente R$ 70 milhões, ainda em 2025. Essa verba deve ser voltada à formação de professores e gestores escolares, à disponibilização de materiais didáticos suplementares e a outros recursos pedagógicos.
Parte desse valor (R$ 20 milhões) será enviada direto às escolas pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) Toda Matemática. A decisão sobre quais escolas receberão mais apoio vai levar em conta o desempenho dos alunos nas avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
"Os demais R$ 50 milhões deverão vir dos PDDEs Escola das Adolescências e Recomposição das Aprendizagens, destinados à melhoria da aprendizagem por meio da implementação de clubes de letramento nas escolas para os anos finais do ensino fundamental", explicou a pasta.
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